domingo, 29 de março de 2009

Bancos enfrentam dificuldades para falar a língua da classe média 'emergente'

Bancos enfrentam dificuldades para falar a língua da classe média 'emergente'
Segundo estudos, cartão de crédito cresce, mas 'fica na gaveta'.Maior parte da classe C tem conta em banco, mas usa pouco os serviços.

Fernando Scheller
Do G1, em São Paulo


A festejada classe média emergente, que segundo a Fundação Getúlio Vargas (FGV) representa mais de 50% da população brasileira, ou cerca de 100 milhões de pessoas, ainda não foi devidamente descoberta pelo setor bancário brasileiro.

Pesquisas mostram que os consumidores que nos últimos anos ascenderam à chamada “classe C” já têm alguma relação com o sistema financeiro – seja com conta-corrente ou cartão de crédito –, mas resistem em ampliar o uso desses serviços.


Família Silva: 'núcleo' da classe C (Foto: Daigo Oliva/G1)


De acordo com a FGV, é classificado como classe C a família que tem renda total entre R$ 1,1 mil e R$ 4,8 mil por mês. Estudos relatam, no entanto, que a maior parte dessa nova classe média é composta por famílias que recebem entre R$ 1 mil e R$ 2 mil por mês.

É justamente neste chamado “núcleo da classe C” que se percebe traços de desconfiança com o setor bancário. Pesquisa da agência McCann Erickson com 2 mil pessoas mostrou que 35% dos entrevistados não compram mais produtos bancários porque acreditam que as instituições querem "roubar mais do que ajudar”.

Entretanto, isso não quer dizer que a classe C esteja fora do setor bancário. Segundo o Instituto Data Popular uma pesquisa nessa faixa de renda com 1,6 mil consumidores na capital e no interior de São Paulo mostrou que 80% deles já têm conta em banco e cerca de 70% possuem um ou mais cartões de crédito.


Excesso de burocracia

Entretanto, o excesso de burocracia e pedidos de comprovação de renda acaba afastando essa população das agências bancárias. Na pesquisa da McCann Erickson, 91% dos entrevistados disseram considerar os bancos burocráticos e cerca de 80% disseram que não querem maior relação com o setor porque “ganham pouco” ou “não têm salário fixo”.

Para o vice-presidente da McCann Erickson, Aloísio Pinto, a necessidade da “classe C” em não destoar do ambiente também distancia essa população dos bancos. ”(O setor) tem uma barreira de postura, não tem a proximidade que o varejo tem, não está falando a língua deles”, ressalta.

Esse distanciamento leva, segundo pesquisas, a um uso muito precário do sistema bancário por essa população. É comum, segundo o levantamento da McCann Erickson, que essas pessoas usem a conta-corrente apenas para sacar o salário no início do mês e guardem o cartão de crédito que fizeram na gaveta.
Quarto das crianças: beliche a prestação (Foto: Daigo Oliva/G1)


'Sem conta'

A diarista Valmira Rosa de Souza Silva, 33 anos, se encaixa no perfil do consumidor emergente que se mantém praticamente à margem do setor bancário. Ela recebe o dinheiro diretamente dos patrões e conta que o marido, o motorista Erivelto, só usa a conta bancária para retirar o dinheiro do salário, no início do mês.

Valmira tem um cartão de crédito Visa, com um limite de R$ 390, que fez nas Casas Bahia, mas conta que nunca usou o meio de pagamento. “Fiz por pressão da minha cunhada, que foi comigo na loja. Estou pensando em cancelar”, explica, dizendo que gasta R$ 3,70 por mês só para manter o cartão ativo.

Pais de quatro filhos, Valmira e Erivelto ganham, juntos, aproximadamente R$ 1,8 mil por mês. Moradores da Vila Remo, na periferia de São Paulo, eles pagam as contas ao receberem os salários. Com o dinheiro na mão, quitam aluguel, água e luz, compram botijões de gás e fazem umas compras de itens básicos “do mês” no supermercado.

Atualmente, o casal arca ainda com as prestações de duas camas tipo beliche adquiridas nas Casas Bahia, onde dormem as crianças. O que resta, conta Valmira, é administrado ao longo do mês para a compra de pequenas necessidades, como ovos, verduras e carne para a “mistura” das refeições.

Valmira e Erivelto ilustram o que os especialistas em classe C classificam como “a confiança do dinheiro na mão”. Para o diretor do Instituto Data Popular, pagar as contas de uma vez é uma forma de investir o dinheiro logo, evitar que ele desapareça. “(A pessoa) investe de alguma maneira. O dinheiro parece uma coisa quente na mão, meio perigosa.”


'Troféu'

Ao ter contato com novas formas de pagamento, como o cartão de crédito, essa população muitas vezes mete os pés pelas mãos ao usá-las – por isso, segundo uma pesquisa da Mastercard, muita gente da classe C, como Valmira, tem o cartão de crédito como “troféu” – ou seja, o usuário emite o cartão, mas não o usa.


Erivelto e Valdete: conta e cartão 'troféus' (Foto: Daigo Oliva/G1)

Por isso, uma ferramenta de consumo consciente desenvolvida pela administradora de cartões – que inclui folhetos e também um site de finanças pessoais – tem como um dos principais ao conselho aos novos usuários: “o cartão de crédito não é dinheiro grátis”.


sexta-feira, 27 de março de 2009

CEARÁ PARTICIPARÁ DA HORA DO PLANETA

O monumento símbolo do movimento no Ceará será o Planetário do Dragão do Mar. O Governo do Estado do Ceará, por meio da Superintendência Estadual do Meio Ambiente (Semace), convida todos os cearenses a aderirem ao manifesto mundial “Hora do Planeta” em defesa da natureza, que acontecerá no próximo sábado, 28, às 20h30min. O evento, organizado pela ONG WWF, é um movimento internacional que alerta para o problema do aquecimento global. Na oportunidade, está prevista a adesão de mais de mil cidades e 1 bilhão de pessoas em todo o mundo.
Mais de 170 cidades de 62 países já confirmaram sua participação. Com o simples gesto de apagar as luzes e desligar os aparelhos elétricos durante sessenta minutos, a ação tem como objetivo chamar a atenção da população e, principalmente, das grandes potências mundiais, responsáveis por boa parte da poluição gerada na terra, para uma reflexão sobre os problemas ambientais que vem nos afligindo.
Na ocasião, até grandes monumentos estarão com as luzes apagadas, como é o caso da Torre Eiffel, a nova Torre Mundial de Hong Kong, o grande cassino MGM de Las Vegas, o prédio da Ópera de Sidney, o Coliseu e, no Brasil, entre outros, o Cristo Redentor e o Teatro Amazonas. No Ceará, o monumento símbolo será o Planetário do centro Dragão do Mar de Arte e Cultura.
A primeira edição da Hora do Planeta foi realizada em 2007, onde contou com a participação de 2,2 milhões de moradores de Sidney, na Austrália. No ano passado, esse número aumentou para 50 milhões de pessoas de 400 cidades em 35 países.
Participe! É simples. Apague as luzes da sua sala.

Fonte: http://direitoaoplaneta.blogspot.com/

quinta-feira, 26 de março de 2009

Aprovado o Mestrado em Desenvolvimento Regional Sustentável do Campus da UFC no Cariri


O Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão e o Conselho Universitário, instâncias deliberativas superiores da UFC, aprovaram a criação do Mestrado em Desenvolvimento Regional Sustentável do Campus da UFC do Cariri. O CEPE e o CONSUNI se reuniram, respectivamente, na segunda (23) e quarta-feira (25). O projetos do Mestrado será, agora, encaminhado para avaliação da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e, se aprovado pelo Ministério da Educação, o curso deve iniciar suas atividades em 2010.

O Mestrado em Desenvolvimento Regional Sustentável - MDER está vinculado ao Programa de Pós-graduação em Desenvolvimento Regional Sustentável - PRODER, no âmbito do Centro de Pesquisa e Pós-Graduação do Semi-Árido - CPPS do Campus Avançado da Universidade Federal do Ceará (UFC) no Cariri. Na CAPES ele está vinculado à grande área Multidisciplinar e na sub-área Agrárias e Meio Ambiente. Tem como objetivo principal formar mestres em Desenvolvimento Regional, com foco central no semi-árido. O Mestrado proporcionará uma abordagem interdisciplinar do desenvolvimento à luz dos novos paradigmas e da modernidade ética, a partir de suas linhas de pesquisa, ensejando a análise da realidade com um enfoque regional, buscando superar as desigualdades históricas que marcam o território do nosso país.

A proposta de criar um programa de pós-graduação interdisciplinar no Campus do Cariri surge como uma evolução natural da interação entre os pesquisadores, que percebem forte afinidade entre seus campos de pesquisas, mesmo que em diferentes áreas do saber. A escolha pessoal de cada um por trabalhar em um espaço distante dos centros urbanos já denota a disposição de empreender suas pesquisas a partir de um olhar diferenciado, baseado na integração de saberes.
Na medida em que esses pesquisadores têm a oportunidade de conviver de forma mais estreita uns com os outros no novo Campus, a percepção da necessidade desse diálogo entre os saberes vai se aguçando. E a busca por mecanismos e instrumentos que facilitem esse encontro é uma evolução natural nesse processo de interação. Assim, cresce a necessidade de reforçar essa disposição dos pesquisadores, garantindo que o processo de crescimento do Campus se dê na perspectiva dos saberes compartilhados e não da competição de saberes.

O curso terá uma área de concentração - Desenvolvimento Regional Sustentável, que visa produzir conhecimentos para contribuir com o processo de Desenvolvimento Regional Sustentável é a proposta central dessa área de concentração. Ela traz implícita a necessidade de uma abordagem interdisciplinar e leva à formação de profissionais que atuem nas áreas de ensino e pesquisa, prioritariamente, e também de assessoria e consultoria, de avaliação e planejamento estratégico, em instituições públicas e privadas, em caráter interdisciplinar. Esta área de concentração pretende fomentar e consolidar pesquisas de caráter interdisciplinar sobre temas relativos aos processos de desenvolvimento de uma região, e em especial do semi-árido. As dimensões da sustentabilidade (social, ambiental, econômica e institucional) ensejam uma análise do tema em toda a sua complexidade, partindo do pressuposto de que uma região é resultante de um processo de construção social e político, marcado por limites e potencialidades que a particularizam. No âmbito dessa área de concentração estão as duas linhas de pesquisa. Linha 1: Ciência e Tecnologia para o Desenvolvimento Regional Sustentável e Linha 2: Sociedade, Gestão e políticas públicas no Desenvolvimento Regional Sustentável.

As Disciplinas serão as seguintes: Obrigatórias: (1) Epistemologia e métodos de pesquisa; (2) Desenvolvimento regional sustentável e, (3) Metodologia do ensino superior; Optativas: (4) Ecologia geral e da caatinga; (5) Gestão e responsabilidade socioambiental; (6) Gestão social; (7) Métodos qualitativos em pesquisa; (8) Métodos quantitativos de pesquisa; (9) Princípios, práticas e métodos em agroecologia; (10) Recursos energéticos; (11) Recursos Hídricos; (12) Socioeconomia do meio ambiente; (13) Agricultura familiar e desenvolvimento regional sustentável, (14)Climatologia, (15) Economia do Nordeste e do Ceará; (16) Gestão de projetos; (17) Políticas públicas ; (18) Técnicas de sensoriamento remoto e geoprocessamento; (19) Recuperação de áreas degradadas; (20) Redes e organização territorial; (21) Estágio docência; e (22) Dissertação.

O Corpo docente é um dos pontos altos dessa proposta. Contamos com 21 doutores. Além dos professores ligados ao Campus, a parceria com a EMBRABA Algodão, o CENTEC e cursos da UFC Fortaleza permitiu o encontro de jovens pesquisadores com renomados profissionais que atuam na área do Mestrado. São eles: (1) Alfran Sampaio Moura; (2) Carlos Wagner Oliveira; (3) Celme Torres Ferreira da Costa; (4) Claudia Araújo Marco; (5) Fábio Rossi Cavalcanti; (6) Francisco Correia de Oliveira; (7) Francisco Roberto de Azevedo; (8) Joaquim Torres Filho; (9) José Valmir Feitosa; (10) Joselina da Silva; (11) Luiz Alberto Ribeiro Mendonça; (12) Luiz Manoel Lopes; (13) Ricardo Luiz Lange Ness; (14) Suely Salgueiro Chacon; (15) Carlos Alberto Domingues da Silva; (16) Francisco Ocian Bastos Mota; (17) Inez Silvia Batista Castro; (18) Luis Antônio da Silva; (19) Marcos Antonio Martins Lima; (20) Melchior Naelson Batista da Silva; (21) Napoleão Esberard de Macêdo Beltrão.

O MDER funcionará na cidade de Barbalha, em prédio cedido pela Prefeitura do município, e conta com o apoio institucional e financeiro do Banco do Nordeste do Brasil.

Mais informações com a Profa. Suely Chacon (suelychacon@ufc.br)

UFC cria mais quatro mestrados e três doutorados

O Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão e o Conselho Universitário,instâncias deliberativas superiores da UFC, aprovaram a criação de quatronovos cursos de mestrado e três de doutorado.
O CEPE e o Consuni se reuniram, respectivamente, na segunda (23) equarta-feira (25). Os projetos serão, agora, encaminhados para avaliaçãoda Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e, se aprovados pelo Ministério da Educação, os cursos devem iniciar suasatividades em 2010.
Foram aprovados o Mestrado em Estatística e Matemática Computacional,ligado ao Departamento de Estatística e Matemática Aplicada; Mestrado emSaúde da Família, o segundo a ser implantado no Campus de Sobral e oprimeiro do Brasil nessas área; e o Mestrado em Desenvolvimento Regional Sustentável no Campus do Cariri, primeiro curso de pós-graduação a ser ali instalado.
Os novos cursos de doutorado são os de História, ligado ao Departamento demesmo nome, e o de Desenvolvimento e Meio Ambiente, do Programa dePós-Graduação em Desenvolvimento e Meio Ambiente (Prodema). Inclui-se,ainda, entre os novos cursos, o Programa de Pós-Graduação (mestrado edoutorado) em Ciências Farmacêuticas.

Fonte: Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação da UFC - (fone: 85 3366 9940)

segunda-feira, 23 de março de 2009

GEOPARK ARARIPE


O GEOPARK ARARIPE está em consolidação na porção cearense da Bacia do Araripe, um dos principais sítios do Período Cretáceo da Terra. A região é especial pelos achados geológicos e paleontológicos inéditos desde os primeiros anos do Século XIX, com registros entre 110 e 70 milhões de anos, em excepcional estado de preservação e diversidade.

No Araripe está mais de um terço de todos os registros de pterossauros descritos no mundo, mais de 20 ordens diferentes de insetos e única notação da interação inseto-planta. Há similares destas mesmas espécies na África, indício de quando os continentes foram um só, na época do continente primaz Gondwanna.

A proposta pretende a preservação dos locais principais, transformados em sítios de visitação e pesquisa compondo uma rede de 9 parques ou Geotopes, com registros documentais considerados imprescindíveis à compreensão da origem, evolução e atual estrutura da Terra e da vida. Localizados nos municípios de Santana do Cariri, Nova Olinda, Crato, Juazeiro do Norte, Barbalha e Missão Velha Todos os locais são representativos de estratos geológicos e tem formações fossilíferas.

A origem da proposição se deu a partir elaboração do "Application Dossierfor Nomination Araripe Geopark, State of Ceará, Brazil", resultado do Convenio de Cooperação Universität Hamburg / URCA/ DAAD, sob a coordenação do Prof. Dr. Gero Hillmer, Curador do Instituto e Museu de Paleontologia da Universität Hamburg e colaboração de outros professores da própria URCA - Prof. Dr. André Herzog Cardoso e Prof. Dr. Alexandre Magno Feitosa Sales e colaboradores de outras universidades - Prof. José Sales Costa Filho/UFC, encaminhada à verificação da UNESCO, objetivando o reconhecimento de todas estas situações relevantes, no início de 2006.

O documento continha uma ampla documentação científica sobre o Araripe, análise territorial de mais de 60 situações relevantes e informações sobre o potencial de desenvolvimento sustentável da região sob os aspectos da Educação, Cultura, Turismo, Preservação do Meio Ambiente e Desenvolvimento Social e Econômico, o que levou a sua aprovação na 2nd UNESCO Conference on Geoparks, em Belfast, Irlanda, em Setembro/ 2006.

Na trajetória de consolidação do GEOPARK ARARIPE, por exigência e orientação da UNESCO foram compostos os seguintes trabalhos complementares:

Araripe Basin Action Regional Plan- Plano de Ordenamento e Estruturação do Geopark Araripe
Caderno de Identidade Visual e Sinalização
Projetos de Apropriação Urbanística e Paisagística dos Geotopes
Plano de Gestão/ Período 2006/ 2009
Projeto de Reforma e Ampliação do Museu de Paleontologia URCA
Projeto de Reforma e Instalação do Escritório Sede/ Crato
Ações de consolidação dos Geotopes Santana e outros
Termos de Referencia para Instrução de Tombamento do Geotopes do Geopark Araripe
Montagens dos sites http://www.geoparkararipe.org/ e http://geoparkararipe.blogspot.com/
Exposição Araripe/ Centro Cultural Araripe/ Crato
Exposições URCA/ Geopark Araripe e Fósseis de Santana do Cariri, no Market Place, em Osnabrück, na Alemanha
Exposições URCA/ Geopark Araripe e Fósseis de Santana do Cariri, na ExpoCrato 2008
Exposições URCA/ Geopark Araripe e Fósseis de Santana do Cariri, no Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura, em Fortaleza
Publicações sobre o Geopark Araripe e Fósseis de Santana do Cariri
Cartilha Geopark Araripe


A rede GEOPARK ARARIPE
O GEOPARK ARARIPE é formado por uma rede de 9 parques de proteção e preservação de registros geológicos, paleontológicos e paisagens naturais, denominados Geotopes, que são situações documentais consideradas imprescindíveis à compreensão da origem, evolução e atual estrutura da Terra e da vida.


Estes parques estão localizados em seis municípios da Região do Cariri:

01. Geotope EXU/ Santana do Cariri

02. Geotope ARAJARA/ Barbalha

03. Geotope SANTANA/ Santana do Cariri

04. Geotope IPUBI/ Santana do Cariri

05. Geotope NOVA OLINDA/ Nova Olinda

06. Geotope BATATEIRAS/ Crato

07. Geotope MISSÃO VELHA/ Missão Velha

08. Geotope DEVONIANO/ Missão Velha

09. Geotope GRANITO/ Juazeiro do Norte



Todos os locais são representativos de estratos geológicos e em quatro deles existem formações fossilíferas. A contextualização do GEOPARK ARARIPE pretende:

• Proteger e preservar estas “janelas educativas” da História da evolução da Terra e da vida;

• Intensificar interfaces entre atividades científicas e aspectos culturais, turísticos e econômicos;

• Validar as relações entre aspectos da História da ocupação do território, a cultura regional e suas manifestações e as formas de apropriação dos recursos naturais da região.



Por representar situações raras e de grande significado científico, apresentam-se como contextos únicos que deverão ser estritamente protegidas através de legislação específica, determinação de limites que deverão ser transformados em áreas públicas de caráter estadual, de acordo com um roteiro legal preventivo que leva em conta que os mesmos são posições irrecuperáveis após degradação, estritamente necessárias como legado científico educacional perene às próximas gerações, diferente de localidades biotípicas com capacidade de regeneração.A concordância destes pressupostos e o compromisso de todos os municípios da região, pertencentes à área do Geopark, serão uma garantia para a proteção e a promoção do conceito adotado.



58% dos municípios falham contra pobreza

PNUD - Brasília, 20/03/2009

DAYANNE SOUSA
da PrimaPagina

Só 42% dos municípios deve atingir meta contra pobrezaApenas 42% reduz a pobreza com ritmo adequado para alcançar meta do milênio até 2015; dos Estados, apenas 11 estão no caminho certo.

Até 58% dos municípios brasileiros não cumprirão a meta das Nações Unidas de reduzir a pobreza pela metade de 1990 até 2015, caso se mantenha a velocidade de queda da proporção de pessoas vivendo com até meio salário mínimo verificada nos últimos anos. No período de 1991 a 2000, apenas 42% dos municípios apresentavam ritmo de decréscimo suficiente para cumprir o objetivo 1 dos ODM (Objetivos de Desenvolvimento do Milênio), série de oito metas que os países da ONU se comprometeram a atingir até aquele ano. Para o Brasil como um todo, a projeção é de que o objetivo seja cumprido, mas o avanço é desigual – em 433 municípios a pobreza chegou a aumentar no período.

Os números fazem parte de um levantamento, feito com dados do censo, pela equipe do Portal ODM, site que reúne índices sobre a evolução nos ODM para todos os municípios.

A situação mais grave é a de municípios do Maranhão e Piauí. Com alta porcentagem de pessoas pobres, a redução na maioria das cidades foi baixa. Juntando os 438 municípios dos dois Estados, apenas 8% deles tinham conseguido reduzir em mais de 20% a pobreza até 2000. A média brasileira no período foi de 34,4%. Em 1991, os Estados somavam 354 municípios com mais de 80% de pessoas na pobreza. Em 2000, o número caiu para 122, mas quase a totalidade todas as cidades mantém mais da metade da população na pobreza.

São Paulo conta com a maioria dos municípios que registraram aumento de pobreza no período. Em 39% das cidades do Estado houve retrocesso na meta e, em cinco delas, a proporção de pobres mais que dobrou. Apesar disso, a porcentagem, desde o início, era baixa nessas cidades: na maioria havia menos de 10% de pessoas vivendo na pobreza em 91.

Alby Rocha, estatístico responsável pela análise, diz que esses retrocessos se explicam pela formação de bolsões de pobreza em algumas áreas. Seriam locais em que não há indústrias ou serviços e, portanto, faltam empregos. Em algumas regiões no Norte e Nordeste a atividade monetária é escassa, diz Luciana Brenner, uma das coordenadoras do Portal ODM. O fato de muitos sobreviverem sem necessariamente usar dinheiro causaria dificuldades para a análise com base no salário mínimo. O gráfico abaixo mostra quais municípios que, se mantiverem o mesmo ritmo registrado de 1991 a 2000, conseguirão atingir a meta:


Estados
Levando em consideração os Estados, das 27 unidades da federação, apenas 11 apresentam ritmo suficiente para alcançar a meta até 2015: Tocantins, Goiás, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Espírito Santo e Rondônia.

Diferentemente dos municípios, para os quais só há informações referentes a anos anteriores a 2000, nos Estados há dados de 2007, o que permitiu uma análise para dois períodos (de 1991 a 2000 e de 2000 a 2007). Roraima tem a pior situação nas duas épocas, tendo a pobreza aumentado 14% no total.

Já Santa Catarina é o Estado que mais reduziu a pobreza. A proporção de pobres já era a segunda menor do Brasil em 91 (37,2%, logo depois de São Paulo, com 20,3%). Ainda assim, a redução foi intensa: 69,5%, quase o dobro da média nacional. Luciana diz que, desde a formação de Santa Catarina, dificilmente surgiam na região os bolsões sem atividade produtiva. “A organização se deu de uma forma mais homogênea”, conclui. Veja abaixo como está o ritmo dos Estados na redução da pobreza:


A coordenadora acredita que investimentos e orientação podem guiar os moradores das áreas mais pobres a criarem associações de negócios e gerarem lucro. “Essas oportunidades é que tiram uma família da pobreza”, argumenta, “assim você dá oportunidade para os filhos dessas pessoas terem boa educação e isso muda aquele ambiente”.

I Mostra Nacional de Desenvolvimento Regional já tem mais de dois mil inscritos

Brasília (20/03/2009) – A I Mostra Nacional de Desenvolvimento Regional, promovida pelo Ministério da Integração Nacional, entre 24 a 27 de março, no Centro de Convenções da Bahia, em Salvador (BA), já possui 2.342 inscritos de todo o país. Mais de 60 prefeitos brasileiros estarão na Mostra e já confirmaram presença os governadores dos Estados do Amazonas, Tocantins e Ceará.

O Nordeste é a região com maior número de inscritos (1.313). O Norte terá 155 participantes, o Sul terá 285, o Sudeste, 273, e o Centro-Oeste, 316. A Bahia será o Estado mais presente, com 944 inscritos.
Com 155 inscritos na Mostra, a Mesorregião da Grande Fronteira do Mercosul é a campeã em número de participantes. Essa Meso engloba o norte do Rio Grande do Sul, o oeste de Santa Catarina e o sudoeste do Paraná, em um total de 396 municípios.
Outras Mesorregiões que terão grande representação na Mostra é a de Itabapoana (123) e a dos Vales do Jequitinhonha e do Mucuri (122). A Mesorregião da Bacia do Itabapoana abrange parte dos Estados do Espírito Santo, Minas Gerais e Rio de Janeiro, sendo constituída por 31 municípios. A dos Vales do Jequitinhonha e do Mucuri abrange 105 municípios de Minas Gerais, extremo sul da Bahia e norte do Espírito Santo.
A realização da I Mostra de Desenvolvimento Regional tem o objetivo de dar visibilidade aos resultados das ações de desenvolvimento regional em curso no país, voltadas para a redução das desigualdades regionais e para o incentivo à dinamização das potencialidades das regiões brasileiras.
Além das palestras, debates e painéis técnicos, a Mostra abrirá espaço para a divulgação dos produtos apoiados pelos programas do Ministério da Integração Nacional, de suas vinculadas e parceiros. O evento destinará espaços e momentos para a realização de rodadas de negócios. A expectativa é gerar oportunidades comerciais importantes para os produtores participantes. Essas rodadas reunirão mais de 50 produtores e potenciais compradores pré-selecionados, o que resultará em uma comercialização significativa. O público em geral terá acesso aos produtos regionais em 20 estandes.
A Mesorregião Chapada do Araripe levará uma exposição com parte do acervo do Museu de Paleontologia da Universidade Regional do Cariri, de Santana do Cariri (CE). A exposição do museu na Mostra contará com um espaço especialmente criado para abrigar fósseis originais, réplicas de dinossauros e um mosaico de painéis fotográficos explicativos. Estudantes da Universidade Regional do Cariri irão coordenar visita guiada ao espaço, com informações sobre toda a riqueza de achados geológicos e paleontológicos inéditos desde os primeiros anos do século XIX, com registros entre 110 e 70 milhões de anos, e em excepcional estado de preservação e diversidade.
Outra atração da Mostra é o Espaço Criar, que reunirá artesãos e técnicos de projetos apoiados pelo Ministério da Integração Nacional em uma grande oficina para que demonstrem como são criados os produtos. Entre os participantes desse espaço, estarão uma estação de lapidação de pedras, da Mesorregião Bico do Papagaio (PA); um alambique de produção de cachaça, vindo dos Vales do Jequitinhonha e do Mucuri; e uma Casa de Mel, do Xingó (SE).

Para mais informações sobre os programas e ações do Ministério, acesse a página da Rádio e TV/MI: http://www.mi.gov.br/tvmi

quinta-feira, 19 de março de 2009

Universidade abre pós-graduação gratuita no Semi-árido

O curso de Pós-graduação Educação Contextualizada será ofertado em S.R.Nonato

A Pró-reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação (Prop), da Universidade Estadual do Piauí (Uespi), divulgou edital abrindo processo para o acolhimento de inscrições com vistas ao preenchimento de 56 vagas no curso de Pós-graduação lato sensu Educação Contextualizada para o Semi-árido, a ser ofertado no Campus da Uespi em São Raimundo Nonato. Os candidatos, que se enquadrarem nas normas do edital, pagarão apenas a inscrição, no valor de R$ 50,00, todas as demais etapas do curso serão custeadas pelas instituições conveniadas: prefeituras, Governo do Estado, instituições não-governamentais e a própria Universidade. Ao todo, a Uespi firmou parceria com 15 instituições para garantir a oferta da especialização.
As vagas destinam-se somente aos servidores efetivos: professores, coordenadores, profissionais da rede Estadual e Municipal de Educação e funcionários efetivos das instituições parceiras: ONGs e Uespi, que estejam atuando em gerência, coordenação ou supervisão na área de convivência com o Semi-árido. As inscrições serão feitas diretamente no Campus de São Raimundo Nonato, até o dia 31 de março, às 18 horas.
No ato da inscrição serão fornecidos dados para depósito bancário que deverá ser efetuado até o dia 31, nas agências do Banco do Brasil. Feito o depósito, o candidato deverá retornar à Uespi munido dos documentos solicitados para efetivar sua inscrição, no período de 16 a 31, das 8h às 12h e das 14h às 18h (exceto sábados, domingos e feriados). Para efetuar a inscrição, o interessado precisa apresentar a seguinte documentação: Curriculum Vitae comprovado; Cópia do diploma do Curso Superior de Instituições de Ensino Superior credenciadas pelo Órgão competente, seguido do Histórico Escolar (conferir com original) ou Certidão ou Declaração de Conclusão de Curso Superior; cópia do termo de posse e último contracheque; cópia da carteira de identidade e CPF; duas fotos 3x4 recentes; comprovante do depósito da taxa de inscrição.
Em se tratando de Certidão ou Declaração de conclusão de curso superior, que deverá ser acompanhada de cópia do Histórico Escolar, será necessária assinatura de Termo de Compromisso com a Uespi, com prazo de entrega do diploma. “O Curso tem o propósito de oferecer formação continuada para profissionais em educação contextualizada para convivência com o Semi-árido visando atuação de forma comprometida, ética e responsável com a transformação da realidade, a partir de uma sólida base teórico-metodológica de modo a contribuir para o fortalecimento das concepções da rede de Educação para o Semi-árido Brasileiro (Resab)”, informou a coordenadora de Pós-graduação, professora Maria Teresa de Alencar. A professora enfatizou, ainda, que as salas serão ministradas aos sábados e domingos e, no período das férias, de forma intensiva.

http://45graus.com.br/geral/36765/universidade_abre_pos_graduacao_gratuita_no_semiarido.html

A primeira grande vítima da mudança climática


A primeira grande vítima da mudança climática

Hilmi Toros, da IPS

Derretimento de gelos, elevação do nível do mar, secas, inundações… a água é o primeiro elemento que sofre os efeitos da mudança climática, disse o especialista Mark Smith, da União Internacional para a Conservação a Natureza (UICN), maior rede ambientalista do mundo. As consequências do aquecimento global ocupam o primeiro lugar da agenda da fase ministerial do 5° Fórum Mundial da Água, que começou segunda-feira (16/03) e terminará no próximo domingo (22/03) em Istambul, na Turquia. Smith, especialista em hidrologia, agricultura e florestas e diretor de programa da UICN, reclama “sistemas de água mais fortes” para lidar com as secas e inundações extremas.
O aquecimento do planeta parece destinado a continuar mesmo se “as emissões de gases causadores do efeito estufa pararem amanhã”, afirmou. É preciso prepara o mundo para “a nova dinâmica climática”, acrescentou. Smith publicou seu livro “Just one planet: poverty, justice and climate chance” (Um só planeta: pobreza, justiça e mudança climática) e trabalhou para o estatal Centro de Ecologia e Hidrologia, e na organização não-governamental Practical Action, ambos da Grã-Bretanha. A seguir um resumo da conversa que manteve com a IPS em Istambul.
IPS - Quais são os principais impactos da mudança climática na água?
Mark Smith - Aqueles sobre os quais ouvimos as pessoas falarem são secas, inundações, tempestades, derretimento de gelos e aumento do nível do mar. Todos eles têm algo em comum: a água. A água deve estar à frente e no centro das políticas de adaptação à mudança climática.
IPS - Quais regiões e países serão mais afetados, e como?
MS - Se pensamos em seca, devemos olhar para onde os modelos climáticos projetam menos chuva. As regiões mais preocupantes são o Mediterrâneo, África meridional, América Central e Ásia central. Também vastos territórios da Austrália, que sofrem uma seca muito séria e prolongada. Quanto às inundações, a preocupação se concentra nos deltas baixos. Há alguns onde vivem enormes populações, com Bangladesh e Holanda, e inclusive megacidades como Xangai e Nova York. Esses deltas também sofrem as consequências do aumento do nível do mar, e diante deste fenômeno as pequenas ilhas são muito vulneráveis.
IPS - É possível prevenir a mudança climática?
MS - A comunidade científica chegou ao consenso de que certa parte da mudança climática é hoje inevitável. Mesmo se as emissões de gases de efeito estufa terminassem amanhã, a concentração já acumulada e o calor armazenado nos oceanos significam que o aquecimento continuará. O que podemos fazer é reduzir esse aquecimento reduzindo seriamente as emissões de dióxido de carbono, metano e outros gases de origem humana causadores do efeito estufa até estabilizar sua concentração na atmosfera.
IPS - Que tipo de preparação recomenda?
MS - Precisamos nos adaptar. Isto significa que precisamos construir e operar infra-estrutura e organizar o modo como vivemos de maneira a ser apropriado para a nova dinâmica climática, e não para o clima ao qual estamos acostumados. Devido ao impacto previsto na água, a alta prioridade é adaptar o modo com a água é manejada e a infra-estrutura que empregamos para armazená-la e drená-la e para fornecer os seus serviços.
Necessitamos de sistemas para o manejo da água que possam funcionar com inundações ou secas extremas, por exemplo. Isso implica assegurar o funcionamento de infra-estruturas como unidades de tratamento e represas. Também implica garantirmos que as bacias fluviais e seus ecossistemas estejam em boa forma e não sofram degradação, porque a natureza ou a infra-estrutura natural das bacias fluviais, amortizam os efeitos da mudança climática. A natureza nos ajudará a resistir ao fenômeno.
IPS - Que margem de ação existe para reduzir esses impactos?
MS- Devemos começar a nos adaptarmos agora, mas, felizmente, especialmente para a água, boa parte da adaptação consiste em fortalecer as bacias fluviais e os sistemas aquíferos. Isto seria importante e benéfico agora, e mesmo se não houvesse mudança climática. Começaríamos bem se investíssemos em bons sistemas de manejo de água, é o que, de todo modo, se deve fazer.
IPS - A mudança climática aumenta a possibilidade de conflito pela água?
MS - Seguramente. Em lugares onde a escassez de água é uma fonte de tensão, a redução das chuvas e dos rios a aumentará. A possibilidade de conflitos entre comunidades ou entre nações aumentará, especialmente onde há outros problemas políticos presentes. A cooperação é um princípio importante no manejo da água. Melhorá-la nas bacias internacionais ajudará a nos adaptarmos à mudança climática.

(Envolverde/IPS)

Empréstimo com Banco Mundial será assinado nesta quinta-feira (19-03)

O empréstimo apoiará projetos de crescimento, competitividade econômica, serviços sociais e infraestrutura.

O Governador do Ceará, Cid Gomes, e o diretor do Banco Mundial para o Brasil, Makhtar Diop, assinam nesta quinta-feira (19) um empréstimo de US$ 240 milhões para o Projeto de Crescimento Integrado (SWAp II). O empréstimo apoiará projetos de crescimento, competitividade econômica, prestação de serviços sociais e infraestrutura no Estado. A operação representa o segundo empréstimo com abordagem setorial abrangente (SWAp) de um programa em apoio à Estratégia Integrada de Crescimento do Ceará. A cerimônia de assinatura acontecerá durante a inauguração dos trechos 2 e 3 do Eixão das Águas, em Pacajus, a partir das 10 horas.
O objetivo principal do projeto é ampliar e consolidar os avanços sociais e a modernização institucional do Estado, continuando e expandindo o trabalho iniciado no primeiro projeto. Nos últimos anos, o Ceará obteve sólido progresso na melhoria de indicadores sociais e econômicos. Entre 1985 e 2006, o PIB estadual teve um crescimento acumulado de 95,1%, bem acima da média brasileira (71,0%). De 1992 a 2005, a média de anos de escolaridade por adulto no Ceará cresceu 50,0%, ultrapassando a taxa de crescimento no Nordeste (42,9%). Nas duas últimas décadas, registraram-se significativas melhorias em outros indicadores sociais, tais como mortalidade infantil e expectativa de vida.
O projeto consiste de um componente SWAp de US$235,7 milhões e um componente de assistência técnica de US$3,7 milhões. O SWAp apóia o programa de desenvolvimento do Governo em (a) gestão pública, (b) educação, (c) saúde, (d) gestão de recursos hídricos e saneamento; e (e) ambiente para negócios e inovação. Para cada setor, indicadores vinculados aos desembolsos farão o monitoramento do sucesso na realização dos objetivos de desenvolvimento do projeto. O componente de assistência técnica proporciona análise e fortalecimento institucional para apoiar reformas nesses setores, favorecendo os objetivos do programa de desenvolvimento.
O que é SWAp
A Abordagem Setorial Abrangente (SWAp) é um instrumento financeiro que apóia de forma coordenada uma estratégia e plano de ação em um setor ou subsetor. Utiliza e aperfeiçoa a capacidade institucional existente e multiplica o seu impacto, em comparação a projetos tradicionais. O Banco financia uma proporção ajustada das despesas do programa e seus fundos podem ser conjugados com os do Governo e/ou de outros. Os recursos são desembolsados periodicamente, mediante a apresentação de relatórios financeiros da execução do programa. Aplica-se ao programa total um mecanismo comum de gestão financeira, aquisições, proteção social e ambiental e auditoria.

Para mais informações sobre o Banco Mundial e o Brasil, queira visitar:

Governo implantará Faculdade Tecnológica em Iguatu e Itapipoca

Governo implantará Faculdade Tecnológica em Iguatu e Itapipoca

No formato de cada Fatec estão previstos quatro cursos de nível superior e quatro cursos de nível médio.
A partir de julho de 2010, duas Faculdades Tecnológicas (Fatec) começarão a funcionar no Ceará. Em Iguatu, que teve o terreno desapropriado pelo Governo do Estado, serão três cursos tecnológicos e três cursos técnicos. A unidade vai formar tecnólogos de nível superior em Gestão da Tecnologia da Informação, Tecnologia em Gestão Publica e Tecnologia em Gestão de Recursos Humanos, com duração de 3,5 anos e técnicos de nível médio (habilitação técnica) nas áreas de Manutenção e Suporte em Informática, Redes Locais e Serviços Públicos, com dois anos de duração. Em Itapipoca, também serão três cursos tecnológicos e três cursos técnicos. Na unidade serão implantados cursos tecnológicos de educação superior (que formam tecnólogos) nas áreas de Gestão da Tecnologia da Informação, Manutenção Industrial e Eletrônica Industrial, com duração de 3,5 anos e os cursos técnicos de nível médio em Eletromecânica, Suporte e Automação Industrial e Manutenção em Suporte em Informática, com dois anos de duração.
O presidente do Instituto Centec, Samuel Brasileiro, disse que será implantada na unidade de Iguatu mais um curso superior e um curso técnico ainda em 2010, a serem definidos. Com investimento inicial de R$ 5 milhões, a Fatec terá 20 salas de aula, biblioteca universitária e técnica, ambientes administrativos, espaços de convivência, auditório e demais dependências de acordo com padrões definidos pelo Ministério da Educação. Serão montados 11 laboratórios na Fatec do Centro Sul.
De acordo com Samuel Brasileiro, as duas unidades terão sala de videoconferência e incubadora de empresas. No formato de cada Fatec estão previstos quatro cursos de nível superior e quatro cursos de nível médio. Já foram elaboradas as plantas arquitetônicas das duas unidades, e estão sendo preparados os projetos para abertura da licitação até março deste ano.

Assessoria de Imprensa do Centec

Festival internacional celebra a sanfona no semi-árido nordestino


Festival internacional celebra a sanfona no semi-árido nordestino

Uma tempestade incomum para os padrões da caatinga varreu as vizinhas Petrolina (PE) e Juazeiro (BA) nas horas que antecederam a abertura do 1º Festival Internacional da Sanfona, na noite de ontem (17-03-09).
Diante de um blecaute na maior mancha urbana do semi-árido nordestino, carros de som saíram para anunciar o concerto gratuito do acordeonista italiano Mirco Patarini no teatro João Gilberto, em Juazeiro, nome que homenageia o rebento musical mais famoso da cidade. O pequeno teatro, que abriga não mais que 300 pessoas, lotou.
Mas o festival ainda não contagiou as duas cidades-sede. Por enquanto está restrito ao velho Grande Hotel de Juazeiro, às margens do Velho Chico, onde os convidados vão chegando, enchendo os salões e corredores de música e trocando idéias musicais, na completa informalidade. Quem quiser ouvir boas histórias, especialmente sobre Luiz Gonzaga e Sivuca, deve rumar para lá. Ontem, o pesquisador José Nobre, fundador do museu fonográfico Luiz Gonzaga, em Campina Grande, Paraíba, falou sobre o rei do baião e mostrou gravações raras.
No dia 18-03, às 19h, aconteceu a palestra sobre Sivuca, apresentada por sua filha única, Flávia Barreto, e pelo jornalista Fernando Gasparini. A partir de 19-03, o festival ganha novos contornos. O mestre Dominguinhos estava sendo esperado. Ia de carro --já que se recusa a entrar num avião-- de João Pessoa, capital da Paraíba. E Elba Ramalho, a grande estrela da festa, participa do show e gravação de DVD do ídolo local, o sanfoneiro Targino Gondim, idealizador e curador do festival, em apresentação para convidados no teatro João Gilberto.
O festival finalmente toma Juazeiro no final de semana, com apresentações campais e gratuitas de Elba, Dominguinhos, Renato Borghetti, as orquestras "sanfônicas" de Aracaju e Recife e outros sanfoneiros de diversas partes do Brasil. O evento ainda conta com oficinas durante o dia no teatro João Gilberto e exposições num shopping em Petrolina.
Independente
Em seu primeiro ano, o Festival Internacional da Sanfona conseguiu uma robustez rara em festivais independes nascentes, graças ao patrocínio de duas grandes empresas, Natura e Petrobras. A ideia nasceu em 2005 como "Barca do Forró Ecológico", conforme conta Targino. Seria um evento itinerante e grandioso que aconteceria ao longo do rio São Francisco, mas acabou engavetado pois tornou-se inviável. O produtor soteropolitano Celso Carvalho abraçou o projeto, ajudou a formatá-lo e a viabilizá-lo, tendo como sedes fixas Juazeiro e Petrolina.
Nos próximos dias a promessa é mostrar as afinidades entre acordeão, harmônica, gaita, sanfona, pirrita e outros apelidos diversos pelos quais é conhecido Brasil afora o instrumento que é a razão do evento --além da "fisarmonica", nome italiano da sanfona de Mirco Patarini, que, apesar de prodígio, ainda não topou improvisar com o xaxado solto dos sanfoneiros locais.

Será que vai chover??


No Ceará, 19 de março é uma data limite entre “ter ou não ter bom inverno”.

De acordo com a Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme), no dia 19 de março deste ano, há possibilidade de chuvas na faixa litorânea do Ceará e não há previsão de chuvas para o Interior do Estado. Porém, segundo o prognóstico climático traçado para os meses de março, abril e maio, as temperaturas das águas superficiais dos oceanos Atlântico e Pacífico apontam que, em todo o Estado, com exceção para as regiões dos Inhamuns e Cariri, a probabilidade de precipitações na categoria acima da média histórica é de 45%. Foram apontados 35% de probabilidade de chuvas dentro da média histórica e 20% abaixo da média. A previsão climática para as regiões dos Inhamuns e Cariri é de chuvas dentro da média histórica.



Cultura e Ciência

Popularmente, no Ceará, o dia de São José está relacionado ao início das chuvas. O dia 19 de março, para o homem do campo, é uma data limite entre “ter ou não ter bom inverno”. A crença tem íntima relação com a fé no santo padroeiro do Estado.
Para a ciência, não há correlação entre a chuva do dia 19 de março e a qualidade da estação chuvosa no Ceará, ou seja, pode chover na data e a estação ser seca, assim como pode não chover no dia do santo e haver “bom inverno” no Estado. Em 1974, por exemplo, choveu em apenas 64 estações pluviométricas e o ano foi considerado chuvoso. Em 2005, foram registradas chuvas em 301 estações e o ano não foi bom de chuvas.
Vale lembrar que os meses de março e abril são, historicamente, os meses em que mais chove no Ceará.

Assessoria da Imprensa da Funceme
Guto Castro Neto (comunicacao@funceme.br)

http://www.ceara.gov.br/noticias/funceme-preve-chuvas-no-litoral-no-dia-de-sao-jose

terça-feira, 17 de março de 2009

Sertão - Esteriótipos e novidades

Abaixo transcrevo algumas notícias que me chamaram a atenção pelo tom melodramático da redação. A estiagem no Sertão é pintada com cores fortes, como algo inexorável e sem jeito. Contudo, o mesmo veículo jornalístico também traz a nova realidade do Nordeste: a possibilidade de convivência saudável com o clima do Semi-árido a partir das novas tecnologias. São soluções simples e eficazes que garantem não apenas a sobrevivência, mas também o planejamento para a produção durante todo o ano. E é de juazeiro do Norte-CE que vem um bom exemplo: as mini-barragens. Cofiram a seguir a sequência de notícas.


16/03/09

Produtores rurais tentam salvar o gado da seca em Sergipe
Sertanejos improvisam equipamento para manter animais em pé
Estiagem no sertão já dura seis meses

Os produtores do sertão de Sergipe estão lutando para salvar o gado da seca. Sem água nem comida, o gado agoniza e os bezerros sofrem.
A gente olha para o céu e vê todo dia uma coisa só, não tem mudança de chuva, só tem seca", diz o produtor rural Josias da Silva. "Tem que pegar água todo dia senão morre de sede, estamos assim nessa luta todo dia, todo dia", afirma o agricultor Jerson Fontes.
A estiagem no sertão de Sergipe já dura seis meses. Para o sertanejo que depende da terra e dos animais, pior do que não conseguir plantar é ver os animais morrerem aos poucos Uma engenhoca mantém o gado em pé.
O giral, como é chamado, é na verdade uma UTI usada para os animais que estão à beira da morte. O equipamento é feito com estacas de madeira, cordas e um saco de nylon. Se não for assim, os animais não conseguem reagir e rapidamente morrem.
Nas pequenas propriedades, toda semana é registrada uma perda. As carcaças vão ficando pelo caminho. “Quando eu vejo as vacas morrendo, eu também morro junto. É do que eu vivo”, diz o agricultor Manoel Messias.

http://g1.globo.com/Noticias/Brasil/0,,MUL1045481-5598,00.html



18/02/09
Falta de açudes pode causar desperdício de água no Nordeste

Região é a que mais sofre com a seca no Brasil
Chuvas deste ano devem ficar acima da média histórica

A previsão de chuva para o Nordeste pode ser uma boa notícia para a região brasileira que mais sofre com a seca, mas pode significar também desperdício. Meteorologistas de todo o Nordeste se reuniram em Natal para fazer a previsão climática do semi-árido. Baseados no estudo das condições atmosféricas e oceânicas, eles concluíram que o cenário para os próximos três meses é semelhante ao do ano passado.
As chances maiores são de que as chuvas fiquem acima da média histórica", diz o meteorologista Gilmar Bistrot. Os açudes já estão quase cheios.
O maior do Rio Grande do Norte não deve demorar a atingir os 3,5 milhões de metros cúbicos de água. Em 2008, neste mesmo período, a lâmina d’água do açude estava a 12 metros da capacidade máxima. Agora faltam apenas dois metros para que o limite seja atingido, ou seja, com menos chuva, as inundações no Vale do Açu podem se repetir.
Cinco hectares de bananeiras ficaram submersos pela água que transbordou da barragem Armando Ribeiro Gonçalves. Lavouras de milho e feijão foram perdidas. A chuva sempre esperada pelo agricultor virou ameaça e agora causa preocupação pela falta de estrutura para armazenar a água.
Na região central do Rio Grande do Norte, dois açudes particulares se romperam e ainda precisam de reparos. Para o filho do agricultor Manoel Ferreira, que esta semana conseguiu recursos para refazer a parede do açude, a manutenção dos reservatórios e a construção de outros são uma questão social.
Nós queremos o agricultor permanentemente na sua área rural porque é onde ele planta, onde ele cria e onde ele sobrevive com dignidade", diz o agricultor Ivanaldo Ferreira.
17/02/09
Seca provoca rodízio de água em Aracaju

Rio está um metro abaixo no nível considerado limite para abastecimento
Não há previsão de chuvas na cidade

A falta de chuva provocou a redução na vazão do principal rio que abastece Aracaju. A partir desta terça-feira (17), moradores da cidade enfrentam um rodízio de água.
O rio está um metro abaixo do nível considerado limite para o abastecimento. A cidade foi dividida em duas regiões, Norte e Sul, que a cada dois dias vão ficar sem água
Porém, em alguns bairros que deveriam ter abastecimento de água de acordo com a programação, a população encontrou as torneiras vazias nesta terça-feira.
O último rodízio por causa da seca foi há quatro anos. Não há previsão meteorológica de chuvas na cidade.
02/12/08
No Nordeste, população sofre com a seca

Mais de 400 mil pessoas foram afetadas só em Pernambuco
Rio Pajeú teve leito tomado por bancos de areia

Enquanto no Sul a população sofre com os estragos causados pela chuva, no Nordeste, o problema é a seca, que afeta mais de 400 mil pessoas só em Pernambuco. Sessenta e três cidades do estado decretaram situação de emergência.
O Rio Pajeú, em Pernambuco, hoje é só uma lembrança. O leito foi tomado por bancos de areia e a água não corre mais. Está desaparecendo aos poucos, levada pela seca. Nem parece o mesmo rio que há menos de oito meses transbordou em uma enchente histórica na região.
Muita chuva concentrada em pouco tempo e, no restante do ano, a escassez. Essa irregularidade acontece todos os anos com intensidades diferentes no semi-árido. Onde resta água, os moradores fazem uma romaria com baldes e latas.
05/12/08
Moradores do Maranhão sofrem com estiagem

Neste ano, 50 mil focos de queimadas foram registrados no estado
Áreas do Nordeste não têm chuva há mais de quatro meses

Muitas áreas do Nordeste brasileiro não têm chuva há mais de quatro meses. O resultado disso é um cenário desolador. A terra ressecada do açude entristece o sertanejo. A comida para os animais é a cada dia mais escassa. A estiagem também castiga as lavouras. Na vegetação esturricada, o fogo se espalha rapidamente. São 50 mil focos de queimadas no Maranhão neste ano.
Uma ponte em Caxias (MA) foi construída para ligar dois municípios do Maranhão divididos por um rio, mas sem chuva a água desapareceu. O cenário se repete em quase todas as regiões. A preocupação é que as fontes de abastecimento sequem.
Crianças abandonam a escola para buscar água para toda a família. É preciso caminhar horas para tomar banho. Em um povoado, os moradores pararam as construções. A maioria se mudou em busca de água.
http://g1.globo.com/Noticias/Brasil/0,,MUL913160-5598,00-MORADORES+DO+MARANHAO+SOFREM+COM+ESTIAGEM.html


23/12/08

Agricultores cearenses fazem mini barragens para fugir da seca
São pequenos açudes construídos em forma de meia lua.
Em Juazeiro do Norte, quem apostou na tecnologia está satisfeito.

Agricultores do Ceará estão se beneficiando com a construção de pequenas barragens para escapar da seca. Em Juazeiro do Norte (CE), quem apostou na tecnologia está satisfeito.

Na região sul do Ceará já é possível encontrar em muitas áreas rurais as barraginhas. São mini-açudes construídos em forma de meia-lua com 15 metros de diâmetro e dois metros de profundidade.

A função das barraginhas é armazenar a água da chuva, que fica infiltrada na terra. Outra vantagem é conter o processo erosivo e vão alimentar o lençol freático tornando a terra úmida e agricultável.

"A água infiltrada no lençol freático deixa a área mais úmida por mais tempo após o período chuvoso”, explicou Erivaldo Figueiredo, coordenador do Núcleo Agrário da Fundação Mussambê.

Na propriedade do criador Evilásio Anísio de Sousa foram feitas cinco barraginhas no início do ano. Para o produtor foi fácil perceber a diferença. O cacimbão, que em períodos de estiagem ameaçava secar, ficou cheio o ano inteiro.

Para o agricultor Adalberto Laranjeira a maior vantagem das barraginhas foi a umidade do solo. Toda a plantação de frutas ficou verdinha, mesmo no período de seca.

Em 2008, oitocentas e trinta barraginhas foram instaladas em cinco municípios da região sul do Ceará. A idéia deu certo e em 2009 a previsão é de construir pelo menos mil barraginhas não só no Ceará.

O projeto de construção de barraginhas foi desenvolvido pela Embrapa, recebeu recursos de instituições públicas e privadas. No Ceará foi implantado pela Fundação Mussambê.

De acordo com a Embrapa, o custo para construir uma barraginha é, em média, de R$ 200,00.


http://g1.globo.com/Noticias/Brasil/0,,MUL932922-5598,00-AGRICULTORES+CEARENSES+FAZEM+MINI+BARRAGENS+PARA+FUGIR+DA+SECA.html

sábado, 7 de março de 2009

QUIXADÁ - SERTÃO DO CEARÁ

Trago hoje para vocês um pouco sobre o Sertão Central do Ceará, mais especificamente o município de Quixadá. Famoso pelo açude Cedro e pela pedra da Galinha Choca, o município está localizado em pleno semi-árido, cercado de montanhas rochosas. Por muito tempo sofreu, como tantos outros municipios do semi-árido, com a aridez e a escassez de água. O município e o açude Cedro ficaram famosos pelo discurso dramático de D. Pedro II, quando deu início às obras do reservatório, garantindo que venderia a última jóia da coroa para garantir que os sertanejos não mais sentiriam sede. O açude só foi inaugurado quando a républica já havia sido proclamada. E muita gente morreu de sede e fome nesse intervalo...
Quixadá é hoje um exemplo de transformação no Sertão. Com uma adminsitração moderna e comprometida, e com o envolvimento da população, o muniício foi resgatando aos poucos sua história, sua cultura e descobrindo novos valores. A paisagem árida e os ventos quentes vindos das pedras, que antes pareciam um sinal de conenação à pobreza, hoje significam um difentencial para a região, que se tornou um espaço internacional prestigiado para os amantes dos esportes radicais.






































Dentre as diversas instituições que atuam em Quixadá, garantindo esse novo perfil, trago como exemplo o Instituto Convicência com o Semi-árido (IC), que me foi apresentado pelo meu amigo Marcos Gomes. São essas organizxações, seus idealizadores, e suas ações que garantem a possibilidade de transformamos o Sertão, respeitando esse espaço, sua história, sua cultura e seu povo. Abaixo temos algumas informaçoes sobre a atuação do IC.


MISSÃO DO INSTITUTO: Desenvolver a capacidade de gestão de pequenos negócios em comunidades rurais do semi-árido brasileiro, adotando como premissa a conservação, o uso sustentável e a recomposição ambiental dos recursos naturais.
METODOLOGIA DE AÇÃO: O IC trabalha junto ao Projeto Educar na Barra do Rio Coco em Sabiaguaba-Fortaleza, e ao Projeto Curumirim em Paracurú para a formação da Federação Cearense de Canoagem. A proposta passa pela criação de vários núcleos de praticantes do esporte pelo Estado, tendo como unidade de ação e planejamento as Bacias Hidrográficas. Nossa meta também visa criar serviços de ecoturismos nessas regiões e alavancar oportunidades de emprego e renda para a juventude local. Tudo isso, é claro, focado na conservação ambiental dos recursos naturais da região.
Instituto Convivência com o Semi-Árido
Rua Rodrigues Júnior, 1274 - Sala 12 - Centro - Quixadá-CE
CEP 63900-000 - Tel: (88) 3414.6140 / (88) 3412.3483

ABAIXO UM DOS TRABALHOS DO INSTITUTO - A PRESERVAÇÃO DA UNIDADE DE CONSERVAÇÃO DOS MONÓLITOS DE QUIXADÁ.

MONUMENTO NATURAL MONÓLITOS DE QUIXADÁ

No intuito de conservar e proteger os campos de monólitos do Município de Quixadá , área de grande valor ecológico, foi criado em 25 de outubro de 2002, por meio do Decreto Estadual Nº26.805,o Monumento Natural Monólitos de Quixadá, unidade de conservação e de proteção integral que abrange toda área constituída pelas formações rochosas distribuídas em torno daquela cidade.
Características naturais
O Curral de pedras de Quixadá, conhecido localmente como serrotes ou monólitos, constitui uma paisagem formada por relevos residuais distribuídos sobre áreas planas. A forma como se apresenta é resultante da erosão diferencial em rochas cristalinas resultando em geomorfismo diversos, o que atribui à paisagem um caráter singular com grande destaque visual. Os monólitos estão concentrados em mais de cinqüenta elevações numa extensão de aproximadamente de 20 km, conferindo a área um aspecto único no Brasil.



A caatinga se impõe como tipo de vegetação mais importante, apresentando-se exuberante na época das chuvas e despedida de folhagens durante os longos meses de estiagem.
As espécies são aí adaptadas aos rigores do clima, apresentando característica de pequeno porte, redução e transformação das folhas, raízes desenvolvidas, caules extremamente retorcidos e capacidade de reter água obtida na estação chuvosa. Uma resistente bromeliácea, a macambira de flecha (Encholirium spectabile), instala-se em densos grupos nos maciços rochosos, onde suas agressivas espigas e folhas retorcidas recortam a silhueta dos inselbergs embelezado-os ainda mais.

Rota Arqueológica de Migração

O cenário que se descortina para o viajante que chega ao monumento vindo pelo norte ou noroeste, é de alívio e admiração. Da paisagem plana. monótona e seca brotam gigantes de pedras, entre os quais a Galinha Choca é o mais vistoso. Grupos primitivos de povos americanos, com certeza tinham na sombra e na água fresca no sopé dessas formações, uma retiro obrigatório de pouso e ocupação. Essa história ainda pouco estudada, espera por ser contatada. O Estado brasileiro, tomba mais não cuida, e mesmo tendo sido tombado como Patrimônio Nacional pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional - IPHAN em 2004, não se consegue que o município se estruture e se desenvolva, pela valorização desse passivo ambiental extraordinário da região. A paisagem composta pelas formações rochosas de Quixadá, constitui importante cenário na obra literária da escritora Rachel de Queiroz e de outros escritores cearense
Como Ajudar na Conservação desse Monumento

Preservando os campos dos monólitos, sem fazer marcação, gravuras, pinturas ou qualquer a alteração na formação natural. Proteste e denuncie as agressões ambientais.

Localização

O Monumento Natural está situado a, aproximadamente, 170 km de Fortaleza, pela BR-116 até o Triângulo de Quixadá e depois, pela BR-122 e CE-359.

Fonte: Instituto Convivência com o Semi-Árido


sexta-feira, 6 de março de 2009

Paisagens do Sertão - Pinturas Rupestres no Piauí

05/03/2009 - 07h00

No Piauí, maior acervo de pinturas rupestres do mundo sofre com o poder público

LUIZ CITTON
Colaboração para o UOL Viagem*

Escolhido pela comunidade científica mundial para sediar, este ano, o Congresso Internacional de Arte Rupestre, o Parque Nacional da Serra da Capivara, no Piauí, sofre com a omissão do poder público, um aeroporto inacabado, rodovias nas quais só se consegue trafegar com veículos "off-road", pouca capacidade hoteleira para receber os visitantes internacionais, além dos problemas já "costumeiros" relacionados à caça predatória dentro da área protegida, assentamentos e queimadas que têm comprometido uma história de mais de 100 mil anos da existência do homem.

Pesquisadora Dra. Niède Guidon, que dedicou mais de 35 anos aos sítios arqueológicos do Piauí

Em 1991, o Parque Nacional da Serra da Capivara foi reconhecido pela UNESCO como Patrimônio Cultural da Humanidade por abrigar o mais importante patrimônio pré-histórico das Américas e a maior quantidade de pinturas rupestres do mundo. A reserva é administrada por um convênio entre o poder público e a Fundação Museu do Homem Americano (FUMDHAM) que tem como Diretora Presidente, desde a criação da fundação, a pesquisadora Dra. Niède Guidon.
Às vésperas de completar 76 anos, mais de 35 deles dedicados a escavar, estudar e proteger com unhas e dentes a riqueza dos sítios arqueológicos do Piauí, Niède conta que "no começo disseram que era loucura eu me mudar para o sudeste da região, que eu deveria ficar na capital ou próximo ao litoral. Discordei, se não trouxermos estas iniciativas para cá, se não fizermos acontecer transformações que melhorem a situação sócio-econômica destas populações, nunca iremos desenvolver o interior do Brasil".
Niède nasceu na cidade de Jaú, interior de São Paulo, e se formou em História Natural pela Universidade de São Paulo. Viveu na França, onde se especializou em arqueologia e nos estudos de pinturas rupestres pela Universidade de Sorbonne. Na década de 1970, motivada por fotografias das pinturas da Serra da Capivara, organizou expedições à região de São Raimundo Nonato e lá está até hoje. Suas descobertas traçaram novos rumos às pesquisas internacionais sobre a origem do homem na América.
Antes dos vestígios descobertos no Piauí, as pistas mais antigas de ocupação humana nas Américas, datadas de 12.000 anos, só tinham sido encontradas em sítios arqueológicos no estado do Novo México, nos Estados Unidos. Batizados de "tradição Clóvis" (nome da cidade próxima a região onde os fósseis foram encontrados), os achados norte-americanos foram por muito tempo as únicas provas que levavam a uma explicação de como o homem pré-histórico saiu da África, caminhou até o estreito de Bering durante o período das glaciações e chegou a América.
Descobertas posteriores nos sítios de Monte Verde, no Chile; Lagoa Santa, em Minas Gerais, e os achados da Dr. Niède, no Piauí, contribuíram, e continuam contribuindo, para reescrever as teorias da ocupação das Américas. Hoje é tido como certo o homem pré-histórico ter feito migrações anteriores há 12.000 anos pelo estreito de Bering (Pré-Clóvis) e se fala na possibilidade dessas populações terem escolhido também outras rotas para atingir o continente americano, como por exemplo, pelo mar.

Funcionários da FUMDHAM fazem a manutenção e limpeza das pinturas do Parque Nacional da Serra da Capivara, no Piauí

Discussões de relevância como a desses estudos serão realizadas no Congresso Internacional de Pintura Rupestre, agendado para os meses de junho e julho deste ano no Piauí. "Caso aconteça", completa Niède em tom de desapontamento. "Para mim o sucesso ou o fracasso do congresso será uma das maiores provas que enfrentará o Parque Nacional da Serra da Capivara e todo o trabalho que desenvolvemos aqui. Vai ser um ótimo indicativo para sabermos se devemos continuar lutando contra o descaso do poder público, a falta de verbas ou se devemos, mais do que nunca, tomar novo fôlego e continuar batalhando para preservar esse patrimônio que é de toda humanidade."

Segundo pesquisas feitas por empresas nacionais e internacionais a região do Parque comportaria um complexo hoteleiro de seis estrelas com potencial turístico para atrair cinco milhões de turistas por ano, mais do que o Brasil todo recebe anualmente. O parque emprega moradores locais, investe em pesquisas e tem mais de mil sítios arqueológicos descobertos e catalogados, grande parte deles abertos a visitação. O Aeroporto Internacional da Serra da Capivara, peça-chave para o desenvolvimento das potencialidades da região, está há mais de dez anos em construção. Leia a entrevista exclusiva com a pesquisadora Niède Guidon:

UOL Viagem: Hoje, grande parte da comunidade científica internacional já reconhece como legítimos os vestígios encontrados no Piauí datados de até 60 mil anos. As teorias de terem existido outras correntes migratórias, distintas das que ocorreram pelo estreito de Bering, ainda suscitam controvérsias entre a elite da pesquisa mundial?

Niède Guidon: Nossos dados indicam, e cada vez mais, com os estudos de antropologia física e datações antigas no México, que quando houve uma seca muito grande na África os homens saíram de lá em busca de alimento e de água e começaram a se espalhar pelo mundo. Eles foram tanto para leste quando para o oeste. Naquela época o mar estava 140m abaixo do nível atual, existiam muitas ilhas e a passagem da África para cá era muito fácil, pois a corrente (marítima) traz as águas para o Nordeste e também para o México. A primeira teoria de que eles teriam vindo pelos Estados Unidos, pelo Alasca, é muito antiga, data dos anos 1950, quando não se conhecia tudo isso. Sobretudo não se sabia que o Homo Sapiens apareceu na África há 160 mil anos, naquela época se pensava que o Homo Sapiens só tinha 40 mil anos. A arqueologia vai evoluindo e as novas descobertas trazem novos dados.

UOL Viagem: No Brasil, o que falta ser encontrado ou, que local precisa ser escavado, para encontrar as provas que corroborariam as teorias mais controversas da ocupação do homem nas Américas?

Niède Guidon: Para eles chegarem até aqui, tiveram que vir um pedaço por terra. Nossa hipótese é que eles teriam chegado então no litoral do Nordeste e alguns grupos seguiram até a Amazônia, onde evoluíram e deram origem aos Marajoaras. Um grupo pode ter subido o Rio Parnaíba, que era um rio muito grande, nossas pesquisas demonstraram que até nove mil anos atrás a região era tropical úmida, a parte norte do parque tinha Floresta Amazônica e a parte sul, Mata Atlântica. Os rios eram muito grandes, do tipo do Rio Amazonas, tanto que temos inclusive pinturas de botos. Tínhamos um cenário completamente diferente da caatinga de hoje. Esses homens então teriam subido o Parnaíba, tomado o rio Piauí e chegado até aqui.Infelizmente a costa brasileira foi muito destruída, não houve pesquisas anteriores. Acho que seria essencial começar a se fazer pesquisas em alguns locais, próximo à costa, onde as condições ainda estejam preservadas para que os sítios possam ser explorados.

UOL Viagem: A resistência da comunidade científica norte-americana em reconhecer como legítimas as descobertas no Piauí se deve, em grande parte, a uma mentalidade norte - centrista de dominação política e socioeconômica?

Niède Guidon: Não, acho que como a primeira teoria tinha nascido lá eles devem ter ficado um pouco apegados e, sobretudo, esqueceram uma base da metodologia científica: uma teoria é uma tentativa de explicar dados, mas se novos dados aparecem essa teoria tem de ser refeita.

UOL Viagem: Baseada em descobertas no Parque Nacional da Serra da Capivara, a senhora afirma estar certa da presença do homem na região do sul do Piauí há 100 mil anos? Qual a repercussão dessas descobertas na comunidade científica mundial?

Niède Guidon: Sim, nós temos na Pedra Furada datações de até 100 mil anos associadas a fogueiras e a material lítico. Essas datações foram feitas por técnicas que não são a do Carbono-14 então alguns alegam que elas não são muito seguras. Entretanto, com o Carbono-14 chegamos a 60 mil anos e, abaixo desta camada, ainda tínhamos um metro e meio com material lítico e carvão, indicando uma presença anterior a essa data.A questão do homem no mundo muda o tempo todo. As novas descobertas acrescentam novos dados e as teorias são reavaliadas. Veja agora, por exemplo, o sítio de Atapuerca, na Espanha, está revolucionando grande parte das teorias do homem no mundo pelo que está se descobrindo por lá. Somente aqui (América) ficou aquela coisa parada que tinha que ser sempre pelo Clóvis.

UOL Viagem: Qual é o principal empecilho à pesquisa científica no Brasil?

Niède Guidon: Na realidade, sobre pesquisa científica aqui no Brasil, eu sempre achei extremamente eficaz para se conseguir os financiamentos. Nós temos financiamentos pelo CNPq, pela FINEP, acho muito bom. Nossa equipe teve também financiamento, enquanto fui funcionária francesa, da França, que acaba de renovar, pois apesar de estar aposentada, tenho outros colegas trabalhando por aqui. Para nós, o financiamento da pesquisa científica sempre foi favorável.

UOL Viagem; A senhora cita um potencial turístico de aproximadamente cinco milhões de visitantes/ano para a região do Parque Nacional da Serra da Capivara. Em que pesquisas se baseiam esses dados?

Niède Guidon: Hoje estou voltando da Serra das Confusões, onde vi um sítio que, se fosse em outro país, teria milhões de pessoas visitando. Em uma paisagem maravilhosa, um sítio com pinturas belíssimas, parece uma capela, algo fantástico. É pena que no Brasil não se dá a devida atenção ao turismo, parece que o brasileiro não gosta de ganhar dinheiro, prefere continuar plantando mandioca e feijão, com o perigo de morrer de fome.Estamos escavando agora na Serra das Confusões, encontramos uma sepultura coletiva dentre outras coisas maravilhosas e faz pena que o Brasil não aproveite isso. O estudo do potencial turístico da região foi feito por uma empresa suíça, em 1998, quando o aeroporto deveria ter ficado pronto. Contratamos essa empresa, que fez todo o planejamento para nós e todo o estudo do potencial da região e a viabilidade econômica. A conclusão dos suíços -e você sabe que os suíços são excelentes em matéria de dinheiro- é que a única maneira de desenvolver a região de forma auto-sustentável é através do turismo.

UOL Viagem: A questão da reforma agrária e os assentamentos de famílias no entorno do parque continuam a atrapalhar a criação do corredor ecológico entre os parques da Serra da Capivara e das Confusões?

Niède Guidon: Dentro do Parque não fizeram ainda, mas eles estão fazendo junto ao Parque, no limite do Parque, o que é proibido pela lei federal. O IBAMA diz que não pode, mas o Incra põe e estamos tendo problemas. Um dos divertimentos deles (assentados) é entrar no parque para caçar, atirar nas pinturas. Outra coisa que eles têm feito muito é quebrar as placas indicativas que colocamos para os turistas. Semana passada o IBAMA veio me avisar que em uma área extremamente importante, com muitos sítios, vizinha ao Parque - que inclusive a Fundação (FUMDHAM) comprou e cercou inteirinha justamente para proteger, para evitar a caça, pois tem animais e tudo-, os assentados arrebentaram a cerca e estavam caçando lá dentro. É muito difícil porque acho que hoje o problema principal do Brasil é que o País tem muitas leis, mas não faz seguir essas leis. Quando você fica lutando para que a lei seja aplicada, você se torna uma pessoa antipática. Não vejo que o país possa ser um grande país se essa situação continuar.Sobre o corredor, não estive lá ultimamente, mas já me comunicaram que há muita gente lá, muitos caçadores além de pessoas desmatando. Esse corredor até hoje não foi efetivado e quando for, não terá mais nada. É lamentável, você vai à Serra das Confusões, vê pessoas transitando irregularmente, gado dentro do parque, e tudo por lá é absolutamente maravilhoso e poderia trazer muito dinheiro para o Brasil.O poder público é muito dividido, cada ministério acha que é o dono da bola, não é uma equipe. Acredito que parte disso acontece pelo fato de os ministérios mudarem muito, toda a política envolvida, não há nada técnico.

Prevalece o interesse político sobre o interesse nacional. Acredito que enquanto não tivermos ministérios formados por pessoas que fizeram concurso, funcionários de carreira, com uma formação técnica, as coisas não vão melhorar. Aqui (Piauí) muda todo mundo, principalmente os chefes. Um chefe de um Parque Nacional tem que ser uma pessoa que tenha uma formação em biologia, em geologia, que tenha um conhecimento da natureza e que tenha também um conhecimento de administração. Não é possível que seja só por razões políticas.

UOL Viagem: Sobre a questão do aeroporto internacional, em que pé está a negociação ou até onde vão as promessas do poder público para a finalização das obras?

Niède Guidon: A promessa de conclusão era para 1998, mas as obras continuam. O governador prometeu que terminam agora em junho para o Congresso que teremos aqui este ano.

UOL Viagem: A senhora disse que o Congresso Internacional de Arte Rupestre representaria um momento decisivo para o Parque. Como está a preparação e quais são as suas expectativas para o evento?

Niède Guidon: É um momento em que vem gente do mundo todo e em que o Piauí vai mostrar o que é capaz de fazer. Quer dizer, se está fazendo bem, se as coisas vão dar certo ou se vai ser tudo malfeito. Aí ficará ruim para o Piauí, que correrá o risco de perder as pessoas interessadas em visitar o patrimônio.Eu tenho uma mania, gosto de trabalhar com muita antecedência, mas infelizmente, aqui no Brasil, parece que tudo é feito de última hora. Vamos ver, o pessoal do governo está por aqui, já estão começando a trabalhar e acredito que dará certo.

UOL Viagem: Qual é a principal preocupação da pesquisadora Niède Guidon hoje e qual o seu maior desejo/sonho em relação ao Piauí e ao Parque Nacional da Serra da Capivara?

Niède Guidon: O problema principal é a burocracia que atrapalha a administração do Parque. Hoje conseguimos tomar conta do parque através de doações da Petrobrás, nossa principal financiadora, através do dinheiro do CNPq e da FINEP, mas o problema está na administração. As exigências, a burocracia cresceu de uma tal maneira que tenho sido obrigada a contratar advogados do Rio, São Paulo e Brasília, pois o pessoal daqui já não está nem mais entendendo como as coisas são feitas. Nós criamos o Parque com o intuito de desenvolver a região econômica e socialmente, entretanto as licitações são um absurdo e tudo é extremamente complicado. Não acredito que isso acabe com a corrupção, pois aqueles que são corruptos continuam praticando, mas dificulta a vida das pessoas honestas. Nossa dificuldade hoje é a burocracia monstruosa.O meu sonho é que os deputados e senadores transformem a Serra da Capivara em um principado livre. D. João já prometeu que seria o nosso príncipe, e aí poderíamos viver por nossa conta, sem burocracia e auto-sustentáveis pelo turismo (risos).

*O repórter LUIZ CITTON viajou a convite do Sebrae de Teresina, Piauí

FONTE: http://viagem.uol.com.br/ultnot/2009/03/05/ult4466u527.jhtm

Parque Nacional da Serra das Confusões, no Piauí

terça-feira, 3 de março de 2009

100 anos de Patativa do Assaré

"Meus versos é como semente
Que nasce arriba do chão;
Não tenho estudo nem arte,
A minha rima faz parte
Das obras da criação"
Patativa do Assaré


No próximo dia 5 de março Patativa completaria 100 anos, e não só Assaré, sua terra natal, mas todo o Ceará comemora a data, relembrando a obra e a vida do Poeta do Sertão. Abaixo eu reuni algumas matérias relativas às comemorações, que terão seu ponto alto na Serra de Santana, em Assaré.

Imagem da poesia
Em comemoração ao centenário do poeta cearense Patativa do Assaré, estréia no cinema de arte do North Shopping o filme Patativa do Assaré - Ave Poesia, do cineasta Rosemberg Cariry.

Elisa Parente
da Redação
03 Mar 2009 - 01h29min

O filme Patativa do Assaré – Ave Poesia - que estréia hoje, terça-feira, no Cinema de Arte do North Shopping - é resultado do longo período de convivência com o poeta, segundo Rosemberg. Foi um mergulho profundo em sua obra acompanhando seus recitais, produzindo muitas de suas apresentações, editando seus livros e, nesse ínterim, gravando os passos e os versos de seu compadre poeta (Patativa é padrinho de Petrus Cariry, também cineasta e filho de Rosemberg). De 1979 a 2006 se deu a garimpagem de todo o material para a realização deste trabalho. “A idéia (de fazer o filme) surgiu com a sua morte (em julho de 2002), como se o filme, em nível simbólico, pudesse ser a sua ressurreição”, revela o cineasta. Ele conta que levou muito tempo para aceitar revisitar seus registros e decidir, finalmente, levar o projeto adiante. Foram cerca de três anos vendo e revendo, montando e remontando o material até finalização do longa. De início, as investidas resultaram em uma fita de 5 horas de duração, uma série de cinco filmes relatando 20 anos da vida de Patativa em cada uma. “Mas depois eu compreendi que o melhor pra esse filme era ser singelo, que o filme devia ser apenas um suporte para que o próprio Patativa se revelasse”, concluiu.
O enredo tem como ponto de partida as cenas do funeral. Amigos próximos, políticos e populares acorrem para ver de perto o poeta. Na sequência, registros em vida, em que ele conta como perdeu a vista direita, fala sobre sua curta passagem pela escola e de quando despertou sua paixão pela literatura de cordel, de suas primeiras publicações, de seu contato com a música. Ali se revela um Patativa popular, que falava das coisas da natureza, do coração, das insatisfações e descasos sofridos pelo povo nordestino. Dentre os registros, em meio aos versos líricos do poeta que se definia como matuto, imagens do período da ditadura, os presidentes militares em suas cerimônias de posse. Em resposta, o povo vai às ruas, pede eleições diretas e mais recentemente o impeachment. Tudo lá resgatado. E Patativa estava atento a tudo. Posicionava-se politicamente, ainda que não tomasse partido, e diante dos movimentos populares suas palavras repercutiam. Era personagem de reportagens jornalísticas, entrevistas a programas de rádio e televisão. Gostava de ser ouvido. Em entrevista a um jornal local, Patativa se declara socialista de coração. Atuou como pode durante a ebulição política que o país viveu durante as décadas de 1960 a 1990.

De sua relação com a música, o longa traz registros das gravações de A Triste Partida por Luiz Gonzaga, em 1964 e Vaca Estrela, Boi Fubá, por Raimundo Fagner, entre outras. Traz depoimentos do então deputado estadual Eudoro Santana, do líder camponês Antônio Pompeu, dos estudiosos Oswald Barroso, Gilmar de Carvalho, além de Fausto Nilo e Raimundo Fagner e dos filhos Geraldo Gonçalves e Inês Sidrão Alencar.
Diante da riqueza de informação e imagens, se sobressai a grandeza do mestre que queria cantar a paz do Brasil. É daqueles filmes que dá vontade de parar um pouco e conversar sobre. Um documentário de grande importância para a preservação da memória cultural cearense. “Eu diria que o filme é quase uma conversa daquelas de calçada. Antigamente, no sertão, o pessoal botava as cadeiras na calçada à espera da fresca do vento de Aracati. O filme é isso, uma conversa sobre um homem de grande arte e de grande generosidade. Espero que as pessoas entendam assim. Que percebam o filme como uma conversa de pé de calçada à espera do vento que sopra” finaliza o cineasta.
SERVIÇO:
Patativa do Assaré: Ave Poesia (BRA, 2007) De Rosemberg Cariry. Depoimentos de Ricardo Bezerra, Raimundo Fagner, Fausto Nilo, Oswald Barroso e Amâncio. 84min. Cartaz da Sessão de Arte do North Shopping 6, às 20h30min (somente terça). Livre. No Multiplex UCI Ribeiro, em Fortaleza, exibe sexta, 6 – 21h30min, sábado; 7 às 10h45min, e de segunda, 9, a quinta, 11, às 19h30min. No sábado, debate após a sessão com o cineasta Rosemberg Cariry e a participação do violeiro Miceno de Assaré com a poesia de Patativa.
Fonte: Jornal O Povo - Caderno Vida e Arte - Fortaleza-CE, 03-03-09
100 anos de Patativa do Assaré

De três a cinco de março, o Sesc, por meio de sua Unidade Juazeiro do Norte, promove uma programação especial em comemoração ao centenário de nascimento do poeta Patativa do Assaré. As atividades acontecem no Teatro, que leva seu nome, e na Biblioteca.


Antônio Gonçalves da Silva, mais conhecido como Patativa do Assaré, nasceu em cinco de março de 1909 e foi poeta popular, compositor, cantor e improvisador, sendo uma das grandes figuras da cultura nacional.


Confira a programação:

03 de março:

Biblioteca SESC Juazeiro:

8h às 21h: Exposição de poemas de Patativa do Assaré no hall da biblioteca.

19h: Café Literário – Patativa em Foco.

Teatro SESC Patativa do Assaré:

20h: Show de Lançamento do CD “O Alumioso”, de Francisco Di Freitas.


04 de março:

Teatro SESC Patativa do Assaré:

19h: Exibição do Filme “Patativa do Assaré: Ave Poesia”, do cineasta cearense Rosemberg Cariri.

Biblioteca SESC Juazeiro:

8h às 21h: Exposição de poemas de Patativa do Assaré no hall da biblioteca.


05 de março:

Biblioteca SESC Juazeiro:

8h às 21h: Exposição de poemas de Patativa do Assaré no hall da biblioteca.
Teatro SESC Patativa do Assaré

18h: Lançamento do Cordel “Nas Terras do Meu Avô – Sertão auto-sufuciente” , de autoria de Francisca Nezite Alencar – Projeto SESC Cordel;

19h: Recital poético com poesias de Patativa e lançamento do livreto “Patativa das Artes” – Projeto Performance Poética;

20h: Show de Cantoria com o poeta popular Pedro Bandeira.

Serviço:

Programação de comemoração ao centenário do poeta Patativa do Assaré03 a 05 de marçoSESC Juazeiro (Rua da Matriz, 227 – Centro)Informações: (88) 3512. 3355

Fonte: FECOMÉRCIO (http://www.fecomercio-ce.org.br/content/aplicacao/sesc-ce/2007-noticias/gerados/2009_02_19_progr_patativa_assare.asp)

Patativa, 100 anos (Comentários do Blog do Cariri, direto da festa!)


Muita festa, alegria e citações emocionadas sobre Patativa do Assaré marcaram a abertura das festividades dos 100 anos de nascimento do poeta. A cidade de Assaré ficou pequena para as pessoas dos mais vários lugares do Brasil, que lá estavam para participação das comemorações.

Patativa do Assaré, se vivo fosse, completaria 100 anos de vida, e com certeza, estaria nos brindando com suas belas poesias sobre o homem nordestino, valente, sofredor e imaginativo.

A programação irá até o dia 5, próxima quinta-feira, quando Fagner e Waldonys irão animar a festa de encerramento. Mais do que festa, que o momento sirva para que os caririenses reflitam um pouco mais sobre a importância de Patativa no cenário cultural e intelectual brasileiro, e a herança que ele nos deixa. A nossa obrigação maior agora, é preservar e divulgar essa herança.

Fonte: Blog do Cariri (http://caririag.blogspot.com/)

Centenário de Patativa


Programação pode ficar comprometida

Caso continue chovendo na região do Cariri, as comemorações dos 100 anos de Patativa podem não acontecerAssaré. A chuva que caiu ontem no município de Assaré interrompeu o acesso para a Serra de Santana, onde Patativa nasceu e passou a maior parte de sua existência. “Os carros que tentaram subir a serra voltaram”, diz a neta do poeta, Fátima Gonçalves, advertindo que, se continuar chovendo, a programação prevista para o próximo dia 5, naquela localidade, pode ser prejudicada. Ali, foi restaurada a casa onde nasceu Patativa, que será inaugurada na data de seu aniversário.

Com cantorias de violeiros na feira livre de Assaré, teve prosseguimento ontem a programação comemorativa ao centenário de Patativa. No distrito de Aratama, foram realizadas oficinas, apresentação de teatro e cinema, enquanto no Parque de Vaquejadas foram exibidos filmes. À noite, foi inaugurada uma brinquedoteca, com a apresentação da orquestra Eleazar de Carvalho e shows com “Os Nonatos”, “Forró Primeiro Beijo” e “Mastruz com Leite”.

As festas estão atraindo amigos e admiradores de Patativa de todo o Cariri. Entre os convidados, o filho mais novo do poeta, João Gonçalves, que mora em São Paulo.

João é um retrato fiel de um dos mais conhecidos poemas de Patativa, “A Triste Partida”, que foi interpretada por Luiz Gonzaga. A música conta a odisséia do nordestino que, fugindo da seca, deixa sua terra natal em busca de emprego no Sul do País.João viveu este drama. Hoje mora em São Paulo, onde trabalha como manobrista de um frigorífico. Ganha R$ 800,00 por mês. “Dá para viver”, diz ele. De volta ao convívio da família, o manobrista está satisfeito com a festa do centenário do pai. Ele diz que até em São Paulo se fala em Patativa. “Quando eu digo que sou filho dele, ninguém acredita”.

Para hoje, estão previstas as apresentações de teatro e cinema no distrito de Amaro. Os filmes serão exibidos no bairro Moeda. No Memorial será realizada uma audiência sobre economia e cultura, promovida pelo Sebrae. A programação prossegue à noite, com apresentação de projetos sociais, encontro de sanfoneiros populares e shows com Gildário do Assaré e Adelson Viana, Cícero do Assaré e Orquestra Kariri, bandas “Cheiro de Menina” e “Cacau com Mel.”.

Além da restauração da casa do poeta, um dos pontos mais importantes das comemorações será a assinatura da ordem de serviço para restauração do “Memorial Patativa do Assaré”, que funciona em um casarão, no Centro. O local, que foi moradia de antigos coronéis e cadeia pública, vai ser reformado e ampliado após oito anos de sua inauguração. O serviço será da Secult, em parceria com a Prefeitura, pois o prédio é tombado pelo Patrimônio Histórico do município.

Antônio Vicelmo-Repórter

FIQUE POR DENTRO:

Características do Memorial Patativa do Assaré - No Memorial Patativa do Assaré estão expostos discos, livros, cordéis, medalhas, documentos, fotos, painéis, todo o acervo de Patativa. O público visita o local de domingo a domingo e são estudantes, professores, pesquisadores e amantes da obra do maior poeta popular do Brasil. O sobrado, de três andares, conserva os traços originais. O auditório construído no quintal vai ser ampliado.

Mais informações: Prefeitura de Assaré(88) 3535.1613

Fonte: Diário do Nordeste - Caderno Regional - Fortaleza-CE, 03-03-09 (http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=618981)