terça-feira, 17 de agosto de 2010

A ICID+18 começou ontem, 16 de agosto, em Fortaleza-CE

O mundo debate clima no Ceará

Representantes de 100 países são esperados na ICID+18. Cientistas, chefes de estado e instituições de fomento, juntos, discutem soluções de longo prazo para problemas ambientais e sociais em regiões de semiárido. São cinco dias para diretrizes que levam anos
Andreh Jonathas - 16/08/2010 02:00




Representam 33% da superfície da Terra e, nelas, são produzidas mais de 20% dos alimentos do mundo. As regiões do semiárido sofrem com as alterações climáticas. No Brasil, a desertificação só cresce e gera perdas de US$ 5 bilhões anuais e afeta negativamente a vida de mais de 15 milhões de pessoas.




Para discutir soluções de logo prazo para a Terra enferma, representantes de cerca de 100 países se reúnem em Fortaleza, de hoje até o dia 20, na Conferência Internacional sobre Clima, Sustentabilidade e Desenvolvimento em Regiões Semiáridas (Icid+18).



O evento acontece pela segunda vez no Ceará, após 18 anos da primeira Icid, com cerca de 600 participantes de 45 países de todos os continentes. No entanto, pouco - ou nada -, se ouviu falar de resultados dessa primeira edição.



Por isso, soluções práticas, reais e exequíveis para os problemas de regiões semiáridas é o objetivo maior expressado pelo diretor da Icid+18, Antonio Rocha Magalhães.



Além de complexas discussões, diz, a ampla programação vai apresentar experiência exitosas sobre os temas tratados, como desertificação e estiagem (seca). Um dos pontos fortes do evento é a preocupação com o aspecto social. Para as ações de intervenção nas vidas de quem está no semiárido, irão unir forças ciência, instituições financiadoras e tomadores de decisões.



“A grande questão é que vão estar presentes as três conferência das Nações Unidas: desertificação, clima e biodiversidade. Justamente traçando cenários para a próxima década”, comenta o presidente do Instituto Nacional do Semiárido (Insa), Roberto Germano Costa.



Para ele, outro ponto fundamental no debate é a educação ambiental. “A preocupação com a educação ambiental faz com que a sociedade se beneficie como um todo. É preciso que esses recursos naturais possam gerar riqueza para essas pessoas”, sugere. Costa vai participar da implantação de um observatório para o semiárido, com mais de 30 instituições, como os ministérios do Meio Ambiente e da Ciência e Tecnologia.



Empresa



As empresas também são componentes das soluções ao semiárido. Serão discutidas formas de incentivar projetos sustentáveis. 


 
''Há uma mentalidade cada vez mais clara sobre a sustentabilidade. Isso tem um aspecto ambiental, social e econômico. Vale a pena aproveitar os recursos naturais de forma responsável”, destaca o consultor e ex-diretor do Bando Mundial (BID) para o desenvolvimento sustentável para América Latina e o Caribe, John Redwood. Para ele, é preciso incentivar as empresas, com mais crédito e sensibilização da necessidade de ser sustentável, inclusive, para a própria sobrevivência.

SERVIÇO


Icid+18: Conferência sobre questões do semiárido
Quando: 16 a 20 de agosto
Onde: Centro de Convenções Edson Queiroz 








E MAIS

LANÇAMENTO

O lançamento oficial da Icid+18 acontece hoje, às 11 horas, no Palácio Iracema, com a presenta do governador Cid Gomes e da ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira.

RIO +20

A Icid+18 pretende influenciar na agenda da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento e Meio Ambiente (Rio+20), prevista para ser realizada em 2012.

DESERTIFICAÇÃO





São perdidos cerca de US$ 5 bilhões por ano com a desertificação no Brasil.



DESENVOLVER



''As soluções para o semiárido não são só a coleta de águas ou de agricultura familiar. Dependem de desenvolvimento regional sustentável. Precisamos ter mais indústrias e mais atividades que não dependam tanto do clima'', defende o diretor da Icid+18, Antonio Rocha Magalhães.







LUTA CONTRA DESERTIFICAÇÃO (16/8/2010)

Semiárido na atenção de autoridades internacionais


Cerca de 30% da população do mundo habitam em regiões semiáridas e são responsáveis por cerca de 20% do alimento produzida no planeta 

FOTO: REUTERS

Convenção espera agregar recursos financeiros e humanos para combater problemas no planeta


Reconhecendo a importância das regiões semiáridas no mundo, as quais abrigam 30% da população do planeta e produzem cerca de 20% da alimentação mundial, as Nações Unidas lançam hoje, no Centro de Convenções, durante da ICID+18, a Conferência Internacional sobre Impactos de Variações Climáticas e Desenvolvimento Sustentável em Regiões Semiáridas, a campanha mundial "Década das Nações Unidas para os Desertos e luta contra a desertificação".


O lançamento ocorre na cerimônia de abertura do ICID e conta com a presença do secretário executivo da Convenção de Combate à Desertificação das nações Unidas, Luc Gnacadja, e os ministros brasileiros da Ciência e Tecnologia, Sérgio Rezende; do Desenvolvimento Agrário, Guilherme Cassel; e da ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira.


O objetivo de empreender a campanha, de acordo com Heitor Matallo, coordenador regional da convenção das nações unidas contra a desertificação, é trabalhar aspectos vinculados às "regiões secas" para que algo no cenário seja alterado, principalmente no que diz respeito à sustentabilidade dos habitantes. "Não se imagina que o planeta Terra seja sustentável no futuro sem a contribuição das zonas áridas", declara e reintera a importância da ação: "O estabelecimento de uma década sobre a desertificação foi para chamar atenção das autoridades internacionais sobre os problemas existentes nas zonas áridas, além de apontar as oportunidades existentes nelas".


A decisão de se realizar a campanha a partir de 2010, segundo Heitor, se deu ano passado na assembleia geral das Nações Unidas e a expectativa é que sejam arrecadados recursos financeiros e humanos ao longo dos próximos dez anos, além de preparar as ações para a conferência Rio+20, que comemorará o Rio92 e ocorrerá em 2012.



Problemas



Para conseguir o objetivo esperado, o coordenador das Nações Unidas para a América Latina e Caribe, aponta como uma das grandes dificuldades que infligem, as regiões semiáridas no mundo a grande quantidade de pessoas que habitam as áreas semiáridas e que apresentam índices elevados de pobreza.


Ele também acrescenta as vulnerabilidades a que essa população está sujeita por conta das recorrentes secas e a degradação dos recursos naturais a que estão dispostas, principalmente devido às ações dos próprios habitantes, os quais Heitor atribui a responsabilidade, pois, "tendo que gerar recursos para sobreviver, muitas vezes eles exploram o meio ambiente de forma inadequada, provocando desmatamento, queimadas, erosão de solos", dentre outros efeitos que findam por gerar um grande prejuízo ao mundo, em todos os aspectos.


"É muito importante que a comunidade internacional esteja atenta para os problemas dessas regiões", ressalta e acrescenta: "a degradação tem um impacto para a economia, em especial nas zonas secas".



Ação



Para o diretor da ICID+18, Antonio Rocha Magalhães, o esperado da convenção é que os debates e os relatos que ocorrerão nesta semana possam tornar "os participantes os agentes das ações pensadas", pois o objetivo é que elas "sirvam de base para um trabalho de disseminação que será levada a todos os lugares que tiveram participantes.



ARMANDO DE OLIVEIRA LIMA


ESPECIAL PARA ECONOMIA

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