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quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Reservas particulares de preservação ambiental


19/12/2011
Biólogos estimulam criação de áreas particulares de preservação no Ceará

Área de preservação particular garante isenção de alguns impostos. Para biólogos, a preservação ajuda a preservar espécies da região

Biólogos estimulam a criação de reservas particulares do patrimônio natural em Barbalha, na região do Cariri, no Sul do Ceará. No estado há 20 dessas reservas, apenas uma no Cariri. As reservas particulares, de acordo com os biólogos, ajudam a preservar o meio ambiente, plantas e animais.

“As reservas particulares, juntas, podem fazer um rede de preservação desse ambiente especial. Essas unidades podem ajudar a evitar a extinção de pássaros e a perda da qualidade de vida das pessoas que vivem nela”, diz o biólogo Weber Girão.

No Cariri, a única reserva particular é a reserva Arajara, na encosta da Chapada do Araripe. O administrador do local, José Marcos Barros, diz que a reserva mantém preservada há 12 fontes de água mineral, que ajudam a manter no local o soldadinho do Araripe, pássaro que só é encontrado na região do Cariri.

Os proprietários de reservas particulares de patrimônio natural têm garantido a posse perpétua da área, isenção de alguns impostos e têm prioridade em análise de projetos com o governo.


quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Apicultura no Cariri cearense



Encontro discute projeto de incremento da apicultura no Cariri
Ter, 18 de Janeiro de 2011 18:40
Instituições reuniram-se no último dia 17, em Barbalha, para discutir a retomada e o redimensionamento do projeto de incremento da atividade apícola na mesorregião do Cariri cearense.
O encontro promoveu o debate entre instituições chaves para o desenvolvimento da atividade na região. Estavam presentes, o senador José Pimentel, o prefeito do município de Barbalha José Leite, o Superintendente Estadual do Banco do Brasil Luiz Carlos Moscardi, o Gerente Geral do BNB de Juazeiro do Norte Alberi Viana, o Superintendente Regional do Banco do Brasil Oliveira Carneiro da Silva, o Secretário do Desenvolvimento Agrário Nelson Martins e a presidente em exercício do Instituto Centec, Ondina Canuto, que apresentou a proposta elaborada pela Divisão de Relacionamento Empresarial (DRE) do Centec para atuar no APL apicultura da região em questão. A proposta incluía também o funcionamento do entreposto de mel e cera localizados na Fazenda Experimental de Barbalha.
De acordo com Ondina, o Entreposto de Barbalha é um equipamento importante na cadeia produtiva do mel, mas que precisa ser visto como parte de uma rede física e social que envolve a articulação de instituições financiadoras e de capacitação técnica e organizativa dos produtores.
A presidente do Centec destacou ainda, a importância da iniciativa da Secretaria de Desenvolvimento Agrário (SDA) de liderar este processo e declarou a disponibilidade do Centec na participação efetiva do projeto de incremento apícola.
Neste contexto, foi apresentada proposta de organização produtiva elaborada pelo Instituto Centec, bem como experiências exitosas da Fundação Banco do Brasil, que já atua na área de desenvolvimento regional sustentável.
A partir da proposta apresentada, o secretário de desenvolvimento agrário, Nelson Martins, solicitou a elaboração dos custos para o desenvolvimento do projeto, que deverá ser efetivado junto a instituições parceiras.
Dentre os principais objetivos do projeto estão: a organização produtiva dos apicultores, a capacitação profissional, a melhoria no processo de gestão e o perfeito funcionamento das casas de mel e do entreposto de mel e cera, além de disseminar o interesse pela atividade.

domingo, 12 de dezembro de 2010

Alternativas para o Semiárido

Joias do Cariri


12/12/2010 
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A modelo Charlenne Campos veste casaco Arefeito para Canela, blusa e short com paetês Jô-Iola. As joias são da coleção Geopark Araripe e a sandália, da Lela.
FOTOS: MARÍLIA CAMELO / ESDRAS GUIMARÃES

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Mônica Estevão Bezerra, presidente da Assossiação dos Lapidários, Artesãos e Ourives da Região do Cariri visita o geossítio Riacho do Melo, em Barbalha
FOTOS: MARÍLIA CAMELO

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A exuberante Chapada do Araripe, no sul do Ceará, serve de inspiração para coleção de joias com Pedra Cariri, uma das matérias-primas mais abundante s no Geopark Araripe

De importância cultural, histórica e ecológica inquestionável, a região do Cariri acaba de ganhar produtos com o selo Geo. São criações artesanais que levam a marca do Geopark Araripe, iniciativa realizada pelo Sebrae-CE. Entre os artigos lançados, estão as joias tendo como principal matéria-prima a pedra cariri. 

O Eva foi ao Sul do Ceará para conhecer os lapidários e ourives que criaram a coleção. Com as peças, realizamos um editorial de moda nos cenários dos geossítios Pedra Cariri, Pontal de Santa Cruz e Riacho do Meio. Uma viagem e tanto, que proporcionou esta edição especial.

NATUREZA LAPIDADA

Refugo da Pedra Cariri, encontrado nas mineradoras de Nova Olinda, é nova matéria-prima para associação de lapidários e ourives

Mesmo sendo natural de Juazeiro do Norte, a presidente da Associação de Lapidários, Artesãos Minerais e Ourives da Região do Cariri (Alamoca), Monica Estevão Bezerra, só conhecia a exuberante natureza da Chapada do Araripe por fotografias. No início de novembro passado, porém, teve a oportunidade de visitar alguns geossítios integrantes do Geopark Araripe com um objetivo: desenvolver coleção de joias inspirada na fauna, flora e riqueza geológica da região.

Resultado da Vivência Geopark Araripe, a iniciativa foi ao encontro de um antigo desejo de Mônica: lapidar a pedra cariri, tão farta na Região. "Sempre pensei nisso, porém não tínhamos maquinário adequado. Mas agora conseguimos", afirma ela, demonstrando a técnica desenvolvida. 

Na verdade, o que o projeto fez foi unir uma vocação natural do município (quem nunca ouviu falar do ouro de Juazeiro?) com o potencial turístico e ambiental do Sul do Ceará. "Fiquei de boca aberta ao ver essa beleza natural tão perto de mim", afirma Mônica, referindo-se às cachoeiras, às florestas e às áreas de mineração.

Passado o impacto inicial, Mônica e mais cinco associados participaram da confecção dos produtos, sob consultoria do designer Érico Gondim Oliveira. E o melhor, segundo a presidente: a matéria-prima é ecologicamente correta, ou seja, fruto do refugo das mineradoras de Nova Olinda.

"Para nós, desenvolver essa coleção foi muito gratificante. Pela ótima receptividade que tivemos durante a 1ª Conferência Latino-Americana e Caribenha de Geoparques, realizada recentemente. Vejo que estamos no caminho certo".

Fique por dentro

Associação reforça a tradição do ouro de Juazeiro

Anéis de formatura, pingentes, medalhas, coroas para imagens de santos, artigos personalizados, enfim, uma variedade de peças que ficaram conhecidas como "ouro de Juazeiro", principalmente o de 14 quilates.

A tradição vem de longe. Segundo historiadores, em 1756, foi criada a Companhia de Ouro das Minas de São José do Cariri, após a descoberta de uma jazida de ouro no atual município de Missão Velha. De propriedade do Padre Cícero, as minas do Coxá prometiam, no início, ser um rico filão em cobre, porém não vingou. No entanto, essa descoberta atraiu muitos mineiros e ourives para a região do Cariri. Por isso, mesmo com escassez do minério, vários deles se instalaram em Juazeiro, que começava a se desenvolver sob as bênçãos do Padre Cícero.

Hoje, apesar de distante de mineradoras de metais, Juazeiro tornou-se um importante polo do setor. Há quatro anos, uma entidade reúne parcela de centenas de profissionais que atuam na área: a Associação de Lapidários, Artesãos Minerais e Ourives da Região do Cariri (Alamoca). São 28 integrantes, sendo cinco lapidários e 23 ourives. "Aqui é uma escola. A gente aprende todo dia. Sonhamos em ser cada vez mais profissionais", diz a presidente Mônica Bezerra . Além do trabalho em ouro, realizado nas oficinas dos próprios ourives, no galpão da entidade são criados artigos em pedras, como pingentes e objetos de decoração.

"Com exceção do diamante, trabalhamos com vários tipos de pedra. O mercado é extenso. Vendemos para vários estados brasileiros e até para o exterior", afirma Mônica. FOTO: ESDRAS GUIMARÃES

Emoção

"Fiquei de boca aberta quando me deparei com a beleza natural do Geopark Araripe. Tudo tão perto de mim e eu não conhecia"

Mônica Bezerra
Presidente da Alamoca

Saiba mais sobre a Pedra Cariri

No Geossítio Pedra Cariri, a 3Km de Nova Olinda, na CE-166, é possível observar os fósseis, abundantes no local: peixes, algas, vegetais e insetos (grilos, formigas de asas, lacraias, besouros, mariposas, baratas, etc). Eles foram preservados dentro da pedra cariri. De cor amarelada ou cinza-claro e com finas lâminas subparalelas, o calcário foi denominado pelos especialistas como "Membro Crato da Formação Santana"

Nos 10m de altura da pedreira, essa rocha sedimentar formada de carbonato de cálcio está ora laminada (com fósseis) e ora maciça, misturada com um arenito cinzento bem fino. O geossítio registra um rico conjunto de seres vivos do período cretáceo (cerca de 112 milhões de anos) que vivia num lago raso de águas aparentemente doces e calmas, margeado por grande variedade de vegetação

A facilidade para achar fósseis bem conservados nesse geossítio faz com que muitos queiram levá-los para casa. Mas, no Brasil, a apropriação desse material exige autorização do órgão governamental competente, o Departamento Nacional de Proteção Mineral

O uso da pedra cariri na construção civil local é comum tanto em edificações do século XIX como nas atuais. Em algumas cidades da Bacia do Araripe, como Santana do Cariri e Nova Olinda, é fácil encontrar estruturas ou acabamentos aparentes feitos com a pedra

FONTE: GEOPARK ARARIPE

Para a confecção das joias, a Alamoca aproveita os materiais desperdiçados pelas mineradoras durante o processo de beneficiamento da pedra cariri em Nova Olinda. O primeiro passo para a lapidação é deixar a pedra de molho por alguns minutos. Ela absorve bem a água, ficando mais fácil fazer o processo inicial. Com auxílio de uma faca, abre-se a pedra cujas camadas formam placas de diferentes cores. Tem o aspecto de uma massa folheada. A beleza está nos desenhos de plantas, insetos e animais

Com a serra elétrica, pode-se dar o formato desejado à pedra. Nesse processo, é fundamental o uso de água, que cai em conta-gotas, semelhante ao que acontece com o soro hospitalar. Em seguida, passa-se para a lixa elétrica, utilizada para o acabamento do formato da pedra. O esmeril deixa o mineral liso, proporcionando o polimento necessário. Para conservar o brilho natural da pedra, usa-se lixa d´água seca. "Quando a gente conclui, o resultado é impressionante. Fica muito lindo. O brilho dela é impecável", afirma Mônica Estevão Bezerra, presidente da Alamoca

Terminado o processo de lapidação, as pedras são encaminhadas para os ourives. Elas são mescladas com metais, linha, couro e tecido para a confecção de pingentes e braceletes, dentre outros produtos

FONTE: ALAMOCA

GERMANA CABRAL
EDITORA´

domingo, 24 de outubro de 2010

Chove forte no sertão nordestino depois de mais de três meses de estiagem

Na madrugada de sábado (23/10) choveu forte no interior do CE, acumulando mais de 100 mm em algumas localidades, como em Cariri, onde o volume foi de 132 mm em 24 horas. Nessa localidade havia mais de três meses que não chovia e esta situação foi provocada devido a presença de uma área de convergência de umidade em baixos níveis e da atuação de um cavado em nível médio.

Fonte: INPE

domingo, 17 de outubro de 2010

Cariri sofre com a estiagem e com os incêndios na Chapada

CARIRI (16/10/2010)

Famílias sofrem com falta de água

16/10/2010 Clique para Ampliar
Longas filas nos chafarizes nesta época do ano, e sem a tão esperada "chuva do caju", agora são frequentes nas comunidades da Serra do Araripe, região sul do Ceará
FOTOS: ANTÔNIO VICELMO
Nem a tradicional "chuva do caju" veio, este ano, amenizar a estiagem vivida por famílias do Cariri

Crato. Com o prolongamento da estiagem, sem nenhum sinal de chuva, agrava-se a situação no interior. Este ano, não ocorreu nem a "chuva do caju" que, tradicionalmente, é registrada no mês de outubro, época da floração da planta. A cada dia, a água se torna mais escassa. Os barreiros da Chapada do Araripe estão secando. A população está andando quilômetros à procura de água para beber e fazer o alimento.

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais do Crato, Antonio Gama, adverte que as comunidades rurais estão sofrendo com a falta d´água. Ele lamenta a exclusão dos municípios de Crato, Juazeiro e Barbalha no programa de carros-pipas. Os trabalhadores sem terra (assalariados, parceiros, arrendatários, ocupantes) são os mais vulneráveis à seca, porque são os primeiros a serem despedidos ou a terem os acordos desfeitos. A seca, além de ser um problema climático, é uma situação que gera dificuldades sociais para as pessoas que habitam a região. Com a falta de água, torna-se difícil o desenvolvimento da agricultura e a criação de animais, analisa o presidente do sindicato. Desta forma, a seca provoca a falta de recursos econômicos, gerando fome e miséria no sertão. O sindicalista esclarece que, na verdade, não se morre mais de fome como antigamente. No entanto, "é preciso defender uma vida digna para o trabalhador rural para que ele não seja obrigado a se deslocar do campo para a cidade", complementou.

A seca, segundo os sindicalistas, deve ser analisada dentro de um contexto mais amplo, com a apresentação de soluções para resolver a má distribuição de água e as dificuldades de seu aproveitamento. "É necessário desmitificar a seca como elemento desestabilizador da economia e da vida social nordestina e como fonte de elevadas despesas para a União".

As soluções implicam a adoção de uma política oficial para a região, que respeite a realidade em que vive o nordestino, dando-lhe condições de acesso à terra e ao trabalho. "Não pode ser esquecida a questão do gerenciamento das diretrizes adotadas, diante da diversidade de órgãos que lidam com o assunto", complementa Gama.

Ecologia

A questão da seca não se resume à falta de água. No momento, um dos problemas mais graves gerados pela seca, segundo Zilcélio Ferreira, são os incêndios que estão sendo registrados na região. O fogo destrói as árvores, reduz a fertilidade do solo e a resistência das árvores ao ataque de pragas. Causa danos ambientais, redução da biodiversidade, alterações dos biótipos, facilitação dos processos erosivos e redução da proteção dos olhos d´água e nascentes. Ao fazer esta advertência, o sindicalista chama a atenção para as nascentes que jorram do pé da Serra do Araripe que, segundo afirma, está diminuindo a sua vazão, em consequência dos frequentes incêndios.

É com esta visão, sem ameaças de saques, que as lideranças rurais pretendem conviver com a seca. Esse quadro precisa ser revertido para que as famílias passem a ter uma nova forma de relacionar-se com a natureza que passa por um novo enfoque: utilizar bem os recursos naturais e assegurar as produções indispensáveis à segurança alimentar e ao desenvolvimento socioeconômico da região.

Os sindicalistas sugerem propostas para convivência com o semiárido: cisternas de placas, barragens subterrâneas e sucessivas, cultivos de produtos agroecológicos, criação de pequenos animais, utilização de energia solar e plantio de algodão orgânico. "Esse conjunto de propostas tecnológicas, aplicadas em uma metodologia de construção de conhecimento, tem mudado a vida de várias famílias nas regiões que trabalhamos", diz a nota do Sindicato de Trabalhadores Rurais.

Dignidade

"É preciso defender vida digna para o trabalhador rural, para ele não ser obrigado a fugir do campo"

Antônio Gama
Presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais do Crato

MAIS INFORMAÇÕES

Sindicato dos Trabalhadores Rurais do Crato
Rua Pedro II, 62 - Centro
(88) 3523.1623

ANTÔNIO VICELMO
REPÓRTER


sábado, 9 de outubro de 2010

Cultura do Sertão do Cariri

´NO TERREIRO DE BRINCANTES´ (7/10/2010)

Reisado tematiza filmagens

7/10/2010 Clique para Ampliar
Formado em 1955, no Sítio Cobras, no Crato, o Reisado Dedé de Luna, das filhas do Mestre José Francisco, é tema do novo documentário do projeto que resgata tradições populares
FOTO: ELIZÂNGELA SANTOS
Tradições populares são preservadas por meio de projeto que realiza documentários com seus fundadores

Crato. Grupos de tradição popular do Cariri estão sendo documentados por meio do projeto "No Terreiro dos Brincantes". O primeiro documentário foi sobre "Mulheres do Coco da Batateira" e o segundo sobre a "Mestra Zulene Galdino". Agora será a vez do Reisado Dedé de Luna, no bairro Muriti, no Crato. O reisado teve sua primeira formação em 1955, no Sítio Cobras, constituído por homens que animavam as renovações em sítios do Município. As brincadeiras atravessavam um dia para o outro. A segunda formação ocorreu em 1984 já no Bairro Muriti e tendo à frente as filhas do Mestre José Francisco Luna, popularmente conhecido como Dedé de Luna.

O grupo inicialmente era denominado de Decolores. Após a morte do Mestre em 2002, a filhas prestaram uma homenagem mudando o nome do Reisado para Dedé de Luna. Atualmente constituído por 30 brincantes, a maioria mulheres, o reisado se destaca pela inovação das roupas que recebem detalhes minuciosos de lantejoulas, espelhos e tecidos brilhosos. O traje se diferencia dos demais reisados da região do Cariri.

Atualmente coordenado pela filhas, mestras Mazé e Penha, o trabalho se renova e cresce. Além desta tradição, o grupo mantém ainda teatro de rua, coco, lapinha e reisado infantil.

A história do grupo será resgatada pelo documentário que contará a trajetória desse reisado, grupo que se mantém vivo há várias décadas. O trabalho será o terceiro desenvolvido pelo Projeto "No Terreiro dos Brincantes". É realizado pelo Instituto Ecológico e Cultural Martins Filho (IEC), vinculado à Pró-Reitoria de Extensão da Universidade Regional do Cariri (Urca) e ao Coletivo Camaradas.

Para a Mestra Mazé, esse documentário é importante para o grupo, pois fica na memória das pessoas. Ela destaca que resgatará uma história que vem de uma tradição e que servirá como fonte de pesquisa para estudiosos do assunto. A acadêmica de História da Urca e monitoria do Ppojeto "No Terreiro dos Brincantes", Ana Cristina de Sales enfatiza que o trabalho é uma forma de se aproximar e conhecer a realidade dos grupos da cultura popular.

Ela destaca que os documentários são importantes recursos pedagógicos para serem utilizado em sala de aula. Já o professor Alexandre Lucas, coordenador do projeto "No Terreiro dos Brincantes", ressalta que o documentário será disponibilizado na Internet para que as pessoas possam ter acesso de forma democrática. Lucas enfatiza que serão produzidos mais nove documentários.

O projeto "No Terreiro dos Brincantes" visa contribuir para a memória social e afirmação da identidade e diversidade cultural das manifestações artísticas e culturais da região do Cariri. O trabalho é desenvolvido através de registros audiovisuais e entrevistas com os mestres e mestras do saber popular na própria comunidade. Um dos objetivos do documentário é contextualizar a realidade socioeconômica dos brincantes. O projeto conta com sete acadêmicos monitores.

Fique por dentro 
Novas formações

O Cariri tem a presença de dezenas de grupos de reisado, em diversas cidades da região. Novos grupos têm sido formados, com crianças e adolescentes, objetivando manter a tradição. Luís da Câmara Cascudo, no seu Dicionário do Folclore Brasileiro, diz que reisado é a denominação erudita para os grupos que cantam e dançam na véspera e no Dia de Reis. A manifestação chegou ao Brasil através dos colonizadores portugueses, que ainda conservam a tradição em suas pequenas aldeias, celebrando o nascimento do Menino Jesus, o Filho de Deus.

MAIS INFORMAÇÕES 

Instituto Ecológico e Cultural Martins Filho , Pro-Reitoria de Extensão (Proex/Urca), (88) 3102.1200 - Prof. Alexandre Lucas, (88) 8847.6946

ELIZÂNGELA SANTOS
REPÓRTER

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Romarias no Cariri

FESTA DA PADROEIRA

Despedida à Mãe das Dores

16/9/2010 Clique para Ampliar
Ao meio-dia de ontem, católicos participaram da solenidade na Basílica Menor de Nossa Senhora das Dores. O momento é um dos mais emocionantes da romaria 
FOTOS: ELIZÂNGELA SANTOS
O conselho do Padre Cícero para louvar a Mãe das Dores é renovado a cada ano durante a Festa da Padroeira de Juazeiro

Juazeiro do Norte - Uma grande multidão se despediu da padroeira de Juazeiro, ontem, durante o encerramento da Romaria de Nossa Senhora das Dores. A "Despedida dos Romeiros" é um dos momentos mais emocionantes da programação, antes da grande procissão no final da tarde. Um saldo positivo da romaria, segundo os organizadores, acontece com a melhoria da segurança na cidade, com diminuição de 40% das ocorrências registradas durante o período.

Este ano, a romaria trouxe como tema os 100 anos da cidade, "Juazeiro do Centenário: Terra de Oração e Trabalho". O esquema de segurança, que contou com a instalação de cinco câmeras na Basílica de Nossa Senhora das Dores e nas áreas do Socorro e do Santuário dos Franciscanos, auxiliou no trabalho, além do policiamento ter sido reforçado com mais de 500 homens. A segunda maior romaria do ano na cidade reuniu cerca de 400 mil pessoas em 15 dias. A despedida contou com a presença do bispo diocesano, dom Fernando Panico, e do arcebispo de Maceió (AL), dom Antônio Muniz.

Essa é uma das romarias mais festejadas. A visitação se torna mais intensa na Basílica Menor de Nossa Senhora das Dores e no Socorro. Este ano, a coordenação da Operação Romeiro seguiu o mesmo esquema de trabalho com os barraqueiros, que deverá continuar durante a Romaria de Finados, em novembro, a maior do ano. A presença de devotos vindos do Estado de Alagoas nesse período se destaca. Muitos fiéis de cidades devastadas pelas enchentes aproveitaram a romaria para agradecer por terem sobrevivido às catástrofes. Padre Paulo Lemos, administrador da Matriz, considera o saldo de todo o trabalho desenvolvido bem positivo.

Ele destaca que a movimentação na cidade começou cedo, já a partir do dia 7 de setembro, em virtude do feriado nacional. O padre ressalta a forma como foi conduzido todo o processo de segurança. Do lado externo da igreja, foram instaladas câmeras para monitorar a área do Horto, com capacidade de captação de imagens de até 700 metros de distância.

No final da celebração da despedida, cânticos e lágrimas dos romeiros marcam o momento. "Se temos alegria em chegar, fica a saudade, a gente sai mais feliz e ao mesmo tempo quer ficar por aqui", diz o romeiro Antônio Mendes da Silva, veterano com 67 viagens para a cidade. Ele é ex-presidente dos Romeiros de Alagoas, uma organização que atua com fiéis do Padre Cícero naquele Estado, hoje presidida por Quitéria Oliveira. Atua na orientação da viagem a Juazeiro. "Orientamos os motoristas a terem cuidado com os romeiros. Que distribuam crachás a todos, com identificação, para eles não se perderem na multidão", diz ele. Esse trabalho continua em Alagoas com os encontros dos romeiros do Padre Cícero.

As ruas de Juazeiro estiveram lotadas. Ônibus de vários Estados nordestinos preencheram os espaços dos postos de combustíveis, ruas e locais de maior visitação, a exemplo do Santuário do Sagrado Coração de Jesus, no bairro Salesiano. O estacionamento após o Centro de Apoio ao Romeiro também foi monitorado. As fotos como lembrança dos locais marcantes, santinhos, terços, quadros e até as mudas de juazeiro, distribuídas dentro do projeto Árvore do Centenário, foram erguidos para a bênção final, antes dos visitantes irem para casa. De oito Estados do Nordeste e Tocantins, que registraram a chegada na sala de informações da Igreja, estiveram 559 fretantes, com 25.066 romeiros. Os dois Estados com maior número são Pernambuco, com 11.048 fiéis, e Alagoas, com 11.478.

Enquete 
O que achou da romaria?

"Sonhei estar em Juazeiro do Norte e vim pela primeira vez. Sinto saudade e quero ainda ter a oportunidade de voltar de novo."

Maria de Lurdes Ferreira
64 anos
Dona-de-casa

"A gente sai daqui com mais alegria do que quando chegou, com o Espírito Santo, Mãe das Dores e Padre Cícero."

Antônio Mendes da Silva
61 anos
Pedreiro

MAIS INFORMAÇÕES 

Secretaria da Paróquia
Rua Padre Cícero, 147,Centro
Juazeiro do Norte
(88) 3511.2202

Elizângela Santos
Repórter