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quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Energia solar no Ceará


Usina solar de Tauá produz média mensal de 150 MWh de energia

Publicado em 01/11/2011 - 7:00 por Maristela Crispim



A tendência da usina solar de Tauá é de ampliação Foto: Kiko Silva

Durante os três primeiros meses de operação comercial da usina solar de Tauá, da MPX, empresa de energia do Grupo EBX, foi produzida uma média mensal de energia ativa – aquela que gera o funcionamento de equipamentos elétricos e eletrônicos – de 150 megawatts-hora, o que significa uma capacidade para acionar cinco mil geladeiras.
Em operação desde julho, a usina tem capacidade instalada inicial de 1 MW, o suficiente para abastecer 1,5 mil famílias, e conta com tecnologia no estado da arte em painéis fotovoltaicos.
Está localizada no município de Tauá, no sertão do Ceará, a 360 Km de Fortaleza.
A planta solar recebeu investimentos de cerca de R$ 10 milhões e o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) apoiou o projeto pioneiro no País com um aporte de R$ 1,2 milhão.
A MPX Tauá recebeu, em setembro, um time de especialistas em energia solar da GE, dando andamento aos trabalhos para ampliação da capacidade da usina.
O acordo com a empresa, firmado na ocasião da inauguração da Solar Tauá, prevê que a GE forneça todo o pacote de equipamentos e sistemas de tecnologia fotovoltaica para a duplicação do empreendimento, que chegará a 2 MW de capacidade instalada em 2012.
Com a expansão, mais 6,9 mil painéis serão instalados na usina solar. Ao todo, serão 11.580 módulos solares captando a luz e transformando-a em energia elétrica.

terça-feira, 15 de março de 2011

Energias Alternativas

Da Agência Ambiente Energia - Elaborado pelo Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE), documento oferece aos tomadores de decisão subsídios quanto às macro ações político-institucionais, que em concerto com a visão de demanda futura e com principais pensamentos estratégicos de especialistas, tenham elevado potencial para promover o estabelecimento e a sustentabilidade do empreendimento fotovoltaico no país. Documento é um extrato executivo de documentos gerados no estudo desenvolvido sobre a indústria fotovoltaica.

O trabalho foi produzido por equipe técnica do CGEE encarregada da liderança do Estudo “Tecnologias Críticas e Sensíveis em Setores Prioritários” (foco no Silício) e apresenta elementos e instrumentos que podem balizar ações governamentais que estão em fase de estruturação e que tem o foco em energia solar fotovoltaica, tais como o Sistema Brasileiro de Tecnologia do MCT (Sibratec), o Programa de CT&I em Energia Renováveis do MCT, e o Estudo de Geração Distribuída com Sistemas Fotovoltaicos do MME.
O grupo teve a colaboração – em oficinas presenciais e em consultas eletrônicas – de quase duas centenas de pesquisadores e executivos de instituições de governo e de empresas para chegar a esta síntese, apresentada por meio de quatro propostas complementares entre si:
1) Incentivo à pesquisa e à inovação tecnológica;
2) Criação de mercado consumidor;
3) Estabelecimento de indústrias de células solares e de módulos fotovoltaicos; e
4) Estabelecimento de indústrias de silício grau solar e grau eletrônico.

Foto: Chesf – LG Studio

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Exemplo de inclusão - Energia alternativa

Lâmpada do Aladim moderno

Lâmapada a energia solar N200, da Nokero, foto: divulgação
Um quarto da humanidade queima combustíveis fósseis para iluminar suas casas, e a OMS (Organização Mundial de Saúde) relata que metade usa carvão, madeira, excremento de animais e restos das colheitas para cozinhar e se aquecer. A prática contribui para um dos piores, tristes e insuspeitos problemas de saúde do mundo. Anualmente, 1,6 milhão de pessoas morrem em decorrência da fumaça gerada dentro de seus próprios lares. As vítimas habitam pequenos casebres espalhados pelas regiões mais pobres do mundo, especialmente a África Subsaariana.
O surgimento de pequenas luminárias autossuficientes e alimentadas por energia solar é um grande passo para minorar o problema. A Nokero, uma empresa sediada em Hong Kong, oferece um modelo desse tipo, a N200, equipamento resistente e a prova d’água, que pode ser pendurado em qualquer lugar (veja foto acima e imediatamente abaixo).
Modelo N200 desmontado e exibido em funcionamento, fotos: divulgação
A iluminação é feita através de LEDs alimentados por uma pilha AA recarregável. Durante o dia, ela é abastecida pela luz do sol através de uma célula fotovoltaica acoplada à parte traseira do equipamento, que pesa completo só 85 gramas.  Totalmente carregado, ilumina por 4 horas. Como isso leva mais de um dia, sua carga, em geral, é suficiente para 2 ou 3 horas de uso. A intensidade também não é ideal, mas substitui fácil um lampião a querosene — veja um vídeo sobre o produto.
Aliás, o nome da empresa, Nokero, é uma alusão a No Kerosene (Sem querosene). Segundo o fabricante, viver perto de um lampião equivale a fumar 40 cigarros por dia. E o consumo mundial do querosene para iluminação equivale — em produção de carbono — a poluição de 30 milhões de carros. A N200 custa 20 dólares e a N100, sua irmã um pouco mais fraca, custa 15, com a possibilidade de se obter bons descontos para compras em grande quantidade.
Enquanto a Nokero fez o produto mais robusto, simples e barato possível. Outra empresa, a D.light, arriscou-se com desenhos mais elaborados. Oferece a D.LIGHT S250, uma lanterna de mão que também serve para carregar o celular. Outra variante é uma lanterna com formato parecido ao de um lampião, mas que, segundo a empresa, é três vezes mais luminosa e dura 8 horas a partir de uma carga completa. Por fim, também oferece um abajur para leitura com capacidade para 15 horas e seis vezes o brilho de um lampião (fotos abaixo). Esses modelos custam entre 10 e 45 dólares.
A partir da esquerda, os modelos D.LIGHTS250, D.LIGHTS10 e Solata S380 da D.light, fotos: divulgação
Pequenos confortos como fazer consertos, ler livros de lazer e estudo ou simplesmente conviver sem precisar se intoxicar são algumas das inúmeras possibilidades que esses pequenos inventos possibilitarão a cerca de 2 bilhões de pessoas.
Leia mais sobre o problema da poluição doméstica no site da OMS. Dicas: blog Catalisando, de Carlos Alberto Teixeira, e site da BBC.

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Agricultura Familiar no Semiárido


Agricultor familiar baiano garante renda com o cultivo da mamona

Foto: Tamires Koop

Agricultor familiar baiano garante renda com o cultivo da mamona
13/01/2011 17:59
Os trabalhos desenvolvidos com a mamona na propriedade do agricultor familiar, Luciano Bernardo de Brito, 34 anos, tem obtido sucesso.  Na última safra (2009/2010), ele colheu 120 sacos de mamona e vendeu a R$ 80,00 o saco para uma empresa produtora de biodiesel. Retirando as despesas, seu saldo foi de cerca de R$7 mil na safra. Para o agricultor, participar do Programa Nacional de Produção e Uso de Biodiesel (PNPB) possibilita mais uma alternativa de renda.O Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) participa da gestão do Programa Nacional de Produção e Uso do Biodiesel (PNPB) por meio do qual, além de estimular a produção do novo combustível, procura apoiar a participação da agricultura familiar na cadeia de produção. Instrumentos como crédito, zoneamento, Ater, fomento, benefícios fiscais (Selo Combustível Social) estão disponíveis para promover o fortalecimento da agricultura familiar na produção de biodiesel.
A propriedade está situada no povoado do Velame, município de Morro do Chapéu (BA). Em média, a área reservada para o plantio da mamona é de seis a oito hectares.  “É muito proveitoso participar do Programa,  essa oportunidade mantem o homem na propriedade e o preço da mamona que,  além de ter se tornado fixo foi valorizada”, diz Luciano.
O morador, do interior da Bahia,  explica que o cultivo da mamona é uma tradição familiar, passada de geração a geração. Atividade que herdou do pai, Luciano explica, que a produção da oleaginosa sempre foi uma alternativa economicamente viável e de fácil produção, por se adaptar com facilidade ao clima da região.
Ele diz que hoje vende a mamona por uma preço justo e que isso não era possível antes do PNPB. Além da mamona, sempre em parceria com o pai, o agricultor cultiva também milho e feijão de corda. “Esse tipo de feijão, mesmo que ocorra um período de longa estiagem na região, se desenvolve. É mais uma alternativa de renda para minha família”, conta.
Segundo o agricultor baiano, a assistência técnica que vem recebendo da indústria de biodiesel e da Cooperativa de Produção e Comercialização da Agricultura Familiar do estado da Bahia (Coopaf) tem sido importante para qualificar a produção. A Coopaf atua na produção e comercialização de produtos da agricultura familiar, principalmente de oleaginosas para o mercado de biodiesel, em mais de 100 municípios da Bahia.

terça-feira, 13 de julho de 2010

Energia Solar no Sertão do Ceará

Getty Images

CHESF

Usina solar

Com capacidade de gerar 1 mw (suficiente para abastecer cerca de 500 casas), a primeira usina solar brasileira será interligada ao sistema elétrico da Companhia Hidrelétrica do São Francisco (Chesf




Em breve, a paisagem de Tauá, CE, ficará parecida com a da foto acima, clicada em Sevilha, na Espanha. A novidade, ainda isolada, pode multiplicar-se em breve. “Com o aumento dos custos de produção de energia elétrica e a redução das despesas de fabricação das placas fotovoltaicas, prevejo uma paridade tarifária que tornaria a segunda opçãomais viável”, diz Ricardo Rüther, especialista no tema e professor da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). 
Construir pequenas usinas como a de Tauá, de abrangência local, ou instalar painéis fotovoltaicospróximos aos pontos de consumo (como em coberturas deprédios) pode ser um caminho interessante. “Assim, gasta-se menoscom redes de transmissão e distribuição”, afirma Ricardo. Sem falar nosganhos quantitativos: segundo ele, se a área inundada de Itaipu fosse coberta por placas fotovoltaicas, a produção de energia dobraria. 

EM BREVE NA SUA CASA 
O Brasil ainda não fabrica placas fotovoltaicas (importa de marcas como Kyocera, Sharp, Sanyo e SS Solar),mas há grande expectativa quanto à participação do país na geração de energia solar. “Temos boa insolação e a maior reserva de quartzo do mundo, de onde se extrai o silício, usado nas células solares. Desenvolver o setor é questão de dez anos”, afirma Ricardo Ruther. 
Além disso, a pressão mundial pelo uso de fontes renováveis favorece a queda dos preços das placas, o que disseminará o uso. “Por enquanto, os consumidores são pessoas de classe alta, dispostas a pagar mais pela energia limpa, ou populações muito carentes, que obtêm ajuda do governo para a compra dos painéis”, diz Airton Dudzevich, da loja paulista Supergreen, especializada em produtos e sistemas sustentáveis.

sexta-feira, 30 de abril de 2010

Fontes renováveis de energia podem ajudar no combate à pobreza

29/04/2010 - 16:50:12 

Organização das Nações Unidas defende revolução energética contra a pobreza

Secretário-Geral Ban Ki-moon afirma que a busca por fontes limpas de energia deve ser vista como uma ferramenta útil para reduzir as emissões e também como uma forma de alavancar o desenvolvimento econômico mundial
Fabiano Ávila, da CarbonoBrasil/Agências Internacionais
Aumentar o acesso a fontes limpas de energia e aprimorar sua eficiência são maneiras de combater as mudanças climáticas e ainda diminuir a pobreza mundial, constatou um relatório divulgado pelo Grupo Consultivo sobre Energia e Mudanças Climáticas das Nações Unidas.
O documento revela que 1,6 bilhão de pessoas não tem acesso a eletricidade e que entre dois a quatro bilhões continuam dependendo de fontes energéticas como a lenha. A ONU defende o acesso universal a serviços básicos e modernos de energia até 2030 e diz que isto pode ser feito sem aumentar de forma significativa as emissões que contribuem para alterações climáticas.
Além de ser uma forma de melhorar a condição de vida de milhões de pessoas, o relatório afirma que essa revolução energética traria benefícios econômicos para países pobres e em desenvolvimento, ajudando no combate à desigualdade entre as nações.
“Nós precisamos de uma revolução energética, tanto nos países em desenvolvimento, onde a demanda por eletricidade está crescendo rapidamente, quanto nos ricos, que precisam cortar suas emissões”, afirmou Ban Ki-moon.
O Grupo Consultivo sobre Energia e Mudanças Climáticas das Nações Unidas, formado por 20 empresários, acadêmicos, diplomatas e membros da sociedade civil, enfatizou que todos os países têm um papel importante nessa revolução. Os ricos devem providenciar mais financiamentos para projetos de baixo carbono, enquanto as nações mais pobres devem buscar dar transparência às suas instituições e políticas para que possam receber mais investimentos.
Outro alerta que o estudo faz é para a necessidade de cortar em 2,5% a “intensidade de energia” global anualmente. A intensidade de energia é a quantidade de eletricidade gasta para cada unidade do Produto Interno Bruto.
“As decisões que nós tomamos hoje terão no futuro um impacto profundo no clima global, no desenvolvimento sustentável, no crescimento econômico e na segurança mundial”, resumiu Ban Ki-moon.
Estados Unidos
Em mais um sinal de que os países já perceberam que a geração elétrica através de fontes limpas é mesmo um objetivo a ser buscado, o governo norte-americano liberou nesta quarta-feira (28) a construção de sua primeira fazenda eólica em alto mar.
O projeto Cap Wind reunirá 130 turbinas no nordeste dos Estados Unidos e irá gerar 75% da eletricidade consumida em Cap Cod e demais ilhas da região. Mas é realmente considerado importante por ser visto como o primeiro passo para a expansão do setor eólico nos EUA, que atualmente gera apenas 2% do total da energia do país.
O sinal verde para o projeto veio depois de mais de dez anos de brigas políticas e ambientais. Os opositores afirmavam que as torres seriam construídas muito próximas à costa, o que afetaria a vida de baleias, pássaros e poderia ter impactos na pesca na região. Mas segundo estudos de 17 agências federais essas preocupações eram infundadas.
“Este será o primeiro de muitos projetos no Atlântico que iremos construir para garantir nossa segurança energética. Cap Wind está abrindo um novo capítulo da nossa história, os EUA irão novamente ocupar a liderança mundial em tecnologia”, declarou o Secretário do Interior, Ken Salazar.
O momento do anúncio coincide com um dos maiores desastres naturais da indústria dos combustíveis fósseis nos Estados Unidos, com o vazamento de milhões de litros de petróleo após a explosão de uma plataforma da companhia britânica BP no Golfo do México.
(CarbonoBrasil)

terça-feira, 16 de março de 2010

Ceará - Usina de Energia Solar

Usina solar integrada ao sistema elétrico



Ceará terá a primeira usina movida a energia solar integrada ao sistema elétrico. AMPX* Usina Solar, que pertence ao grupo EBX, do empresário Eike Batista, será a primeira da América do Sul a ser interligada ao Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS).

Com investimentos na ordem de R$ 12 milhões, a usina solar será construída no município de Tauá, interior do Ceará. De início, será gerado um Megawatt (MW), podendo chegar até cinco MW nos próximos meses. A companhia prevê até para o dia 30 deste mês o início as obras. 

De acordo com o diretor de novos Negócios e Meio Ambiente da MPX, Paulo Monteiro, há placas solares isoladas em funcionamento em residências, empresas e hospitais, mas conectadas à rede geral de distribuição é a primeira vez. A proposta é que, no futuro próximo, a energia solar comece a se tornar competitiva, a exemplo do que acontece com as energias térmicas e eólicas. 

Para viabilizar o empreendimento, a Prefeitura Municipal de Tauá, cedeu terreno de 204 hectares, dos quais dois serão inicialmente utilizados para instalação das placas fotovoltaicas, que captam a luz do sol, transformando-a em energia elétrica. A MPX já tem a licença prévia da Superintendência Estadual do Meio Ambiente (Semace), mas ainda aguarda a licença de instalação . 

Por enquanto, o MW da energia solar é muito mais caro que as outras, em média de R$600,00. Já o MW da energia hidrelétrica custa em torno de R$120,00 e o da térmica, R$140,00.



Fonte: Planeta Sustentável
http://planetasustentavel.abril.com.br/blog/redacao/brasil-tera-usina-solar-integrada-ao-sistema-eletrico-223763_post.shtml

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Prêmio Jovem Cientista recebe inscrição

Objetivo é desenvolver o uso de fontes alternativas de energia

Foto: MCT
Premio-Jovem-Cientista-recebe-inscricao-ate-junho.jpg


21/01/2010 - A 24ª edição do Prêmio Jovem Cientista, que este ano tem como tema Energia e Meio Ambiente – Soluções para o Futuro, está com inscrição aberta até 30 de junho. A atividade, uma das mais importantes premiações científicas da América Latina, é uma parceria entre o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq/MCT), a empresa Gerdau e a Fundação Roberto Marinho (FRM).


Esta edição desafia estudantes e pesquisadores a reduzir os impactos ambientais causados pelo consumo de energia. O objetivo é desenvolver o uso de fontes alternativas, estimulando sua produção e consumo sustentável. Hoje, quase 55% da energia consumida no País vem de fontes não-renováveis, como o petróleo e o gás natural.

Cinco categorias serão premiadas: Graduado; Estudante de Ensino Superior; Estudante de Ensino Médio; Orientador e Mérito Institucional. Há ainda menção honrosa para um pesquisador com título de doutor que tenha se destacado na área relacionada ao tema do Prêmio.

Nas categorias Graduado e Estudante do Ensino Superior as linhas de pesquisa são: fontes alternativas de energias não poluentes; exploração racional de recursos energéticos (biomassa, carvão mineral, petróleo); impacto sócio-ambiental da geração de energia hidroelétrica e da produção de biocombustíveis; controle da emissão de poluentes e efeito estufa no setor energético; edificações inteligentes (uso racional de energia e recursos naturais); eficiência das diferentes fontes de energia; uso de sistemas isolados para geração de energia elétrica; ampliação e eficiência do uso de fontes renováveis de energia; produção sustentável de biodiesel; tecnologias energéticas apropriadas a pequenos produtores rurais e com unidades isoladas e impactos da geração de energia nos recursos biológicos e na biodiversidade.

Na categoria Estudante do Ensino Médio, podem se inscrever alunos regularmente matriculados em escolas de ensino médio ou técnicas, com até 25 anos de idade. O total das premiações está estimado em R$150 mil.

O regulamento do prêmio e a ficha de inscrição estão disponíveis emwww.jovemcientista.cnpq.br .

Fonte: MCT - RTS

http://www.rts.org.br/noticias/destaque-4/premio-jovem-cientista-recebe-inscricao

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Bahia negocia vinda da primeira indústria de turbinas eólicas da América Latina


Em paralelo às discussões mundiais sobre o futuro climático do Planeta, em Copenhagen, o Governo da Bahia assinou, durante o evento, um protocolo de intenções com a multinacionalAlstom, em prol da energia limpa. O acordo, firmado no Convento do Carmo Hotel, prevê a instalação da primeira unidade industrial de turbinas eólicas na América Latina.


"Escolhemos a Bahia por duas razões principais. A primeira delas é o potencial eólico do Nordeste e a segunda é, justamente, a melhor estrutura apresentada pelo estado dentro desta região", explicou o presidente da filial brasileira, Philippe Delleur, ressaltando o compromisso da empresa francesa em participar do desenvolvimento responsável do Estado.

A nova fábrica, a ser instalada no Pólo Industrial de Camaçari, terá suas atividades voltadas à construção de turbinas para geração de energia elétrica a partir do vento (eólica). A capacidade prevista é de 300 megawatts anuais. O suficiente para alimentar uma cidade de médio porte com energia renovável, enfatizando o compromisso estadual com as políticas ambientais.

Estima-se o investimento inicial de R$ 50 milhões, com a possibilidade de faturamento anual de até R$ 1 bilhão e a implantação de 150 empregos diretos. Em contrapartida, o governo concederá incentivos fiscais, além de infraestrutura necessária para instalação do empreendimento e apoio destinado à obtenção de financiamentos.

"O acordo é resultado de um processo iniciado em março de 20o9, quando viajamos à França para iniciar as discussões. Com a vinda desta empresa mundial, ganhamos competitividade, energia limpa e uma cadeia produtiva em torno do que será montado", afirmou o governador Jaques Wagner, enfatizando os atuais saldos positivos em conseqüência da atração de investimentos para o estado, a exemplo dos R$ 2,4 bilhões anunciados pela Ford, em novembro.

"Fechamos o mês de novembro com o saldo positivo de 13.240 empregos, o melhor novembro do país desde que a série Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) é pesquisada", informou Wagner.


Links referenciados

www.ba.gov.br

Alstom
www.alstom.com.br

Fonte: Jornal Agrosoft
http://www.agrosoft.org.br/agropag/212958.htm

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Ceará tem 118 projetos para leilão de eólica

17/11/2009

Edital do leilão, que acontecerá no dia 14 de dezembro, foi divulgado pela Aneel. Habilitações saem no fim deste mês

Empreendimentos podem gerar carga de reserva de até 13.341 MW para o Brasil. Contratos serão de 20 anos. Foto: Kid Júnior

O Ceará é o segundo estado com maior número de projetos cadastrados para o primeiro leilão de energia eólica do Brasil, que será realizado no dia 14 de dezembro. Com 118 empreendimentos inscritos, fica atrás apenas do Rio Grande do Norte, com 134. No último dia 11, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) divulgou o edital do leilão, que tem prazo inicial para suprimento energético a partir de 1º de julho de 2012.

O leilão será exclusivamente voltado para contratação de fonte eólica e será realizado na modalidade de reserva, que se caracteriza pela contratação de um volume de energia além do que seria necessário para atender à demanda do mercado total do País. Os Contratos de Energia de Reserva (CER) terão duração de 20 anos e serão celebrados entre os agentes vencedores e a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) e o preço máximo para submissão de lances é de R$ 189 por megawatts/hora (MW/h). As empresas cearenses interessadas no leilão, somadas, têm potencial para gerar 2.743 MW. Apenas os estados do Rio Grande do Sul, com 2.894 MW e do Rio Grande do Norte, com 4.745 MW, apresentam projetos com maior capacidade de geração de energia eólica.

Habilitações

Na última semana deste mês, segundo informou a assessoria de comunicação da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), serão divulgadas as empresas que terão habilitações técnicas aprovadas. Na fase seguinte, os participantes não outorgados deverão depositar garantia no valor de 1% do empreendimento, enquanto os outorgados deverão desembolsar R$ 20 mil por lote.

A EPE recebeu 441 projetos, de 11 estados das regiões Nordeste, Sul e Sudeste, com capacidade para gerar um total de 13.341 MW. A importância do leilão pode ser medida na comparação desse potencial com o que Itaipu produz, 14 mil MW.

O leilão seguirá o modelo de inversão de fases, com habilitação posterior para as usinas vencedoras. Foi definido um conjunto tarifário alternativo de TSUT (Tarifa de Uso do Sistema de Transmissão).

Confiabilidade

De acordo com o Ministério de Minas e Energia (MME), a nova fonte de energia permitirá aumentar a confiabilidade do sistema de oferta e energia do País.

Na avaliação de Mauricio Tolmasquim, presidente da EPE, o grande número interessadoss em investir na geração eólica permite antever uma forte competição no leilão, que propiciará contratação de energia a preços atrativos para o consumidor.

"O sucesso do leilão está garantido, na medida em que o interesse dos empreendedores superou as expectativas até do mais otimista dos analistas. Basta constatar que o total de capacidade inscrita equivale a cerca de dez usinas nucleares como a de Angra 3", destaca.

GUTO CASTRO NETO
REPÓRTER

Fonte: Jornal Diário do Nordeste. Caderno Negócios. 17 de novembro de 2009.
http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=692751

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Energia para mover o mundo sem destruir o planeta

Juliana Lopes, da Revista Idéia Socioambiental
21/10/2009 - 16:36:17

Desde a descoberta do fogo, no período paleolítico, as grandes inovações da humanidade estiveram associadas à identificação de novas fontes e processos de geração de energia que proporcionaram a transformação não só de materiais, mas também de comportamentos e estilos de vida. Agora, no entanto, a equação do progresso impõe uma nova variável: gerar energia em quantidades cada vez maiores com o menor impacto socioambiental possível. Diversificar é a questão-chave para equilibrar essa balança, tanto em relação a recursos energéticos, quanto à sua origem.

“Em toda a história, tivemos, praticamente, uma única fonte de energia. Até a Revolução Industrial inglesa era o carvão, depois passamos a explorar o petróleo. Mas daqui para frente, em virtude da questão ambiental e da segurança energética, as escolhas terão que se basear nas vantagens comparativas das diversas regiões do mundo”, destaca Adriano Pires, diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE).

Esse quadro resultará na diluição não apenas dos riscos de abastecimento, mas também geopolíticos, associados ao domínio de um insumo essencial como a energia por determinadas regiões, como acontece hoje com os tradicionais países exportadores de petróleo. “As principais reservas de petróleo do mundo estão concentradas, principalmente, em nações que têm problemas de regime político ou religiosos. São países que vivem em permanente instabilidade política e social”, afirma Pires.

Complexo ao extremo, o quadro pode ainda se agravar. Segundo o relatório Brasil Sustentável, da Ernst&Young, estima-se um crescimento da demanda mundial de energia da ordem de 2,6% ao ano até 2030. E os países que mais demandarão o insumo são os que registrarão as maiores taxas de crescimento econômico, como a China, com um aumento de consumo de 4,9% ao ano, e a Índia, com 3,8%.

Para atender ao substancial crescimento da demanda energética diante da disponibilidade limitada de recursos, o levantamento prevê que serão necessários investimentos superiores a US$ 20 trilhões, até 2030, para acompanhar o consumo mundial.

Trata-se de um sinal concreto de que o setor de energia representará um campo para novas oportunidades de negócios, sobretudo no desenvolvimento de alternativas mais limpas. Nesse segmento, não por acaso, os investimentos cresceram em 5%. De acordo com o relatório Tendências Globais de Investimento em Energias Sustentáveis (do inglês, Global Trends in Sustainable Energy Investment), elaborado pelo Programa de Meio Ambiente da ONU, saltaram de US$ 148 bilhões, em 2007, para US$ 155 bilhões, em 2008. O estudo mostrou também que o investimento em fontes de energia renovável superou pela primeira vez o volume destinado às tecnologias para exploração de fontes fósseis.

Ainda que o recorde de US$ 155 bilhões e os bilionários pacotes de estímulos destinados à área, representem um avanço, a publicação da ONU reforça que será necessário pelo menos meio trilhão de dólares por ano até 2020 para estabilizar as emissões de gases de efeito estufa a um limite considerado seguro (até dois graus Celsius) pelos cientistas.

A energia eólica foi a campeã em novos investimentos atraindo globalmente um montante de US$ 51,8 bilhões. Mesmo correspondendo a um crescimento de apenas 1%, quando comparado a 2007, esse aporte confirma a posição da eólica como a mais madura e melhor estabilizada entre as alternativas sustentáveis no mundo. O maior salto de investimento, no entanto, se deu em relação à energia solar (49%), que recebeu US$ 33,5 bilhões. Já o setor de biocombustíveis sofreu uma queda de 9% em relação ao ano passado, registrando US$ 16,9 bilhões em recursos. Juntos, esses três setores lideram o conjunto de energias sustentáveis, somando 86% dos novos investimentos dedicados à área.

Mapa da energia renovável

O relatório da ONU faz ainda uma análise da distribuição geográfica dos investimentos voltados às energias limpas. Nesse cenário, a Europa continua na liderança com US$ 49,7 bilhões investidos em 2008, o que representa um aumento de 2% em relação a 2007. Esse investimento é avalizado por políticas governamentais de incentivo a projetos de energias sustentáveis, particularmente na Espanha, onde foram aplicados na área cerca de US$ 17,4 bilhões de ativos financeiros.

Com US$ 30,1 bilhões, a América do Norte registrou uma queda de 8% nos novos investimentos em energias limpas, graças -segundo o estudo - à recessão econômica iniciada em setembro de 2008.

Os países em desenvolvimento, por sua vez, contribuíram com US$ 24,2 bilhões em investimentos para a Ásia e Oceania em 2008, um salto de 12% em relação ao ano anterior. Na China, com a intervenção direta do governo, os recursos destinados às energias sustentáveis subiram 18%, atingindo US$15,6 bilhões. Na Índia, foram US$ 3,7 bilhões, com aumento de 12%. E na América do Sul, contaram-se US$ 12,3 bilhões, alavancados, em grande medida, pela indústria do etanol de cana-de-açúcar no Brasil.

Ainda segundo o estudo da ONU, o ano de 2008 se caracterizou por passos decisivos em países como Japão e Austrália, onde a energia sustentável até então não era uma prioridade.

Durante muito tempo, a potência asiática detinha a maior capacidade de energia solar instalada, em consequência de subsídios para adoção de sistemas de geração de energia fotovoltaica em residências no período de 1999 a 2005. Em 2006, os japoneses perderam o posto para os alemães. Próximo do término do primeiro período de compromisso do Protocolo de Kyoto (1990-2012), o governo nipônico decidiu retomar o investimento em energia solar para cumprir sua meta de 6% de redução de emissões de gases de efeito estufa. O país - que, em exportações de petróleo, fica atrás apenas dos EUA - planeja aumentar em 10 vezes sua produção de energia fotovoltaica até 2020, e em 40 vezes, até 2030, índices, nos dois casos, comparados aos de 2005.

Já na Austrália as energias renováveis ganharam um grande reforço com o primeiro-ministro Kevin Rudd. Assim que tomou posse em 2007, ele ratificou o protocolo de Kyoto, anunciando medidas para estabelecer o esquema de comércio de emissões naquele país, com a intenção de reduzir em até 60% as emissões de CO2 até 2050 e também de permitir que pelo menos 20% da energia total consumida provenha de fontes renováveis. Dada a sua forte dependência de combustíveis fósseis, a Austrália resolveu assumir posição de liderança em relação a tecnologias de captura e estocagem de carbono.

Nos países industrializados, os investimentos totalizaram US$ 82,3 bilhões, 1,7% a menos em comparação a 2007. Já o total de novos aportes nos países em desenvolvimento atingiu US$ 36,6 bilhões, contando um aumento de 27%. Além disso, as economias emergentes receberam 31% dos investimentos totais dedicados a projetos de energias sustentáveis.

Brasil potência, na economia de baixo carbono

O relatório Tendências Globais de Investimento em Energias Sustentáveis destaca o Brasil como o maior mercado mundial de energias renováveis. Por suas condições favoráveis, que permitem o desenvolvimento de fontes de energia diversas, e matriz energética limpa, baseada em hidreletricidade, a posição de liderança do País na perspectiva de uma economia de baixo carbono é, de fato, algo razoável de se projetar. No entanto, as políticas energéticas não têm se mostrado eficientes para atrair investimentos para o setor, de modo a explorar todo o seu potencial.

“Perdemos grandes oportunidades nos anos em que a economia mundial cresceu muito. Tínhamos que ter atraído muito mais investimentos em energia, considerando o fato de que a natureza nos premiou muito em relação a esse quesito. O grande problema é que nem o governo atual nem o anterior conseguiram acoplar essa benesse a uma política capaz de gerar grandes investimentos”, afirma Pires.

A decisão que causou maior alarde - ressalta Pires– foi o anúncio do plano decenal de energia, que prevê a criação de 82 usinas termelétricas até 2017. Além de causar mais impactos ao meio ambiente, as térmicas também podem resultar em aumentos no preço da energia, uma vez que estão sujeitas às oscilações do preço do petróleo. “Os resultados de leilões de energia elétrica, dos quais as térmicas saíram vencedoras, mostram um Brasil andando para trás. Enquanto o mundo inteiro está querendo mudar a matriz para fontes mais limpas e renováveis, privilegiamos fontes fósseis”, critica Pires.

Por todas essas razões, o planejar — um ponto crítico em qualquer segmento - tornou-se tarefa urgente na gestão da energia. “O paradigma da discussão está muito pobre. No setor elétrico, o governo começou a pensar que está tudo bem, desde que não haja apagão. Aí o governo se apavora e compra um monte de porcaria. A ausência de planejamento, de políticas adequadas e a incapacidade de gestão no núcleo central do governo é que ocasionou essa situação, danificando o cenário energético e ambiental brasileiro”, afirma Ildo Sauer, pesquisador do Instituto de Eletrotécnica da Universidade de São Paulo (USP).

Para Sauer, faltou competência do governo para, nos anos 2003 e 2004, organizar o portfólio de projetos, e realizar os estudos ambientais e de passivo social para obter as licenças em um ritmo mais veloz. “Abriu-se a porteira para uma das coisas mais horrendas da história do Brasil, uma Itaipu de poluição que é contratação de quase 14.000 megawatts de usinas a óleo e a carvão. Isto é produto da falta de política e de gestão adequadas na área de energia no Brasil. Não é problema da área ambiental”, afirma.

A falta de diretrizes claras e políticas de longo-prazo constitui-se como a principal barreira para novos investimentos em energia no Brasil. “A política brasileira de energia é muito ciclotímica e não dá sinais de longo prazo nem para o investidor, nem para o consumidor. Quando se aumenta o preço do petróleo se arruma instrumentos para incentivar o consumo, por exemplo, do etanol. Se o preço do petróleo cai, o etanol é esquecido para voltar a consumir gasolina. Na hora que tem gás sobrando, o governo elabora ferramentas para viabilizar um grande consumo desse insumo e assim por diante”, afirma Pires.

Marina Grossi, diretora do Conselho Empresarial para o Desenvolvimento Sustentável (Cebds), reforça ainda a importância de um projeto de país que direcione todos os esforços em uma mesma direção. “O mesmo governo que consegue fazer um plano de combate às mudanças climáticas, aprova um plano decenal de energia, que prioriza térmicas. Falta planejamento e políticas consistentes para impulsionar novos projetos”, destaca.

Papel indutor do governo

De acordo com Sauer, o único agente que tem o controle e os mecanismos para alterar qualitativamente as trajetórias do uso e produção de energia é o governo, em coordenação, evidentemente, com o mercado. “As energias renováveis precisam ter escala e, para que isso aconteça, são necessárias políticas públicas. Tomando o exemplo da energia eólica, se houvesse um aumento da escala, como ocorreu em relação ao álcool, o preço unitário cairia, com ganho de produtividade. Sendo assim, essa fonte poderia ter um espaço muito maior no Brasil”, afirma.

As parcerias público-privadas também se mostram efetivas no desenvolvimento de fontes renováveis. Mas Leonardo Dutra, gerente de sustentabilidade da Ernst&Young, acha que será necessário criar mecanismos de incentivo. “O Brasil precisa de energia, para gerar mais negócios e empregos. A iniciativa privada tem um papel importante, mas depende do suporte do governo no sentido de criar incentivos fiscais. Acredito que vai haver alguma diferenciação para o investimento em energias renováveis”, reforça.

O estudo Tendências Globais de Investimento em Energias Sustentáveis, da ONU comprova essa tese. Segundo o documento, os mecanismos de mercado e incentivos desempenharão um papel-chave tanto em países desenvolvidos, quanto em desenvolvimento, incluindo a revisão de cerca de US$ 200 bilhões de subsídios destinados, anualmente, a combustíveis fósseis.

Ao sabor e a favor do vento

No Brasil, as iniciativas de fomento do governo brasileiro às energias renováveis continuam bastante tímidas. Tomando novamente o exemplo da energia eólica, apesar de todo o potencial de geração dessa fonte e da vantagem de complementaridade que oferece às usinas hidrelétricas, foram instalados apenas 359 MW, dos 1,4GW de capacidade dessa alternativa, contratados pelo Programa de Incentivo a Fontes Alternativas de Energia Elétrica (Proinfa) O programa foi estabelecido em 2002 para encorajar projetos de energia eólica, biomassa e pequenas centrais hidrelétricas. E um de seus objetivos era estimular a Impsa, empresa global de soluções de geração de energia elétrica, a iniciar naquele ano suas operações no setor de eólica no Brasil. “Com o Proinfa, o governo gerou confiança para as empresas viabilizarem seus investimentos no longo prazo”, diz Juan Carlos Fernández, vice-presidente da Impsa.

Para o executivo, o diferencial dos ventos brasileiros oferecem o dobro da qualidade da média mundial. Somando as suas operações de energia hidroelétrica e eólica no Brasil, a Impsa planeja faturar aproximadamente R$ 500 milhões em 2009. Na mesma trajetória de expansão, empresa estima um faturamento de R$ 700 milhões em 2010.

De origem argentina, a companhia está realizando um programa tecnológico no Brasil, por meio do qual investirá R$ 50 milhões no desenvolvimento de um aerogerador de 4 MW para usinas eólicas on-shore e off-shore. “O projeto é parte de uma série de testes e pesquisas que estamos conduzindo para adaptar nossos equipamentos às regiões tropicais”, destaca Fernández.

O entusiasmo com que o setor privado respondeu ao primeiro leilão de energia eólica, a ser realizado por meio do Proinfa em 25 de novembro, atesta o potencial para investimentos na área. Foram cadastrados 441 projetos, com 13.341 MW de potência, quase 32 vezes a capacidade eólica atual do país, estimada em 417,5 MW. O montante cobriria 12% da matriz elétrica brasileira, superando em quase três vezes a capacidade instalada prevista (4.682 MW) para a fonte em 2030.

Diante da grande procura, o setor espera que a Empresa de Pesquisa Energética (EPE) amplie a participação da energia eólica na revisão do Plano Nacional de Energia (PNE), com horizonte até 2035, previsto para ser divulgado no próximo ano.

A Impsa não tem poupado esforços para abocanhar esse novo mercado em ascensão, confirmando a tendência de predominância das empresas de capital estrangeiro na área. Segundo Fernández, a proximidade da realização do leilão, já trouxe um aumento da demanda da Impsa, que deseja ampliar a sua capacidade de geração dos atuais 600 MW para 1000 MW. Ele crê, no entanto, ser importante contar com respaldo do governo. “A discussão de políticas equitativas e favoráveis à competição deve ser mantida. O setor de energias renováveis é responsável pela geração de muitos empregos, além de apresentar grande potencial de crescimento. Por esses motivos precisa ser defendido”, argumenta.

O sol aponta a direção

No mercado para energia solar o cenário se repete. Seu desenvolvimento ainda está muito condicionado a estímulos e programas de governo. Essa não é uma exclusividade brasileira. Uma breve análise, por exemplo, da conjuntura global, aponta que o maior mercado para energia fotovoltaica está nos chamados sistemas conectados à rede elétrica. Por meio deles, indústrias, estabelecimentos e residências podem instalar painéis solares e vender o excedente de energia para as concessionárias.

No Brasil, o desenvolvimento desse segmento depende de uma política de subsídios, assim como ocorreu nos países que hoje lideram esse modelo, principalmente Alemanha, Japão e Espanha

Por aqui, a grande oportunidade se concentra nos chamados sistemas isolados, que abrangem as regiões não atendidas pela rede elétrica. Nessa perspectiva, o Programa Luz Para Todos se tornou um grande incentivo para o setor de energia fotovoltaica no País, uma vez que essa fonte passou a ser explorada nas áreas mais remotas, onde a conexão com a rede elétrica seria pouco viável.

“Quem precisa da energia solar? As comunidades que estão muito longe da energia e, normalmente, não têm poder aquisitivo para adquirir um sistema solar. Na área urbana, as pessoas têm condições de instalar painéis solares, mas ainda não contam com incentivos para fazê-lo. Por isso, o suporte do governo é fundamental para o desenvolvimento do mercado para a fotovoltaica”, afirma Sérgio Beninca, diretor comercial da Kyocera Solar, empresa-líder no segmento de energia fotovoltaica.

Por meio de programas federais e estaduais de universalização do acesso à energia, a companhia já instalou cerca de 21.000 sistemas solares. Outro mercado importante para essa alternativa é o de telecomunicações, que conforme determinação do governo, deve instalar pelo menos um telefone público em áreas com mais de 300 pessoas. Nas regiões mais remotas, o segmento também recorre à tecnologia de geração de energia fotovoltaica.

Segundo Beninca, a Kyocera aposta na expansão desses programas, sobretudo do Luz Para Todos, projetando um crescimento de até 50% para o próximo ano, caso essas ações tenham continuidade. Diante da confirmação dessa tendência de crescimento, a companhia de origem japonesa planeja instalar uma fábrica no Brasil e passar a montar localmente os sistemas.

Fóssil não está fora de questão

Na busca por aliar demanda e oferta de energia, as fontes fósseis também podem ser consideradas em uma perspectiva de baixo carbono. Ao menos essa é a aposta feita com o investimento em energias de Captura e Armazenamento de Carbono (do inglês, capture and storage).

Seguindo a trajetória das grandes petrolíferas globais, a Petrobras tem investido nessa tecnologia desde 2007. A companhia possui hoje três projetos na área, dois desenvolvidos sob forma piloto nos reservatórios da Bacia do Recôncavo Baiano, na Bahia. Em um deles, o CO2 é injetado em um aquífero salino profundo e, no outro, em um campo de petróleo, ambos em terra, nos campos de Rio Pojuca e Miranga. O terceiro projeto prevê o aprisionamento de gás natural extraído da Bacia de Campos, no Rio de Janeiro. Além disso, a companhia começa a estudar a possibilidade de realizar um projeto de sequestro geológico no recém-descoberto campo de Tupi, na Bacia de Santos.

Os projetos contam com o suporte do Centro de Pesquisas da Petrobras (Cenpes), que realiza estudos para avaliar e quantificar o potencial de injeção de gás carbônico em reservatórios geológicos das bacias do Recôncavo, Campos, Potiguar, no Rio Grande do Norte e Paraná.

Para assegurar a sustentabilidade de seus negócios, a Petrobras também tem investido fortemente em energias renováveis, particularmente em biocombustíveis. Tanto que, em 2008, criou uma subsidiária para atuar especificamente nesse mercado. O objetivo é chegar a 2013 produzindo 25% do biodiesel e 10% do etanol brasileiros.

O plano de negócios da companhia prevê investimentos de US$ 2,4 bilhões no segmento de produção de biodiesel e etanol para o período de 2009 a 2013. Esse valor faz parte do total de US$ 2,8 bilhões destinados ao negócio de biocombustíveis. Desses recursos, US$ 400 milhões serão investidos em infraestrutura, para construção de alcooldutos, por exemplo. Na área de pesquisa e desenvolvimento, US$ 530 milhões serão destinados à área.

Os investimentos totais em biocombustíveis representam um aumento de 87% em relação ao plano anterior.

O verde da cana e o seu valor em ouro

Uma área em relação à qual todos são unânimes em reconhecer grande potencial é a de biocombustíveis. Segundo o relatório Brasil Sustentável, da Ernst&Young, o mercado para essa alternativa será sensível aos preços do petróleo e deverá se expandir com a permanência desse último acima de US$ 40 por barril. “A inclusão de etanol e demais biocombustíveis na matriz energética é um fator de extrema importância não só do ponto de vista ambiental, mas também de segurança do fornecimento”, destaca o estudo.

A experiência brasileira de desenvolvimento do etanol de cana-de-açúcar e introdução maciça desse combustível em sua matriz energética tem motivado a ONU a eleger o Brasil como um dos maiores mercados para energias renováveis do mundo.

Em seu estudo, Tendências Globais para Investimentos em Energias Sustentáveis, a organização ressalta que, em 2008, 90% dos novos carros brasileiros utilizavam etanol, representando 52% de todo o combustível consumido por veículos leves no País.

Segundo a União da Indústria da Cana-de-Açúcar (Unica), o setor movimenta cerca de US$ 25 bilhões por ano, gerando 850 mil empregos diretos na agricultura e indústria. Em exportações de etanol e cana-de-açúcar são US$ 8 bilhões em receitas.

Cerca de 80% da produção de etanol se destina ao mercado doméstico. De acordo com Eduardo Leão de Sousa, diretor executivo da Unica, ainda há possibilidade de expansão. “Hoje, apenas 30% da frota é constituída de carros flex, por isso ainda há um potencial grande”, destaca Sousa.

Segundo o relatório Brasil Sustentável, as projeções consideram uma taxa de crescimento de 3,3% ao ano para o mercado de combustíveis veiculares no Brasil no período. Desse total, o volume a ser atendido pelo

etanol seria de 45%, em razão do aumento da frota e dos ganhos de eficiência energética no uso de combustíveis - espera-se que a frota brasileira tenha um rendimento de 10,4 quilômetros por litro, considerado o mix de combustíveis. Com isso, o crescimento do mercado doméstico de etanol será superior ao da gasolina: 4,3% contra 2,6%, respectivamente. Estima-se que as exportações de etanol cheguem a 17,4 bilhões de litros em 2030, um crescimento de 8,9% ao ano em relação às exportações de 2005.

Na perspectiva internacional, os dois grandes mercados são o americano e europeu. Nos EUA, o volume de biocombustíveis, em sua maior parte etanol a partir do milho, a ser misturado à gasolina deve chegar a 28 bilhões de litros, em 2012, e a 136 bilhões de litros, em 2022. É isso o que concluiu o Energy Policy Act, de 2005, que regulamenta o setor.

No entanto, o etanol brasileiro ainda se depara com medidas tomadas pelos EUA para proteger sua indústria, como a tarifa de 64 centavos de dólar por galão. “A grande questão é o espaço que eles vão nos dar porque hoje, logicamente, têm interesse em produzir lá o etanol. Mas o etanol de milho apresenta restrições tanto em relação ao uso, porque boa parte dele destina-se à produção de ração e alimentação humana, quanto à própria qualidade do ponto de vista ambiental e de eficiência”, explica Sousa.

Com a Diretiva 2003/30, a União Européia também avançou no uso do etanol no período de 2003 a 2005. A regulação determina que os biocombustíveis deverão substituir, em conteúdo energético, 5,7% dos combustíveis fósseis até o fim de 2010.

Segundo o estudo Brasil Sustentável, nessas duas regiões, os subsídios e os impostos de importação serão gradualmente retirados para garantir a redução de custo dos biocombustíveis.

Na análise de Sousa, outro desafio é que mais países passem a produzir o etanol, contribuindo com a comoditização do produto. “Isso confere maior liquidez para o mercado, que passa a apostar no longo prazo em investimentos de infraestrutura”, ressalta.

O levantamento da Ernst&Young aponta ainda o ritmo de entrada da produção do etanol de celulose em escala comercial como um dos elementos cruciais na formação da oferta de biocombustíveis. “Avanços tecnológicos que permitam a produção competitiva de etanol de celulose deverão alterar substancialmente a situação desse combustível. O controle da tecnologia será o aspecto central do processo de produção, pois ampliará a disponibilidade de matéria-prima e o volume de etanol produzido”, ressalta o estudo.

O setor sucroalcooleiro brasileiro também já vê como oportunidade o avanço da tecnologia de etanol celulósico. “O mundo tem poucas opções para produzir etanol de modo sustentável sem ser o Brasil. Outros países fatalmente vão ter que recorrer à produção de etanol por celulose. Mas isso não significa necessariamente que vamos perder competitividade. Quando essa tecnologia for comercialmente viável, teremos a matéria-prima na porta da nossa fábrica, que é o bagaço e a palha obtidos a partir da mecanização”, afirma Sousa.

Outro grande potencial a ser ainda explorado é a área de co-geração para produção de energia elétrica a partir do bagaço da cana. O processo permitiu não só que as usinas se tornassem autossuficientes em energia, como também vendessem seus excedentes para as concessionárias.

“Essa tecnologia apresenta uma série de vantagens para o usineiro, que passa a ter um produto a mais no seu portfólio. Isso dilui custos fixos ao mesmo tempo em que agrega receita”, afirma Sousa, da UNICA. Segundo ele, a co-geração também oferece a possibilidade de gerar créditos de carbono (hoje há 30 projetos dessa modalidade registrados como mecanismos de desenvolvimento limpo pelo Ministério de Ciência e Tecnologia, e outros 30 em fase de avaliação).

Para Sousa, o investimento em co-geração contribui para diversificar a matriz energética e evitar riscos de abastecimento. “Pode-se gerar a energia elétrica a partir da biomassa da cana durante o período seco, exatamente quando os reservatórios de água para geração de energia elétrica atingem os seus níveis mais baixos. Com isso, além da sinergia e complementariedade de oferta distribuída ao longo do ano, aumenta-se substancialmente a segurança do sistema”, afirma.

Segundo o executivo, a co-geração apresenta um potencial de suprir até 15% da demanda nacional por energia. No entanto, atende hoje apenas 3% do consumo no País. “O governo tem um papel importante ao desenvolver um ambiente regulatório que permita a comercialização com outros fornecedores de energia. Outra questão é o planejamento para minimizar custos e maximizar a eficiência da distribuição. Além disso, os próprios leilões de energia precisam continuar a fim de garantir a aquisição para os próximos anos. E por último, vem o incentivo via BNDES para desenvolvimento dessa tecnologia, que requer investimentos elevados”, ressalta.

Quadro: Panorama das energias renováveis

Encomendado pelo Greenpeace e pelo Conselho Europeu de Energia Renovável (EREC, na sigla em inglês) ao Departamento de Análises de Sistemas e Avaliação de Tecnologia (Instituto de Termodinâmica Técnica) do Centro Aeroespacial Alemão (DLR), o relatório [R]evolução energética - Perspectivas para uma energia global sustentável propõe um caminho a ser seguido para a adoção global de uma matriz energética sustentável até 2050.

O potencial das fontes de energias renováveis foi avaliado com base em informações fornecidas por todos os setores da indústria de energia ao redor do mundo e forma a base do Cenário da Revolução Energética. Confira a seguir:

1. Fotovoltaicos (PV)

Embora o mercado mundial de PV possa crescer mais de 30% ao ano, a contribuição dessa tecnologia para a geração de eletricidade ainda é muito pequena. Os pesquisadores da tecnologia estão focados no aperfeiçoamento dos módulos existentes e componentes do sistema, assim como no desenvolvimento de novos tipos de células no setor de filmes finos e materiais para as células cristalinas. A previsão é que a eficiência comercial das células cristalinas melhore de 15% a 20% nos próximos anos e que as células de filmes finos, que utilizam menos matéria-prima, estejam disponíveis no mercado.

O fator de aprendizagem para módulos PV tem se mantido constante em 0,8 por um período de mais de 30 anos, indicando um índice alto e contínuo de aprendizagem técnica e redução de custo. Considerando uma capacidade global instalada de 2.000 GW em 2050 e uma diminuição na taxa de aprendizagem após 2030, calcula-se que os custos de geração de eletricidade estarão por volta de 5 a 9 centavos/KWH em 2050.

Comparada com outras tecnologias de renováveis, a energia fotovoltaica deve, portanto, ser classificada como uma opção no longo prazo. Sua importância deriva de sua grande flexibilidade e enorme potencial técnico.

2. Usinas de energia solar térmica concentrada

Usinas solares térmicas de “concentração” só podem utilizar luz do sol direta e são, portanto, dependentes de locações com alta incidência solar. A África do Norte, por exemplo, tem um potencial técnico que excede em muito sua demanda local. As variadas tecnologias solares térmicas (refletores parabólicos de calha, torres de energia e concentradores de discos parabólicos) oferecem boas perspectivas para futuros progressos e redução de custos. Um avanço importante é a criação de grandes reservatórios de energia térmica que possam estender o tempo de operação desses sistemas para além do período de iluminação solar.

Devido ao pequeno número de concentradores de energia solar (CSP) construídos até agora, é difícil obter fatores de aprendizagem confiáveis para este setor. Neste relatório, assume-se que o fator de aprendizagem de 0,88 - obtido a partir de dados dos refletores parabólicos de calha construídos na Califórnia - pode passar para 0,95 no processo de assimilação da nova tecnologia pelo mercado depois de 2030.

A Avaliação Energética Mundial das Nações Unidas prevê que o mercado de geração de eletricidade solar térmica vai desfrutar de um crescimento dinâmico similar ao da indústria eólica, mas com um atraso de 20 anos. Dependendo do nível de irradiação e modo de operação, são previstos custos de geração de eletricidade de 5 a 8 centavos/KWH, pressupondo-se sua rápida introdução no mercado nos próximos anos.

3. Coletores solares térmicos para aquecimento e resfriamento

Pequenos sistemas de coletores solares térmicos para água e aquecimento auxiliar já estão bem desenvolvidos para vários tipos de aplicação. Por outro lado, grandes reservatórios de aquecimento sazonal para armazenar o calor do verão até o inverno, quando o aquecimento se faz necessário, estão disponíveis somente em escala piloto. Apenas com sistemas locais de aquecimento com armazenamento temporário seria possível suprir uma larga fatia do mercado de aquecimento de baixa temperatura com energia solar.

Fatores cruciais para seu lançamento no mercado são o baixo custo de armazenamento, produção adequada e aproveitável de calor.

Dados do mercado europeu de coletores indicam um fator de aprendizagem de aproximadamente 0,90 para coletores solares, apontando um sistema relativamente bem desenvolvido a partir de uma perspectiva tecnológica. Por outro lado, prevê-se que a construção de reservatórios temporários de calor terá uma redução de custos de mais de 70% no longo prazo. No futuro, dependendo da configuração do sistema, será possível alcançar custos solares térmicos entre 4 e 7 centavos/kWh térmico.

4. Energia eólica

Em um curto período de tempo, o desenvolvimento da energia eólica resultou no estabelecimento de um próspero mercado global. As maiores turbinas eólicas do mundo, várias delas instaladas na Alemanha, têm capacidade de 6 MW. No entanto, o custo de novos sistemas tem estagnado em alguns países nos últimos anos, devido ao contínuo aumento da demanda e investimentos consideráveis dos fabricantes no aperfeiçoamento da tecnologia e desenvolvimento e a introdução de novos sistemas. O resultado é que o fator de aprendizagem observado para turbinas de vento construídas entre 1990 e 2000 na Alemanha era somente 0,94. Contudo, desde que os desenvolvimentos técnicos proporcionaram aumentos de produção, os custos de geração de eletricidade tendem a diminuir. Prevê-se um maior potencial de redução de custos, com a taxa de aprendizagem correspondentemente mais alta.

Enquanto o relatório Perspectiva Energética Mundial 2004 da AIE espera que a capacidade eólica mundial cresça somente a 330 GW até 2030, a Avaliação Energética Mundial das Nações Unidas prevê um nível de saturação global de cerca de 1.900 GW para o mesmo período. Já a versão 2006 do relatório Perspectiva Global de Energia Eólica, elaborado pela European Wind Energy Association e o Greenpeace, projeta uma capacidade global acima de 3.000 GW até 2050.

Uma curva de experiência para turbinas eólicas é derivada da combinação dos atuais fatores de aprendizagem observados com uma previsão de alto crescimento no mercado, orientado através do Panorama Global de Energia Eólica, indicando que os custos para turbinas eólicas terão uma redução de 40% por volta de 2050.

5. Biomassa

O espectro de custos de geração de energia a partir de biomassa é bastante amplo. Uma das opções mais econômicas é o uso de restos de madeira provenientes de turbinas a vapor instaladas em usinas combinadas de calor e energia (CHP). A gaseificação de biocombustíveis sólidos, por outro lado, que proporciona uma ampla variedade de aplicações, ainda é relativamente cara. Espera-se que custos mais acessíveis de produção de eletricidade sejam alcançados com a utilização de gás de madeira em micro unidades de CHP (motores e células combustíveis) e em usinas a gás e vapor.

Há ainda um grande potencial para uso de biomassa sólida na geração de calor tanto em pequenos quanto em grandes centros geradores de calor conectados às redes de aquecimento locais. A conversão de plantações em etanol e ‘biodiesel’ a partir de ésteres metílicos e etílicos provenientes de diferentes oleaginosas ganhou muita importância nos últimos anos na Europa, EUA e Brasil. Os processos para a obtenção de combustíveis sintéticos de gases biogênicos também terão um papel importante.

6. Geotérmica

A energia geotérmica tem sido utilizada mundialmente há tempos para aquecimento, enquanto a geração de eletricidade é limitada a poucos locais com condições geológicas específicas. Extensas pesquisas adicionais são necessárias para acelerar o progresso dessa tecnologia. Em particular, a criação de vastas superfícies de troca de calor subterrâneas (tecnologia HDR) e o aperfeiçoamento de geradoras de calor e energia com o Ciclo Orgânico Rankine (ORC, em inglês).

Como uma grande parte dos custos das usinas geotérmicas é decorrente da perfuração profunda, as informações já disponíveis do setor petrolífero podem ser usadas, com fatores de aprendizagem observados de menos de 0,80. Considerando um crescimento médio global do mercado de energia geotérmica de 9% ao ano até 2020, reduzido para 4% depois de 2030, o resultado seria uma potencial redução de custos em 50% até 2050. Além disso, apesar dos altos valores atuais (cerca de 20 centavos/kWh), os custos da produção de eletricidade - dependendo dos custos de fornecimento de calor - estão previstos para baixar a cerca de 6-10 centavos/kWh no longo prazo. Devido à sua oferta não flutuante, a energia geotérmica é considerada um elemento-chave na infra-estrutura futura de oferta de energia baseada em fontes renováveis.

7. Hidrelétricas

A energia hidrelétrica é uma tecnologia madura que vem sendo utilizada para geração de eletricidade de uso comercial em larga escala. Um potencial adicional pode ser explorado primeiramente pela modernização e expansão dos sistemas existentes. O limitado potencial de redução de custos remanescente poderá, provavelmente, ser anulado com o aumento dos problemas das futuras obras e o crescimento das exigências ambientais. Pode-se prever que, para os sistemas de pequena escala, onde os custos de geração de energia são geralmente mais altos, a necessidade de cumprir as exigências ecológicas envolverá proporcionalmente custos mais altos que para os grandes sistemas.

Evolução de custos de energias renováveis

Em 2020, a maioria das tecnologias deve reduzir seus custos de investimentos específicos entre 30% e 60% em relação aos níveis atuais, e entre 20% e 50% a partir do momento em que for atingido seu completo desenvolvimento (que deve ocorrer depois de 2040).

Menores custos de investimentos para as tecnologias de energias renováveis significam uma redução dos custos de eletricidade e aquecimento. Os custos de geração hoje estão por volta de 8 a 20 centavos/kWh para as mais importantes tecnologias, com exceção dos fotovoltaicos. No longo prazo, prevê-se que os custos caiam para cerca de 4 a 10 centavos/kWh. Essas estimativas dependem de condições específicas locais como o regime de ventos ou a incidência solar, a disponibilidade de biomassa a preços razoáveis ou a garantia de abertura de crédito para aumentar a oferta de aquecimento por geração combinada de calor e energia.

Fonte: Relatório Brasil Sustentável, Ernst&Young

(Envolverde/Revista Idéia Socioambiental)

Fonte: Mercado Ético
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