O mundo debate clima no Ceará
Representantes de 100 países são esperados na ICID+18. Cientistas, chefes de estado e instituições de fomento, juntos, discutem soluções de longo prazo para problemas ambientais e sociais em regiões de semiárido. São cinco dias para diretrizes que levam anos
Andreh Jonathas - 16/08/2010 02:00
SERVIÇO
Icid+18: Conferência sobre questões do semiárido
Quando: 16 a 20 de agosto
Onde: Centro de Convenções Edson Queiroz
E MAIS
LANÇAMENTO
O lançamento oficial da Icid+18 acontece hoje, às 11 horas, no Palácio Iracema, com a presenta do governador Cid Gomes e da ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira.
RIO +20
A Icid+18 pretende influenciar na agenda da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento e Meio Ambiente (Rio+20), prevista para ser realizada em 2012.
DESERTIFICAÇÃO
LUTA CONTRA DESERTIFICAÇÃO (16/8/2010)
Semiárido na atenção de autoridades internacionais
Cerca de 30% da população do mundo habitam em regiões semiáridas e são responsáveis por cerca de 20% do alimento produzida no planeta
FOTO: REUTERS
Convenção espera agregar recursos financeiros e humanos para combater problemas no planeta
Reconhecendo a importância das regiões semiáridas no mundo, as quais abrigam 30% da população do planeta e produzem cerca de 20% da alimentação mundial, as Nações Unidas lançam hoje, no Centro de Convenções, durante da ICID+18, a Conferência Internacional sobre Impactos de Variações Climáticas e Desenvolvimento Sustentável em Regiões Semiáridas, a campanha mundial "Década das Nações Unidas para os Desertos e luta contra a desertificação".
O lançamento ocorre na cerimônia de abertura do ICID e conta com a presença do secretário executivo da Convenção de Combate à Desertificação das nações Unidas, Luc Gnacadja, e os ministros brasileiros da Ciência e Tecnologia, Sérgio Rezende; do Desenvolvimento Agrário, Guilherme Cassel; e da ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira.
O objetivo de empreender a campanha, de acordo com Heitor Matallo, coordenador regional da convenção das nações unidas contra a desertificação, é trabalhar aspectos vinculados às "regiões secas" para que algo no cenário seja alterado, principalmente no que diz respeito à sustentabilidade dos habitantes. "Não se imagina que o planeta Terra seja sustentável no futuro sem a contribuição das zonas áridas", declara e reintera a importância da ação: "O estabelecimento de uma década sobre a desertificação foi para chamar atenção das autoridades internacionais sobre os problemas existentes nas zonas áridas, além de apontar as oportunidades existentes nelas".
A decisão de se realizar a campanha a partir de 2010, segundo Heitor, se deu ano passado na assembleia geral das Nações Unidas e a expectativa é que sejam arrecadados recursos financeiros e humanos ao longo dos próximos dez anos, além de preparar as ações para a conferência Rio+20, que comemorará o Rio92 e ocorrerá em 2012.
Problemas
Para conseguir o objetivo esperado, o coordenador das Nações Unidas para a América Latina e Caribe, aponta como uma das grandes dificuldades que infligem, as regiões semiáridas no mundo a grande quantidade de pessoas que habitam as áreas semiáridas e que apresentam índices elevados de pobreza.
Ele também acrescenta as vulnerabilidades a que essa população está sujeita por conta das recorrentes secas e a degradação dos recursos naturais a que estão dispostas, principalmente devido às ações dos próprios habitantes, os quais Heitor atribui a responsabilidade, pois, "tendo que gerar recursos para sobreviver, muitas vezes eles exploram o meio ambiente de forma inadequada, provocando desmatamento, queimadas, erosão de solos", dentre outros efeitos que findam por gerar um grande prejuízo ao mundo, em todos os aspectos.
"É muito importante que a comunidade internacional esteja atenta para os problemas dessas regiões", ressalta e acrescenta: "a degradação tem um impacto para a economia, em especial nas zonas secas".
Ação
Para o diretor da ICID+18, Antonio Rocha Magalhães, o esperado da convenção é que os debates e os relatos que ocorrerão nesta semana possam tornar "os participantes os agentes das ações pensadas", pois o objetivo é que elas "sirvam de base para um trabalho de disseminação que será levada a todos os lugares que tiveram participantes.
ARMANDO DE OLIVEIRA LIMA
ESPECIAL PARA ECONOMIA
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