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domingo, 1 de maio de 2011

Artigo de Suely Chacon para a 3a. Parte da Matéria sobre o novo Semiárido no Jornal Diário do Nordeste

artigo

Um novo olhar sobre o sertão

Publicado em 1 de maio de 2011 

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Chacon: preparação da população local para participar desse cenário, evitando que os empreendimentos sejam voltados para a mão de obra de fora
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O Semiárido é um território natural que historicamente se tornou político, palco que foi, e é, de embates pelo poder. As disputas e as escolhas políticas forjaram a ideia que este é um espaço de exclusão e pobreza, onde não valia a pena ficar ou investir. Isto abalou negativamente a autoestima do povo do Sertão, manteve constante o fluxo migratório de fuga e as práticas diversificadas de paternalismo e clientelismo, que mantinham seu povo dependente. Esse cenário parecia fadado a se reproduzir infinitamente, alimentado que foi por decisões políticas locais e nacionais que destinavam mais recursos às regiões que supostamente possuíam mais condições para o crescimento.


Contudo, essa tendência começou a se modificar nos últimos anos na medida que novos investimentos foram destinados ao interior do país, com iniciativas como a expansão do ensino técnico e universitário e a promoção de obras estruturantes. Além disso, o fortalecimento do mercado interno em todo o Brasil, bem como a maior estabilidade econômica, permitiu o surgimento ou reorganização de atividades relacionadas com comércio, serviço, turismo, agronegócio e indústria no Semiárido. Inclui-se nesse novo cenário a constituição de polos de produção de conhecimento ligados a centros de pesquisa e às Instituições de Ensino Superior públicas e privadas que também se instalaram pela região.



Em consolidação



Surge assim uma nova tendência que vem se consolidando nos últimos cinco anos: o Sertão começa a ser visto a partir de um novo prisma, e os investimentos começam a fluir para essa região, valorizando a sua cultura e suas riquezas naturais antes desprezadas, criando assim mais possibilidades para as pessoas que ali habitam. Mais que isto: o novo aporte de recursos públicos e privados começa a fomentar um novo fluxo migratório, agora de volta ao Sertão.



Diante desse novo olhar, questiona-se sobre a continuidade ou não desse processo. De fato, para que essas possibilidades abertas pelos investimentos da região resultem em um desenvolvimento sustentável, alguns pontos precisam ser considerados. O principal deles se refere à adequada preparação da população local para participar desse cenário, evitando que as atividades empreendidas sejam voltadas para a mão de obra que vem de fora. Para tanto o atual investimento em educação acadêmica e técnica deve ser ampliado. A infraestrutura das cidades ainda requer novos aportes para garantir a continuidade das atividades. E há necessidade de mais recursos para a questão da segurança.



Qualificação de gestores



Um ponto importante é a qualificação dos gestores e servidores públicos, que devem estar preparados para as novas demandas da sociedade. Falta também maior atenção à questão ambiental. O crescimento acelerado de uma região historicamente excluída pode levar a uma exacerbação do uso da natureza.



Riscos ao meio ambiente



Os riscos podem vir do uso inadequado do solo pelo agronegócio, desperdício da água (que continua escassa), exploração exagerada e sem controle de áreas de proteção ambiental pelo turismo, poluição do solo e da água pelos resíduos industriais e agrícolas, descontrole no ambiente urbano por parte da construção civil e das atividades econômicas em geral. Por fim, do ponto de vista social, apesar da visível redistribuição de renda e dos novos acessos à educação e saúde, ainda é necessário investir nos processos participativos, envolvendo efetivamente a sociedade local.



Suely Salgueiro Chacon*


Doutora em Desenvolvimento Sustentável. Coordenadora do Mestrado em Desenvolvimento Regional Sustentável - MDER, da Universidade Federal do Ceará - UFC/Campus do Cariri.

http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=972469


1a. Parte da Matéria sobre o novo Semiárido no Jornal Diário do Nordeste: http://nossosemiarido.blogspot.com/2011/04/primeira-parte-da-materia-do-jornal.html

2a. Parte da Matéria sobre o novo Semiárido no Jornal Diário do Nordeste: http://nossosemiarido.blogspot.com/2011/04/2a-parte-da-materia-sobre-o-novo.html

3a. Parte da Matéria sobre o novo Semiárido no Jornal Diário do Nordeste: http://nossosemiarido.blogspot.com/2011/05/3a-parte-da-materia-sobre-o-novo.html

3a. Parte da Matéria sobre o novo Semiárido no Jornal Diário do Nordeste

domingo, 24 de abril de 2011

2a. Parte da Matéria sobre o novo Semiárido no Jornal Diário do Nordeste

SERTÃO SONHA COM NOVO TEMPO



domingo, 17 de abril de 2011

Primeira parte da matéria do Jornal Diário do Nordeste sobre as potencialidades do Semiárido