terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Sobre o ato de Refletir



Queridas amigas e queridos amigos que acompanham esse Blog e, junto comigo, exercitam o ato de refletir sobre o Sertão,


Nessa época do ano parece inevitável que paremos um momento para fazer um balanço, ou uma lista de desejos e promessas para o ano novo. Como se, em um passe de mágica, a passagem burocrática para um novo ano no calendário pudesse produzir uma nova vida. É essa capacidade de esperançar, de sonhar que nos faz sermos capazes de melhorar e construir não apenas uma vida nova, mas também um mundo melhor para todos.
Ao desejar a cada um de vocês um Natal de Paz e um novo tempo de mais Harmonia, deixo para vocês as palavras de Humberto Maturana sobre o ato de refletir.

Um beijo grande para cada um!
Suely


Sobre o ato de Refletir

A reflexão é um ato na emoção do qual se abandona uma certeza e se admite que o que se pensa, o que se tem, o que se deseja, o que se opina ou o que se faz pode ser olhado, analisado, e aceito ou rejeitado como resultado desse olhar reflexivo.
Como tal, a reflexão é um ato que se dá no desapego que, quando é feita, nos liberta de qualquer armadilha.
Diante da reflexão, a principal dificuldade que se enfrenta é precisamente o medo de perder o que se acredita ter e do desconhecido que a mudança traz.
A prática reflexiva, no entanto, mostra que não se deve temer, porque com ela se abre a possibilidade de recuperar o respeito por si mesmo e o operar na biologia do amor como um resultado espontâneo.

MATURANA, Humberto e REZEPKA, Sima Nisis. Formação humana e capacitação. 4ª. Ed. Tad. Jaime A. Clasen. Petrópolis-RJ: Vozes, 2003. Pag. 31.

O PENSADOR....

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Água no Ceará - a água corre para o mar




Trago hoje algumas imagens que mostram como estamos lidando com a gestão da água no território do Ceará. É inegável o avanço em relação ao sistema que gerencia a distribuição de águas, com a integração dos grandes açudes por meio do canal da integração que corta todo o estado trazendo a água para a Região litorânea. O caminho das águas é o caminho do sertanejo, que foge de seu local em busca de uma esperança, a de viver melhor na "cidade". Pois, enquanto avançamos na sofisticação das soluções para garantir a água ao meio urbano, o Sertão continua usando as ferramentas já usadas no início do século passado: ancoretas levadas em lonbo de jumentos guiados por crianças. As mesmas crianças que perdem parte da infância buscando água longe de casa. Do mesmo jeito que mulheres e idosos, nas épocas mais difíceis pegam água "aonde dá".... As fotos abaixo mostram várias momentos e condições que vivemos na gestão de águas aqui no Ceará. Começamos com as ancoretas, os meninos levando o jumento, um em 1994, outro em 2004 (e nada mudou...). Depois outras cenas de busca pela água, o carro pipa, as cisternas, o grandes açudes, o Canal e o Castanhão, que visitei na semana passada.














































































Educação Ambiental - fragmentos para a reflexão

Abaixo transcrevo algumas matérias veiculadas nesse ano de 2008 pelo Jornal Diário do Nordeste, com minha participação. Falo sobre educação ambiental e a responsabilidade que temos diante dos nossos semelhantes e do Planeta.


Jornal Diário do Nordeste - Caderno Negócios (Fortaleza, 3/12/2008)

SOCIORRESPONSABILIDADE NO NATAL

Presente sustentável faz bem ao planeta.
Consumo responsável ajuda a construir, desde a infância, o entendimento sobre a preservação ambiental e a produção justa.


Produtos feitos com matéria-prima reciclada, reaproveitada, orgânica ou fruto de produção limpa são opções para o NatalEm tempos de crise, muita gente está pensando duas vezes antes de comprar presente de Natal, mesmo as lembrancinhas. Para quem está nesse dilema e não quer deixar de presentear, que a compra seja pelo menos útil. Produtos feitos com matéria-prima sustentável, que tanto preservam como valorizam a natureza e ainda são frutos de produção e comércio justos são opções que vão além do material. Além de serem bacanas, acompanham valor simbólico que ajudam a sensibilizar quem compra e quem ganha.Independente da escolha, importante é que a aquisição tenha como meta o consumo consciente e sustentável. De acordo com a professora Suely Salgueiro Chacon, doutora em Desenvolvimento Sustentável, pela Universidade de Brasília (UnB), a forma como a sociedade se organiza, produz e consome revela muito do que ela é enquanto grupo.Isso vale para o mercado local, regional e até mesmo o global. Isso porque, segundo a professora, o mercado interfere no comportamento e cria necessidades de forma tão rápida que induz os consumidores a adquirir itens supérfluos. Chacon percebe que há mudanças na forma de consumir, graças à mídia. “Há até avanços, no sentido de compreender que a sustentabilidade vai além da questão ambiental, e envolve questões sociais e políticas”, frisa.
OPÇÕES
Se a proposta for levar a natureza para a casa do presenteado, com velas e sachês feitos de matéria-prima elementar, o resultado surge em várias versões. Se for de cravo, a idéia é que o aroma leve proteção ao ambiente; erva-doce, estímulo; canela, prosperidade; e camomila, tranqüilidade. Assim, é possível presentear por valores na faixa de R$ 6,00, com velas e aromatizadores de cerâmica feitos de materiais reaproveitados. “Muitas pessoas procuram presentes que não usam tantas química e valorizam o que a terra oferece. O mundo está mudando e nós precisamos cuidar dele e da gente”, diz a vendedora da Mundo Verde da Avenida Engenheiro Santana Júnior, Rogéria França.Mas se a idéia for estender o presente ao uso diário, agendas e itens de escritório feitos com papel reciclado são opção para mudar o ambiente do escritório. Na CD Max da Avenida Santos Dumont os preços variam de R$ R$ 22,80 (agenda Naturalis, da Tilibra) a R$ 72,50 (caderno-agenda grande da Gráfica Ótima).Para iniciar crianças no consumo consciente, uma escolha é o estojo de R$ 23,25 da Faber-Castell, com Ecolápis feitos com madeira reflorestada, em espaços bem manejados. Porta-clips, porta-caneta e outros adereços de escritório são encontrados em várias livrarias, inclusive feitos com papel reciclado e fibras naturais, com preços na faixa dos R$ 20,00.Para crianças, a vendedora Regiane Salmito, da Caixa de Brinquedos na Rua Desembargador Leite Albuquerque, recomenda presentes feitos de madeira reflorestada. Os preços variam. A casa com mobília fica R$ 291,00, mas há opções por R$ 28,35, como o jogo Bate-Pino, e o quadrado mágico por R$ 18,40.
COMPORTAMENTO
Comércio justo ainda enfrenta dificuldadesA comercialização de produtos feitos com matéria-prima orgânica ainda enfrenta dificuldades, em especial na produção em grande escala. Por isso, mesmo que o consumidor encontre roupas e acessórios do tipo em lojas da cidade, as peças são minoria nas prateleiras e têm preços mais altos do que as não confeccionadas com orgânicos. Uma alternativa é fazer compras na Internet.De acordo com o engenheiro agrônomo Pedro Jorge Ferreira Lima, da ONG Esplar, pioneira no apoio à cultura do algodão orgânico no Ceará e referência nacional no assunto, mesmo com a produção estabelecida e clientes garantidos, as roupas da Justa Trama não são fáceis de encontrar porque a idéia do projeto, que de 30 costureiras saltou para uma central de cooperativas, é vender a preço justo, sem exploração. “Quando as roupas vão para as lojas, normalmente os preços são muito altos”, justifica.Além de servir de base para roupas da marca, o algodão orgânico do Ceará também está no tecido dos tênis da marca francesa Veja. O fio e a lona são de São Paulo, o couro do Rio Grande do Sul e a borracha, de seringueiras do Acre.No Brasil a Osklen é referência na criação de peças feitas com couro certificado por órgãos ambientais e com fibras e tintas cultivadas com agricultura familiar. Para comprar pela Internet, a WWF Brasil é uma alternativa. No www.wwf.org.br é possível escolher entre camisetas, bonés, lápis e adesivos cuja renda ajuda em projetos de preservação ambiental no País.
Marta Bruno - Repórter
http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=595144


Jornal Diário do Nordeste - Gestão Ambiental (Fortaleza, 29/10/2008)

Uma nova forma de relação com o mundo

Segundo a professora Suely Chacon, Educação Ambiental não se ensina apenas com palavras ou livros.

Foi-se o tempo em que educação ambiental se restringia a colocar papel no cesto de lixo ou a plantar mudinhas. A degradação do meio ambiente exige que a questão seja tratada com maior profundidade e que, junto com a orientação, o indivíduo seja preparado para transformar seus modos de consumo, pensando no coletivo e de forma atemporal. Fazer o habitual — e mais um pouco — para manter a casa, o ambiente de trabalho e a própria cidade saudáveis não é escolha, mas necessidade.“A mudança de atitude em relação à forma de consumir é parte de um processo amplo de tomada de consciência, sobre como conviver com nossos semelhantes e com o meio ambiente”, sugere a professora e pesquisadora da área de Desenvolvimento Sustentável, Suely Salgueiro Chacon. Isso acontece, segundo ela, à medida em que as ações de Educação Ambiental se disseminam em variadas instâncias e de forma transversal, não só nas salas de aula, mas em empresas, na mídia e no ambiente familiar.Como o ser humano precisa de alimentação, vestuário e moradia para sobreviver, a idéia é pensar o consumo de uma forma mais ampla: “Precisa-se de outros itens para viver, como educação e cultura. Precisamos, agora, de itens de saúde mais sofisticados e de transporte, o que amplia a base de necessidades e interfere no consumo. Importante é que a aquisição de bens e serviços não afete negativamente o ambiente´.“Educação Ambiental não se ensina apenas com palavras ou livros. A troca de informações enriquece a formação e aumenta a consciência ambiental. Há muitos aspectos implícitos no ato de encher um carrinho de supermercado, escolher um carro ou comprar roupa.
http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=584798



Jornal Diário do Nordeste - Gestão Ambiental (Fortaleza, 05/06/2008)

Caderno Gestão Ambiental - A opinião do especialista


Somos uma espécie!

Por Suely Salgueiro Chacon

O que é ser humano? Essa simples interjeição nos leva a uma profunda reflexão sobre o que temos feito com nossa casa, o Planeta Terra. O homem foi se distanciando da sua real condição de ser pertencente a uma espécie, a espécie humana, que habita na natureza e dela faz parte. Achando-se acima de tudo e de todos, inclusive de seus semelhantes, o homem foi instituindo um ´reinado´ que privilegia a sensação de ter, em detrimento da plenitude do ser.As conseqüências desse ´modelo´ de existência foram se engendrando ao longo da história conhecida da humanidade, e se exacerbaram com as possibilidades ampliadas de consumo em massa. Na medida em que os bens se tornam descartáveis, o homem explora cada vez mais a natureza e seus semelhantes para garantir que uma minoria privilegiada possa acumular e consumir, enquanto a maioria da humanidade é cada vez mais excluída e explorada, assim como a própria natureza. O aumento do desmatamento, a desertificação, a falta de água, as mudanças climáticas, bem como a fome a exclusão, a exploração irracional do trabalho humano, inclusive de crianças, a falta de respeito aos idosos e todas as formas de racismo e preconceito são exemplos do que nós mesmos fizemos ao nosso planeta e aos nossos semelhantes.No momento em que comemoramos o Dia Mundial do Meio Ambiente, cabe refletirmos sobre o que podemos fazer como espécie para reverter esse processo autodestrutivo. Muitos já se mobilizam. É preciso perceber nossa responsabilidade com o semelhante hoje e no futuro, e nos comprometermos com uma transformação real, para que todos se beneficiem. Garantir o acesso de todos à informação e a uma vida digna é o mínimo, e pode ser cobrado de governantes, mas a responsabilidade ética de mudar de atitude começa em cada um de nós.

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

O CONFLITO ESSENCIAL: SER OU NÃO SERTANEJO



Suely Salgueiro Chacon

Sertão, - se diz -, o senhor querendo procurar, nunca não encontra.
De repente, por si, quando a gente não espera, o sertão vem.
Guimarães Rosa
(Grandes Sertões: Veredas)



Este artigo traz um resumo das proposições do livro O Sertanejo e o caminho das águas: políticas públicas, modernidade e sustentabilidade no Semi-árido, de minha autoria. O livro tem como base a minha tese de Doutorado, defendida junto à Universidade de Brasília, e fala sobre o Sertão e os sertanejos.
O objetivo básico da pesquisa que resultou no livro foi verificar por que as políticas públicas não conseguem reverter o processo agudo de exclusão social e promover o desenvolvimento sustentável do Sertão. Foi realizado um estudo de caso no Sertão central do Ceará, tendo como ponto de partida a análise das políticas públicas ligadas à gestão de águas, por serem estas reconhecidamente as mais importantes em uma região como o Sertão semi-árido. A pesquisa foi realizada no período de 2003 a 2005.
A principal hipótese do estudo defendia que as ações do Estado têm causado uma desmobilização gradativa do Sertão. Isto se dá pela perpetuação da pobreza e da dependência, pela desarticulação social e cultural do povo, ou ainda por ações indiretas que promovem o deslocamento de fato desse povo para outras regiões, notadamente para o meio urbano.
Assim, a pesquisa partiu do pressuposto de que as políticas públicas para o Sertão estão desmobilizando esse espaço e que o sertanejo, perdendo seu referencial social e cultural, se desloca maciçamente para o meio urbano. As políticas de gestão de águas no Ceará, especificamente, têm reforçado esse movimento, já que têm promovido as condições para a viabilização de um projeto de desenvolvimento que se realiza prioritariamente no meio urbano e por intermédio de atividades econômicas (indústria e serviços) que não são dominadas pelo sertanejo típico. Sobre este ponto, o livro confirma que, apesar da melhora de alguns indicadores sociais no Sertão, a geração de emprego e renda está cada vez mais concentrada no meio urbano, especialmente na RMF.
O sertanejo se desloca para o meio urbano em busca de uma sensação de pertencimento que já não encontra no Sertão. A imagem de pobreza e desamparo que se costuma ligar ao Sertão pode ser vista agora nos aglomerados de pessoas que buscam um futuro melhor, perto do poder, nas cidades “mais desenvolvidas”. Esperam estar perto da idéia de paraíso, traduzida pelo desejo de consumo que a televisão e as parabólicas levam até eles todos os dias. Essas pessoas não têm acesso adequado à instrução e à informação que lhes permita uma visão crítica da fantasia que lhes é posta.
Por outro lado, os que não vivem no Sertão o vêem como um reflexo do litoral. Ou seja, uma região subordinada a outro espaço, o espaço da fartura, do progresso, da civilização. Assim, o Sertão é forçado ao longo de toda a sua história a lutar pela sobrevivência de um modo de vida sempre rechaçado, mesmo quando as principais atividades econômicas ali se desenrolavam. Na medida em que o projeto político do país prioriza atividades mais promissoras no meio urbano, notadamente no litoral, o Sertão passa a ser desmobilizado sem trégua, e o sertanejo depara-se com uma condição nova: ele, em seu espaço, já não faz parte do que acontece. Ou muda seu modo de viver ali, ou vai embora e tenta reproduzir o modo de vida da cidade, do litoral.
Os resultados da pesquisa apontaram que os conflitos, que são constantemente usados como referência para as políticas públicas, dificultam uma relação face a face, condição essencial para o desenvolvimento humano. O conflito em relação ao acesso à água se sobressai, no entanto, foi constatado que este é a representação de um conflito mais complexo e maior, que está oculto e se refere à própria identidade do sertanejo.
Ser ou não sertanejo é um conflito que se desenvolve historicamente e que, ao mesmo tempo, é influenciado e influencia as políticas públicas traçadas para o Sertão. Na medida que estas políticas não respeitam a cultura, o lugar e as pessoas, não colocando estas como seu foco real, não conseguem se traduzir em melhorias para o Sertão e ainda contribuem para a desmobilização de sua sociedade.
No início do século XXI, o Estado domina a cena e mantém o sertanejo refém de novas políticas públicas de cunho compensatório que transmutam a tradição assistencialista do Sertão e não reconhecem a condição de ator do sertanejo. O Estado capturado pelo poder político foi se modificando, adaptando discurso e prática para garantir a perpetuação da dependência do sertanejo. O Estado foi tão eficiente na simples contenção dos conflitos que está criando uma sociedade sem grande capacidade de reação. Os conflitos, tanto os explícitos quanto os latentes, continuam, mas são abafados. O antigo clientelismo dá lugar a um “cuidado” que mutila, baseado em políticas públicas compensatórias que se perpetuam e tomam o lugar das atividades geradoras de renda que poderiam garantir alguma autonomia.
O sertanejo, que conseguiu resistir à alternativa da migração que já levou tantos no rumo das grandes cidades do País, começa a acreditar que não vale a pena continuar no Sertão. A modernidade trazida sem cuidado por antenas parabólicas convence o sertanejo de que há uma vida melhor fora dali, nas cidades. Os velhos currais eleitorais do Sertão apenas estão se deslocando dali para a periferia das grandes cidades, onde a vida do ser é ainda mais degradada, e sua condição de excluído é desenhada com cores mais fortes, pois contrasta com o lado incluído dos bairros vizinhos. A pobreza presente no Sertão pode ser maior na cidade, contudo a esperança de encontrar nesse novo espaço uma condição perdida, um sentido para ser, faz o sertanejo ali permanecer.
O deslocamento de grande parte da população para o meio urbano enfraquece mais ainda o Sertão. Os problemas recorrentes com a água nesse espaço se agravam na medida em que a água se torna cada vez mais necessária nas cidades, tanto para uso doméstico como para a produção. As ações e políticas que atingem o Sertão estão na perspectiva urbana e deixam esse espaço cada vez mais vulnerável. O sertanejo é capturado em uma rede que aos poucos vai lhe paralisando e lhe deixando com poucas alternativas: ou migra para o espaço urbano ou continua no seu lugar apenas sobrevivendo, perdido em um modo de vida que já não é seu.
Em todo o estado, mas especialmente no Sertão, as pessoas e o próprio ambiente natural foram excluídos pelo sistema econômico e social vigente, porém sofrem as conseqüências negativas da intervenção de políticas públicas inadequadas à realidade local. Essas políticas têm desmobilizado o modo de vida do Sertão, em prol de uma “modernidade” capenga e ineficiente que não consegue conter os fluxos migratórios, muito menos melhorar efetivamente a qualidade de vida do sertanejo, e insiste em soluções paliativas que só aumenta a vulnerabilidade do sertanejo. E o que é pior: muitas dessas pessoas estão “desaparecendo” como cidadãos, protagonizando um estado de exclusão extrema, que os torna “desnecessários” ao sistema produtivo e até mesmo social. São pessoas que não se enquadram tecnologicamente às alternativas produtivas e perdem paulatinamente o acesso aos serviços públicos. Muitas nem mesmo possuem registro civil. Nascem, vivem (ou não) e morrem na miséria, sem existir para o governo ou para as estatísticas, que dessa forma não revelam completamente a realidade.
Assim, os conflitos visíveis no Sertão continuam ocorrendo em torno do acesso à água. É isto que se ressalta nas conversas e mesmo no direcionamento das políticas públicas. Historicamente a água estava controlada por latifundiários, donos dos açudes, e por isso donos de currais eleitorais. Muitos conflitos de fato permanecem em relação à água, que ainda chega no Sertão em lombo de jumentos ou em carros-pipas controlados pelos políticos locais, enquanto a política de águas do Ceará se sofistica com o uso de conceitos modernos e práticas científicas, mas beneficia grupos específicos, ligados ao poder.
É mantida a condição de cabresto das populações remanescentes no Sertão, que seguem à mercê dos favores públicos, mediados por “atravessadores” do Estado, que repetem os velhos hábitos e faturam em eleições. E a condição ambiental do Sertão continua servindo de justificativa para ações políticas que subordinam esse espaço e seus habitantes.
É preciso ir além dessa repetição em torno da água. Para que os políticos e as políticas não continuem se restringindo ao uso da escassez da água como justificativa da pobreza, é necessário ver esse conflito em relação à água como a camuflagem histórica de um processo contínuo de destruição da condição de ser no Sertão.
O cenário apresentado no livro indica uma tendência de esvaziamento do Sertão. O sertanejo segue o caminho das águas, traçado pelas políticas públicas, que leva às cidades do litoral, mais privilegiadas.
Como sugestão, no caso de revisão das ações políticas que afetam o Sertão, o livro sugere políticas públicas que tenham como objetivo central promover uma “piracema” de sertanejos, um retorno às origens daqueles que desceram pelo caminho das águas e vivem nas cidades, no litoral. Essa política seria parte de uma estratégia maior, de longo prazo, com forte esteio na educação, na criação de empregos e na diminuição relativa da importância das políticas públicas de cunho apenas compensatório. Isto reverteria a condição de subordinação do sertanejo e contribuiria para o fortalecimento da sociedade no Sertão, promovendo ali o verdadeiro desenvolvimento sustentável.

REFERÊNCIA:

CHACON, Suely Salgueiro. O Sertanejo e o caminho da s águas: políticas públicas, modernidade e sustentabilidade no semi-árido. Fortaleza: BNB, 2007. Série Teses e Dissertações. Vol. 8.

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Agricultores do semi-árido receberão 2,7 toneladas de sementes

Cerca de 184 mil famílias de agricultores familiares de seis estados do Semi-Árido brasileiro começam a receber mais de 2.700 toneladas de sementes de milho e feijão, dentro do Programa de Sementes da Secretaria da Agricultura Familiar do Ministério do Desenvolvimento Agrário (SAF/MDA). Os estados que receberão as sementes são: Paraíba, Piauí, Alagoas, Bahia, Ceará e Minas Gerais. No total, este ano o Programa vai atender 184 municípios, em 18 Territórios da Cidadania. Cada agricultor vai receber 5 quilos de feijão e 10 quilos de milho. O público beneficiário são agricultores familiares que participam do Garantia-Safra.Esta semana, foi iniciada a distribuição em Minas Gerais, nos territórios do Médio Jequitinhonha, Noroeste de Minas, Serra Geral e Vale do Mucuri, beneficiando 3.600 famílias, com 54 mil quilos de sementes. E, ainda, na Bahia, no território do Velho Chico, beneficiando 2.800 famílias, com cerca de 42 mil quilos.O Programa de Sementes conta com a parceria com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e do Instituto Agronômico de Pernambuco (IPA). Do total de recursos investidos na ação, R$ 11,5 milhões, o MDA entra com R$ 9,5 milhões e a Embrapa com R$ 2 milhões.A distribuição iniciada esta semana está ocorrendo de acordo com o calendário agrícola dos territórios. Ainda em dezembro será liberada a distribuição para o Piauí. Em 2009, para os demais estados.Segundo o secretário de agricultura familiar do MDA, Adoniram Sanches Peraci, os dois primeiros anos de distribuição de sementes já registraram melhoras na qualidade da lavoura e no aumento da produtividade de agricultores que receberam as sementes.ProgramaEste é o terceiro ano do Programa de Sementes. No primeiro ano (2006), foram distribuídas sementes para 40 mil famílias. Em 2007, este número aumentou para 92 mil famílias.A estratégia de distribuição de sementes é apenas uma das ações do Programa voltado para a agricultura familiar do nordeste, que tem a finalidade de agir em caráter emergencial distribuindo sementes para socorrer agricultores inscritos no Garantia-Safra e que moram em municípios que compõem os territórios da cidadania rurais.Cronograma

Dezembro de 2008:
Famílias do Velho Chico - BA: 2.799
Médio Jequitinhonha – MG: 576
Noroeste De Minas – MG: 647
Serra Geral – MG: 2.360
Vale Do Mucuri – MG: 35
Carnaubais – PI: 6.378
Entre Rios – PI: 1.063
Serra da Capivara – PI: 11.983
Vale Do Guaribas – PI: 19.745

Janeiro de 2009:
Famílias de Inhamuns Crateús – CE: 46.578
Famílias deItapipoca – CE: 26.230
Famílias do Sertão Central – CE: 34.600
Famílias da Borborema - PB: 11.195
Famílias o Cariri - CE: 14.514
Famílias da Zona Da Mata Sul - PB: 811
Abril de 2009:
Famílias do Alto Sertão – AL: 2.610
Famílias do Sisal – BA: 2.166
Total Geral: 184.290

Fonte: Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) (08/12/2008 )

Encontro discute produção familiar no semi-árido baiano



O evento reuniu pequenos produtores familiares da região que emgloba 18 municípios. Desenvolvimento sustentável, políticas públicas, agroenergia, produção e comercialização. Esses foram alguns dos temas debatidos no II Encontro de Agricultura Familiar do Território Semi-Árido (Agrifamília), realizado em Jeremoabo (BA). O evento reuniu pequenos produtores familiares da região chamada de semi-árido II, que engloba 18 municípios.
O objetivo, de acordo com o coordenador de projetos do Sebrae, Marco Dantas, foi trazer informação aos agricultores familiares da região, assim como na última edição do encontro, realizado em Ribeira do Pombal.
– Não focamos em um tema específico, pois a agricultura familiar tem a característica de ser multisetorial. Portanto, procuramos aprofundar em assuntos diversos, que possam contribuir para o desenvolvimento dos pequenos produtores, mostrando caminhos para oportunidades de negócios – diz Dantas.
Além das palestras, foi realizada uma feira para divulgação de produtos agrícolas. Instituições parceiras, como o Banco do Nordeste e o Sebrae, montaram estandes institucionais com o objetivo de fornecer orientações sobre serviços de apoio à agricultura familiar. Paralelo à feira, ocorreu ainda a Oficina do Empreendedor. A estimativa é que tenham passado pelo II Agrifamília cerca de 500 pessoas por dia.
Um dos temas debatidos foi a produção de biodiesel por meio da matéria-prima encontrada na região. O agricultor José Muniz, 52, conhecido em sua região como o “pai da mamona”, conta que foi um dos precursores do plantio.
– Eu já acreditava no potencial da mamona antes mesmo de iniciarem essas discussões à respeito da importância do biodiesel – revela.
– Mas, na época, há cerca de oito anos, fui um dos poucos que tentaram disseminar essa importância. Hoje, podemos ver que a mamona pode se tornar uma grande alternativa de renda para nós, agricultores familiares – complementa Muniz.
Ele ressalta que a mamona não deve se tornar a principal cultura de um agricultor familiar.
– Devemos entender como um incremento na renda, mas não como fonte de renda principal –diz. Para o agricultor, a importância em trazer especialistas no assunto está em esclarecer as dúvidas para os pequenos produtores.
– Adquirimos muitos conhecimentos ao longo do evento. Assim, podemos trabalhar para melhorar a vida de nossas famílias – acredita.
A questão do cooperativismo também foi reforçada por diversos palestrantes. E um exemplo concreto da importância do trabalho em grupo pode ser encontrado na Cooperapis (Cooperativa dos Apicultores, Meliponicultores e Agricultores Familiares do Sertão da Bahia). A cooperativa atua nos 18 municípios do semi-árido II, além do território de Itaparica. Foi fundada em 2004, com o apoio do Sebrae, e iniciou com 23 cooperados. Atualmente, já são 1.200 e a expectativa, segundo o presidente da cooperativa, Osmar Mutti, é que até 2009 o número de cooperados chegue a dois mil.
– Procuramos disseminar a importância do cooperativismo para a região. Quando fundamos o grupo, o principal objetivo era melhorar as condições de comercialização. Agora, com a abrangência que atingimos, já estamos com o projeto de montar uma central, que deve ser concluída em 2009, para escoarmos a produção de forma independente – explica Osmar. O presidente afirma ainda que a produção de cada agricultor familiar cooperado melhorou 100% após a formalização da cooperativa.

AGÊNCIA SEBRAE (06-12-08)

domingo, 30 de novembro de 2008

URICURI (O Segredo do Sertanejo)

João do Vale – José Cândido


Uricuri madurou
E é sinal
Que arapuá já fez mel
Catingueira fulorou
Lá no sertão
Vai cair chuva a granel
Arapuá esperendo
Uricuri madurecer
Catingueiro fulorando
Sertanejo esperando chover

Lá no sertão
Quase ninguém tem estudo
Um ou outro que lá aprendeu a ler
Mas tem homem capaz de fazer tudo,
Doutor
Que antecipa o que vai acontecer

Catingueira fulora
Vai chover
Andorinha voou
Vai ter verão
Gavião se cantar
É estiada
Vai haver boa safra no sertão
Se o galo cantar fora de hora
É mulher dando fora, pode crer
Acauã se cantar perto de casa
É agouro, é alguém que vai morrer

São segredos que o sertanejo sabe
E não teve o prazer
De aprender a ler

Uricuri madurou
E é sinal
Que arapuá já fez mel.

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Inscrições abertas para Concurso na UFC

160 vagas para Professor Efetivo da Universidade Federal do Ceará em Fortaleza e no interior

26-Nov-2008

A Universidade Federal do Ceará está com inscrições abertas, até 5 de dezembro de 2008, para 160 vagas de professor efetivo em Fortaleza e em seus campi do Interior do Estado (Sobral, Cariri e Quixadá). São vagas para professor assistente, adjunto e auxiliar em diversas áreas de conhecimento.
Do total, 50 são vagas oriundas do Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni), que prevê outras 210 vagas a serem abertas nos próximos anos. Já foram realizados, só em 2008, 130 concursos para docentes na UFC. Outras 21 vagas serão ofertadas até o fim deste ano.
O Reitor Jesualdo Farias ressalta o esforço da Administração Superior em melhorar o capital humano da instituição. “Jamais houve uma oferta tão grande de concursos na UFC. Mas é preciso também ressaltar a importância que o Governo federal dá ao Ensino Superior público no país. A UFC assumiu o compromisso de expandir com responsabilidade e, da parte do Governo federal, tem recebido completo apoio”.
Com o crescimento do corpo docente, será preciso também aumentar a infra-estrutura da UFC. Para isso, já estão assegurados R$ 40 milhões para execução de novas obras nos campi de Fortaleza e do Interior, com licitação prevista para janeiro de 2009.
Os editais dos concursos, com informações completas sobre titulação necessária ao candidato, processo de seleção, taxas e locais de inscrição, podem ser acessados no endereço www.srh.ufc.br/editais.htm .

FORTALEZA
Edital Nº 407/2008 – Professor Assistente – Campus da UFC em Fortaleza – Instituto UFC Virtual

Edital Nº 396/2008 – Professor Assistente – Campus da UFC em Fortaleza – Instituto de Cultura e Arte (ICA)

Edital Nº 395/2008 – Professor Adjunto – Campus da UFC em Fortaleza – Instituto de Cultura e Arte (ICA) e Instituto de Ciências do Mar (Labomar)

Edital Nº 391/2008 – Professor Assistente – Campus da UFC em Fortaleza – Centro de Tecnologia; Faculdade de Educação; Centro de Humanidades; e Faculdade de Economia, Administração, Atuária e Contabilidade

Edital Nº 390/2008 – Professor Adjunto – Campus da UFC em Fortaleza – Centro de Tecnologia; Faculdade de Educação; Centro de Humanidades; Faculdade de Economia, Administração, Atuária e Contabilidade; Centro de Ciências; e Centro de Ciências Agrárias - Alterado pelo Edital 415/2008

SOBRAL, CARIRI, QUIXADÁ
Edital Nº 392/2008 – Professor Auxiliar – Campus da UFC em Sobral e em Cariri – Curso de Medicina

Edital Nº 405/2008 - Professor Assistente – Campus da UFC em Quixadá – Curso de Sistemas de Informação

Edital Nº 409/2008 – Professor Assistente – Campus da UFC em Cariri
Edital Nº 412/2008 – Professor Adjunto – Campus da UFC em Sobral


Fonte: Divisão de Seleção e Orientação do Departamento de Desenvolvimento de Pessoal da SRH/UFC - (fone: 85 3366 7407)


http://www.ufc.br/portal/index.php?option=com_content&task=view&id=7673&Itemid=1

terça-feira, 25 de novembro de 2008

Conferência debate combate à desertificação e desenvolvimento do semi-árido


O semi-árido pode se transformar em árido até 2020 caso permaneça a tendência atual. É o que diz pesquisa conjunta do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, Unicamp e Embrapa. Para discutir medidas de combate à desertificação na região, o Ministério do Meio Ambiente promove de 24 a 26 de novembro, a I Conferência Regional sobre Mudanças Climáticas - Implicações para o Nordeste, em Fortaleza (CE). O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, participará do evento na quarta-feira (26), às 15h, no Centro de Treinamento do Banco do Nordeste do Brasil. Paralelamente, acontece a 1ª Reunião da Comissão Nacional de Combate à Desertificação (CNCD).

O objetivo do encontro é a formulação da "Carta de Fortaleza: Mudanças Climáticas e Políticas Públicas para o Desenvolvimento Sustentável do Nordeste", que será apresentada ao ministro com um conjunto de medidas necessárias para minimizar os impactos das alterações climáticas no desenvolvimento da região. Os participantes da Conferência debaterão as influências do clima numa região já castigada pela seca e considerada a mais vulnerável à desertificação no País. As conseqüências previstas vão desde a diminuição dos recursos hídricos, com a queda na produção agrícola, até o aumento do contingente de refugiados ambientais.

A idéia é que as ações propostas sejam capazes de assegurar a adaptação das populações do semi- árido e seus governos às mudanças climáticas em curso. Quatro grupos de trabalho formados por especialistas apresentarão propostas de políticas públicas que serão debatidas em conjunto, para a formulação de um plano de desenvolvimento que leve em conta as novas condições do clima. A Carta será a base para futuras reuniões da Conferência. Espera-se que os governos federal, estadual e municipal, além do setor privado, dos movimentos sociais e lideranças regionais acatem as recomendações do documento.

Já a Comissão Nacional de Combate à Desertificação se reunirá, pela primeira vez, no dia 26. O ministro Carlos Minc dará posse a seus membros e abrirá as discussões em torno do regimento interno do órgão. No evento, será apresentado o Programa Nacional de Combate à Desertificação e Mitigação dos Efeitos de Seca - PAN-Brasil.

A Comissão de Combate à Desertificação reúne dez ministérios, a Codevasf, Banco do Nordeste, Sudene, Dnocs, ANA e Embrapa, sob a coordenação do MMA. Participam, ainda a Sudene, o Dnocs, a ANA e a Embrapa. Integrantes dos governos de Minas Gerais e do Espírito Santo, da Associação Nacional de Órgãos Municipais de Meio Ambiente (Anamma) e de onze representantes de entidades da sociedade civil com atuação nas áreas suscetíveis à desertificação também estão na comissão.

Cabe à comissão estabelecer estratégias para o combate à desertificação e à diminuição dos efeitos da seca, medidas necessárias para erradicar a pobreza no semi-árido. Além disso, ela tem como finalidade implementar compromissos assumidos pelo Brasil na Convenção das Nações Unidas de Combate à Desertificação e Mitigação dos Efeitos da Seca. A desertificação se manifesta de maneiras diferentes, abrangendo níveis de degradação dos solos, da vegetação, dos recursos hídricos e intensa degradação dos recursos da terra.

ASCOM-MMA
http://www.mma.gov.br/ascom/ultimas/index.cfm?id=4495

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

A força que nunca seca



A força que nunca seca

Chico César/Vanessa da Mata

Já se pode ver ao longe
A senhora com a lata na cabeça
Equilibrando a lata vesga
Mais do que o corpo dita
O que faz o equilíbrio cego
A lata não mostra
O corpo que entorta
Pra lata ficar reta
Para cada braço uma força
De força não geme uma nota
A lata só cerca, não leva
A água na estrada morta
E a força nunca seca
Pra água que é tão pouca

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Uma reflexão sobre o papel das comunicações na determinação das novas relações sociais e territoriais



PARA REFLETIRMOS:


Na cidade é melhor...

Na TV um programa exibe o diálogo de uma família na hora da refeição, que supostamente teria migrado da zona rural para a cidade. O pai trabalharia na fábrica de carros que patrocina o tal programa.
Uma das filhas pega uma folha de alface e comenta:
- Pai, aquela que o senhor plantava antes era muito melhor que essa aqui, não é?
- É, mas lá dependíamos da chuva, e aqui, tendo trabalho, é muito melhor, responde o pai.
- Aqui se tem muitas facilidades, reforça a mãe.
- E aqui podemos estudar em uma escola perto de casa, completa a irmã.
Depois, em uma nova cena, o pai, já fardado, mostra o seu local de trabalho à filha que questionara a qualidade do alimento. É uma linha de montagem de carros. O pai mostra orgulhoso os benefícios gerados pela fábrica, e discorre sobre a alta tecnologia ali utilizada. Esses conhecimentos parecem fascinar a menina que só então concorda com a idéia de que a cidade é mesmo o melhor lugar.


Trechos de um programa, em tom de documentário,
com cenas dramatizadas,
patrocinado pela Fábrica de Automóveis FIAT,
exibido na TV Cultura em 07-07-2004.
* Essa reflexão está em um BOX do Cap. 8 do livro: CHACON, Suely Salgueiro. O Sertanejo e o caminho da s águas: políticas públicas, modernidade e sustentabilidade no semi-árido. Fortaleza: BNB, 2007. Série Teses e Dissertações. Vol. 8.(http://www.bnb.gov.br/projwebren/exec/livroDetalhe.aspx?cd_livro=20)

II Encontro Estadual de Educação Popular e I Encontro Estadual de Educação Social.

Hoje temos um informe enviado pela Profa. Verônica Salgueiro, do Curso de Psicologia da UNIFOR e Doutoranda da Faculdade de Educação da UFC. É sobre o II Encontro Estadual de Educação Popular e I Encontro Estadual de Educação Social. As inscrições para apresentação de trabalhos estão abertas até o dia 20 de novembro e custam R$ 15,00 para estudantes e R$ 30,00 para profissionais.


TEMA: 40 Anos da Pedagogia do Oprimido: Percursos de Sujeitos, de Movimentos e de Instituições


PERÍODO: 04 a 06 de dezembro de 2008


EIXOS TEMÁTICOS:
1. Estudos Interculturais
2. Movimentos Sociais e Comunicação
3. Educação Social
4. Educação do Campo
5. Cultura Corporal, Educação Biocêntrica e
Ludicidade
6. Pesquisa (Auto)Biográfica e História da
Educação Popular
7. Trabalho e Educação de Jovens e Adultos
9. Educação, Saúde e Espiritualidade
10. Educação Ambiental
11. Artes e Cultura Popular


COORDENAÇÃO GERAL:
João Batista de Albuquerque Figueiredo e
Ercília Maria Braga de Olinda

NORMAS PARA AS COMUNICAÇÕES:
Entregar resumo (entre 400 e 500 palavras) apresentando pesquisas concluídas ou em andamento, ou relatos de experiência. Título em caixa alta; nome do(a) autor(a) e dos colaboradores(as), quando houver, à direita com nota de rodapé, trazendo dados sobre formação, atuação profissional e e.mail; O texto deve conter: objetivo(s) do trabalho, metodologia utilizada, questões orientadoras e resultados (para trabalhos concluídos); apresentar três palavras-chave; Times New Roman, fonte 12, espaço simples; justificado. Seguir normas da ABNT e fazer revisão ortográfica.

LOCAL DAS INSCRIÇÕES:
Para estudantes da UFC e de outras Instituições não listadas abaixo: Faculdade de Educação – Bloco 123 - Altos (Gabinete do Prof. João Albuquerque)
Para estudantes da UECE: Centro de Educação - Prof.ª Dorinha.
Para estudantes da URCA e Campus da UFC no Cariri: Faculdade de Educação - Prof.ª Zuleide Queiroz e Curso de Ciências Sociais - Prof.ª Joselina da Silva.
Para estudantes da UVA e Campus da UFC em Sobral: Curso de Pedagogia Prof.ª Andréa Astigarrada e Curso de Psicologia - Prof. José Olinda.
Para estudantes do ICRE e ITEP: Curso de Teologia - Prof. Luiz Eduardo Bedoya.
Para educadores sociais: Eveline - FUNCI.


NÚMERO DE VAGAS:
350 vagas


ORIENTAÇÕES PARA A INSCRIÇÃO:
- Fazer pagamento da taxa na forma de transferência para a seguinte conta: Agência 3653 -6 do Banco do Brasil, conta Poupança 130.205 -1 (variação 01).

- Tirar cópia do comprovante e levar para o local da inscrição.

- Quem for apresentar trabalho (comunicação ou sessão coordenada de grupos de pesquisa, de extensão e de ação comunitária) deve levar uma cópia xerox do resumo e mandar um arquivo com o mesmo para os seguintes e-mails: joaofigueiredo@hotmail.com e bragadeolinda@yahoo.com.br
REALIZAÇÃO:
Linha de Movimentos Sociais, Educação Popular e Escola do Programa de Pós-Graduação em Educação Brasileira da UFC e Associação dos Educadores Sociais do Estado do Ceará.

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Dica de livro: Seca, fornalha e Estado de Emergência

Mais uma contribuição para nosso Blog! A Profa. Mônica Tassigny nos envia um livro organizado por ela e pela Profa. Gina Pompeu, em 2006: Seca, fornalha e estado de emergência. É uam edição do Instituto de Estudos e Pesquisas para o Desenvolvimento do Estado do Ceará - INESP da Assembléia Legislativa do Ceará (http://www.al.ce.gov.br/inesp/), e faz parte de seu acervo de livros institucionais. Mônica explica que o livro traz a história das secas no Ceará, desde a Colonização, além das políticas de emergência, a mudança de perspectica, buscando a convivência com o fenômeno, além de um pouco de literatura. Como tem características didáticas, o livro pode ser solicitado ao Presidente da Assembléia Legislativa para Bibliotecas e outros espaços afins.

Pôr do Sol em Juazeiro do Norte

Fim de tarde... Fim de semana...

As fotos abaixo mostram o pôr do sol em Juazeiro. A primeira é do entardecer em frente ao Campus da UFC, e a segunda mostra a vista da minha janela. Ao fundo está o Campus.
Essa paisagem espetacular é um presente diário que nos faz parar mesmo sem querer, e sentir a força dessa natureza única.

Extrativismo da Carnaúba - Município de Russas-CE

Hoje trago imagens do extrativismo da carnaúba. As fotos são do Município de Russas-CE, e foram tiradas pela amiga Odete Alves, pesquisadora do BNB e doutoranda do CDS-UnB.
Você podem conferir um texto da Odete sobre o assunto no seguinte endereço: http://www.bnb.gov.br/content/aplicacao/ETENE/Artigos/docs/tecnologia.pdf











UFC - CARIRI - Uma Universidade no Sertão para o Sertão

Por Suely Cgacon

As atividades no Campus avançado da Universidade Federal do Ceará - UFC no Cariri começaram em setembro de 2006, e estão transformando a vida da população de toda a região.
A 1a etapa de sua sede em Juazeiro do Norte está pronta (foto abaixo), e foi inaugurada pelo Presidente Lula em agosto de 2008. No início de 2009 mais uma etapa será entregue, e expectativa é que em 2010 tenhamos a maior parte de nosso Campus funcionando a pleno vapor.
A emoção que sinto a cada vez que chego ao Campus só pode ser entendida por quem, como eu, se apaixonou de forma irremediável pelo Sertão. O nosso Sertão cerca o Campus, e nos abraça o tempo todo. Assistir ao movimento daqueles jovens que têm agora um espaço que vai além da aprendizagem formal é um privilégio.

Mas não podemos perder de vista a imensa responsabilidade que temos. A instalação da UFC trará profundas mudanças para a região. E temos o dever de acompanhá-las, de forma a garantir que tudo seja feito com o cuidado e o respeito devidos com a natureza, com seu povo, com sua história e sua cultura.




quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Dia de Campo no Assentamento ACOCI - Campos Sales-CE

Continuando nossa conversa sobre o I Seminário do Semi-Árido, quero falar um pouco da nossa atividade de campo, ocorrida no dia 28 de outubro, no Assentamento ACOCI, em Campos Sales - CE.

















Saimos cedinho de Juazeiro do Norte, pegamos a estrada e quase duas horas depois encontramos Seu Chico, um dos líderes do Assentamento, que nos esperava na entrada. Aí foi muita poeira!

















Depois de rodarmos por mais ums 40 minutos dentro do Assentamento, encontramos o seu grande reservatório, e fomos recebidos por alguns assentados que conversaram com nosso grupo sobre sua vida e seu lugar. Mais tarde desfrutamos de um almoço maravilhoso, preparado com carinho pelas senhoras do Assentamento.


















Aos poucos, durante a conversa, Seu Chico (na foto abaixo) e os outros moradores foram contando a história do Assentamento, sua evolução, suas conquistas e suas enormes dificuldades.

Boa parte do dinheiro recebido pelos assentados foi gasto na contrução de boas moradias, compra de parabólicas e outros confortos, hoje comuns no Sertão.















Contudo, não houve a princípio a preocupação com a melhoria da terra ou com um adequado sistema de distribuição de água do reservatório. E a falta de acompanhamento técnico tem levado ao abandono ou ao uso inadequado da terra. O agente de desenvolvimento do BNB, Romildo, que nos ajudou a encontrar o Assentamento, explicou que aquele é o segundo maior assentamento do Ceará ligado ao INCRA, e que, apesar da grande área e do grande potencial, tem caminhado muito lentamente. E a maior dificuldade é falta de assistência adequada aos agricultores, para o uso de novas técnicas, a falta de acesso aos conhecimentos que fariam a diferença.

Percebemos ao longa da conversa e da visita, que todos os temas debatidos no dia anterior podiam ser vistos naquele local. A começar pelo Biodiesel, que levou parte dos agricultores a plantar mamona. Tiveram um resultado bem abaixo do esperado, mas acreditam que pode ser sim uma boa saída. Melhor que as culturas de subsistência.

A falta do cuidado com o uso do solo tem levado ao assoreamento e a processos de desertificação em partes do local.

Apesar do grande reservatório, a água não chega para a maioria, e em determinadas épocas o reservatório apresenta grande quantidade de plantas aquáticas e cheiro fético.

Faltam escolas e postos de saúde. E a comunidade não consegue se unir e se organizar para ter seu representante. Mesmo com candidatos próprios, seus votos se dispersaram na última eleição, e eles, mais uma vez, não elegeram seu vereador.

O Prof. Ricardo Ness, Diretor do Campus Cariri da UFC, e a Profa. Suely Chacon, Coordenadora do Centro de Pesquisa e Pós-graduação do Semi-Árido (CPPS) da UFC Cariri, se comprometeram pessoalmente de trazerem a UFC para dentro do Assentamento, direcionando pesquisas e projetos de extensão de modo a auxiliar na construção de uma melhor dinâmica da produção e mesmo das relações comunitárias.
Já na volta para Juazeiro encontramos um jumentinho, quase bebê, abandonado na estrada. Infelizmente esse é o retrado de uma das mudanças recentes no Sertão. O velho e bom jumento tem sido substituido pelas motos e bicicletas, e abandonados a própria sorte. Muitos acabam mortos por atropelamento nas estradas.
Aproveitamos a volta para dar um pequeno desvio e conhecer a cidade de Assaré, terra de Patativa, grande artista do Sertão. Abaixo algumas fotos tiradas por mim e pela amiga Odete.




quarta-feira, 12 de novembro de 2008

I Seminário do Semi-Árido

No final de outubro próximo passado (dias 27 e 28), tivemos a oportunidade de reunivar perto de 60 pessoas que refletiram de forma intensa sobre o Semi-árido. O evento aconteceu em Juazeiro do Norte, e teve como anfitriã local a comunidade do Campus do Cariri da Universidade Federal do Ceará (UFC). O principal objetivo desse encontro foi apontar caminhos para o desenvolvimento sustentável do Semi-Árido brasileiro.

Antes de falar do Seminário e de sua organização, quero lembrar um dos momentos mais aplaudidos, que foi a apresentação da Orquestra de Rabecas SESC Cego Oliveira. Foi um momento mágico, que abriu nossos corações para os debates que viriam a seguir.
A orquestra é composta por jovens que já passaram por situações bem difícies na vida, e ainda enfrentam sérios problemas para se manterem. A Orquestra de Rabecas Cego Oliveira surgiu em 2002, com alunos da Oficina de Musicalização desenvolvida pelo SESC no Lar Assistencial Francisco de Assis, instituição do bairro do Pirajá, em Juazeiro do Norte-CE. A idéia era contribuir para preservar a rabeca e levá-la a um novo público, mais jovem, dando-lhe uma nova direção, um novo significado, mais camerístico, e mostrando outras possibilidade sonoras e de repertório.

O resultado é um espétaculo incrível. Os jovens, que também fabricam seus instrumentos, nos brindaram não só com seu talento musical, mas com a certeza de que nesse nosso Sertão tudo é possível, porque seu povo é capaz!

A próxima foto mostra a apresentação da Orquestra no nosso Seminário.

Ficha Técnica da Orquestra:
Di Freitas (violão, arranjos e regência); Sidália Maria Martins Silva, Juliana da Silva, Cícero Carlos Gomes, Alison Caetano dos Santos, Davidson, Kennedy Férrer Campos Sousa, Simone Martins Silva, Renato Verissimo Gomes, Renato Laurindo, Daniel Cesar de Souza Oliveira, Francisco Wellington Vieira Silva e Cicero Anderson Bernardo (rabecas); José Evânio Soares, Juarez Soares dos Santos e Francisco Veríssimo Gomes (rabeca e pífano); José Isaac da Silva, David Kennedy Férrer Campos Sousa, Wandemberg Caetano dos Santos e Maricelio Santos Silva (percussão)


Embalados pela música da Orquestra, iniciamos a programação do I Seminário do Semi-árido, organizado no âmbiro do Observatório do Desenvolvimento Regional Sustentável do Semi-árido (ODERSU), que é fruto de uma demanda do Escritório Técnico de Estudos Econômicos do Nordeste (Etene), do Banco do Nordeste do Brasil (BNB), junto ao Centro de Desenvolvimento Sustentável (CDS) da Universidade de Brasília (UnB) e ao Centro de Pesquisa e Pós-graduação do Semi-árido (CPPS) da UFC. A realização é a primeira ação desenvolvida no contexto do ODERSU. E seus objetivos foram: i) a discussão sobre as problemáticas da região; ii) a definição de uma agenda prioritária para o Semi-Árido; iii) o planejamento de ações conjuntas entre os parceiros.

O ODERSU está em fase de planejamento de suas linhas de trabalho, e o Seminário ajudará a melhor definir suas ações. O conceito de rede está implícito na concepção do Observatório, que busca reunir pessoas e instituições em diversos lugares em torno da discussão do desenvolvimento do Semi-árido.

O CDS-UnB está à frente dessa fase de planejamento e conta com a parceria do CPPS-UFC-Cariri. A Coordenação Geral está a cargo da Profa. Dra. Laura Duarte (UnB) e a Coordenação Local está coma Profa. Dra. Suely Chacon (UFC). Na medida em que o Observatório passe para a fase de consolidação, novas instituições se juntaram a essa parceria. A mesa de abertura contou com a presença dos representantes da UnB, da Casa Civil da Presidência da República, da UFC-Cariri do Instituto Nacional do Semi-árido e do BNB.


Na continuação, o Seminário tratou dos seguintes temas, organizados em Grupos de Trabalho:
GT1 – Cadeia Produtiva do Biodiesel GT2 – Desertificação GT3 – Uso do Solo GT4 – Seqüestro de Carbono e Mudanças Climáticas GT5 – Processos Locais de Organização da Agricultura Familiar e de Governança GT6 – Recursos Hídricos GT7 – Políticas Públicas de Sustentabilidade e Inclusão Social no Semi-Árido. Os participantes podem ser conferidos na programação, a seguir:

I SEMINÁRIO DO SEMI-ÁRIDO
Data: 27 e 28 de Outubro de 2008
Local: Hotel Verdes Vales – Juazeiro do Norte-CE

PROGRAMAÇÃO
Dia 26/10
Chegada dos Participantes
Dia 27/10
8:00 8:30 Abertura do Seminário
Mesa de Abertura:
Coordenadores ODERSU: Profa. Dra. Laura Maria Goulart Duarte – Vice-Diretora do CDS-UnB
Prof. Dr. João Nildo de Souza Vianna – UnB-CDS
Profa. Dra. Suely Salgueiro Chacon – UFC
Representante UFC Prof. Dr. Ricardo Ness - Diretor do Campus da UFC - Cariri
Representante BNB Prof. Dr. José Sydrião Alencar Jr. - Superintendente do ETENE - BNB
Representante do INSA - Sr. Roberto Germando - Presidente

8:30 9:00 Apresentação Reginaldo Paes

9:30 10:00 Intervalo
10:00 10:40 Conferência Tema 1: “Cadeia Produtiva do Biodiesel”
Conferencista: Liv Soares Severino - Pesquisador – Embrapa
Debatedores: Dr. José Honório Accarine –
Programa Nacional de Biocobustíveis da Casa Civil
Marcos Falcão – Banco do Nordeste – BNB
Coordenador: Prof. Dr. João Nildo de Souza Vianna – UnB-CDS

10:40 11:20 Conferência Tema 2: “Desertificação”
Conferencista: Prof. Ms Sônia Barreto Perdigão de Oliveira – FUNCEME
Debatedores: Sr. José Roberto Lima – Ministério do Meio Ambiente
Profa. Dra. Suely Salgueiro Chacon – UFC
Coordenador: Prof. Dr. Marcel Bursztyn – UnB-CDS
11:20 12:00 Conferência Tema 3: “Uso do Solo”
Conferencista: Dr. Iêdo Bezerra Sá – Embrapa
Coordenadoras: Profa. Dra. Joselisa Maria Chaves
Profa. Dra. Magda Eva Soares de Faria Wehrmann
12:00 12:40 Debate
12:40 14:40 Almoço
14:40 15:10 Conferência Tema 4: “Seqüestro de Carbono e Mudanças Climáticas”
Conferencista: Dra. Vanderlise Gingo Petrere - Embrapa Semi-Árido
Coordenadores: Prof. Dr. Antonio Cesar Pinho Brasil Jr. – UnB
Prof. Dr. Saulo Rodrigues Pereira Filho
15:10 16:50 Conferência Tema 5: “Processos Locais de Organização da Agricultura
Familiar e de Governança”
Conferencista: Dr. Belarmino Mariano Neto – UEPB.
Debatedora: Profa. Dra. Maria Irles de Oliveira Mayorga – UFC
Coordenadora: Profa. Dra. Dóris Aleida Villamizar Sayago – UFPB
16:50 17:00 Intervalo
17:00 17:40 Conferência Tema 6: “Recursos Hídricos”
Conferencista: Prof. Dr. Francisco Suetônio Bastos Mota - UFC
Debatedora: Profa. Dra. Avaní Terezinha Gonçalves Torres - UFPB
Coordenadores: Dr. Bruno Gonzaga Agapito da Veiga
Profa. Dra. Maria do Carmo Sobral
17:40 18:20 Conferência Tema 7: “Políticas Públicas de Sustentabilidade e Inclusão Social
no Semi-Árido”
Conferencista: Prof. Dr. José Sydrião Alencar Júnior - BNB / ETENE
Debatedor: Prof. Ms. Jeová Torres – LIEGS / UFC
Coordenadores: Profa. Dra. Suely Salgueiro Chacon – UFC
Profa. Dra. Vanessa Maria de Castro
18:20 19:00 Debate
20:00 Jantar – LANÇAMENTO DO LIVRO “O Poder dos donos: Planejamento e
Clientelismo no Nordeste”
Autor: Marcel Bursztyn
Dia 28/10

6:00 Saída para campo

8:00 12:00 Atividade em Campo - Município de Campos Sales

12:00 14:00 Almoço – Município de Campos Sales e Retorno a Juazeiro do Norte
14:00 16:00 Reunião dos Grupos de Trabalho com respectivos Coordenadores
16:00 16:20 Intervalo
16:20 18:00 Plenária - Apresentação das Sínteses dos Grupos de Trabalho pelos Coordenadores

18:00 19:30 Debate e Síntese Geral do Seminário

20:00 Jantar de Encerramento
Dia 29/10

Retorno dos Participantes

Outro ponto alto foi o dia de campo, realizado no Assentamento ACOCI, em Campos Sales-CE. Falarei sobre esse momento na próxima postagem.

NOVO EDITAL DO BNB PARA O SEMI-ÁRIDO

AVISO ETENE/FUNDECI 08-2008

Difusão de Tecnologias de Convivência com o Semi-árido

Objetivos:

Este Aviso, portanto, pretende selecionar projetos que proponham soluções de convivência com o semi-árido e/ou que contribuam para a solução de problemas das atividades produtivas desenvolvidas por agricultores nordestinos localizados no semi-árido da área de atuação do BNB, em consonância com as diretrizes do Governo Federal. Entende-se que o semi-árido nordestino apresenta importância socioeconômica para o Nordeste, tendo predominância na área de atuação do BNB e carente de tecnologias apropriadas para o desenvolvimento de suas atividades produtivas, requerendo um trabalho de difusão e validação de tecnologias que venham contribuir para o aumento da eficiência no uso da mão-de-obra, ampliar a renda e, conseqüentemente, melhorar a qualidade de vida das famílias.
O Aviso 08/2008 tem como objetivo apoiar a realização de projetos de difusão de tecnologias de convivência com o semi-árido, de interesse do BNB, em sua área de atuação (conforme delimitação do semi-árido definida pelo Ministério da Integração Nacional, disponível em http://www.mi.gov.br/desenvolvimentoregional/publicacoes/delimitacao.asp), exclusivamente nas seguintes linhas:
- Tecnologias de exploração agropecuária adaptadas ao semi-árido e processamento agroindustrial;
- Tecnologias de exploração, conservação e utilização de forrageiras adaptadas ao semi-árido;
- Enriquecimento da caatinga com frutíferas xerófilas, inclusive a produção de mudas;
- Banco comunitário de sementes;
- Captação de água ‘in situ’;
- Barreiras para irrigação de salvação;
- Recuperação de áreas degradadas;
- Tecnologias para manejo de recursos hídricos com barragens subterrâneas;
- Tecnologias voltadas para racionalização do uso da água no semi-árido.
A entidade proponente deve ser uma instituição sem fins lucrativos (fundações, institutos, autarquias, ONG`s e outras entidades), com sede nos estados do Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia ou Norte de Minas Gerais (nos quais se insere a zona semi-árida), legalmente habilitada a conduzir projetos de pesquisa e/ou difusão tecnológica e com comprovada estrutura e competência para esse mister.
Os recursos para o presente Aviso R$ 800.000,00 (oitocentos mil reais) para difusão tecnologias para convivência com o semi-árido são oriundos do Fundo de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – FUNDECI/BNB, concedidos às instituições proponentes em caráter não-reembolsável. O valor individual dos recursos solicitados ao FUNDECI, em cada proposta de projeto de difusão, não poderá ser superior a R$ 100.000,00 (cem mil reais).


Download do Formulário Único de Propostas - FUP formulario_unico-propostas


Prazos
i. Recebimento das propostas: de 05 novembro de 2008 a 19 de dezembro de 2008*
ii. Divulgação do resultado da pré-seleção: Até 23 de janeiro de 2008.
(*) Até as 18 horas.

Contatos
Banco do Nordeste do Brasil S/A
Cliente consulta: 0800-783030 clienteconsulta@bnb.gov.br
Escritório Técnico de Estudos Econômicos do Nordeste – ETENE
Fundo de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – FUNDECI
Endereço: Av. Paranjana, 5.700 - Bloco A2-Térreo - Passaré
CEP 60.740-000 - Fortaleza (CE)
Fones: (85) 3299.3440, 3299.3438, 3299.3411, 3299.3763 e 3299.3180
Fax: (85) 3299.3474
e-mail: fundeci@bnb.gov.br

terça-feira, 11 de novembro de 2008

SERTÃO SEMI-ÁRIDO

O Sertão semi-árido encontra-se no Bioma da Caatinga, que é o único ecossistema exclusivamente brasileiro, e é considerada uma das 37 regiões naturais do planeta. Isto é, a Caatinga ainda abriga pelo menos 70% de sua cobertura vegetal original, e por isso é considerada estratégica no contexto das mudanças globais (TABARELLI e SILVA, 2003 apud CHACON, 2007*).


* CHACON, Suely Salgueiro. O Sertanejo e o caminho da s águas: políticas públicas, modernidade e sustentabilidade no semi-árido. Fortaleza: BNB, 2007. Série Teses e Dissertações. Vol. 8.(http://www.bnb.gov.br/projwebren/exec/livroDetalhe.aspx?cd_livro=20)