Nova York, 16/06/2010
'Possibilidade de comparar países é que valoriza IDH'
Com quase 20 anos, Índice de Desenvolvimento Humano segue útil mesmo com maior disponibilidade de indicadores, diz pesquisador.
da PrimaPagina
Quase 20 anos depois de ter sido criado, o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) continua sendo útil — mesmo após a disseminação da internet e a difusão de inúmeros indicadores nacionais e internacionais, defende Francisco Rodriguez, chefe da equipe de pesquisa do Escritório para o Relatório de Desenvolvimento Humano, do PNUD. Em um post intitulado Ainda precisamos mesmo do IDH?, ele destaca que a principal vantagem de um indicador como esse é permitir “comparar países em uma escala única”.
O IDH “aborda uma necessidade que vai existir enquanto o mundo continuar a se caracterizar por um fosso imenso no desenvolvimento: a necessidade de avaliar nosso progresso em tornar as pessoas livres para levar o tipo de vida que elas valorizam”, escreve Rodriguez.
Isso não quer dizer que o índice seja perfeito. Ele não capta todas as dimensões do desenvolvimento humano, por exemplo. De qualquer modo, há espaço para aperfeiçoamentos. No Relatório de Desenvolvimento Humano 2010, a ser publicado em outubro, o IDH será incrementado para “levar em conta a disponibilidade de novas informações e responder a alguns de seus críticos”, escreve o pesquisador. E será apresentado ao lado de uma nova tabela de indicadores de desenvolvimento humano.
O índice foi criado em 1990, por economistas liderados pelo paquistanês Mahbub ul Haq e pelo indiano Amartya Sen, como forma de se contrapor ao PIB (Produto Interno Bruto) per capita. O conceito por trás dessa contraposição é que o desenvolvimento não se restringe a renda — por isso, além desse aspecto o IDH abrange também educação e longevidade. “O IDH era moderno e inovador. Ainda que não tenha sido o primeiro uso de índices agregados para mensurar as condições de uma nação (...), foi a primeira tentativa abrangente de avaliar e ranquear cerca de 100 países, com atualização periódica e o apoio de uma organização internacional”, destaca o pesquisador do PNUD.
Rodriguez ressalva que atualmente, “na era do Twitter e da Wikipedia”, ninguém precisa de uma organização internacional para encontrar indicadores sobre seu país. Além disso, nesses 20 anos houve uma proliferação de índices, cobrindo um grande número de fenômenos. Nesse cenário, a utilidade do IDH repousa principalmente na possibilidade que abre para comparar países, argumenta o autor. E exemplifica: “A Costa Rica tem menos da metade da renda per capita da Arábia Saudita, mas no IDH está seis posições à frente. E a Tunísia tem aproximadamente um terço da taxa de crescimento da China, mas em termos de IDH os dois países têm melhorado na mesma magnitude.”
É essa capacidade de comparar, argumenta Rodriguez, que permite ao IDH ajudar a responder perguntas básicas como “quais são os países mais desenvolvidos do mundo?”, “meu país está se desenvolvendo?”, “como ele se sai em comparação com os outros?”.
http://www.pnud.org.br/administracao/reportagens/index.php?id01=3495&lay=apu |
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