segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Educação, Ciência e Tecnologia para a Inclusão

Conexão bem-vinda
Com articulação entre tecnologia e necessidades comunitárias, projeto de escola de Vila Pavão (ES) amplia envolvimento de alunos com atividades e auxilia aprendizagem e agricultura familiar
Edinaldo Andrade
Ao unir tecnologia e agricultura familiar, escola rural aumentou participação dos alunos e dos pais

O bom uso da informática e da internet, utilizadas como ferramentas a serviço da educação, está ajudando a promover transformações econômicas e, principalmente, sociais na vida das famílias dos estudantes do Centro Estadual Integrado de Educação Rural (Ceier), em Vila Pavão, noroeste do Espírito Santo. Com 78% dos 9 mil habitantes do município residindo na zona rural e praticamente sem acesso à internet, a iniciativa - simples, porém audaciosa - das professoras Andréa Cristiane Rodrigues e Edilene Cristina Rodrigues está contribuindo para o crescimento da agricultura familiar (base da economia local) e para um melhor desempenho escolar dos alunos. 


O projeto Campo Sustentável teve início em março de 2009, a partir da observação das professoras de que era possível criar uma rede de troca de conhecimento sobre a agricultura de subsistência, em que os estudantes transmitissem as informações aos pais - em sua maioria agricultores. As ferramentas para isso seriam a informática e a web. "Queríamos envolver os pais no uso de novas tecnologias que pudessem auxiliar no desenvolvimento da agricultura familiar, a partir da internet. Mas percebemos, no entanto, que eles tinham um certo receio em valer-se dessas ferramentas, por achar que não saberiam utilizar o computador", conta Andréa. 



Para quebrar esse tabu, a estratégia das professoras foi envolver os alunos não apenas para que eles transmitissem o conhecimento aos pais, mas também como forma de aproximar a família das novas tecnologias e da escola. Os resultados foram muito positivos: depois que passaram por oficinas multimídia e de Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs), na primeira etapa do projeto, cerca de 104 estudantes dos ensinos fundamental (8ª série) e médio passaram a atuar como "professores", oferecendo cursos de formação em informática aos pais.



Juntos, pais e filhos passaram a buscar e acompanhar as ferramentas disponíveis na rede que poderiam melhorar a vida no campo. "Como eram os alunos que ensinavam, os pais ficavam orgulhosos e aceitavam melhor essa aproximação, permitindo que o projeto atingisse seus objetivos", conta a professora Edilene. "Em nossa comunidade, poucos possuem computador e, em casa, nenhum possui internet, a não ser um ou dois alunos que moram na cidade", completa Andréa.



"No início, fiquei meio assustada, já que era uma coisa na qual eu nunca havia tocado. Mas isso foi superado com a surpresa e o orgulho de ver a minha filha me dando aula. Os pais que fazem parte deste projeto descobriram um mundo novo", diz Lucimar Campana Buthe, que trabalha na lavoura do café. Ela conta que além das pesquisas que faz para melhorar a produção no campo, como dicas de poda, adubação e irrigação, também utiliza a rede mundial de computadores para pesquisar receitas culinárias. 



"Tem sido uma experiência muito importante, os pais têm muita vontade de aprender e, quando o ensino é de filho para pai, a liberdade de perguntar é bem maior, sem medo de errar", revela Delitália da Silva Felício, aluna do curso técnico de Agropecuária do Ceier. Para ela, o projeto também está incentivando os mais jovens a viver no campo, sem a necessidade de buscar a sorte nas grandes cidades. 



As aulas do projeto Campo Sustentável são semanais, com cerca de duas horas de duração, e são realizadas em uma sala da escola equipada com 15 computadores (com conexão via satélite). Pais e alunos aprendem sobre uso e manejo do solo, da água, economia doméstica, zootecnia e agrofloresta - preservação de nascentes e mananciais. "As oficinas também abordam o uso dos recursos disponíveis na internet, como previsão climática, cotação de preços, modo de produção, plantio correto e até participação em programas de incentivo do governo, que auxiliam na produtividade e melhoria do trabalho na terra", destaca Andréa. 



Durante o projeto, por meio de um programa interdisciplinar, também foram abordados temas relacionados à produção animal, vegetal, saúde, segurança do trabalho, geografia, ciências, sociologia, biologia e até artes.



Os resultados do projeto não demoraram a aparecer. Segundo as professoras, 32 famílias tiveram aumento na renda familiar e aumentaram sua participação no programa de aquisição de alimentos do governo estadual. Além disso, o logotipo das embalagens de biscoitos caseiros produzidos por um grupo de senhoras do município foi desenhado pelos alunos do projeto. 



Fases
Com o apoio das secretarias Estaduais de Educação (Sedu) e de Agricultura (Seag), que doou os computadores, o projeto Campo Sustentável foi desenvolvido em cinco fases: oficinas de multimídia para os alunos; criação do site (www.ceiervp.com.br) e blog (jovemceier.blogspot.com); parceria com a prefeitura para a produção de conteúdo para um programa de rádio semanal em uma emissora comunitária (na qual os alunos falam ao vivo, das 6h20 às 7 horas da manhã, sobre notícias do campo, como mercado leiteiro, cafeeiro, adubação orgânica, entre outros temas); ensino de informática e de como realizar pesquisas na internet para os pais e, por último, a utilização dos recursos tecnológicos pe­los familiares dos alunos para melhorar a produ­ção agrícola.



Segundo as professoras, somando-se todas as ações de mobilização envolvendo os cursos com os pais na escola, o blog, o site e o programa de rádio, cerca de nove mil pessoas são hoje impactadas pelo projeto, sendo duas mil na área urbana e sete mil no campo. 



Com tanta repercussão, o Campo Sustentável tomou dimensões inesperadas até mesmo para as idealizadoras do projeto. Este ano, após concorrer com mais de mil escolas, a iniciativa foi reconhecida pelo Prêmio Microsoft Educadores Inovadores, que premia os melhores projetos educacionais do país que fazem uso de tecnologia, desenvolvidos por educadores de escolas públicas ou pelas secretarias de Educação. 



Com o primeiro lugar da etapa nacional da categoria Inovação em Comunidade e segundo lugar no Terceiro Fórum Latino-americano de Educadores Inovadores da Microsoft, o projeto se tornou motivo de orgulho para todo o município e representará o Brasil na etapa mundial do Prêmio, que será realizada na Cidade do Cabo, na África do Sul. "Nossa maior recompensa foi ver uma grande interação entre pais e filhos. Todos estão muito mais próximos da escola. Percebemos que os alunos também adquiriram maior responsabilidade. Eles assumiram o nosso papel e passaram a ser os sujeitos do projeto", diz Edilene. 



Estrutura
O Centro Estadual Integrado de Educação Rural (Ceier) adota a agroecologia - abordagem que incorpora cuidados especiais relacionados ao meio ambiente - com o objetivo de construir um projeto de agricultura e de relação com a terra. Os estudantes permanecem na escola entre 7h e 16h40, realizando diversas atividades. A unidade de ensino possui laboratório de informática, refeitório, quadra de esportes, biblioteca, auditório, pátio para lazer e as chamadas áreas técnicas (zootecnia, horticultura, fruticultura e econo­mia doméstica).


Implantação do projeto
DesafiosSolução
ETAPA 1 
Participação dos alunos nas oficinas multimídias
Implantar a oficina, com 10 computadores, para salas de 30 alunos.Com a parceria da Secretaria Estadual de Agricultura, a escola ganhou mais 5 computadores, amenizando o problema. Outro diferencial são as 15 horas de Integração Curricular, que podem ser utilizadas pelos professores para desenvolver projetos e oferecer assistência pedagógica.
ETAPA 2 
Criação do site e blog
O custo financeiro do domínio e hospedagem do site e a falta de acesso dos alunos e familiares às tecnologias.Articulação da comunidade para adquirir recursos financeiros para o site e participar da criação do site e blog.
ETAPA 3 
Produção do conteúdo para o programa de rádio
Levar o programa ao ar com audiência dos pequenos proprietários da região.Com uma parceria da prefeitura, o programa foi ao ar em uma rádio comunitária. A aceitação foi boa e o tempo passou de 20 para 40 minutos. Além dos convidados recebidos, os ouvintes podem participar do programa ao vivo.
ETAPA 4
Informática e pesquisas na internet ensinadas pelos alunos
Aceitação e demanda dos familiares pelas aulas do projeto.Com a coordenação dos professores e os alunos ensinando a utilização das TICs aos pais e demais interessados, a demanda superou as expectativas.
ETAPA 5
Utilização de recursos tecnológicos para comunidade melhorar a produção agrícola
Fazer com que os pais aceitassem a tecnologia a serviço da melhoria da produtividade e da qualidade de vida.Com as oficinas, houve um compartilhamento das experiências a partir dos conhecimentos adquiridos.

Nível de aprendizagem dos alunos
ConhecimentoAntes do projetoDepois do projeto
Geografia45%80%
Segurança do Trabalho45%82%
Uso e Manejo do Solo45%81%
Ciências45%79%
Zootecnia39%79%
Produção Animal50%90%
Produção Vegetal42%82%
Sociologia50%79%
Biologia50%79%
Economia Doméstica39%80%
Artes39%76%
Fonte:Professoras idealizadoras do projeto

sábado, 29 de janeiro de 2011

Contradições das políticas internacionais de desenvolvimento




Brasília, 28/01/2011
Países de economia média concentram 75% da pobreza mundial
Número de nações pobres caiu de 60 para 39 desde 1990; economias médias passaram a reunir 75% da população em condição de miséria


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BRUNO MEIRELLES
da PrimaPagina

Com a diminuição do número de países pobres de 60 para 39 desde 1990, e a consequente ascensão desses territórios à categoria de economias de renda média, cerca de 75% das pessoas que vivem com menos de US$ 1,25 por dia estão hoje em nações cujo PIB per capita está acima da linha que define se um Estado é pobre ou não, avaliada em US$ 995.

É o que revela o estudo “E se Três Quartos dos Pobres do Mundo Viverem em Países de Renda Média?”, conduzido por Andy Sumner, do Instituto de Estudos sobre Desenvolvimento do CIP-CI (Centro Internacional de Políticas para o Crescimento Inclusivo), órgão do PNUD em parceria com o governo brasileiro.


“Estimamos que em 1990 cerca de 93% das pessoas em situação de miséria viviam em economias frágeis. Em contrapartida, entre 2007 e 2008, três quartos dos cerca de 1,3 bilhão de pobres do mundo viviam em nações de rendimento médio”, analisa o artigo.

A constatação levanta questionamentos sobre a classificação das nações de acordo com o PIB per capita, adotada desde o início dos anos 1970 pelo Banco Mundial. A renda de uma série de países ultrapassou a barreira dos US$ 995 nos últimos 20 anos, mas apenas uma pequena parcela de sua população efetivamente vive com mais de US$ 1,25 por dia.

Para o BIRD, uma economia de renda média tem PIB per capita situado entre US$ 996 e US$ 12.196.


“Crescimento sem transformação social, econômica ou política são um ponto de partida para explicar a persistência de altos níveis de pobreza absoluta nos países de renda média. Quando se faz uma análise desse grupo, mudanças no emprego agrícola são evidentes, mas, surpreendentemente, há poucas alterações na desigualdade e nas receitas fiscais”, acrescenta o estudo.


O documento do CIP-CI revela ainda que apenas 23% das pessoas em situação de miséria vivem em Estados frágeis e afetados por conflitos, dez pontos percentuais a menos do que o estimado há duas décadas.


“É uma mudança surpreendente em um curto período. Isso significa que, mesmo que o ODM número 1 fosse plenamente atingido por todos os Estados com economia frágil ou que enfrentam alguma guerra, ainda teríamos 900 milhões de pessoas pobres vivendo nos países estáveis e com rendimento médio.”


Novos desafios

Para reverter a situação, o documento pede uma revisão de metas de desenvolvimento humano baseadas na redução da pobreza pelo incentivo ao crescimento econômico. A nova agenda, acrescenta, não deveria visar como única medida à redução da miséria, mas, sim, adotar uma carteira de objetivos que promovam mudanças de longo prazo e permanentes através de investimentos e transferências de renda.


“Uma forma de leitura dos dados é a de que a pobreza está deixando de ser internacional e se tornando um problema de distribuição nacional. Além disso, a tributação e as políticas de redistribuição interna dos governos estão se tornando mais importantes do que a ajuda oficial ao desenvolvimento."

http://www.pnud.org.br/pobreza_desigualdade/reportagens/index.php?id01=3661&lay=pde

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

RESULTADO FINAL DA SELEÇÃO PARA O MESTRADO DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL SUSTENTÁVEL

UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ 
CAMPUS DO CARIRI
CENTRO DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO DO SEMIÁRIDO
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM
DESENVOLVIMENTO REGIONAL SUSTENTÁVEL (PRODER)


RESULTADO FINAL DA SELEÇÃO PARA O MESTRADO DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL SUSTENTÁVEL – TURMA DE 2011


A Coordenação do Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Regional Sustentável (PRODER), no uso de suas atribuições legais, em conformidade com as exigências do Regulamento desse programa, da Resolução nº. 15/2010 do CONSUNI /UFC e do EDITAL Nº 01/2010/PRODER, divulga o resultado final da seleção de candidatos às vagas do Programa de Pós-graduação em Desenvolvimento Regional Sustentável (PRODER), Curso de Mestrado Acadêmico, período letivo de 2011.1.

·         ANA RAQUEL BEZERRA SARAIVA
·         ANTONIO ÉDIO PINHEIRO CALLOU
·         CICERA JOSISLANE CRISPIM DA SILVA
·         DÉBORAH MACEDO DOS SANTOS
·         DIEGO COELHO DO NASCIMENTO
·         EMMANUELLE MONIKE SILVA FEITOSA
·         FLÁVIO BATISTA DA SILVA
·         FRANCISCA AURILENE DE FREITAS BARROS
·         FRANCISCO GRANGEIRO TAVARES NEVES
·         GILDO PEREIRA DE ARAUJO
·         GLEDSON ALVES ROCHA
·         JOSÉ YARLEY DE BRITO GONÇALVES
·         JOSEFA CICERA MARTINS ALVES
·         MARIA DE FÁTIMA DOS ANJOS
·         RACHEL DE SÁ BARRETO LUNA CALLOU CRUZ
·         REGINA PETROLA BASTOS ROCHA
·         RICARDO SOUZA ARAÚJO
·         SARAH DE LIMA PINTO
·         SILVIA ROBERTA DE OLIVEIRA E SILVA
·         SIMONE BATISTA DE CARVALHO


Juazeiro do Norte, 28 de Janeiro de 2011


Profa. Dra. Suely Salgueiro Chacon
Coordenadora do Programa de Pós-Graduação
em Desenvolvimento Regional Sustentável – PRODER

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Diversidade da Caatinga

Embora a Caatinga seja o único bioma exclusivamente brasileiro, é também o menos pesquisado. Por ter apoiado um trabalho do Laboratório de Morfo-Taxonomia Vegetal da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)1, a Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza2  foi homenageada na hora de se escolher um nome para uma nova espécie de planta, a Gymnanthes boticario.

Gymnanthes boticario não é a primeira referência que a fundação recebe. Ela está no mesmo grupo que o anfíbio Megaelosia boticariana, os peixes Aphyolebias boticarioi e Listrura boticario, além de outra espécie vegetal, a Passiflora boticarioana Cervi.

Antes da descoberta, eram conhecidas 45 plantas do gênero Gymnanthes, três dessas endêmicas no Brasil. A planta foi descrita em artigo publicado em dezembro de 2010, no volume 40 da publicação Willdenowia – Anuário do Jardim Botânico e do Museu Botânico de Berlin-Dahlen3. O gênero Gymnanthes é da tribo Hippomaneae. AGymnanthes boticario é da família Euphorbiaceae, a mesma de velames, urtigas, mameleiros e leiteiras, comuns na Caatinga.

A planta ocorre em áreas arenosas ou pedregosas, com altitudes entre 400 e 900 metros. A altura da espécie é de um a quatro metros, suas flores são pequenas, amarelo-creme e não exalam perfume. Sua ocorrência foi verificada nos estados Pernambuco, Piauí, Paraíba, Ceará, Bahia e Rio Grande do Norte.

A espécie foi coletada, pela primeira vez, em 31 de maio de 2006, em Mirandiba, no sertão pernambucano. Em 2007, a pesquisadora Maria de Fátima de Araújo Lucena registrou novos indivíduos no Parque Nacional Serra da Capivara (PI).
 
Gymnanthes boticario (Foto: Maria de Fátima de Araújo Lucena)
Novas populações da Gymnanthes boticario  foram encontradas em Pedra Branca (PB), na Serra de Olho d’Água, uma região a 740 metros de altitude. De acordo com Maria de Fátima, todos os espécimes já coletados foram encontrados em remanescentes de Caatinga bem preservados, com pouca intervenção humana e, por vezes, de difícil acesso, com vegetação predominante arbustiva e arbórea.

À época da descoberta, Maria de Fátima estava desenvolvendo sua tese de doutorado “Velames, urtigas, mameleiros e leiteiras: a diversidade de Euphorbiaceae no semiárido nordestino” com a orientação do professor Marccus Alves. Ela contou com a ajuda do especialista alemão Hans-Joachim Esser, do Botanische Staatssammlung de Munique4, tradicional instituição de pesquisa alemã, para a identificação da nova espécie.
 
Durante o projeto foi feito um inventário florístico da família Euphorbiaceae com necessidade de investigação científica ou cujo conhecimento botânico fosse escasso. Os locais selecionados para o estudo foram as unidades de conservação Parques Nacional Serra da Capivara, no Piauí, e o Parque Nacional Serra de Itabaiana, em Sergipe, o município de Mirandiba, a região dos Cariris Paraibanos e uma área no município de Porto da Folha (Sergipe).
 
Com os produtos gerados no projeto foi possível identificar o panorama da diversidade taxonômica desse grupo de plantas em algumas áreas do semiárido conta Maria de Fátima. Foram registradas 28 novas ocorrências de espécies da família para a região Nordeste, além de identificadas populações de espécies raras e a descoberta da nova espécie para a ciência. Também foi realizado extenso levantamento da família nos principais herbários da região, com o objetivo de complementar dados de distribuição geográfica das espécies.
 
Gymnanthes boticario (Foto: Maria de Fátima de Araújo Lucena)
A pesquisa confirmou a necessidade de inventariar novas áreas no bioma Caatinga. “A identificação de áreas e de ações prioritárias, como a pesquisa, tem-se mostrado um valioso instrumento para a conservação e proteção da Caatinga”, diz Maria de Fátima.
 
Por apresentarem alto potencial econômico, o gerenciamento sustentável de unidades de conservação e das áreas da Caatinga pode ajudar na manutenção das espécies da famíliaEuphorbiaceae. “Ainda mais porque áreas como aquelas nas quais Gymnanthes boticario foi encontrada estão se tornado cada vez mais raras”, conta a pesquisadora. A Caatinga tem sido degradada pelo manejo inadequado de sua vegetação, exploração de pecuária extensiva e agricultura. “Essa situação coloca em risco a biodiversidade do bioma com número expressivo de espécies raras e endêmicas”, explica Maria de Fátima.
 
A região nordeste do Brasil comporta atualmente 245 espécies da família Euphorbiaceae, distribuídas, com maior frequência, nas áreas de Caatinga. Além dessa expressiva ocorrência, a família contempla um número considerável de espécies com potencial econômico no setor farmacológico-medicinal, industrial, madeireiro, ornamental, na produção de alimentos. Alguns exemplos são: mandioca (Manihot esculenta Crantz), mamona (Ricinus communis L), seringueira (Hevea brasiliensis), quebra-pedra (Phyllanthus niruri L), mameleiro (Croton blanchetianus Baill), quebra-faca (Croton micans Müll. Arg.), velame (Croton heliotropiifolius Kunth.), urtiga (Cnidosculos urens (L.) Arthur), flor-de-papagaio (Euphorbia pulcherrima), coroa-de-cristo (Euphorbia milli  Dês Moul.) e pinhão (Jatropha curcas L.). O potencial econômico da Gymnanthes boticario  não foi identificado. (Celso Calheiros)


segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

RESULTADO DA TERCEIRA ETAPA DA SELEÇÃO PARA O MESTRADO DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL SUSTENTÁVEL - MDER

UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ 
CAMPUS DO CARIRI
CENTRO DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO DO SEMIÁRIDO
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DESENVOLVIMENTO
REGIONAL SUSTENTÁVEL (PRODER)

RESULTADO DA TERCEIRA ETAPA DA SELEÇÃO PARA O MESTRADO DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL SUSTENTÁVEL – TURMA DE 2011



A Coordenação do Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Regional Sustentável (PRODER), no uso de suas atribuições legais, em conformidade com as exigências do Regulamento desse programa, da Resolução nº. 15/2010 do CONSUNI /UFC e do EDITAL Nº 01/2010/PRODER, divulga os selecionados na terceira etapa da seleção de candidatos às vagas do Programa de Pós-graduação em Desenvolvimento Regional Sustentável (PRODER), Curso de Mestrado Acadêmico, período letivo de 2011.1.

IDENTIFICAÇÃO
DIA E HORA DA ENTREVISTA
041
ADAMO XENOFONTE BRASIL

25/01 – 9h
107
ÁDILA KATARINE GONÇALVES E SÁ

25/01 – 9h15
011
AÍLA MARIA ALVES CORDEIRO ARRAIS

25/01 – 9h30
015
ANA ISABEL CALIXTO DONELARDY

25/01 – 9h45
031
ANA RAQUEL BEZERRA SARAIVA

25/01 – 10h
021
ANTONIO ÉDIO PINHEIRO CALLOU

25/01 – 10h15
100
ANTONIO VALDECIO SILVA BARROS

25/01 – 10h30
019
CICERA JOSISLANE CRISPIM DA SILVA

25/01 – 10h45
067
CICERO MARCELO BEZERRA DOS SANTOS

25/01 – 11h
090
CINTHIA GONDIM PEREIRA CALOU

25/01 – 11h15
043
DANYELLE QUEIROS LIMA CHAGAS

25/01 – 11h30
079
DÉBORAH MACEDO DOS SANTOS

25/01 – 11h45
056
DIEGO COELHO DO NASCIMENTO

25/01 – 14h
073
DOUGLAS RODRIGUES FEITOSA

25/01 – 14h15
092
EMMANUELLE MONIKE SILVA FEITOSA

25/01 – 14h30
028
ÉRIKA WANESSA OLIVEIRA FURTADO ANDRADE
25/01 – 14h45
081
FLÁVIO BATISTA DA SILVA

25/01 – 15h
044
FRANCISCA AURILENE DE FREITAS BARROS
25/01 – 15h15
078
FRANCISCO ANTONIO DE CARVALHO PORTO
25/01 – 15h30
050
FRANCISCO GRANGEIRO TAVARES NEVES

25/01 – 15h45
040
GILDO PEREIRA DE ARAUJO

25/01 – 16h
096
GLEDSON ALVES ROCHA

25/01 – 16h15
035
HALANA CECÍLIA VIEIRA PEREIRA

25/01 – 16h30
102
HELAYNE CÂNDIDO PEREIRA

25/01 – 16h45
053
IARA BEZERRA SALES VIEIRA

26/01 – 9h
029
JACEILTON ALVES DE MELO

26/01 – 9h15
014
JOSÉ YARLEY DE BRITO GONÇALVES

26/01 – 9h30
060
JOSEFA CICERA MARTINS ALVES

26/01 – 9h45
070
LÍVIA PARENTE PINHEIRO TEODORO

26/01 – 10h
020
LUCIANA MARIA PEREIRA DOS SANTOS

26/01 – 10h15
109
LUIZ ROBERTO COSTA

26/01 – 10h30
091
MARCOS ALAN DA SILVA ALENCAR

26/01 – 10h45
009
MARIA DE FÁTIMA DOS ANJOS

26/01 – 11h
016
MARIA LUCILEIDE COSTA DUARTE

26/01 – 11h15
064
MARIA MISRELMA MOURA BESSA

26/01 – 11h30
045
MARY SANDRA LANDIM PINHEIRO


26/01 – 11h45
101
PAULO ERNESTO ARRAIS DO NASCIMENTO

26/01 – 14h
071
PAULO SÉRGIO SARAIVA DE LIMA

26/01 – 14h15
075
RACHEL DE SÁ BARRETO LUNA CALLOU CRUZ
26/01 – 14h30
017
RADYFRAN NASCIMENTO DE FRANÇA

26/01 – 14h45
074
REGINA PETROLA BASTOS ROCHA

26/01 – 15h
047
RICARDO SOUZA ARAÚJO

26/01 – 15h15
063
ROSANGELA RODRIGUES DOS SANTOS

26/01 – 15h30
033
SARAH DE LIMA PINTO

26/01 – 15h45
083
SILVIA ROBERTA DE OLIVEIRA E SILVA

26/01 – 16h
082
SIMONE BATISTA DE CARVALHO

26/01 – 16h15
054
VIVIANE BRITO VIANA

26/01 – 16h30

Juazeiro do Norte, 24 de janeiro de 2011

Profa. Dra. Suely Salgueiro Chacon
Coordenadora do Programa de Pós-Graduação
em Desenvolvimento Regional Sustentável – PRODER