sexta-feira, 30 de abril de 2010

Gentileza gera Gentileza

Olá amigos,
Sempre adorei a música da Marisa Monte chamada "Gentileza". Como sou curiosa fui em busca da história da música e descobri que se referia ao Profeta Gentileza, figura antológica do Rio de Janeiro. Ele espalhou várias frases que traziam a essência de sua filosofia: "Gentileza gera Gentileza".
Depois de vários anos de descaso e correndo o risco de se perder, sua obra (toda escrita nos muros do Rio) está sendo restaurada.
Vejam abaixo a música da Marisa e a reportagem sobre o movimento no Rio.
E lembrem sempre: gentileza é o bom da vida!
Abraços!
Suely




Gentileza

Marisa Monte

Apagaram tudo
Pintaram tudo de cinza
A palavra no muro
Ficou coberta de tinta
Apagaram tudo
Pintaram tudo de cinza
Só ficou no muro
Tristeza e tinta fresca
Nós que passamos apressados
Pelas ruas da cidade
Merecemos ler as letras
E as palavras de Gentileza
Por isso eu pergunto
À você no mundo
Se é mais inteligente
O livro ou a sabedoria
O mundo é uma escola
A vida é o circo
Amor palavra que liberta
Já dizia o Profeta





11/04/07 - 09h16 - Atualizado em 11/04/07 - 13h42

Profeta Gentileza ganha série de homenagens para comemorar seus 90 anos

Festa vai ter lavagem dos escritos, shows, recitais e bolo para José Datrino.
Gentileza morreu em 1996, 35 anos depois de largar tudo para pregar a paz.
Alícia UchôaDo G1, no Rio
“Amor palavra que liberta, já dizia o profeta.” A letra da música de Marisa Monte resume a mensagem do profeta Gentileza, em 56 pilastras do caos da Avenida Brasil, com frases de paz e amor, que marcam a chegada ao Rio.

Figura histórica da cena carioca, José Datrino recebe uma série de homenagens nesta quarta-feira (11), quando completaria 90 anos.

Pai de cinco filhos e dono de uma transportadora, Datrino largou tudo para pregar a paz, em 1961, sensibilizado por um incêndio que matou 400 pessoas num circo em Niterói, na Região Metropolitana. Foi, então, que passou a atender por Gentileza ou Jozze Agradecido. 

“Ele era uma figura exótica, tido como louco. A primeira vez que conversei com ele foi para tentar entender a vida por trás daquela aparente loucura”, conta Leonardo Guelman, professor de artes da Universidade Federal Fluminense (UFF), dono de uma tese e dois livros sobre Gentileza. 

A tal figura exótica fez o ex-empresário ser internado num manicômio três vezes. De bata branca e barba longa, com um galhardete pedindo aos “filhos” do mundo um pouco de gentileza, o profeta era conhecido de quem pegava a barca Rio-Niterói ou chegava na rodoviária Novo Rio. Mas atuou também em cidades da Baixada Fluminense, em São Gonçalo e chegou a ir a outros estados levar sua mensagem.


E sua palavra principal foi a que adotou como nome. “Gentileza gera gentileza”, repete Maria Alice Datrino, 65 anos, sua filha mais velha, que conta que a família, a princípio, não aceitou a mudança brusca de vida do pai. “Um dia ele falou: ‘seu pai agora só pensa numa coisa, não quero coisas materiais, só espirituais’”, lembra ela. Com a saída do pai de casa, a mãe também se foi. Os filhos se espalharam em casas de parentes e Datrino passou a viver de seu benefício do antigo INPS. 


Sua saúde começou a se fragilizar em 1993, quando uma queda lhe causou uma fratura na perna. A dificuldade de locomoção foi agravada por problemas circulatórios e ele, aos poucos, foi diminuindo o ritmo de sua rotina. Nascido em Cafelândia, em 11 de abril de 1917, Gentileza voltou para o interior de São Paulo no fim da vida. Morreu aos 79 anos, em Mirandópolis, no ano de 1996. Em 2000, as 56 pilastras pintadas com seus escritos foram tombadas como patrimônio cultural da cidade. 


 Pérolas de gentileza
Em seus principais ensinamentos, Gentileza propunha trocar as palavras ‘obrigado’ por ‘agradecido’, e ‘por favor’ por ‘por gentileza’. A mudança, explica o profeta, é porque ninguém é obrigado a nada e devemos ser gentis uns com os outros, além de nos relacionar por amor e não por favor. 

Nos escritos das paredes da Avenida Brasil, ele dobra algumas letras das palavras. Todas com uma explicação própria. Amor, por exemplo, levava três ‘R’, quando escrito por ele. Isso porque, segundo o profeta, só o amor material se escreve com um ‘R’. “Amor universal se escreve com três ‘R’: um ‘R’ do Pai, um ‘R’ do Filho, um ‘R’ do Espírito Santo – AMORRR”, costumava dizer. 


 Confira a agenda de comemorações
Às 6h30, haverá uma lavagem simbólica da pilastra n°1, na Praça Profeta Gentileza, na entrada principal da rodoviária Novo Rio. A partir de 9h, a família de Gentileza e os artistas plásticos Guga Ferraz e Bob N abrem oficalmente as homenagens. Logo depois, serão exibidos documentários sobre o profeta: “Gentileza”, “Porr Gentileza”, no embarque inferior do terminal. 

No início da tarde, os poetas Chacal, Mano Melo, Elisa Lucinda, Justo d´Ávila, Pedro Rocha e Paulo Fichnter vão recitar algumas das palavras de Gentileza. Às 13h, o cantor Línox canta músicas do disco “Positivo”. Uma aluna da Escola Municipal Santo Tomás de Aquino apresenta o “Rap da Gentileza”, e alunos do curso de teatro da Escola Estadual André Maurois apresentarão cenas curtas sobre o tema da gentileza por toda rodoviária. 

Como todo aniversário, tem que ter “parabéns pra você”. Às 16h, um bolo para 400 pessoas será cortado com direito a suco de uva para quem tiver conferindo a festa. Na seqüência, tem show do grupo de choro Nosso Canto e Márcio Januário. 



Mais informações sobre o Profeta Gentileza e sobre os eventos no Rio de Janeiro no Blog "O Impressionista", que tem um espaço chamado Museu Virtual Gentileza, com todas as frases do murais de Gentileza. Muito bom!

Fontes renováveis de energia podem ajudar no combate à pobreza

29/04/2010 - 16:50:12 

Organização das Nações Unidas defende revolução energética contra a pobreza

Secretário-Geral Ban Ki-moon afirma que a busca por fontes limpas de energia deve ser vista como uma ferramenta útil para reduzir as emissões e também como uma forma de alavancar o desenvolvimento econômico mundial
Fabiano Ávila, da CarbonoBrasil/Agências Internacionais
Aumentar o acesso a fontes limpas de energia e aprimorar sua eficiência são maneiras de combater as mudanças climáticas e ainda diminuir a pobreza mundial, constatou um relatório divulgado pelo Grupo Consultivo sobre Energia e Mudanças Climáticas das Nações Unidas.
O documento revela que 1,6 bilhão de pessoas não tem acesso a eletricidade e que entre dois a quatro bilhões continuam dependendo de fontes energéticas como a lenha. A ONU defende o acesso universal a serviços básicos e modernos de energia até 2030 e diz que isto pode ser feito sem aumentar de forma significativa as emissões que contribuem para alterações climáticas.
Além de ser uma forma de melhorar a condição de vida de milhões de pessoas, o relatório afirma que essa revolução energética traria benefícios econômicos para países pobres e em desenvolvimento, ajudando no combate à desigualdade entre as nações.
“Nós precisamos de uma revolução energética, tanto nos países em desenvolvimento, onde a demanda por eletricidade está crescendo rapidamente, quanto nos ricos, que precisam cortar suas emissões”, afirmou Ban Ki-moon.
O Grupo Consultivo sobre Energia e Mudanças Climáticas das Nações Unidas, formado por 20 empresários, acadêmicos, diplomatas e membros da sociedade civil, enfatizou que todos os países têm um papel importante nessa revolução. Os ricos devem providenciar mais financiamentos para projetos de baixo carbono, enquanto as nações mais pobres devem buscar dar transparência às suas instituições e políticas para que possam receber mais investimentos.
Outro alerta que o estudo faz é para a necessidade de cortar em 2,5% a “intensidade de energia” global anualmente. A intensidade de energia é a quantidade de eletricidade gasta para cada unidade do Produto Interno Bruto.
“As decisões que nós tomamos hoje terão no futuro um impacto profundo no clima global, no desenvolvimento sustentável, no crescimento econômico e na segurança mundial”, resumiu Ban Ki-moon.
Estados Unidos
Em mais um sinal de que os países já perceberam que a geração elétrica através de fontes limpas é mesmo um objetivo a ser buscado, o governo norte-americano liberou nesta quarta-feira (28) a construção de sua primeira fazenda eólica em alto mar.
O projeto Cap Wind reunirá 130 turbinas no nordeste dos Estados Unidos e irá gerar 75% da eletricidade consumida em Cap Cod e demais ilhas da região. Mas é realmente considerado importante por ser visto como o primeiro passo para a expansão do setor eólico nos EUA, que atualmente gera apenas 2% do total da energia do país.
O sinal verde para o projeto veio depois de mais de dez anos de brigas políticas e ambientais. Os opositores afirmavam que as torres seriam construídas muito próximas à costa, o que afetaria a vida de baleias, pássaros e poderia ter impactos na pesca na região. Mas segundo estudos de 17 agências federais essas preocupações eram infundadas.
“Este será o primeiro de muitos projetos no Atlântico que iremos construir para garantir nossa segurança energética. Cap Wind está abrindo um novo capítulo da nossa história, os EUA irão novamente ocupar a liderança mundial em tecnologia”, declarou o Secretário do Interior, Ken Salazar.
O momento do anúncio coincide com um dos maiores desastres naturais da indústria dos combustíveis fósseis nos Estados Unidos, com o vazamento de milhões de litros de petróleo após a explosão de uma plataforma da companhia britânica BP no Golfo do México.
(CarbonoBrasil)

Mapa de Conflitos envolvendo injustiça ambiental e saúde no Brasil


Estudo mapeia conflitos ambientais no Brasil


Natália Mello - 27/04/2010
Em Vila Velha, no Espírito Santo, a comunidade de Paul luta contra a ameaça de instalação de um terminal de recebimento e estocagem de soda cáustica. No interior de Alagoas, na pequena cidade de Olho d’Água das Flores, a comunidade quilombola de Gameleiro é obrigada a conviver com os estragos causados por um lixão criado pela prefeitura local. 

São denúncias como essas que integram o "Mapa de Conflitos envolvendo injustiça ambiental e saúde no Brasil", um estudo desenvolvido pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e pela Federação de Órgãos para Assistência Social e Educacional (Fase), que será lançado na próxima quarta-feira, 5 de maio, na Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (ENSP), no Rio de Janeiro. 

Disponível para consulta na internet, o levantamento traz 300 problemas ambientais mapeados no Brasil todo, com histórico, indicação das comunidades vítimas, dados do município afetado e nomes de órgãos e empresas causadores dos conflitos. 

Ao fazer buscas por palavras-chave ou estado, o internauta tem acesso a mapas com pontos indicativos da localização dos conflitos e, quando clica nesses pontos, surge uma ficha com as informações. 

“O mapa está disponibilizado na internet com um sistema georrefenciado e de buscas vinculado ao GoogleEarth, de tal forma que qualquer cidadão possa ter acesso a detalhes sobre a situação deinjustiça ambiental, sobre a região ou tema específico que lhe interessar, como o estado ou município, o tipo de população, o processo produtivo, o problema de saúde etc.", conta o coordenador geral do projeto Marcelo Firpo Porto. 

De acordo com o pesquisador, a população pode fazer novas denúncias e ajudar a completar o mapa. “Não consideramos o mapa 'fechado'. Ele pertence a todos os interessados na construção de uma sociedade socialmente justa e ambientalmente sustentável, e é o momento inicial de um novo espaço para denúncias, para o monitoramento de políticas públicas e, ainda, de desafio para que o Estado, em seus diversos níveis, responda às necessidades da cidadania", completa ele.

Fase
Fiocruz

Mais uma vez o Presidente Lula é escolhido como um dos líderes mais influentes do mundo!


Lula está na lista dos mais influentes de 2010 


da revista 'Time'

Revista americana coloca presidente brasileiro entre as maiores personalidades do ano.

BBC

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi escolhido pela revista americana Time como um dos líderes mais influentes do mundo em 2010, fazendo parte de uma lista na qual figuram nomes como o do presidente americano, Barack Obama, e do diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional, Dominique Strauss-Khan.
A Time escolheu as cem personalidades mundiais mais influentes em quatro áreas: líderes, heróis, artistas e pensadores. O nome do presidente brasileiro figura na lista de principais líderes que foi publicada no website da revista nesta quinta-feira.
A publicação traz um pequeno perfil de Lula feito pelo polêmico diretor de cinema Michael Moore, vencedor do Oscar de melhor documentário em 2003 por Tiros em Columbine.
No perfil, Moore afirma que quando Lula foi eleito, em 2002, "os barões usurpadores" do Brasil foram "checar os medidores de combustível de seus jatinhos", temendo que tivesse chegado a "hora da vingança".
Classificando o presidente como "um filho genuíno da classe trabalhadora da América Latina", o texto afirma que o presidente teria entrado na política após ver sua primeira mulher morrer durante a gestação de um filho, porque "não podia pagar assistência médica decente".
Ainda na opinião de Moore, o governo Lula, com programas como o Fome Zero e "planos para melhorar a educação", está tentando levar o Brasil para o "primeiro mundo", enquanto "os Estados Unidos se parecem mais com o terceiro mundo a cada dia".
Aproveitando para alfinetar ainda mais os Estados Unidos, Moore diz ainda que o que Lula quer para o Brasil "é o que costumávamos chamar de American Dream (sonho americano)".
"Nós, nos Estados Unidos, onde os 1% mais ricos têm mais riquezas do que os 95% mais pobres juntos, estamos vivendo em uma sociedade que está rapidamente ficando parecida com o Brasil", diz.

Luiz Inácio Lula da Silva

    MARCO GROB FOR TIME

    When Brazilians first elected Luiz Inácio Lula da Silva President in 2002, the country's robber barons nervously checked the fuel gauges on their private jets. They had turned Brazil into one of the most inequitable places on earth, and now it looked like payback time. Lula, 64, was a genuine son of Latin America's working class — in fact, a founding member of the Workers' Party — who'd once been jailed for leading a strike.
    By the time Lula finally won the presidency, after three failed attempts, he was a familiar figure in Brazilian national life. But what led him to politics in the first place? Was it his personal knowledge of how hard many Brazilians must work just to get by? Being forced to leave school after fifth grade to support his family? Working as a shoeshine boy? Losing part of a finger in a factory accident?
    No, it was when, at age 25, he watched his wife Maria die during the eighth month of her pregnancy, along with their child, because they couldn't afford decent medical care.
    There's a lesson here for the world's billionaires: let people have good health care, and they'll cause much less trouble for you.
    And here's a lesson for the rest of us: the great irony of Lula's presidency — he was elected to a second term in 2006 and will serve through this year — is that even as he tries to propel Brazil into the First World with government social programs like Fome Zero (Zero Starvation), designed to end hunger, and with plans to improve the education available to members of Brazil's working class, the U.S. looks more like the old Third World every day.
    What Lula wants for Brazil is what we used to call the American Dream. We in the U.S., by contrast, where the richest 1% now own more financial wealth than the bottom 95% combined, are living in a society that is fast becoming more like Brazil.
    Moore's latest film is Capitalism: A Love Story
    View the full list for "The 2010 TIME 100"


    Read more: http://www.time.com/time/specials/packages/article/0,28804,1984685_1984864,00.html#ixzz0mYYKtFJx

    Balanço Energético brasileiro mostra-se favorável às energias renováveis em 2009


    Cresce índice de uso de energia renovável no Brasil


    Débora Spitzcovsky - 29/04/2010
    Dados preliminares do Ben – Balanço Energético Nacional, feito pela EPE – Empresa de Pesquisa Energética, mostraram que, no ano de 2009, as fontes renováveis foram responsáveis por 47,3% de toda a energia consumida no Brasil. 

    Entre os tipos de energia renovável que apresentaram maior crescimento estão: 
    – a de cana-de-açúcar, responsável por 18,1% da matriz energética brasileira em 2009; 
    – a hidráulica, que correspondeu a 15,3% do cenário energético do país no ano passado e 
    – a de biomassa, responsável por 13,9% da matriz brasileira no período analisado. 

    De acordo com a EPE, o índice foi o maior registrado desde 1992, quando o uso de lenha e carvão vegetal ainda predominava entre os brasileiros. No entanto, o resultado do Balanço não tem a ver, apenas, com o aumento da preocupação ambiental no país. Segundo a EPE, outros fatores – como a crise econômica, que reduziu a procura por carvão por parte do setor siderúrgico, e o fato de 2009 ter sido um ano hidrologicamente favorável, o que facilita a geração de energia em hidrelétricas – contribuíram significativamente para o crescimento do uso de fontes renováveis de energia

    Independente dos motivos, o fenômeno trouxe melhorias para o país, que de acordo com a EPE apresentou uma diminuição na quantidade de emissões de CO2 relacionadas ao consumo de energia. Em 2009, a empresa registrou 1,43 tonelada de CO2 por Tep – Tonelada equivalente de petróleo, contra 1,48 no ano de 2008. 

    O Ben, na íntegra, será divulgado pela EPE ainda hoje. Veja a prévia do balanço aqui.  

    Leia também: 


    quarta-feira, 28 de abril de 2010

    Dia da Caatinga - para saber mais sobre o Bioma


    Informações sobre a Caatinga:

    Localização

    A caatinga ocupa uma área de 734.478 km2 e é o único bioma exclusivamente brasileiro. Isto significa que grande parte do patrimônio biológico dessa região não é encontrada em outro lugar do mundo além de no Nordeste do Brasil. 
    A caatinga ocupa cerca de 7% do território brasileiro. Estende-se pelos estados do Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Sergipe, Alagoas, Bahia e norte de Minas Gerais.
    A área total é de aproximadamente 1.100.000 km². O cenário árido é uma descrição da Caatinga - que na língua indígena quer dizer Mata Branca.

    Caracterização
    A caatinga tem uma fisionomia de deserto, com índices pluviométricos muito baixos, em torno de 500 a 700 mm anuais. Em certas regiões do Ceará, por exemplo, embora a média para anos ricos em chuvas seja de 1.000 mm, pode chegar a apenas 200 mm nos anos secos.
    A temperatura se situa entre 24 e 26 graus e varia pouco durante o ano. Além dessas condições climáticas rigorosas, a região das caatingas está submetida a ventos fortes e secos, que contribuem para a aridez da paisagem nos meses de seca.
    As plantas da caatinga possuem adaptações ao clima, tais como folhas transformadas em espinhos, cutículas altamente impermeáveis, caules suculentos etc. Todas essas adaptações lhes conferem um aspecto característico denominado xeromorfismo (do grego xeros, seco, e morphos,forma, aspecto).
    Duas adaptações importantes à vida das plantas nas caatingas são a queda das folhas na estação seca e a presença de sistemas de raízes bem desenvolvidos. A perda das folhas é uma adaptação para reduzir a perda de água por transpiração e raízes bem desenvolvidas aumentam a capacidade de obter água do solo.
    O mês do período seco é agosto e a temperatura do solo chega a 60ºC. O sol forte acelera a evaporação da água das lagoas e rios que, nos trechos mais estreitos, secam e param de correr. Quando chega o verão, as chuvas encharcam a terra e o verde toma conta da região.
    Mesmo quando chove, o solo raso e pedregoso não consegue armazenar a água que cai e a temperatura elevada (médias entre 25oC e 29oC) provoca intensa evaporação. Por isso, somente em algumas áreas próximas às serras, onde a abundância de chuvas é maior, a agricultura se torna possível.
    Na longa estiagem, os sertões são, muitas vezes, semi-desertos e nublados, mas sem chuva. O vento seco e quente não refresca, incomoda. A vegetação adaptou-se ao clima para se proteger. As folhas, por exemplo, são finas, ou inexistentes. Algumas plantas armazenam água, como os cactos, outras se caracterizam por terem raízes praticamente na superfície do solo para absorver o máximo da chuva.
    Os cerca de 20 milhões de brasileiros que vivem nos 800 mil km2 de Caatinga nem sempre podem contar com as chuvas de verão. Quando não chove, o homem do sertão e sua família sofrem muito. Precisam caminhar quilômetros em busca da água dos açudes. A irregularidade climática é um dos fatores que mais interferem na vida do sertanejo.
    O homem complicou ainda mais a dura vida no sertão. Fazendas de criação de gado começaram a ocupar o cenário na época do Brasil colônia. Os primeiros a chegar pouco entendiam a fragilidade da Caatinga, cuja aparência árida denuncia uma falsa solidez. Para combater a seca, foram construídos açudes para abastecer de água os homens, seus animais e suas lavouras. Desde o Império, quando essas obras tiveram início, o governo prossegue com o trabalho.

    Clima e Hidrografia

    Enquanto que as médias mensais de temperatura variam pouco na região, sendo mais afetadas pela altitude que por variações em insolação, as variações diárias de temperatura e umidade são bastante pronunciadas, tanto nas áreas de planície como nas regiões mais altas do planalto.
    No planalto, os afloramentos rochosos mais expostos, sujeitos à ação dos ventos e outros fatores, podem experimentar temperaturas muito baixas e próximas ou abaixo de zero grau durante as noites mais frias do ano, enquanto que a temperatura pode ser bastante elevada durante os dias quentes e ensolarados do verão. Esta grande variação local de temperatura e umidade durante o dia influencia bastante a vegetação destas áreas, e é um forte fator a determinar sua composição.
    As variações em temperatura são muito menos extremas durante a estação chuvosa, e também durante certos períodos quando a neblina se forma, especialmente à noite nas áreas de maior altitude, durante a estação seca. Não é incomum se observar pesadas formações de nuvens ou neblina nas regiões mais altas no início da manhã, durante a estação seca, o que resulta em menos de cinco horas de insolação por dia no planalto, enquanto que as áreas de planície circunvizinhas possuem uma taxa mais alta de insolação diária, sete horas ou mais.
    Ao amanhecer, pode-se observar a presença de orvalho em abundância cobrindo o solo, as rochas e a vegetação nos locais mais altos. Isto fornece certa umidade ao solo mesmo durante a estação seca, e contribui para a manutenção da vegetação da área.
    As áreas de planície estão sujeitas a um período de seca muito mais longo e severo que as áreas planálticas mais elevadas, período que normalmente dura sete meses, mas que às vezes pode chegar a até doze meses em um ano. Não só a taxa de precipitação anual é mais baixa, como também as temperaturas são em geral mais altas. Estas áreas têm clima semi-árido tropical, com temperaturas médias mensais ficando acima de 22°C.
    Quando chove, no início do ano, a paisagem muda muito rapidamente. As árvores cobrem-se de folhas e o solo fica forrado de pequenas plantas. A fauna volta a engordar. Através de caminhos diversos, os rios regionais saem das bordas das chapadas, percorrem extensas depressões entre os planaltos quentes e secos e acabam chegando ao mar, ou engrossando as águas do São Francisco e do Parnaíba (rios que cruzam a Caatinga).
    Das cabeceiras até as proximidades do mar, os rios com nascentes na região permanecem secos por cinco ou sete meses no ano. Apenas o canal principal do São Francisco mantém seu fluxo através dos sertões, com águas trazidas de outras regiões climáticas e hídricas.

    Geologia, Relevo e Solos

    Geologicamente, a região é composta de vários tipos diferentes de rochas. Nas áreas de planície as rochas prevalecentes têm origem na era Cenozóica (do fim do período Terciário e início do período Quaternário), as quais se encontram cobertas por uma camada de solo bastante profunda, com afloramentos rochosos ocasionais, principalmente nas áreas mais altas que bordejam a Serra do Tombador; tais solos (latossolos) são solos argilosos (embora a camada superficial possa ser arenosa ou às vezes pedregosa) e minerais, com boa porosidade e rico em nutrientes. Afloramentos de rocha calcárea de coloração acinzentada ocorrem a oeste, sendo habitados por algumas espécies endêmicas e raras, como o Melocactus azureus.
    A região planáltica é composta de arenito metamorfoseado derivado de rochas sedimentares areníticas e quartzíticas consolidadas na era Proterozóica média; uma concentração alta de óxido férreo dá a estas rochas uma cor de rosa a avermelhada. Os solos gerados a partir da decomposição do arenito são extremamente pobres em nutrientes e altamente ácidos, formando depósitos arenosos ou pedregosos rasos, que se tornam mais profundos onde a topografia permite; afloramentos rochosos são uma característica comum das áreas mais altas. Estes afloramentos rochosos e os solos pouco profundos formam as condições ideais para os cactos, e muitas espécies crescem nas pedras, em fissuras ou depressões da rocha onde a acumulação de areia, pedregulhos e outros detritos, juntamente com o húmus gerado pela decomposição de restos vegetais, sustenta o sistema radicular destas suculentas.
    A Serra do Tombador possui um relevo montanhoso que se destaca das regiões mais baixas que o circundam - sua altitude fica em geral acima de 800 metros, alcançando aproximadamente 1000 m nos pontos de maior altitude, enquanto que a altitude nas planícies ao redor variam de 400 a 600 m, embora sofram um ligeiro aumento nas bordas do planalto.
    O planalto age como uma barreira às nuvens carregadas de umidade provenientes do Oceano Atlântico que, ao ascenderem a medida em que se encontram com a barreira em que o planalto se constitui, se condensam e fornecem umidade na forma de neblina, orvalho e chuvas, mesmo no pico da estação seca. Isto resulta em um clima moderado e úmido que difere enormemente do clima das regiões mais baixas. Porém, o lado ocidental do planato é mais seco, com condições comparáveis às encontradas nas áreas de planície, porque a altitude das montanhas desviam as nuvens de chuva que vêm do Atlântico. Climatogramas de locais de altitude similar, mas localizados em lados opostos do planalto, claramente indicam a maior umidade do lado oriental. Um resultado da barreira formada pelas montanhas são nuvens carregadas de umidade provenientes do Oceano Atlântico, que produzem uma maior quantidade de chuvas no lado oriental.
    A precipitação no planalto normalmente excede os 800 mm anuais, com picos de até 1.200 mm em determinados locais, enquanto que a média de precipitação nas áreas de planície fica em torno de 400 a 700 mm. A precipitação é freqüentemente bimodal nas regiões mais altas, com um máximo de chuvas no período de novembro a janeiro, e um segundo período chuvoso, menor, no período de março a abril.
    A altitute elevada do relevo da Serra do Tombador conduz a um clima mesotérmico em que a média mensal da temperatura, pelo menos durante alguns meses, permanece abaixo dos 18°C. Os meses mais frios ocorrem no período do inverno (de maio a setembro, que coincide com a estação seca), quando o sol está em seu ponto mais baixo. As médias mensais de temperaturas do período mais quente do ano normalmente não excedem 22°C, sendo que os meses mais quentes do ano ocorrem entre outubro, um pouco antes do início da estação chuvosa, e fevereiro, quando as chuvas estão começando a se tornar raras.
    O sertão nordestino é uma das regiões semi-áridas mais povoadas do mundo. A diferença entre a Caatinga e áreas com as mesmas características em outros países é que as populações se concentram onde existe água, promovendo um controle rigoroso da natalidade. No Brasil, entretanto, o homem está presente em toda a parte, tentando garantir a sua sobrevivência na luta contra o clima. A caatinga é coberta por solos relativamente férteis. Embora não tenha potencial madeireiro, exceto pela extração secular de lenha, a região é rica em recursos genéticos, dada a sua alta biodiversidade. Por outro lado, o aspecto agressivo da vegetação contrasta com o colorido diversificado das flores emergentes no período das chuvas.
    Os grandes açudes atraíram fazendas de criação de gado. Em regiões como o Vale do São Francisco, a irrigação foi incentivada sem o uso de técnica apropriada e o resultado tem sido desastroso. A salinização do solo é, hoje, uma realidade. Especialmente na região onde os solos são rasos e a evaporação da água ocorre rapidamente devido o calor, a agricultura tornou-se impraticável.
    Outro problema é a contaminação das águas por agrotóxicos. Depois de aplicado nas lavouras, o agrotóxico escorre das folhas para o solo, levado pela irrigação, e daí para as represas, matando os peixes. Nos últimos 15 anos, 40 mil km2 de Caatinga se transformaram em deserto devido à interferência do homem sobre o meio ambiente da região. As siderúrgicas e olarias também são responsáveis por este processo, devido ao corte da vegetação nativa para produção de lenha e carvão vegetal.

    Vegetação

    A  vegetação do bioma é extremamente diversificada, incluindo, além das caatingas, vários outros ambiente associados. São reconhecidos 12 tipos diferentes de Caatingas, que chamam atenção especial pelos exemplos fascinantes de adaptações aos hábitats semi-áridos. Tal situação pode explicar, parcialmente, a grande diversidade de espécies vegetais, muitas das quais endêmicas ao bioma. Estima-se que pelo menos 932 espécies já foram registradas para a região, sendo 380 endêmicas.
    A caatinga é um tipo de formação vegetal com características bem definidas: árvores baixas e arbustos que, em geral, perdem as folhas na estação das secas (espécies caducifólias), além de muitas cactáceas.
    A caatinga apresenta três estratos: arbóreo (8 a 12 metros), arbustivo (2 a 5 metros) e o herbáceo (abaixo de 2 metros). Contraditoriamente, a flora dos sertões é constituída por espécies com longa história de adaptação ao calor e à seca, é incapaz de reestruturar-se naturalmente se máquinas forem usadas para alterar o solo. A degradação é, portanto, irreversível na caatinga.
    O aspecto geral da vegetação, na seca, é de uma mata espinhosa e agreste. Algumas poucas espécies da caatinga não perdem as folhas na época da seca. Entre essas destaca-se o juazeiro, uma das plantas mais típicas desse ecossistema.
    Ao caírem as primeiras chuvas no fim do ano, a caatinga perde seu aspecto rude e torna-se rapidamente verde e florida. Além de cactáceas, como Cereus(mandacaru e facheiro) e Pilocereu (xiquexique), a caatinga também apresenta muitas leguminosas (mimosa, acácia, emburana, etc.).
    Algumas das espécies mais comuns da região são a emburana, a aroeira, o umbu, a baraúna, a maniçoba, a macambira, o mandacaru e o juazeiro.
    No meio de tanta aridez, a caatinga surpreende com suas "ilhas de umidade" e solos férteis. São os chamados brejos, que quebram a monotonia das condições físicas e geológicas dos sertões. Nessas ilhas, é possível produzir quase todos os alimentos e frutas peculiares aos trópicos.
    As espécies vegetais que habitam esta área são em geral dotadas de folhas pequenas, uma adaptação para reduzir a transpiração. Gêneros de plantas da família das leguminosas, como Acacia e Mimosa, são bastante comuns. A presença de cactáceas, notavelmente o cacto mandacaru (Cereus jamacaru), caracterizam a vegetação de caatinga; especificamente na caatinga da região de Morro do Chapéu, é característica a palmeira licuri (Syagrus coronata).

    Fauna

    Quando chove na caatinga, no início do ano, a paisagem e seus habitantes se modificam. Lá vive a ararinha-azul, ameaçada de extinção. Outros animais da região são o sapo-cururu, a asa-branca, a cotia, a gambá, o preá, o veado-catingueiro, o tatu-peba e o sagui-do-nordeste, entre outros. 
    A situação de conservação dos peixes da Caatinga ainda é precariamente conhecida. Apenas quatros espécies que ocorrem no bioma foram listadas preliminarmente como ameaçadas de extinção, porém se deve ponderar que grande parte da ictiofauna não foi ainda avaliada.
    São conhecidas, em localidades com feição características da caatinga semi-áridas, 44 espécies de lagartos, 9 espécies de anfisbenídeos, 47 de serpentes, quatro de quelônios, três de crocolia, 47 de anfíbios - dessas espécies apenas 15% são endêmicas. Um conjunto de 15 espécies e de 45 subespécies foi identificado como endêmico. São 20 as espécies ameaçadas de extinção, estando incluídas nesse conjunto duas das espécies de aves mais ameaçadas do mundo: a ararinha-azul (Cyanopsitta spixii) e a arara-azul-de-lear (Anodorhynchus leari).
    Levantamentos de fauna na Caatinga revelam a existência de 40 espécies de lagartos, 7 espécies de anfibenídeos (lagartos sem patas), 45 espécies de serpentes, 4 de quelônios, 1 de crocodiliano, 44 anfíbios.
    Também constituída por diversos tipos de aves, algumas endêmicas do Nordeste, como o patinho, chupa-dente, o fígado, além de outras espécies de animais, como o tatu-peba, o gato-do-mato, o macaco prego e o bicho preguiça.
    Destaca-se também a ocorrência de espécies em extinção, como o próprio gato-do-mato, o gato-maracajá, o patinho, a jararaca e a sucuri-bico-de-jaca.
    A Caatinga possui extensas áreas degradadas, muitas delas incorrem, de certo modo, em rsico de desertificação. A fauna da Caatinga sofre grande prejuízos tanto por causa da pressão e da perda de hábitat como também em razão da caça e da pesca sem controle. Também há grande pressão da população regional no que se refere à exploração dos recursos florestais da Caatinga.
    A Caatinga carece de planejamento estratégico permanente e dinâmico com o qual se pretende evitar a perda da biodiversidade do seu bioma.

          
     Reserva Biológica da Serra Negra
     Parque Nacional da Serra da Capivara
     Parque Nacional de Sete Cidades