09/06/2010 - 11:46:18
Movimentos pressionam para que Banco Mundial não seja financiador climático
Karol Assunção, da Adital
Até sexta-feira (11/6), a cidade de Bonn, na Alemanha, é o cenário de mais uma rodada de negociações da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre o combate às mudanças do clima. O evento é uma preparação para a Conferência das Partes da Convenção sobre Mudança Climática da ONU (COP16), programada para acontecer em dezembro em Cancún, no México. Organizações sociais e ambientais de várias partes do mundo, entretanto, mostram-se preocupadas com o rumo das atuais discussões.
Isso porque um dos assuntos em pauta na reunião de Bonn é o controle, por parte do Banco Mundial e sob a intervenção dos Estados Unidos, do financiamento internacional para o clima, o que, na opinião de diversas entidades sociais, não deveria ocorrer. Para pressionar o governo estadunidense a se posicionar contrário a esse controle do Banco Mundial, a organização Amigos da Terra nos EUA elaborou uma carta que será enviada ao presidente Barack Obama.
No documento, assinado também por outras entidades, pedem ao mandatário estadunidense e à equipe dele que digam publicamente que o Banco Mundial, assim como os bancos regionais em desenvolvimento, não deve possuir nenhum papel na gestão de financiamento global do clima.
“O financiamento para combater a mudança climática dever ser administrado por uma instituição que se reja democraticamente, tenha integridade ambiental e assegure a participação das comunidades locais e dos povos que sofrem os impactos da mudança climática. O Banco Mundial não é essa classe de instituição”, destacam.
De acordo com as organizações que assinam a carta, o Banco Mundial tem uma trajetória de imposição de condições políticas nos países em desenvolvimento, os quais carregam o maior peso da mudança climática e são os menos representados pela instituição. Além disso, segundo o documento, o Banco Mundial continua como um grande financiador de combustíveis fósseis, principalmente para o carvão.
A ideia da carta não é simplesmente criticar a instituição financeira, mas propor outras saídas para a situação e contribuir com as discussões. “Há uma alternativa. Fazemos um chamamento aos EUA para apoiarem a criação de um fundo climático multilateral no marco da Convenção Marco das Nações Unidas sobre a Mudança Climática (CMNUCC) que tem uma estrutura de governança equitativa, dá prioridade à participação das comunidades afetadas, opera com plena transparência e responsabilidade, e proporciona acesso direto ao financiamento”, sugerem.
A carta poderá ser assinada por organizações de várias partes do mundo. As adesões podem ser feitas até as 18h (horário de Brasília) desta quarta-feira (9/6) por meio do email korenstein@foe.org.
(Adita)
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