Caros amigos,
Um estudo muito interessante do New Economics Foudation de Londres (NEF) sugere que seria muito mais racional evoluirmos da semana de 40 horas para uma semana de 21 horas. Não se trata de sonhos, mas de uma evolução inevitável, exigida tanto pela proteção dos recursos naturais, como pelo direito de acesso de todos a ganharem a sua vida, e pela necessária evolução da economia para setores mais centrados no conhecimento. Vale a pena ver o estudo, está em inglês e pode ser acessado clicando aqui: http://www.neweconomics.org/sites/neweconomics.org/files/21_Hours.pdf
Aproveito e encaminho abaixo a resenha de Plano B 4.0 - Mobilizing to Save Civilization de Lester Brown que está disponível online no portal da Fundação Bradesco http://www.bradesco.com.br/rsa/ . O endereço do pdf' é http://www.newcontent.com.br/PlanoB.pdf (em português) e www.earthpolicy.org (no original inglês).
Abraços,
Ladislau
De Lester Brown
Trata-se provavelmente da mais importante leitura que possam fazer pessoas interessadas em melhorar a situação de todos nós. Lester Brown tem a rara capacidade de agrupar os grandes desafios, apresentar os dados básicos, elencar as alternativas, e avaliar os seus custos. A visão é sem dúvida centrada no meio ambiente, mas a abrangência é mais ampla, e acabamos tomando consciência de que são relativamente claras as ameaças e alternativas para melhorar tanto a saúde do planeta como dos seus habitantes. Realmente, trata-se de salvar a civilização.
Sempre haverá os que têm uma boa conta no banco, ou os que são cronicamente desinformados e os que acham que está tudo bem. Mas está cada vez mais dificil fazer de conta. O clima, a água, as florestas, o solo, a biodiversidade, a vida nos mares, a desigualdade, as doenças, a miséria, as tensões políticas – há uma convergência de dramas cada vez mais evidentes que se avolumam. O desafio é claro: ou tomamos medidas hoje com a água pela barriga, ou amanhã com a água no pescoço. O consumo atual, com 7 bilhões de habitantes e 70 milhões a mais a cada ano, já excede em 30% a capacidade de reposição natural do planeta (14). Pensar que podemos indefinidamente consumir recursos não renováveis neste planeta de dimensões limitadas é fazer prova de clara deficiência mental. Mas para a imensa maioria, trata-se simplesmente de insuficiente informação, e o presente livro é um excelente instrumento.
A pressão é sobre o solo que estamos erodindo pelo desmatamento e excesso de quimização. Sobre os lençóis freáticos que estamos esgotando. Sobre a produção alimentar cada vez mais chamada a satisfazer outras necessidades (os “Fs” – food, feed, fuel, fibre) enquanto se expande o consumo. Sobre a energia chamada a reformular o nosso paradigma de produção e de transporte. A conta é extensa, e o livro constitui uma calma e sistemática apresentação da dimensão dos desafios.
As respostas estão agrupadas em quatro eixos: estabilizar o clima, estabilizar a população mundial, erradicar a pobreza, e restaurar a capacidade de regeneração da base natural da economia. Segundo o autor, será difícil atingir um objetivo sem atingir os outros. (242)
“ Sabemos, a partir da nossa análise da mudança climática, da deterioração acelerada do suporte ecológico da economia, e das nossas projeções sobre o uso futuro dos recursos, que o modelo econômico ocidental – uma economia baseada em combustíveis fósseis, centrada no automóvel e no desperdício – não durará muito tempo.” (243)
Cada capítulo traz os desafios e as propostas com os seus custos. O capítulo da energia nos faz entender as alternativas disponíveis, e como já estão sendo aplicadas, onde e com que custos. O capítulo 6, “desenhando as cidades para pessoas”, é genial na sua análise dos desperdícios de meios de transporte, de água, de recursos recicláveis, dos potenciais de construção de melhores condições de vida, e na apresentação dos exemplos práticos de como diversas cidades do mundo estão respondendo aos desafios. O capítulo 8 aborda como poderemos alimentar dignamente a população mundial, resgatando a produtividade do solo, da água, da manipulação, da distribuição. O último capítulo está centrado no problema central da estratégia: temos tempo para mudar? Entre o ritmo de agravamento das tensões e a lentidão das nossas reações, o dilema é evidente.
Não é um livro sonhador. Os inúmeros exemplos são todos baseados em tecnologias que já existem, e podem ser imediatamente aplicadas. A generalização deste conhecimento, para ampliar a base política das mudanças, é a tarefa atual. É ótimo termos finalmente este texto disponível online, na íntegra em português através do site http://www.bradesco.com.br/rsa/ (o pdf é http://www.newcontent.com.br/planob.pdf caso não consiga entre no portal da Fundação Bradesco e clique no ícone Meio Ambiente) E no original inglês: www.earthpolicy.org . (L. Dowbor)
Boa leitura!
Ladislau
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