EDUCAÇÃO DO CAMPO
Curso forma agricultores familiares
Até 10 de agosto, 60 estudantes de 32 municípios do Ceará e de estados vizinhos estarão em sala de aula
Juazeiro do Norte. A formação no campo recebe um reforço com a implantação do Curso de Licenciatura Plena em Educação do Campo (Procampo). Este é o único no Estado voltado para a formação de produtores da agricultura familiar. Os alunos, professores que atuam na área rural e educadores populares já estão em sala de aula para os primeiros 30 dias de atividades. De 10 de julho a 10 de agosto, 60 estudantes de 32 municípios do Ceará e até estados vizinhos, como Pernambuco, estarão em sala de aula com formação teórica e vivências práticas.
Um seminário, realizado no Centro de Expansão, no Crato, abriu o curso. A sede do Procampo funcionará em Juazeiro do Norte, mas está passando por reformas para se adaptar à realidade do curso, já que os alunos deverão ficar praticamente internos, nos dias de realização das aulas.
Os integrantes do curso passaram por um processo seletivo para terem acesso à sala de aula. Segundo um dos coordenadores do projeto, professor Ronald Albuquerque, o Procampo está sendo implementado por uma equipe de professores da Universidade Regional do Cariri (Urca), por meio da instituição. O quadro docente conta com 30 professores.
O evento foi aberto com apresentações artísticas, como a Escola do Padre Ágio, a Solibel, formada por alunos filhos de agricultores, do Sítio Lameiro, no Crato, que teve uma projeção por levar uma educação diferenciada para os filhos dos agricultores. Em seguida, o grupo de participantes do Projeto Nova Vida, com uma encenação voltada para a realidade do homem do campo e a execução do Hino Nacional.
Segundo o professor Ronald, o curso faz parte de uma iniciativa do compromisso com os movimentos populares, por um meio diferenciado de ver a educação e inserção da população em iniciativas populares. Ele destaca o processo intenso de esvaziamento do campo. Nos anos 50 e 60 havia uma população mais equilibrada e naquela época existia o beneficiamento do algodão, no Crato. "Hoje, mais de 70% da população está na cidade e temos cerca de 17% no campo", constata, ao acrescentar o processo violento de esvaziamento do campo.
De acordo com ele, um dos objetivos do curso é reverter esse processo de esvaziamento e fazer com que a atividade agrícola, principalmente centrada na agricultura familiar, possa reverter esse processo. Ele destaca o compromisso da equipe do projeto em poder promover uma educação diferenciada, pautada na educação libertadora do educador Paulo Freire. Nesse primeiro módulo são ministradas disciplinas: Seminário Integrado, Introdução à Filosofia, Introdução à Sociologia, Introdução à Geografia, Metodologia do Trabalho Científico, e Prática de Leitura e Produção de Textos.
No Estado, já há o projeto, implantado pela Universidade Federal do Ceará (UFC), mas voltado para os povos indígenas. Serão quatro anos voltados para a formação desses professores. Algumas vagas também serão voltadas para instituições que atuam com projetos direcionados para o campo, mas que contemplem a agricultura familiar. O curso irá fornecer duas habilitações, uma em Linguagens e Códigos e outra de Ciências da Natureza e Matemática.
O Procampo é uma licenciatura voltada para os professores da rede pública, Estadual e Municipal, sem formação superior. As aulas de História, Psicologia, Sociologia, Direito ou Filosofia terão uma interface, conforme o coordenador, na qual entra a questão do campo, dos direitos voltados para os pequenos produtores familiares. O curso é coordenado pela professora Francisca Carminha Macedo.
Docentes
30 professores farão parte do quadro de docentes que darão aulas para os participantes do Curso de Licenciatura Plena em Educação do Campo (Procampo), em Juazeiro do Norte
MAIS INFORMAÇÕES:
Coordenação do Curso Procampo
Pró-Reitoria de Planejamento da Urca
Crato/ (88) 3102.1202
Elizângela SantosRepórter
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