terça-feira, 26 de maio de 2009

“UFC SOLIDÁRIA” ARRECADA DONATIVOS PARA VÍTIMAS DAS CHUVAS NO ESTADO

Campanha UFC SOLIDÁRIA arrecada donativos para as vítimas das chuvas no Ceará e promove palestra sobre “Mudanças Climáticas & Sustentabilidade Ambiental”, com o Prof. Dr. José Antonio Puppim

A Universidade Federal do Ceará - UFC desde o início deste mês de maio está arrecadando donativos para as às vítimas das enchentes em todo o Ceará. É a campanha "UFC Solidária" que visa a arrecadação de alimentos, água potável, produtos de higiene e medicamentos. De acordo com boletim da Defesa Civil divulgado no ultimo dia 14 de maio, já haviam 24.609 desabrigados e 35.606 desalojados no Estado. Além disso, 23 municípios estavam em situação de emergência.

Na campanha “UFC Solidária” antes restrita a arrecadação em Fortaleza, agora se somam os campi do interior. Assim sendo, o Campus da UFC no Cariri passará a realizar uma série de ações objetivando arrecadar os donativos. O foco da coleta no Cariri está em Leite – principalmente longa vida (caixa), água potável, alimentos e fraldas descartáveis. A Direção do Campus da UFC no Cariri está sensibilizando professores, servidores técnico-administrativos e estudantes para doarem e formarem uma rede de colaboradores externos.

Uma das ações promovidas pela UFC no Cariri, dentro da campanha “UFC Solidária”, ocorrerá na próxima segunda-feira (01 de junho), as 18:30h, no Memorial Padre Cícero. Neste dia, será realizada a palestra “Mudanças Climáticas & Sustentabilidade Ambiental” pelo Prof. Dr. José Antonio Puppim, cuja inscrição será duas caixas de Leite Longa Vida a serem entregues no local.
O Professor Dr. José Puppim possui graduação em Engenharia pelo ITA e doutorado em Planejamento pelo MIT (EUA), foi professor da Fundação Getulio Vargas – RJ, da Universidade de Santiago de Compostela (Espanha). Atualmente ensina na Universidade de Londres (Inglaterra). Recentemente, o Prof. Puppim lançou o livro “Empresas na Sociedade: Sustentabilidade e Responsabilidade Social”.

Deste modo, a Direção do Campus da UFC no Cariri conclama os empresários de Juazeiro, Crato e Barbalha a participarem da campanha doando leite longa vida, água mineral, fraldas descartáveis e alimentos, assim como, convida a Sociedade Caririense a comparecer ao Memorial Padre Cícero, na noite de segunda-feira (01 de junho, as 18:30h) para ouvirem a palestra e participarem da campanha “UFC Solidária”.

A Universidade Federal do Ceará agradece a todos que se envolverem na campanha “UFC Solidária” e se solidarizarem com esta dificuldade momentânea pela qual passa parte da população Cearense.


Universidade Federal do Ceará - Campus do Cariri
Av. Tenente Raimundo Rocha, S/N, Universitários, 63.040-360, Juazeiro do Norte/CE
Fone: (88) 3572.7200

Ecologia profunda - um novo renascimento


05/03/2009 - 16:15:42
Fritjof Capra

Hoje estamos diante de uma série de problemas globais que prejudicam a biosfera e a vida humana de maneiras tão alarmantes que logo podem se tornar irreversíveis.

Chegamos a esse estágio, face o paradigma que configurou a sociedade ocidental e influenciou o resto do mundo. Esse paradigma consiste em uma série de idéias e valores entre eles: a visão do Universo como um sistema mecânico composto de estruturas elementares, a visão do corpo humano como uma máquina, a visão da vida em sociedade com uma luta competitiva pela existência, a crença no progresso material ilimitado a ser alcançado pelo crescimento economico e tecnológico e por último a crença de que uma sociedade na qual a mulher é em toda a parte subordinada ao homem segue uma lei básica da Natureza. Esses valores estão perdendo a força e o novo paradigma, que pode ser chamado de visão holistica do mundo, vê o mundo como um todo integrado e não como uma reunião de partes dissociadas. Também pode ser chamado de visão ecológica, se o termo “ecológico” for usado em sentido amplo e profundo.

Este sentido amplo e profundo do ecológico está associado a uma escola filosófica e a um movimento global radical, conhecido como “Ecologia Profunda”.

O ambientalismo superficial é antropocentrico. Vê o homem acima ou fora da natureza, como fonte de todo valor, e atribui a natureza um valor apenas instrumental ou de uso. A Ecologia Profunda não separa do ambiente natural o ser humano nem qualquer outro ser. Vê o mundo como uma teia de fenômenos essencialmente inter-relacionados e interdependentes. Ela reconhece que estamos todos inseridos nos processos cíclicos da natureza e somos dependentes deles.

Finalmente, a consciência ecológica profunda é espiritual ou religiosa. Uma vez que o conceito de espirito humano é entendido como o modo de consciência no qual o indivíduo sente-se conectado com o cosmos enquanto um todo, torna-se claro que a consciência ecológica é espiritual em sua essência mais profunda. Não surpreende portanto, seja coerente com a chamada “Filosofia perene” das tradições espirituais - quer estejamos nos referindo à espiritualidade dos místicos cristãos, dos budistas, ou a filosofia e cosmologia subjacentes às tradições dos nativos americanos.
Toda a questão de valores é crucial para a ecologia profunda, ela é de fato a característica central que a define, ela baseia-se em valores egocêntricos (isto é, centrados na Terra) É uma visão do Mundo que reconhece o valor inerente da vida não-humana. Todos os seres são membros de Oikos-Lar Terreno, a comunidade une-se numa rede de interdependências. Quando essa percepção tornar-se parte da nossa consciência cotidiana, um sistema ético radicalmente novo emergirá.

Tal ética ecológica faz-se urgente hoje, especialmente na ciência, já que a maior parte do que os cientistas estão fazendo não é no sentido de promover e preservar a vida mas, destrui-la. Com físicos criando sistemas armamentistas que ameaçam varrer a vida do Planeta, químicos contaminando o meio ambiente, biólogos criando novos e desconhecidos microorganismos sem saberem as conseqüências, psicólogos e outros cientistas torturando animais em nome do progresso cientifico.

Por fim a visão de que os valores são inerentes a toda a Natureza viva está fundada na experiência ecológica profunda, ou espiritual, de que a Natureza e o EU são um só. Essa expansão do EU até chegar à identificação com a Natureza é o fundamento da ecologia profunda conforme reconheceu claramente Arne Naess: “O cuidado ocorre se o EU se expandir e aprofundar-se de maneira que a proteção da Natureza seja sentida e concebida como proteção a nós mesmos.”


Fritjof Capra é físico e teórico de sistemas, com PhD obtido na Universidade de Viena em 1965, antes de passar 20 anos dedicando-se à pesquisa em física de partículas. É diretor-fundador do Centro de Ecoalfabetização da Universidade de Berkeley (Estados Unidos). É autor de vários best-sellers internacionais, como “O Tao da Física”, “Ponto de Mutação”, “A Teia da Vida” e “As Conexões Ocultas”.



Outras fontes de pesquisa sobre Capra:





sábado, 23 de maio de 2009

III Encontro Nacional de Pesquisadores em Gestão Social (ENAPEGS)






Programação

Caminhando para se tornar uma tradição do ENAPEGS, o encontro vem ocorrendo nos três dias da ultima semana do mês de maio. Assim sendo, o III Encontro Nacional de Pesquisadores em Gestão Social (ENAPEGS) ocorrerá nos dias 28 (quinta), 29 (sexta) e 30 (sábado) de maio de 2009.

Os locais de realização serão as instalações do SENAI e a FACAPE, em Petrolina-PE e o Campus de Juazeiro/BA daUniversidade Federal do Vale do São Francisco (UNIVASF). Eis os endereços dos locais, onde serão realizadas as atividades do III ENAPEGS. A programação provisória do encontro segue abaixo:



Local da Abertura Oficial do III ENAPEGS 2009 - 28 de Maio (quinta) - MANHÃ
SENAI - PETROLINA
Av. Monsenhor Ângelo Sampaio, 267, Vila Eduardo, Petrolina/PE, CEP: 56310-300, Fone: (87) 3202-1390, Fax: (87) 3202-1375

Local de Realização das Oficinas e Sessões de 29 de Maio (sexta) - TARDE E NOITE
FACULDADE DE CIENCIAS APLICADAS E SOCIAIS DE PETROLINA - FACAPE
Campus Universitário, S/N, Vila Eduardo, Petrolina/PE, CEP: 56328-903, Fone: (87) 3866-3200, Fax:(87) 3866-3253

Local da Sessão de Encerramento, Apresentações de Trabalhos, Credenciamento e demais Painéis
28 de Maio (quinta) - TARDE E NOITE
30 de Maio (sábado) - MANHÃ
CAMPUS DA UNIVASF EM JUAZEIRO/BAAvenida Antonio Carlos Magalhães, 510 - Santo Antônio, CEP: 48902-300 - Juazeiro/BA


Data: 28/05/2008 – Quinta-Feira – Manhã - SENAI-Petrolina/PE

08:00h - Credenciamento

09:00h - Apresentações Culturais - Maracatujabe


09:20h - Boas Vindas

09:30h - ABERTURA OFICIAL
Autoridades e Representantes da UNIVASF
Reitor da UNIVASF
Representante Regional do BNB
Representante da SETRE/Governo da Bahia
Presidente da Fundação Banco do Brasil
Coordenador do Curso de Administração da UNIVASF
Coordenadora Geral do Evento



10:30h - CONFERÊNCIA DE ABERTURA - Gestão Social e Políticas Públicas de Desenvolvimento
Coordenadora: Profª Ms Ariádne Scalfoni Rigo (NIGS/UNIVASF)
Palestrantes:
Prof. Dr. Fernando Guilherme Tenório (FGV-RJ/PEGS/EBAPE)
Prof. Dr. José Antônio Gomes de Pinho (CIAGS/UFBA)


12:00h - Intervalo para almoço


Data: 28/05/2008 – Quinta-Feira – Tarde - Campus Juazeiro/BA

14:00h - SESSÕES TEMATICAS EM GESTÃO SOCIAL

O Estado da Arte, Agenda de Pesquisa e Interfaces com Políticas Públicas


Sala 14 - Temática I: Redes, Arranjos e Desenvolvimento Sustentável
- Prof. Dr. Lamounier Villela (UNESA-RJ)
- Profa. Dra. Suely Chacon (CPPS/UFC Cariri)
- Prof. Dr. Luciano Junqueira (NEATS/PUC-SP)
- Dalberto Adulis (ABDL)


Sala 15 - Temática II: Responsabilidade Socioambiental e Regulação
- Prof. Dr José A Puppim de Oliveira (UCL-Inglaterra)
- Profa. Dra. Paula Schommer (ESAG/UDESC)
- Prof. Dr. Francisco Correia (UNIFOR)
- Comte. Helvetius Marques (72º BlMtz EXÉRCITO BRASILEIRO)



Sala 16 - Temática III: Empreendedorismo Social
- Prof. Esp. Deranor Gomes de Oliveira (NIGS/UNIVASF)
- Joaquim Melo (Instituto Palmas)
- Rodrigo Amaral (Petrobras/Biodiesel)
- Camila França (Cooperativa Jovens de Quixadá/CE)



Sala 18 - Temática IV: Inovação e Tecnologia Social
- Profa. Dra. Rosana Boullosa (CIAGS/UFBA)
- Jacques Pena (Fundação Banco do Brasil)
- Daniel Walker (Fundação Mussambê)



Sala 19 - Temática V: Economia Solidária e Cooperativismo
- Prof. Dr. Genauto França Filho (ITES/UFBA)
- Prof. Dr. Osmar de Sá Jr (ICPA/UFC)
- Prof. Ms. Airton Cançado (Nesol/UFT)
- Prof. Dr. José Roberto Pereira (UFLA)
- Tatiana Araújo Reis (SETRE/BA)



Sala 21 - Temática VI: Ensino e Pesquisa em Gestão Social
- Profa. Dra. Tânia Fischer (CIAGS/UFBA)
- Prof. Ms. Jeová Torres (LIEGS/UFC Cariri)
- Profa. Dra. Rosinha Carrion (NIPETS/UFRGS)
- Prof Dr Fernando Tenório (FGV-RJ/PEGS/EBAPE)



Sala 22 - Temática VII: Movimentos Sociais e Ações Afirmativas
- Prof. Ms. Edgilson Tavares (UNIJORGE)
- Profa. Dra. Joselina da Silva (N-BLAC/UFC Cariri)
- Profa. Ms. Margarida Silva dos Santos (UFAL)
- Profa Dra Lúcia Marisy R. Oliveira (UNIVASF)



16:00h - Coffee Break



16:20h - SESSÕES INTERATIVAS DE APRESENTAÇÃO DE ARTIGOS I (Exposição Simultânea)



Sala 14 - Temática Gestão Social e Políticas Públicas – Sessão I
P270 - O Impacto das Políticas Públicas no Desenvolvimento de Arranjos Produtivos Locais: o Caso do APL de Ovinocaprinocultura em Quixadá, Ceará
Alexandre Araújo Cavalcante Soares (UFC), Janayna Arruda Barroso (FAP) - Coordenadora da Sessão
P238 - Para uma Agenda de Desenvolvimento da Política de Turismo no Brasil: Um Estudo Teórico
Magnus Luiz Emmendoerfer (UFV), Luana Emmendoerfer (UFV), Fernanda Cristina da Silva (UFV)
P36 - Política de Desenvolvimento Territorial e a Questão Ambiental
Mário Lúcio Ávila (UnB), Silvia Regina Starling Assad Avila (UnB)
P224 - Políticas Públicas para a Regionalização do Turismo - Análise do Circuito Turístico Parque Nacional da Serra do Cipó, Minas Gerais
Fernanda Cristina da Silva (UFV), Afonso Augusto Teixeira de Freitas (UFV), Magnus Luiz Emmendoerfer (UFV), Andréia Aparecida Albino (UFV)



Sala 15 - Temática Gestão Social e Políticas Públicas – Sessão II
P39 - Investigação dos Fatores Direcionadores da Transferência de Recursos de Programas Sociais no Brasil
Doraliza Auxiliadora Abranches Monteiro (UFV), Laís Atanaka Denúbila (UFV), Marco Aurélio Marques Ferreira(UFV) - Coordenador da Sessão
P41 - Indicadores Sociais brasileiros e Programas de Transferência de Renda: reflexões sobre o Programa Bolsa Família
Doraliza Auxiliadora Abranches Monteiro (UFV), Laís Atanaka Denúbila (UFV), Roberta Martins Xavier (UFV)
P117 - O Plano Nacional de Desenvolvimento da Educação e o item “Diretrizes para a Gestão e o Financiamento da Educação”: o Processo de Descentralização do Sitema Educacional em Unidades Subnacionais e o FUNDEB
Nathalia Gomes (UFF)
P142 - Os Desafios da Participação Popular no Sistema Único de Saúde
Gabrielle Miranda Nunes (UNIVASF), Josenon Gomes Costa (UNIVASF), Marcio Manoel Teixeira (UNIVASF), Paulo Roberto Ramos (UNIVASF)
P243 - Centro de Referência da Assistência Social – CRAS: possibilidade de um novo paradigma para a Política da Assistência Social?
Mossicléia Mendes da Silva (FLS)



Sala 16 - Temática Redes, Arranjos Institucionais e Desenvolvimento Sustentável – Sessão I
P157 - Análise de um Projeto de Capacitação Empresarial Sob a Perspectiva das Comunidades de Prática
Carlos Roberto Thiengo Botelho (UNESA), Lamounier Erthal Villela (UNESA) - Coordenador da Sessão
P118 - Desenvolvimento local sustentável e o fenômeno cultural dos bois-bumbás de Parintins
Lydia Maria Pinto Brito (Universidade Potiguar), Edinelza Macedo Ribeiro (UEA)
P146 - O APL Moveleiro de Ubá: Formação de Grupos e Atuação Direcionada do Poder Público
Andréia A. A. (UFV), Afonso A. T. F. C. L (UFV), Ricardo R. B. (UFV), Fernanda Cristina da Silva (UFV)
P43 - Teoria Crítica e Redes Sociais na perspectiva da Teoria da Ação Comunicativa e Razão Substantiva.
Fabíola Vinhas (PUC-SP), Nathalie Perret (PUC-SP), Ana Flávia Teixeira (PUC-SP)



Sala 18 - Temática Responsabilidade Socioambiental – Sessão I
P161- Responsabilidade Social Empresarial na Mídia: avanços e desafios
Daniela Silva (UFBA), Paula Schommer (UDESC) - Coordenadora da Sessão
P296 - Diálogos em Responsabilidade Social: Owen e o Pensamento Contemporâneo.
Ana Patrícia Rodrigues Leite (UFRN), Catarina da Silva Souza (UFRN), Washington José de Souza (UFRN)
P111 - Inserção Profissional de Pessoas Com Deficiência nas Empresas: Responsabilidades, Práticas e Caminhos
Melissa Santos Bahia (UFBA), Paula Chies Schommer (UDESC)
P45 - Investimento Social Privado: o papel das fundações corporativas no panorama geral das políticas sociais
Luciano A. Prates Junqueira (PUC-SP), Nathalie Perret (PUC-SP), Fabíola Dapuzzo Vinhas (PUC-SP), Ana Flávia Teixeira (PUC-SP)
P313 - Investigação dos Impactos da Responsabilidade Social sobre Percepções de Consumo e Comportamento de Compra
Andreza de Fátima Coelho Garcia (UFV), Mariana Morais Pompermayer (UFV), Marco Aurélio Marques Ferreira (UFV), Karla Maria Damiano Teixeira (UFV)



Sala 19 - Temática Inovação e Tecnologias Sociais – Sessão I
P305 - A Relação entre Tecnologia Social e Desenvolvimento Local Participativo: a APAEB e o Instituto Palmas como Expressão destes Vínculos
Régio Hermilton Ribeiro Quirino (FAP), Rebeca da Rocha Grangeiro (UFC), Jeová Torres Silva Jr (UFC), Waleska James Souza Félix (UFC) - Coordenadora da Sessão
P104 - Proposta de um modelo de capacitação e enfoques multitemáticos da gestão de organizações não governamentais: Integração Teoria-Pesquisa no caso do Pró-Criança
Rezilda Rodrigues Oliveira (UFPE)
P143 - Efetivando o discurso da participação: Metodologias não Convencionais em duas Políticas Públicas no interior da Bahia
Valeria Giannella (UFBA), Cybele Amado (UFBA), Fábia Calasans (UFBA)
P160 - Avaliação Educadora
Daniel Brandão (Instituto Fonte), Rogério Silva (Instituto Fonte)



Sala 21 - Temática Economia Solidária e Cooperativismo – Sessão I
P114 - Incubação de Cooperativas Populares: uma experiência no Bico do Papagaio/TO
Anne Caroline Moura Guimarães Cançado (UFT), Helga Midori Iwamoto (UFT), Leonardo Conceição Cruz (UFT), Airton Cardoso Cançado (UFT) - Coordenador da Sessão
P256 - Autogestão: Estado ou Processo? (Re)refletindo as Experiências no Vale do São Francisco
Ariádne Scalfoni Rigo (UNIVASF), Ana Carolina Araújo de Almeida (UNIVASF)
P165 - Incubação de Redes de Economia Solidária: Limites e Possibilidades de uma Metodologia de Intervenção para o Desenvolvimento Local: o Caso Eco-Luzia
Eduardo Vivian da Cunha (UFBA)
P147 - Gestão de Cooperativas Populares em Minas Gerais: Uma Análise Comparativa
Mirella Caetano de Souza (UFLA), José Roberto Pereira (UFLA)
P299 - A Cooperação como Elemento para um novo Modelo de Gestão e Racionalidade
Luís Manoel Lopes (UFC), Naira Michelle Alves Pereira (UFC), Tatiane Pereira Jorge (UFC), Maria Vanderleia de Sousa (UFC)



Sala 22 - Temática Movimentos Sociais e Ações Afirmativas – Sessão I
P37 - A violência doméstica tratada pelos aparatos públicos: olhares sobre o Cariri
Nicácia Lina do Carmo (UFC), Marta Benjamim da Silva (UFC), Joselina da Silva (UFC) - Coordenadora da Sessão
P66 - Um Estudo das Representações Sociais que Professoras e Professores têm sobre Negritude: Uma Branca Trama um Negro Drama
Suzzana Alice Lima Almeida (UNEB), Viviane Brás dos Santos (UNEB)
P234 - A Luta de João Cândido na Efetivação dos Direitos Humanos e as Ações Afirmativas Como Consolidação desta Luta
Maria de Fátima Araujo Teles (FLS), Jucineia Tavares da Silva (FLS)
P50 - Entrecruzando Narrativas: Representações Sociais dos Adolescentes Negros Sobre Negritude e as Narrativas Curriculares da Escola que os Atende
Suzzana Alice Lima Almeida (UNEB), Fabiana da Cruz Lima (UNEB)


18:00h - Sala 28 - PAINEL 01 – AÇÕES


Gestão Social e Políticas Públicas de Desenvolvimento
Coordenador: Prof. Dr. Marco Aurélio Ferreira (UFV)

Ação Nacional - Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome - Fátima Valéria de Souza (Secretaria de Articulação Institucional e Parcerias/MDS)


Ação Regional - Banco do Nordeste do Brasil - Representante do BNB

Ação Local – Companhia para o Desenvolvimento do Vale do São Francisco - Representante da CODEVASF



19:40h
Sala 28 - SESSÃO ESPECIAL I - Apresentação dos Roteiros de Metodologias Não Convencionais para a Gestão Social - Profa. Dra. Valéria Giannella (CIAGS/UFBA)





Data: 29/05/2008 – Sexta-Feira – Manhã


Centro de Convivência e Lazer da UNIVASF – Campus Juazeiro/BA
REUNIÃO DA REDE DE PESQUISADORES EM GESTÃO SOCIAL – RGS


Para Estudantes:
VISITA TÉCNICA À VINICOLA MIOLO – FAZENDA OURO VERDE, CASA NOVA/BA


Data: 29/05/2008 – Sexta-Feira – Tarde
Faculdade de Ciências Aplicadas e Sociais de Petrolina - FACAPE


14:00h - SESSÕES DE OFICINAS (Exposição Simultânea)



P22 - Bancos Comunitários e Democracia Econômica


João Joaquim Melo Neto (INSTITUTO BANCO PALMAS), Sandra Magalhães (INSTITUTO BANCO PALMAS)



P158 - Transferência de Tecnologias Sociais à Luz dos seus Pressupostos: a Experiência do PEGS/FGV


Talita Trindade (PEGS/EBAPE/FGV), Felipe Zani (PEGS/EBAPE/FGV), Camila Rodrigues (PEGS/EBAPE/FGV), Anderson Dias (PEGS/EBAPE/FGV)



P261 - Oficina de Avaliação participativa de Propostas e Práticas Pedagógicas na Formação em Gestão Social: descobrindo olhares e construindo novos horizontes de pesquisa
Rosana de Freitas Boullosa (CIAGS/UFBA), Edgilson Tavares de Araújo (UNIJORGE), Vanessa Paternostro Melo Duarte (CIAGS/UFBA), Paula Chies Schommer (UDESC), Tânia Fischer (CIAGS/UFBA)


P282 - Diagnóstico Participativo em Cooperativas
José Roberto Pereira (UFLA)


P286 - Decisões Judiciais Pós Constituição de 1988 no Contexto das Políticas Públicas e da Gestão Social: A Democracia no Brasil está Ameaçada?
Magnus Luiz Emmendoerfer (UFV), Luís Filipe Trois Bueno e Silva (CESUSC)


P288 - Avaliação Participativa de Práticas de Ensino que Vinculam Intervenção e Pesquisa em Programas de Formação em Gestão Social
Tânia Fischer (CIAGS/UFBA), Rosana de Freitas Boullosa (CIAGS/UFBA), Edgilson Tavares de Araújo (UNIJORGE), Vanessa Paternostro Melo Duarte (CIAGS/UFBA), Mariana Leonesy da S. Barreto (CIAGS/UFBA)


P293 - Metodologia de Construção dos Critérios para a Avaliação de Processos Decisórios Participativos Deliberativos na Implementação de Políticas Públicas
Fernando Tenório (PEGS/EBAPE/FGV), Lamounier Villela (UNESA), Anderson Dias (PEGS/EBAPE/FGV), Mariana Lima (PEGS/EBAPE/FGV)


P400 - A Articulação em Rede no âmbito da Gestão Social: Quais são as possibilidades e as limitações?
Fu kei Lin (CEATS/USP), Dalberto Adulis (ABDL)


16:30h - Coffee Break


17:00h - PAINEL 02: ARTICULAÇÕES
Gestão Social e Políticas Públicas de Desenvolvimento
Coordenador: Profa Ms. Ruth de Souza Dias Ferreira (FACAPE)



Relação Empresas e Meio-Ambiente
Prof. Dr. José Antônio Puppim de Oliveira (UCL-Inglaterra)



Relação Empresas e Sociedade Civil
Rubén Peccio (Aliança Interage)



Parceria Público-Privada
Prof. Dr. Fernando Coelho (EACH/USP Leste)



19:00h - SESSÃO ESPECIAL II
Apresentação do Prêmio Fundação Banco do Brasil de Tecnologia Social 2009
Jefferson D'Ávilla de Oliveira
(Gerente de Parcerias, Articulações e Tecnologia Social – Fundação Banco do Brasil)


19:30h - PAINEL 03: AGENDA
Gestão Social e Políticas Públicas de Desenvolvimento
Coordenador: Prof. Ms. Jeová Torres Silva Jr. (LIEGS/UFC Cariri)

O Estágio Atual e o Futuro para a Gestão Social e as Políticas Públicas de Desenvolvimento
Prof. Dr. Ladislau Dowbor (PPGA/PUC-SP)

Profa. Dra. Tânia Fischer (CIAGS/UFBA)


Data: 30/05/2008 – Sábado – Manhã - Campus Juazeiro/BA
08:00h - SESSÕES INTERATIVAS DE APRESENTAÇÃO DE ARTIGOS II (Exposição Simultânea)



Sala 15 - Temática Gestão Social e Políticas Públicas – Sessão III



P26 - Educação para o Desenvolvimento Local Integrado e Sustentável: O que as Experiências Revelam
Eduardo Santiago (UFT) - Coordenador da Sessão
P251 - Gestão social: Caso de Inovação em Políticas Públicas ou mais um Enigma de Lampedusa?
Rosana de Freitas Boullosa (UFBA), Paula Chies Schommer (UDESC)
P21 - Desafios à Construção de um Projeto Democrático de Sociedade: Entre a Retórica e a Prática
Rosinha Carrion (UFRGS), Pedro Costa (FEEVALE)
P60 - Gestão territorial e políticas públicas: questões e desafios atuais
Margarida Santos (UFAL)


Sala 16 - Temática Gestão Social e Políticas Públicas – Sessão IV



P107 - Avaliação dos Efeitos da Lei sobre o Critério de Transferência do ICMS e o Impacto nos Serviços de Educação e Saúde em Minas
Luiz Antônio Abrantes (UFV), Marco Aurélio Marques Ferreira (UFV), Adriano Provezano Gomes (UFV), Antônio Carlos Brunozi Júnior (UFV) - Coordenador da Sessão
P190 - Análise da Focalização de Políticas Habitacionais: Investigação do Programa Carta de Crédito Associativo no Município de Cajuri/MG
Cássia do Carmo Pires Fernandes (UFV), Marco Aurélio Marques Ferreira (UFV), Suely de Fátima Ramos Silveira (UFV)
P59 - Ações Educativas nos Planos de Salvaguarda dos Bens de Natureza Imaterial: o Diálogo entre Educação e Patrimônio no Caso Jongo do Sudeste
Raquel Medeiros (CNFCP)
P16 - O Fundo de Desenvolvimento Industrial do Ceará como Política de Atração e Desconcentração da Indústria da Região Metropolitana de Fortaleza – RMF
Luís Abel da Silva Filho (UFRN), Silvana Nunes de Queiroz (URCA)



Sala 17 - Temática Redes, Arranjos Institucionais e Desenvolvimento Sustentável – Sessão II



P268 - A Criação de Capital Social em Redes de PME’s: Evidências do Setor Varejista Farmacêutico
Janayna Arruda Barroso (FAP), Alexandre Araújo Cavalcante Soares (UFC) - Coordenador da Sessão
P145 - Informação e Acesso a Financiamentos no Banco do Brasil S/A, e seus Reflexos no Desenvolvimento Local, na opinião de empreendedores de micro e pequenas empresas integrantes dos APLs de Cabo Frio/RJ e Nova Friburg/RJ
Lamounier Erthal Villela (UNESA), Luiz Cláudio Soares (UNIFEI)
P242 - Associações de Produtores, Arranjo Produtivo e Desajuste Mercadológico: o caso da aqüicultura no Lago de Sobradinho (BA)
José Luiz Moreira de Carvalho (UNIVASF), Madileide Rocha dos Santos (UNIVASF)
P44 - Parcerias e Redes Sociais: A Busca pela Gestão Social Eficaz: Um Estudo de Caso.
Luciano Prates Junqueira (PUC-SP), Fabíola Vinhas (PUC-SP), Nathalie Perret (PUC-SP), Ana Flávia Teixeira (PUC-SP)



Sala 18 - Temática Responsabilidade Socioambiental – Sessão II



P63 - Gestão de Ações Sociais Corporativas: Análise das Ações Sociais do Banco Santander no Município com Mais Baixo IDH-M do Brasil
José Milton Sousa Filho (FAC), Rafael Lucian (UFPE), Lilian Soares Outtes Wanderley (UFPE), Nadir Raquel Cunha França (UFPE) - Coordenadora da Sessão
P259 - A Responsabilidade Social nas Universidades do Rio Grande Do Sul: Um estudo das suas concepções e práticas
Ana Lúcia Suárez Maciel (FIJO), Viviane Menezes (PUC-RS), Érica Bomfim Bordin (PUC-RS), Marisa Camargo (PUC-RS)
P86 - Responsabilidade Social nas Empresas de Pequeno Porte - Limitações e Perspectivas: uma análise em Minas Gerais
Simão Pereira da Silva Pereira (UFVJM), Kely Cristina Paradelo Gomes (FIC), Natália Mesquita (FIC)
P223 - Responsabilidade Social e Consciência Ambiental: Um Estudo de Caso na Cajuína São Geraldo
Eva Maria Campos (FLS), Cícera Eurislândia Oliveira (FLS), Luciana Sousa Remião Sá (FLS), José de Andrade Silva Filho (FLS)



Sala 19 - Temática Empreendedorismo Social– Sessão I



P266 - Empreendedorimos Social no Sertão Pernambucano: O caso das Mulheres Rendeiras
Celiane Dias (UNIVASF), Angelita Santos (UNIVASF), Alvany Santiago (UNIVASF) – Coorddenadora da Sessão
P137 - A Consultoria em ONGs: Um Estudo na Região Metropolitana de Recife
Naldeir dos Santos Vieira (UFVJM), Marcos Gilson Gomes Feitosa (UFPE), Fernanda Bruto da Costa Correia (UFPE)
P171 - Formação Empreendedora: Desenvolvimento Social e Sustentável através do protagonismo dos alunos na rede pública de ensino
Leane Nunes de Oliveira (UNIVASF), Italo Anderson dos Santos Araujo (UNIVASF), Deranor Gomes de Oliveira (UNIVASF)
P283 - Aplicação de Gerenciamento de Risco como Forma de Suporte a Iniciativas de Empreendedorismo Social
Luiz Cláudio Santos (UNIFEI), Vinícius Almeida (UNIFEI), Valéria Leite (UNIFEI)
P306 - Empreendedorismo Social e Terceiro Setor no Brasil: Contextualização Jurídica e Análise de suas Importâncias para o Desenvolvimento Socioambiental Sustentável
Virginia Cavalcante Coelho (UFC)



Sala 21 - Temática Economia Solidária e Cooperativismo – Sessão II



P82 - Economia solidária e comunidade cívica: dois lados de uma mesma moeda
Ataualpa Luiz Oliveira (UFLA), José Roberto Pereira (UFLA) - Coordenadora da Sessão
P285 - Análise da Viabilidade do Microcrédito as Mulheres Assistidas pela Associação Brasileira Beneficente Cultural Educativa Assistência á Família – ABBECAF
Emiliana Debetir (UDESC), Danilo Fontanesi (UDESC)
P58 - Idas e Vindas: Do Socialismo Utópico À Economia Solidária
Thiago Ferreira Dias (UFRN), Washington José de Souza (UFRN)
P69 – Microcrédito: Iniciativas do Governo Federal no Brasil, 1995-2006
Éder Leão (UFPE)



Sala 22 - Temática Ensino e Pesquisa em Gestão Social – Sessão I



P80 - Importância Percebida e Intenções de Envolvimento com a Gestão Social: uma Análise junto a Estudantes de Cursos de Administração
Ingrid Mazza (UECE), Leonel Gois Lima Oliveira (UECE), Francisco José da Costa (UECE), Roberto Rodrigues Ramos (UECE) - Coordenador de Sessão)
P279 - Paixão e Gestão Social: o Caso de um Projeto Educacional Baiano
Zélia Fajardini (UNEB), Eduardo Davel (TELUQ/UQAM)
P151 - O encontro das águas na(s) Amazônia (s): educação popular e gestão social pela via da experiência da UNIPOP
Eunápio Carmo (CESUPA), Francisco Silva (CESUPA), Simone Fonseca (CESUPA)
P312 - Aprendendo a ser Interdisciplinar: Reflexões e Experiências Vividas no Marsol
Paula Chies Schommer (UDESC), Iara Icó (UFBA), Angélica Maria Araujo Corrêa (UFBA), Miguel da Costa Accioly (UFBA)
P297 - Reflexões sobre a Ética nas Organizações: Uma Abordagem Inicial sobre a Eticidade nas Universidades Brasileiras
Ana Patrícia Rodrigues Leite (UFRN), Maria Arlete Duarte de Araújo (UFRN)



Sala 23 - Temática Movimentos Sociais e Ações Afirmativas – Sessão II



P289 - Filosofia da diferença, biopolítica e produção de subjetividade
Luiz Manoel Lopes (UFC) - Coordenador da Sessão
P311 - Por uma Gestão Social, Ética e Participativa: Construindo Alternativas para “Um Outro Mundo Possível”
Sarah Maria da Silva Gonçalves (UFC), Jeová Torres Silva Jr (UFC)
P215 - Identidade, Lutas e Resistências a partir do Movimento dos Atingidos por Barragem: O Caso da Comunidade Rural de Novo Pedro Velho em Aroeiras-PB?
Emeson Tavares (UEPB), Patricia Aragão (UEPB), Luciano Silva URCA)
P164 - Movimentos Sociais e Redes: Um Estudo de Caso
Júlio Cesar Andrade de Abreu (UFBA)



10:00h - Coffee Break


10:20h - Sala 28 - SESSÃO ESPECIAL III


Avaliação de Políticas Públicas
Rogério Silva (Diretor Executivo do Instituto Fonte)

Debatedor: Prof. Dr. Fernando Coelho (EACH/USP Leste)


11:20h - Sala 28 - SESSÃO DE ENCERRAMENTO
Coordenador: Prof. Ms. Airton Cardoso Cançado (Nesol/UFT)


Sínteses do III ENAPEGS – Gestão Social e Políticas Públicas de Desenvolvimento - A definir

Avaliação do III ENAPEGS - Profa Dra Rezilda Rodrigues Oliveira (PROPAD/UFPE)


Anúncio dos Artigos Selecionados para as Revistas e Livro do III ENAPEGS e Anúncio da Instituição Organizadora/Cidade do IV ENAPEGS - Profa Ms Ariádne Scalfoni Rigo (NIGS/UNIVASF)

Fonte: http://www.rgs.wiki.br/index.php/enapegs/59-programacao.html

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Território e desenvolvimento: sobre a igualdade de condições dos fenômenos naturais e a desigualdade do tratamento público


A notícia abaixo me fez refletir sobre a natureza das desigualdades regionais no Brasil. É uma circunstância que mais parece uma característica estrutural. Historicamente podemos identificar essas desigualdades em função do processo de crescimento econômico, com maior concentração nas regiões Sul e Sudeste. Consequentemente a distribuição dos benefícios desse crescimento também são destinados prioritariamente para essas regiões, preterindo especialmente o Norte e o Nordeste.

Recentemente escrevi aqui que a exclusão é uma das condições mais "democráticas" no nosso país, pois podemos identificá-la em qualquer uma das regiões, inclusive as mais ricas. Também as catástrofes naturais acontecem em todo o território nacional, sem distinção. Discutir suas causas enseja outras reflexões, contudo aqui quero enfatizar as consequencias dos fenômenos para cada espaço do nosso território.

Nesse momento acaba a "igualdade" de condições. Os recursos mais uma vez são concentrados e prioritariamente repassados para a região Sul, mesmo que no Nordeste tenhamos um contingente muito maior de pessoas atingidas pelas recentes enchentes. Vejam os dados abaixo e tirem suas conclusões.

Abraço a todos!
Suely


21/05/2009 - 09h45
Apesar de ter mais desalojados, NE recebe menos ajuda



São Paulo - Há seis meses Santa Catarina foi atingida por chuvas fortes e os morros inteiros desmoronaram, na segunda maior tragédia natural na história da região. O País acompanhou comovido histórias das familiares. Dezenas de helicópteros levavam doações, senadores faziam reuniões de emergência e toneladas de roupas e comida eram enviadas ao Estado. Comparando números da tragédia de SC com da que acontece agora no Nordeste, parece que o fato ocorre em países diferentes. Apesar de ter 4 vezes mais desalojados, a região conta com menos doações e a verba pública só foi liberada ontem.

Santa Catarina teve 63 cidades afetadas, 137 mortes, 51 mil desalojados e 27 mil desabrigados. No total, a estrutura de suporte para lidar com as enchentes contou com 24 helicópteros e 4 aviões da Força Aérea. Doações da sociedade totalizaram R$ 34 milhões e o governo federal e o Congresso Nacional prometeram a liberação de R$ 360 milhões. Apesar de registrar um número menor de mortos até o momento, 45, o Nordeste tem 299 cidades afetadas, 200 mil desalojados e 114 mil desabrigados.

Mesmo assim, com um número 4 vezes maior de pessoas que precisam urgentemente de ajuda, só 3 helicópteros e 3 aviões atuam na região. E as doações não alcançam R$ 4 milhões. Só ontem, quase dois meses após o início das tempestades, o governo federal destinou verba ao Nordeste, por meio de medida provisória assinada pelo presidente em exercício José Alencar, que liberou R$ 880 milhões - incluindo ajuda às vítimas da seca no Sul. As cidades atingidas ainda esperam repasse de R$ 23 milhões desde as enchentes do ano passado, referente a empenhos do Orçamento de 2007. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Fonte: http://noticias.uol.com.br/ultnot/agencia/2009/05/21/ult4469u41537.jhtm

quarta-feira, 20 de maio de 2009

ONU publica rascunho de novo acordo climático

Imagem do Documentário "Terra"

19/05/2009 - 16:42:10
Paula Scheidt, do CarbonoBrasil

A ONU divulgou na sexta-feira (15/5) um documento que deve ajudar os países ricos a avançarem no próximo encontro para discutir o acordo pós-2012, previsto para ser finalizado na Conferência das Partes de Copenhague, em dezembro.


Neste rascunho, o Secretariado do Clima da ONU lista diversas propostas para alguns assuntos chaves dentro do futuro tratado climático, que são as metas de corte de gases do efeito estufa (GEE), os créditos florestais, o comércio de emissões, a tecnologia de captura e armazenamento de carbono(CCS), os setores com emissões móveis (navios e aviação) e a energia nuclear.


A sugestão mais drástica com relação à redução de emissões dos países ricos é de cortá-las pela metade entre 2018 e 2022 com relação aos níveis de 1990 para minimizar os efeitos associados à elevação das temperaturas, como aumento dos oceanos e eventos climáticos extremos (secas, furacões, enchentes).


“Os textos irão dar aos governos a base para identificarem em que ponto concordam, discordam e o que podem fazer para transformar discordância em acordo”, afirmou o chefe do Secretariado de Mudanças Climáticas da ONU, Yvo de Boer, à Reuters.



Projetos de MDL


O documento oferece três opções para os projetos florestais dentro do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL), uma das ferramentas disponíveis para os países cumprirem as metas de redução de emissões de GEE:


1) Manter a elegibilidade do uso de créditos florestais para cumprir as metas de redução de emissões, seguindo as mesmas regras usadas no primeiro período do acordo (2008-2012);


2) Limitar os tipos de projetos, aceitando aqueles de aflorestamento e reflorestamento, redução de emissões por desmatamento e degradação (REDD), restauração de vegetação em áreas alagadiças, manejo sustentável e outras atividades de gerenciamento de terras, manejo do carbono no solo na agricultura, manejo florestal, gerenciamento de plantações e terras de pastagem. Neste caso, seriam estabelecidas regras específicas.


3) Permitir o uso de reduções certificadas de emissões temporárias ou reduções certificadas de emissões de longo prazo (com a alternativa de não criar duas diferentes modalidades para os créditos florestais) referentes a projetos de uso de terra, mudanças no uso da terra ou florestais para cumprir o compromisso. Neste caso, o documento coloca como alternativas escolher se o uso destes créditos florestais seria irrestrito ou no máximo 1% das emissões do ano base do país que os utilizar ou ainda limitando a um número fixo igual para todos os países.


Com relação ao uso da tecnologia de captura e armazenamento de carbono (CCS), há a sugestão de não considerar tais projetos elegíveis sob o MDL ou ainda aceitá-los dentro do mecanismo, porém limitando a, no máximo, dois projetos registrados por região. O uso do CCS, que consiste em capturar o dióxido de carbono (CO2) das fontes emissoras e estocá-lo no subsolo, em poços de petróleo desativados ou camadas geológicas, é criticada por alguns devido a falta de comprovações científicas sobre seus efeitos ao meio ambiente. Porém, muitos cientistas defendem que a tecnologia é um paliativo necessário na transição de uma matriz energética baseada nos combustíveis fósseis para uma limpa, baseada em energias renováveis.


A energia nuclear, que segundo seus defensores é limpa por não emitir CO2, também deve ganhar espaço no novo acordo climático. O rascunho da ONU considera como opções para serem votadas até Copenhague incluir ou não projetos de usinas nucleares dentro do MDL. No caso de inclusão, regras específicas seriam estabelecidas por grupos de trabalhos científicos, chamados de Subsidiary Body for Scientific and Technological Advice.


Os contrários ao uso de fontes nucleares argumentam que o risco de contaminação radioativa ainda é muito grande, além de ser considerada cara.


Os textos estão disponíveis no site do Secretariado do Clima.
Clique aqui para acessar o texto sobre os compromissos de reduções.
Clique aqui para acessar o texto que trata dos outros temas.


(CarbonoBrasil)


segunda-feira, 18 de maio de 2009

Chuva e seca, problemas com a mesma raiz

Foto: Antônio Cruz/ABr





18/05/2009 - 16:31:26

“Tanto no Nordeste quanto no Sul, o alerta é claro sobre os efeitos da ação humana sobre o clima. Nos dois lados da questão, de forma completamente oposta, mas com resultados igualmente trágicos, temos a dificuldade do ser humano em lidar com um fenômeno que tudo indica que veio para ficar: a falta d’água ou o seu excesso”. A opinião é do Movimento Água da Nossa Gente e publicado pela página eletrônica EcoDebate, 18-05-2009.

As chuvas no Nordeste e suas conseqüências trágicas trazem um aviso claro sobre os efeitos das mudanças no clima mundial. Não que seja por falta de outros alertas da natureza, mas a dimensão da catástrofe que se abate sobre toda aquela região, atingindo até agora cerca de 1 milhão de pessoas, dá uma mostra do que pode vir por aí caso não sejam tomadas medidas para reverter os impactos ambientais em nível mundial.



Ao mesmo tempo em que o Nordeste se desespera com as chuvas, no Sul do país o problema é com a seca. A estiagem vem desde o ano passado. No Rio Grande do Sul mais da metade do estado está em estado de emergência. As perdas na agricultura e na pecuária prejudicaram ainda mais a economia do estado, que já estava em situação crítica.

Mas, ainda pior que isso, os efeitos da estiagem aumentam a degradação ambiental de regiões onde, segundo especialistas, a questão essencial nem é mais só a falta de chuvas, mas o surgimento de uma desertificação gradativa que vem sendo forçada por más práticas agrícolas e pelo desmatamento.

A seca atinge também o Uruguai e a Argentina. Na Argentina, algumas regiões atingiram o mais baixo nível de chuvas das últimas cinco décadas. O pampa úmido, tido como uma das regiões mais férteis do mundo e responsável por 80% da produção agrícola e pecuária da Argentina, está completamente seco. O jornal La Nacion prevê que a safra argentina de trigo para este ano deve ser a menor em mais de 100 anos.

Tanto no Nordeste quanto no Sul, o alerta é claro sobre os efeitos da ação humana sobre o clima. Nos dois lados da questão, de forma completamente oposta, mas com resultados igualmente trágicos, temos a dificuldade do ser humano em lidar com um fenômeno que tudo indica que veio para ficar: a falta d’água ou o seu excesso.

O aquecimento global indica para a elevação de cerca de um metro do nível dos oceanos, previsto até 2100, o que deve atingir populações litorâneas em todos os continentes, em um número de cerca de 145 milhões de pessoas. Por outro lado, este mesmo problema climático também causará a escassez de água ou até sua falta total em várias regiões do planeta, também sem poupar nenhum continente.

Por sua grande dimensão territorial, o Brasil já sofre ao mesmo tempo esta variação de problemas climáticos, com muita água em uma região e a seca dominando outra. Tudo com o efeito desconcertante da morte de pessoas, do prejuízo econômico e da destruição da natureza.

O drama ecológico brasileiro é de efeito cada vez mais rápido e por isso exige ações técnicas, políticas e administrativas. Medidas que enfrentem na prática os problemas ambientais tanto no nível interno quanto no aspecto externo, com o país posicionando-se com mais objetividade em relação ao ambiente global.É preciso fazer mais e agora. Não temos mais tempo para o discurso do “país do futuro”, que envolveu empurrar para adiante o enfrentamento dos problemas ambientais, com os governos sempre se amparando em nossa suposta abundância de recursos naturais.

(IHU On-Line/EcoDebate)




Fonte: http://mercadoetico.terra.com.br/arquivo/chuva-e-seca-problemas-com-a-mesma-raiz/?utm_source=newsletter&utm_medium=email&utm_campaign=mercado-etico-hoje

sexta-feira, 15 de maio de 2009

Poesia do Sertão


Há alguns dias falei para vocês da minha alegria em assistir um show do Jessier Quirino, poeta do Sertão, no Crato-CE. Hoje trouxe para vocês um pouco de sua poesia. "Paisagem do Interior" é uma de suas poesias mais conhecidas e nos faz lembrar os deliciosos detalhes do nosso Sertão. Aproveitem!


Bom final de semana a todos!
Suely

Paisagem de interior
Jessier Quirino


Matuto no mêi da pista
menino chorando nu
rolo de fumo e beiju
colchão de palha listrado
um par de bêbo agarrado
preto véio rezador
jumento jipe e trator
lençol voando estendido
isso é cagado e cuspido
paisagem de interior.

Três moleque fedorento
morcegando um caminhão
chapéu de couro e gibão
bodega com surtimento
poeira no pé de vento

tabulêro de cocada
banguela dando risadadas
prosa do cantador
buchuda sentindo dor
com o filho quase parido
isso é cagado e cuspido
paisagem de interior.

Bêbo lascando a canela
escorregando na fruta
num batente, uma matuta
areando uma panela
cachorro numa cadelas
e livrando das pedrada
ciscador corda e enxada
na mão do agricultor
no jardim, um beija-flor
num pé de planta florido
isso é cagado e cuspido
paisagem de interior.

Mastruz e erva-cidreira
debaixo dum jatobá
menino querendo olhar
as calça da lavadeira
um chiado de porteira
um fole de oito baixo
pitomba boa no cacho
um canário cantador
caminhão de eleitor
com os voto tudo vendido
isso é cagado e cuspido
paisagem de interior.

Um motorista cangueiro
um jipe chêi de batata
um balai de alpercata
porca gorda no chiqueiro
um camelô trambiqueiro
avelós e lagartixa
bode véio de barbicha
bisaco de caçador
um vaqueiro aboiador
bodegueiro adormecido
isso é cagado e cuspido
paisagem de interior.

Meninas na cirandinha
um pula corda e um toca
varredeira na fofoca
uma saca de farinha
cacarejo de galinha
novena no mês de maio
vira-lata e papagaio
carroça de amolador
fachada de toda cor
um bruguelim desnutrido
isso é cagado e cuspido
paisagem de interior.

Uma jumenta viçando
jumento correndo atrás
um candeeiro de gás
véi na cadeira bufando
radio de pilha tocando
um choriço, um manguzá
um galho de trapiá
carregado de fulô
fogareiro abanador
um matador destemido
isso é cagado e cuspido
paisagem de interior.

Um soldador de panela
debaixo da gameleira
sovaqueira, balinheira
uma maleta amarela
rapariga na janela
casa de taipa e latada
nuvilha dando mijada
na calçada do doutor
toalha no aquarador
um terreiro bem varrido
isso é cagado e cuspido
paisagem de interior.

Um forró de pé de serra
fogueira milho e balão
um tum-tum-tum de pilão
um cabritinho que berra
uma manteiga da terra
zoada no mêi da feira
facada na gafieira
matuto respeitador
padre, prefeito e doutor
os home mais entendido
isso é cagado e cuspido
paisagem de interior.



Jessier Quirino é paraibano de Campina Grande, arquiteto por profissão, poeta por vocação, vive atualmente em Itabaiana. É o autor dos livros "Paisagem de Interior", "A Miudinha", "O Chapéu Mau", "O Lobinho Vermelho" e "Agruras da Lata D'Água", além de cordéis, causos, musicas e outros escritos.


O crítico do Jornal do Commércio - Recife fez o seguinte comentário, quando do lançamento de seu último livro:"A poesia matuta já é um estilo consagrado da literatura brasileira. Nomes como Patativa do Assaré, Catulo da Paixão Cearense e Zé da Luz são conhecidos em todo o país como os principais representantes do gênero. Um pouco menos famoso que os três, mas podendo ser considerado tão importante quanto, é Jessier Quirino, poeta paraibano que vem se destacando por seu estilo humorístico."




O site do Jessier é o seguinte: www.jessierquirino.com.br/

A VALORIZAÇÃO DO MEIO AMBIENTE, DA HISTÓRIA E DA CULTURA EM BARBALHA

O "pau sustentável" da festa de Santo Antonio em Barbalha - CE


Carregamento do pau da bandeira de Santo antonio é tradição em Barbalh (Foto: Antonio Vicelmo)



Olá amigos!

Esse post é especial. É uma homenagem a todo o povo de Barbalha, que preserva com fervor umas das mais importantes tradições na época das festas juninas no nosso Cariri.

Quero parabenizar o prefeito Zé Leite e seus acessores pelo cuidado com a cultura, a hisória e o meio ambiente. Dentre outras iniciativas, a nova administração convenceu o povo de Barbalha sobre a necessidade de se ter o cuidado devido com meio ambiente. O prefeito propôs o "pau sustentável", e agora os fiéis que mantem a tradição também se preocupam com a preservação da mata nativa. As notícias abaixo falam desse novo tempo em Barbalha.

E, em particular, quero homenagear todos os queridos alunos que vem todos os dias de Barbalha para assistirem as aulas em Juazeiro do Norte. E que não perdem a oportunidade de falarem dessa festa!

Abraço a todos e bom final de semana!
Suely


FESTA DE STO. ANTÔNIO

Copaíba será mastro para pau da bandeira

O ritual para corte e carregamento do pau da bandeira de Santo Antônio começa hoje, às 7 horas, na Igreja Matriz

Barbalha - Será cortado hoje o pau que servirá de mastro para a bandeira de Santo Antônio, padroeiro de Barbalha. Pela primeira vez, será utilizada uma copaíba, ou pau d’óleo, conhecido no sertão como “pau dóia”, uma árvore nativa que fornece um óleo com poder medicinal. Tradicionalmente, era utilizada uma aroeira. De acordo com o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente Recursos Naturais Renováveis (Ibama), a copaíba não está na relação das espécies em extinção ou proibidas de corte.

Ao contrário dos anos anteriores, não houve polêmica em torno do corte do pau da bandeira. As negociações para a escolha da árvore começaram no mês de fevereiro entre a Prefeitura de Barbalha, o Ministério Público Federal e o Instituto Chico Mendes, que assinaram um Termo de Ajuste de Conduta (TAC), regulamentando a utilização da árvore.

Entre as exigências colocadas pelos órgãos ambientais está a reserva de uma área para reflorestamento. O pau da bandeira de 32 capelas de Barbalha será itinerante, isto é, um único pau será utilizado como mastro da bandeira das festas religiosas do município. Outra exigência é o acompanhamento do Instituto Chico Mendes na escolha e no corte do pau.

Este ano, a única dificuldade é o acesso ao sítio São Joaquim, de onde será retirada a copaíba. O “Capitão do Pau”, Rildo Teles, que comanda o corte e o carregamento do mastro, adverte que, em consequência das chuvas, a estrada não oferece condições de tráfego para carros pequenos.

O ritual começa hoje, às 7 horas, com os cortadores do pau, rezando um “Pai Nosso” em frente à Igreja Matriz de Santo Antônio. Em seguida, eles serão transportados de caminhão para o sítio São Joaquim, no sopé da serra do Araripe, a sete quilômetros da cidade. Ali, à beira de um dos riachos, começa a festa popular. Cortadores e curiosos se confraternizam na sombra das árvores, em torno de churrascos e bebidas. O corte do mastro é antecedido de uma oração. Depois de cortada, a árvore é transportada para fora da mata e colocada na “cama”, local onde o tronco permanece secando até o dia da abertura da festa, dia 31 de maio.

A árvore é levada nos ombros dos devotos de Santo Antônio, do sítio São Joaquim até a Igreja Matriz, onde é erguida sob os aplausos da multidão.

Aberta oficialmente, a festa prossegue até o dia 13, data oficial de comemoração do padroeiro, com novenas, quermesses e shows com artistas regionais e nacionais. Durante as festividades em Barbalha, ocorrerá, simultaneamente, o II Congresso Cearense de Folclore e I Seminário sobre Cultura, Religiosidade e Festas Populares, abordando o tema “Festa Popular no Âmbito Privilegiado da Tradição”.

Programação

Os dois eventos cumprem programação no período de 27 a 31 de maio. A proposta é trazer para o centro das discussões o escritor paraibano Ariano Suassuna. As inscrições serão gratuitas, mas quem não estiver inscrito também poderá fazer parte do evento, mas não receberá certificado de participação ao final.

Está prevista a participação de representantes da área em todos Estados do Brasil, bem como do Ministério da Cultura e da Comissão Nacional de Folclore, que integram também as discussões em torno da organização dos eventos em Barbalha. As inscrições para apresentação de pesquisas nos grupos de trabalho do II Congresso Cearense de Folclore podem ser feitas pelo e-mail comissaocearensedefolclore@bol.com.br.

FIQUE POR DENTRO

Árvore tem diversas aplicações medicinaisA copaíba (Copaifera sp), ou copaibeira, é uma árvore de grande porte da família Leguminosae encontrada em todo o Brasil. Os habitantes da floresta a procuram como local de tocaia para pequenos animais silvestres que se alimentam de seus frutos. A árvore, também chamada de pau d´óleo, é facilmente encontrada na mata devido ao forte aroma de sua casca. Os índios a utilizavam, principalmente, como cicatrizante no umbigo de recém-nascidos para evitar o ´mal-dos-sete-dias´. Os guerreiros, quando voltavam de suas lutas, untavam o corpo com o óleo da copaíba e se deitavam sobre esteiras suspensas e aquecidas para curar eventuais ferimentos. Tudo indica que o uso deste óleo veio da observação do comportamento de certos animais que, quando feridos, esfregavam-se nos troncos das copaibeiras. Conforme a tradição e uso pelos povos ribeirinhos da Amazônia, o óleo de copaiba é eficiente em queimaduras, feridas, micoses, urticárias, cicatrização, furúnculos, inflamações, má digestão, intestino preso. Age sobre as vias respiratórias e urinárias e é um poderoso antisséptico.



Mais informações:


Ibama, escritório no Crato
Pça. Joaquim Fernandes Teles, 10, bairro Pimenta
(88) 3521.1529

Prefeitura de Barbalha
(88) 3532.1708

ANTÔNIO VICELMO
Repórter

Fonte: http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=638417


Gabinete de Leitura, em Barbalha, comemora 120 anos!

MAIS SOBRE A HISTÓRIA DE BARBALHA
Instituições são lembradas

Instituições que fazem parte da história do município de Barbalha estão recebendo comemorações


Barbalha - Instituições importantes na história da educação e da cultura do Cariri são lembradas em Barbalha. Os 92 anos da Liga Barbalhense Contra o Analfabetismo e os 120 anos do Gabinete de Leitura mereceram uma programação de debates, exibições de filmes, e posse do Conselho Municipal de Defesa do Patrimônio de Barbalha. As comemorações foram realizadas, ontem, no município. A iniciativa da Secretaria Municipal de Cultura traz à tona um reavivamento dos debates culturais e questões regionais e até a possível criação da Academia Barbalhense de Letras.
Segundo a professora doutora Zuleide Queiroz, uma das palestrantes da programação, Barbalha traz exemplos de pioneirismo. Ela cita o Gabinete de Leitura e as primeiras aulas noturnas para trabalhadores, com a Liga. Para a docente, essa trajetória da educação regional representa um marco importante em termos de avanços que o Cariri obtém ao longo dos anos e faz parte de uma luta antiga. O coordenador do evento, Hugo Rodrigues, destaca a comemoração como um simbolismo de luta, mas ressalta a importância de se reavivar as manifestações intelectuais.

A programação iniciou às 8 horas, com hasteamento das bandeiras na Prefeitura e apresentação da Filarmônica São José. Em seguida, houve Exposição Literária e apresentações culturais na Praça Filgueira Sampaio. À tarde, aconteceu um “city tour” ao Sítio Pinheiro, Balneário do Caldas, Terreiro do Mestre Joaquim Mulato, Palácio 03 de Outubro, Casarão Hotel, Exposição Literária, Ateliê da Festa de Santo Antônio e Engenho Tupinambá.
Na noite de ontem, foi a posse do Conselho Municipal de Defesa do Patrimônio de Barbalha e encontro literário com representantes do Instituto Cultural do Vale Caririense, Instituto Cultural do Cariri, Fórum de Cultura e Turismo do Cariri, Instituto de Educação e Cultura Martins Filho, Academia dos Cordelistas do Crato, Centro Pró-Memória Josafá Magalhães, Centro de Melhoramentos de Barbalha, Universidade Regional do Cariri, Escola de Artes Reitora Violeta Arraes, Associação das Primeiras Damas dos Municípios do Ceará, Comissão dos Cem Anos de Juazeiro do Norte, secretarias de Cultura e Turismo de Barbalha, Crato e Juazeiro, Gabinete de Leitura e Liga Barbalhense Contra o Analfabetismo.
A sessão literária teve as presenças da professora doutora Maria Juracy Maia, professora doutora Zuleide de Queiroz, doutor Napoleão Tavares Neves, professor Francisco Adávio de Sá Barreto e professora Darcy Libório Sampaio.
Mais informações:
Secretaria de Turismo e Cultura
Rua Pinto Madeira, 149
Barbalha - Ceará
(88) 3532.1708


Crédito para amenizar efeitos de catástofres

15/05/2009 - 14:39:19

Agricultor familiar atingido por secas e enchentes vai receber ajuda

Luana Lourenço, da Agência Brasil

Uma linha de crédito emergencial de R$ 285 milhões foi criada para socorrer os agricultores familiares atingidos pela seca, na região Sul, e pelas chuvas nas regiões Norte e Nordeste, segundo anunciou hoje (14) o ministro do Desenvolvimento Agrário, Guilherme Cassel. A liberação dos recursos deverá ser formalizada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) até a próxima segunda-feira (18/5) e o dinheiro estará disponível nos bancos em até dez dias.

Cada família poderá financiar até R$ 1,5 mil, com juros de 0,5% ao ano e até dois anos para o pagamento. O dinheiro poderá ser utilizado por agricultores familiares de municípios atingidos pelas secas ou enchentes com decretos de situação de emergência reconhecidos pelas defesas civis estaduais. De acordo com o ministro, pelo menos 300 mil famílias estão nessa situação.

“É o chamado dinheiro na veia, são recursos para que o agricultor familiar enfrente esse período ruim com um pouco mais de tranquilidade. São mecanismos para que a situação seja menos ruim, menos dolorosa para as famílias”, disse.

Além do crédito emergencial, o governo vai liberar R$ 50 milhões para financiar a venda de milho a preço mínimo para agricultores familiares na Região Sul. A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) vai garantir estoques para venda de até 50 sacas de milho por família a R$16 cada, para garantir a alimentação do rebanho nos próximos meses. De acordo com o MDA, o preço de mercado é de R$ 21.

Mais R$ 50 milhões serão liberados para pagar os custos financeiros da prorrogação de R$1,4 bilhão de dívidas dos pequenos agricultores.

As parcelas vencidas ou a vencer de contratos de custeio do Programa Nacional de Agricultura Familiar(Pronaf) serão prorrogadas até 1° de agosto nos municípios atingidos pelas secas e 1° de outubro no Norte e Nordeste - prazo para o agricultor ir ao banco e renegociar a dívida em até três anos, com pagamento da primeira parcela em 2010.

Para os empréstimos de investimento, o vencimento da parcela poderá ser prorrogado para o fim do contrato.

Segundo Cassel, R$ 454 milhões já foram liberados para o pagamento de seguro a agricultores familiares na Região Sul, que tiveram perdas com a seca. Mais R$103 milhões já estão disponíveis para o pagamento do Programa Garantia de Safra.

(Agência Brasil)

Fonte: http://mercadoetico.terra.com.br/arquivo/agricultor-familiar-atingido-por-secas-e-enchentes-vai-receber-ajuda/

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Últimas notícias das chuvas no Ceará

ÁGUAS DO CEARÁ

Imagens do Satélite Meteosat-9, no canal infravermelho, do dia 14/05/2009 das 16h00min local, mostra o céu parcialmente nublado em boa parte do Ceará
Fonte: http://www4.funceme.br/funceme/categoria1/tempo-e-clima/categoria1/tempo-e-clima/previsao-diaria-do-tempo/

Após 24 anos, açude sangra em Russas
14/05/2009 - 14:40

Os moradores de Russas, no vale do Jaguaribe, estão em festa. Depois de 24 anos, o açude Farias de Sousa, que abastece a cidade, sangrou na madrugada desta quinta-feira (14). O açude tem a capacidade de armazenamento de 12,3 milhões de metros cúbicos de água. O reservatório abastece a sede e todos os distritos de Russas.

http://verdesmares.globo.com/v3/canais/noticias.asp?codigo=257616&modulo=178

Açude Castanhão está com 96% da capacidade

TV Verdes Mares
14/05/2009 - 14:39


Técnicos da Companhia de Gerenciamento dos Recursos Hídricos do Ceará (COGERH) monitoram diariamente as comportas do açude Castanhão, que está com 96% da capacidade. Quatro comportas estão abertas deixando vazar 800 metros cúbicos por segundo. O controle é para evitar inundações nos municípios da região Jaguaribana.


Chuvas
Choveu em 99 municípios desta quarta-feira para esta quinta-feira (14). Segundo a Funceme, a maior chuva foi em Camocim, no litoral Oeste, com 45 milímetros. Em Umirim, na região Norte, foram 37 milímetros. Em Jardim, no Sul do estado, a chuva foi de 35 milímetros. A previsão da Funceme é de chuva em todas as regiões do estado nas próximas 24 horas.

http://verdesmares.globo.com/v3/canais/noticias.asp?codigo=257615&modulo=178


Bacias atingem capacidade - Em maio, chuva no Ceará deve ficar acima da média

Bom Dia Ceará
14/05/2009 / 10:13

Das onze bacias hidrográficas responsáveis pelo abastecimento de água no Estado, seis já atingiram a capacidade máxima. São as bacias do Acaraú, Coreaú, Litoral, Curu, Baixo Jaguaribe e rio Parnaíba. A bacia do Alto Jaguaribe atingiu quase 98%. As bacias Metropolitana e do Salgado também estão com mais de 90% da capacidade. A bacia do Banabuiú, no Sertão Central, está com 85%.

É o maior volume de água armazenado da história. Tanta água é motivo de preocupação. Segundo a Funceme, no mês de maio, a chuva deve ficar acima da média no Ceará. O período de chuva deste ano já é o maior dos últimos 24 anos. A última chuva, em Morada Nova, de 160 mm, deixou 9.000 pessoas desabrigadas ou desalojadas. A água invadiu casas, ruas e avenidas. Prefeitura, escolas e até a casa de detenção de Morada Nova ficaram alagadas. Presos tiveram que ser transferidos para Fortaleza.


Muita água ficou acumulada na cidade, e para escoá-la, o DNOCS e a Cogerh anunciaram que fariam uma abertura no canal da estação de bombeamento do perímetro irrigado de Tabuleiro de Russas. Para saber como foi a obra para escoamento da água, o Bom Dia Ceará conversou com o assistente da presidência da Cogerh, Yuri Castro. Confira a entrevista no vídeo ao lado.


Aumentou o número de atingidos pelas cheias no Ceará. Já são quase 60 mil o número de desabrigados e desalojados pelas enchentes no Estado. Os números são da Defesa Civil. Mais de dez mil casas foram destruídas ou danificadas. Em Morada Nova, foram mais de 900 casas danificadas. Em Jaguaruana, o número chega a 1.000.


Para ajudar as vítimas das enchentes no Estado, o planetário do Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura deve receber doações em troca de ingressos neste final de semana. O planetário vai receber água potável e alimentos, e você também pode ajudar, ligando para a Defesa Civil, através do telefone 199.

http://tvverdesmares.com.br/bomdiaceara/bacias-atingem-capacidade/


Quarenta municípios já decretaram situação de emergência

TV Diário
14/05/2009 - 14:27

Sobe para 40 o número de municípios cearenses que decretaram situação de emergência. A medida é tomada pelas prefeituras para que as famílias atingidas pelas chuvas recebam assistência do Governo do Estado de maneira mais rápida.


Toda quadra chuvosa forte, como a deste ano, que supera a média histórica, tem duas conseqüências. Se por um lado, cidades inteiras estão ilhadas, por outro, a fartura de água garante abastecimento humano e animal.

O volumento de água acumulado nos reservatórios do ceará, principalmente nos de grande porte, dão tranqüilidade pelos próximos cinco anos.

Estradas da região norte do Ceará - a mais afetada pelas chuvas

Foto: http://jluis.my1blog.com/2009/04/29/estradas-da-regiao-norte-motoristas-devem-redobrar-atencao/

Vandana Shiva: "Retorno à Terra"

Vandana Shiva - Davos (Foto de Remy Steinegger)



13/05/2009 - 15:06:51



“A natureza nos salvará”

Na Grã-Bretanha, durante a redação dos Enclosure Acts, Tomás Morus escreveu: “As ovelhas comem os homens”. A terra até então cultivada para o exclusivo sustento alimentar desaparecia pouco a pouco em favor de cultivos para produzir lã e matéria-prima destinada aos proprietários de terra e às fábricas.


“Hoje são as máquinas que comem os homens”, conta Vandana Shiva. “A terra está destinada à construção de rodovias, estacionamentos ou outras infraestruturas. A extração do ferro e da bauxita está destruindo os ecossistemas, e as perfurações para extrair petróleo devoram a terra”.


Em seu último livro, a famosa cientista indiana lança um doloroso apelo resumido já no título: “Ritorno alla Terra” [Retorno à terra, em tradução livre] (Editora Fazi). A reportagem é de Anais Ginori, publicada no jornal La Repubblica, 12-05-2009. A tradução é de Moisés Sbardelotto.


Leia a seguir:

Com uma visão radical, Shiva prega uma drástica redução dos combustíveis fósseis, privilegiando energias renováveis ou até animais, o fim das monoculturas e dos transgênicos para se voltar a uma agricultura biodiversificada, não-intensiva e sem fertilizantes químicos. A famosa cientista indiana, que participa junto com Ralph Nader e Jeremy Rifkin do International Forum on Globalization, gostaria que cada comunidade local voltasse a ter sua autossuficiência alimentar, chegando quase a abolir o “food-miles”, a viagem realizada pelos alimentos até o prato dos consumidores, que torna os agricultores dependentes das exportações e contribui para o aumento do gás carbônico.


“Há muitos especialistas que ainda me criticam, defendem que as minhas teorias são irreais e nos reportariam para a época pré-industrial”, admite Shiva, que na quinta-feira estará em Bolonha para uma palestra do ciclo “Regina pecunia”, sob o título “A maldição dos pobres”. “Porém, a emergência alimentar é tal que finalmente se deverá levar em consideração também as soluções mais criativas”. O preço do trigo aumentou em 130% nos últimos dois anos; o do arroz duplicou. Em 2008, pela primeira vez há muito tempo, houve 33 revoltas populares no mundo por causa do aumento dos preços da produção de alimentos, e potências como a China iniciaram a compra de terrenos nos países do Terceiro Mundo para garantir o alimento às gerações futuras.


“A terra se tornou a área chave dos conflitos. É um recurso limitado, que não pode ser estendido. Os terrenos férteis estão desaparecendo em uma velocidade que a humanidade nunca conheceu antes”. O livro que Vandana Shiva apresentará na Feira de Turim na próxima sexta-feira junto com o diretor Ermanno Olmi e o fundador do movimento Slow Food, Carlo Petrini, é uma acusação contra os “ecoimperialistas”: multinacionais e governos que ignoraram “as regras de Gaia para obedecer à lógica do lucro”.


A crise dos subprime e a recessão, diz, podem ser a oportunidade para reinventar as nossas economias. “Desenvolvemos uma economia financeira centenas de vezes superior aos valores dos bens e dos serviços reais produzidos no mundo. Nunca antes as ações de uma parte da humanidade ameaçaram a existência de toda a raça humana”.


Apesar disso, Vandana Shiva é otimista. O fato de que haja agora uma horta biológica e um presidente que se professa “green” na Casa Bianca a tranquiliza. “Mas é preciso estar atentos às pseudossoluções, que são apenas paliativas”. Contrária, por exemplo, aos biocombustíveis, “que roubam terras dos agricultores e não resolvem a crise climática”, essa física indiana de 57 anos defende que é preciso “se libertar do ouro negro” e favorecer uma “transição do petróleo para a terra”.

“O aumento de catástrofes naturais ou o risco de epidemias como a gripe suína - continua - demonstram que o homem não pode negligenciar, como fez por dois séculos, a relação com a Mãe Natureza. Esquecemo-nos de ser cidadãos da Terra, e a crise climática é uma consequência do nosso distanciamento de um estilo de vida ecológico, justo e sustentável”.

Dura, peremptória, Vandana Shiva entrou muitas vezes em conflito com a comunidade científica e o governo indiano, como quando rejeitou a famosa “Revolução Verde” iniciada em 1966. Há 20 anos, teve uma outra ideia: conservar sementes de muitas plantas que corriam o risco de desaparecer “para criar um futuro diferente daquele previsto pela indústria biotecnológica”. Ao longo da sua evolução, explica, a humanidade se nutriu de cerca de 80 mil plantas comestíveis. Mais de três mil foram consumidas de uma maneira constante, mas agora dependemos só de oito cultivos (sobretudo de milho, soja, arroz e trigo) para produzir 75% dos alimentos mundiais.


“Nos bancos de sementes, temos culturas, como o milho, que podem suportar secas extremas, um tipo de arroz que alcança mais de cinco metros de altura e que pode sobreviver às enchentes da bacia do Ganges, um tipo que resiste à salinidade, que distribuímos depois do ciclone Orissa e do Tsunami”.


A fazenda guiada por Shiva (na Índia, na fronteira com o Nepal e o Tibete) se tornou um modelo de biodiversidade e de sustentabilidade econômica, mesmo que muitos especialistas duvidem que seja possível aplicá-la em grandes números. “Na nossa cooperativa agrícola - relata Shiva -, as culturas não têm doenças, a terra é resistente à seca, e o alimento produzido é delicioso. Os bois aram a terra e a fertilizam. Abolindo os combustíveis fósseis da nossa fazenda, descobrimos a verdadeira energia: a da micorriza [associação simbiótica de fungos e raízes de plantas] e das minhocas, das plantas e dos animais, todos alimentados pela energia do sol”.



Na fazenda, há pelo menos novas culturas. Navdanya significa, de fato, “novas sementes”, mas também “o novo dom”. Não importa quantas canções vocês têm no seu iPod, quantos automóveis há na garagem de vocês ou quantos livros há em suas prateleiras - conclui Vandana Shiva. O que resta da vida sem um terreno fértil?”. Talvez hoje, finalmente, alguém se disponha a ouvir essa pergunta.







terça-feira, 12 de maio de 2009

Não há nada mais democrático no Brasil, em termos de análise territorial, do que a exclusão

Sempre há uma cerca...
Cariri-CE - novembro de 2008

Por Suely Chacon

As desigualdades regionais se apresentam como parte da própria história do Brasil. E a exclusão gerada por esse fato não se restringe às regiões conhecidas como as mais pobres do país, como é o caso do Semiárido. Pelo contrário, se espalha por todo o território nacional.

Esse fenômeno demonstra uma cruel realidade: não há nada mais democrático no Brasil, em termos de análise territorial, do que a exclusão. Fatores como o processo desordenado de ocupação territorial, a urbanização acelerada e a total incapacidade do Estado de capitanear o planejamento regional, têm resultado não apenas na perpetuação de um quadro de exclusão de regiões mais carentes.

Baixos índices de desenvolvimento e alta concentração de renda são também características encontradas nas regiões mais ricas do nosso país. Contudo, isso é reflexo de um processo desordenado de desenvolvimento regional. As dificuldades das regiões mais pobres "transbordam" para as mais ricas. Ao mesmo tempo em que não se resolvem os problemas estruturais das regiões tidas como mais pobres, são gerados a cada dia mais problemas em todo o território. Por isso, discutir o desenvolvimento sustentável e a inclusão hoje não é apenas uma necessidade restrita a uma parcela da população brasileira, mas a todos nós. Um processo sustentável de desenvolvimento regional significa o fortalecimento do país como um todo.

Nesse contexto, analisar o processo de desenvolvimento sustentável envolve compreender suas dimensões que não podem ser dissociadas (social, ambiental, econômica e política-institucional). Contudo, a dimensão política-institucional se reverte de maior relevância no alcance da sustentabilidade em regiões que ainda apresentam grandes problemas estruturais, e onde a própria história traz peculiaridades que dificultam a inclusão de boa parte da sociedade no processo de desenvolvimento. Este é o caso da região Semiárida do Brasil.

Desse modo, a implementação das políticas públicas assumem o papel preponderante na promoção de condições de inclusão, assim como a atuação das instituições de cunho público, como os órgãos de desenvolvimento do governo, as ONG’s, as Instituições de Ensino e Pesquisa, dentre outros.

Em uma análise da atual conjuntura, percebe-se a disposição do Estado de mudar sua atuação em áreas como do semiárido. A interiorização de investimentos federais, especialmente na área da educação, parece quebrar um movimento histórico que colocava a população dessas regiões “na mão” dos intermediários políticos, nem sempre interessados no desenvolvimento includente.
Contudo, a realidade mostra que há ainda um longo caminho a percorrer para que se possa considerar adequada a atuação do Estado no Semiárido brasileiro. As últimas enchentes mostram o despreparo do poder público para antecipar tragédias e criar as condições mínimas para que os cidadãos do semiárido possam se incluídos de fato no processo de desenvolvimento do país.

Cariri-CE
Quixeramobim-CE

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Autoria de todas as fotos: Suely Chacon

Políitcas públicas no Semiárido

Chuvas: estados mais atingidos receberam menos de 1% dos recursos de prevenção a desastres



Ceará, Maranhão e Piauí são os três estados mais atingidos pelas chuvas. Apenas nas três localidades mais de 513 mil pessoas estão desabrigadas ou desalojadas em 184 municípios, desde o início de abril. Contudo, as unidades mais afetadas com as enchentes no Nordeste foram as que menos receberam dinheiro do governo federal por meio do programa “prevenção e preparação para emergências e desastres”, um total de R$ 757,00. O valor representa menos de 1% daquele aplicado, este ano, por meio do programa, que destina verbas para contenção de encostas, canalização de rios e ações de capacitação de agentes da Defesa Civil. Com o programa, no total, foram desembolsados R$ 12,3 milhões até abril deste ano (veja tabela).


Já por meio do programa "resposta aos desastres", que recebe recursos após a ocorrência do problema, o governo liberou R$ 228,6 milhões este ano. Os estados do Nordeste não têm tradição de enchentes, ao contrário, são sempre lembrados por períodos rigorosos sem chuvas. A preocupação com a seca nesta região tem início ainda na época do Império, no século XVIII, quando D. Pedro 2º determinou em 1877 a construção de açudes para diminuir os efeitos da estiagem. Uma centena de anos depois o quadro é diferente. As políticas públicas agora devem ser direcionadas à contenção de chuvas.


Contudo, os danos causados pelo excesso de chuvas atingiram não só 8 estados do Nordeste, como também 3 estados do Norte e um da região Sul. Com isso, doze estados, contabilizando 340 municípios, foram assolados pelas chuvas, de acordo com a Secretaria Nacional de Defesa Civil (Sedec), do Ministério da Integração Nacional. São eles: Ceará, Maranhão, Piauí, Paraíba, Rio Grande do Norte, Bahia, Alagoas, Acre, Amazonas, Pará, Pernambuco e Santa Catarina. Especificamente para estes estados, a ajuda do governo em prevenção foi de R$ 3,3 milhões.


Embora não se possa prever desastres naturais, medidas como a construção de barragens reguladoras, elaboração de projetos e planos de emergência comunitária e a realização de zoneamentos urbanos podem contribuir para minimizar os danos e prejuízos de desastres físico-climáticos. Em seu site, a própria Sedec reconhece a necessidade de implementação de políticas infraestruturais ao apontar a ocupação desordenada do solo em áreas não edificáveis como causa para o problema das enchentes em território nacional.


Dessa forma, a secretaria sugere uma mudança cultural no que se refere à percepção de risco da população. “A percepção de risco é diretamente proporcional ao grau de desenvolvimento social de uma determinada comunidade ou grupo populacional, considerado em seus aspectos psicológicos, éticos, culturais, econômicos, tecnológicos e políticos”, informa.


No entanto, a professora da Universidade de Brasília (UnB) e pesquisadora do laboratório de climatologia geográfica Juliana Ramalho credita a falha da política de prevenção aos políticos, que, segundo ela, não encaram a prevenção como prioridade, prevalecendo assim a cultura de remediar o problema. “Não constroem obras debaixo da terra, como águas pluviais, porque ninguém vê. Além dessa falta de interesse, as obras de prevenção são difíceis de serem executadas, caras, trazem transtornos iniciais e incluem remoção de população”, afirma.
Movimentação das autoridadesOntem, durante o programa semanal de rádio “Café com o Presidente”, Lula manifestou sua intenção de encaminhar ao Congresso Nacional uma medida provisória. Esta teria por finalidade liberar recursos para a recuperação dos estados nordestinos afetados pelas chuvas dos meses de abril e maio. Segundo levantamento prévio dos governos estaduais, os danos são de aproximadamente R$ 1 bilhão. Mas o valor real do desastre só poderá ser calculado após as águas baixarem.


Hoje de manhã, os ministros Geddel Vieira Lima, da Integração Nacional, e Márcio Fortes, das Cidades estiveram reunidos com os governadores do Maranhão, Roseana Sarney, do Ceará, Cid Gomes, do Piauí, Welington Dias, e do Rio Grande do Norte, Wilma Faria em audiência pública na Comissão de Desenvolvimento Regional e Turismo do Senado para analisarem os estragos e meios de recuperação das cidades nordestinas atingidas pelas chuvas.O Contas Abertas entrou em contato com o Ministério da Integração Nacional para saber porque os estados da região Nordeste que mais foram castigados com as chuvas não foram bem contemplados com recursos do programa de prevenção. Todavia, até o fechamento da matéria o órgão não comentou o assunto.

Amanda Costa e Catharine Rocha
Do Contas Abertas

Fonte: http://contasabertas.uol.com.br/noticias/auto=2670.htm