terça-feira, 17 de março de 2009

Sertão - Esteriótipos e novidades

Abaixo transcrevo algumas notícias que me chamaram a atenção pelo tom melodramático da redação. A estiagem no Sertão é pintada com cores fortes, como algo inexorável e sem jeito. Contudo, o mesmo veículo jornalístico também traz a nova realidade do Nordeste: a possibilidade de convivência saudável com o clima do Semi-árido a partir das novas tecnologias. São soluções simples e eficazes que garantem não apenas a sobrevivência, mas também o planejamento para a produção durante todo o ano. E é de juazeiro do Norte-CE que vem um bom exemplo: as mini-barragens. Cofiram a seguir a sequência de notícas.


16/03/09

Produtores rurais tentam salvar o gado da seca em Sergipe
Sertanejos improvisam equipamento para manter animais em pé
Estiagem no sertão já dura seis meses

Os produtores do sertão de Sergipe estão lutando para salvar o gado da seca. Sem água nem comida, o gado agoniza e os bezerros sofrem.
A gente olha para o céu e vê todo dia uma coisa só, não tem mudança de chuva, só tem seca", diz o produtor rural Josias da Silva. "Tem que pegar água todo dia senão morre de sede, estamos assim nessa luta todo dia, todo dia", afirma o agricultor Jerson Fontes.
A estiagem no sertão de Sergipe já dura seis meses. Para o sertanejo que depende da terra e dos animais, pior do que não conseguir plantar é ver os animais morrerem aos poucos Uma engenhoca mantém o gado em pé.
O giral, como é chamado, é na verdade uma UTI usada para os animais que estão à beira da morte. O equipamento é feito com estacas de madeira, cordas e um saco de nylon. Se não for assim, os animais não conseguem reagir e rapidamente morrem.
Nas pequenas propriedades, toda semana é registrada uma perda. As carcaças vão ficando pelo caminho. “Quando eu vejo as vacas morrendo, eu também morro junto. É do que eu vivo”, diz o agricultor Manoel Messias.

http://g1.globo.com/Noticias/Brasil/0,,MUL1045481-5598,00.html



18/02/09
Falta de açudes pode causar desperdício de água no Nordeste

Região é a que mais sofre com a seca no Brasil
Chuvas deste ano devem ficar acima da média histórica

A previsão de chuva para o Nordeste pode ser uma boa notícia para a região brasileira que mais sofre com a seca, mas pode significar também desperdício. Meteorologistas de todo o Nordeste se reuniram em Natal para fazer a previsão climática do semi-árido. Baseados no estudo das condições atmosféricas e oceânicas, eles concluíram que o cenário para os próximos três meses é semelhante ao do ano passado.
As chances maiores são de que as chuvas fiquem acima da média histórica", diz o meteorologista Gilmar Bistrot. Os açudes já estão quase cheios.
O maior do Rio Grande do Norte não deve demorar a atingir os 3,5 milhões de metros cúbicos de água. Em 2008, neste mesmo período, a lâmina d’água do açude estava a 12 metros da capacidade máxima. Agora faltam apenas dois metros para que o limite seja atingido, ou seja, com menos chuva, as inundações no Vale do Açu podem se repetir.
Cinco hectares de bananeiras ficaram submersos pela água que transbordou da barragem Armando Ribeiro Gonçalves. Lavouras de milho e feijão foram perdidas. A chuva sempre esperada pelo agricultor virou ameaça e agora causa preocupação pela falta de estrutura para armazenar a água.
Na região central do Rio Grande do Norte, dois açudes particulares se romperam e ainda precisam de reparos. Para o filho do agricultor Manoel Ferreira, que esta semana conseguiu recursos para refazer a parede do açude, a manutenção dos reservatórios e a construção de outros são uma questão social.
Nós queremos o agricultor permanentemente na sua área rural porque é onde ele planta, onde ele cria e onde ele sobrevive com dignidade", diz o agricultor Ivanaldo Ferreira.
17/02/09
Seca provoca rodízio de água em Aracaju

Rio está um metro abaixo no nível considerado limite para abastecimento
Não há previsão de chuvas na cidade

A falta de chuva provocou a redução na vazão do principal rio que abastece Aracaju. A partir desta terça-feira (17), moradores da cidade enfrentam um rodízio de água.
O rio está um metro abaixo do nível considerado limite para o abastecimento. A cidade foi dividida em duas regiões, Norte e Sul, que a cada dois dias vão ficar sem água
Porém, em alguns bairros que deveriam ter abastecimento de água de acordo com a programação, a população encontrou as torneiras vazias nesta terça-feira.
O último rodízio por causa da seca foi há quatro anos. Não há previsão meteorológica de chuvas na cidade.
02/12/08
No Nordeste, população sofre com a seca

Mais de 400 mil pessoas foram afetadas só em Pernambuco
Rio Pajeú teve leito tomado por bancos de areia

Enquanto no Sul a população sofre com os estragos causados pela chuva, no Nordeste, o problema é a seca, que afeta mais de 400 mil pessoas só em Pernambuco. Sessenta e três cidades do estado decretaram situação de emergência.
O Rio Pajeú, em Pernambuco, hoje é só uma lembrança. O leito foi tomado por bancos de areia e a água não corre mais. Está desaparecendo aos poucos, levada pela seca. Nem parece o mesmo rio que há menos de oito meses transbordou em uma enchente histórica na região.
Muita chuva concentrada em pouco tempo e, no restante do ano, a escassez. Essa irregularidade acontece todos os anos com intensidades diferentes no semi-árido. Onde resta água, os moradores fazem uma romaria com baldes e latas.
05/12/08
Moradores do Maranhão sofrem com estiagem

Neste ano, 50 mil focos de queimadas foram registrados no estado
Áreas do Nordeste não têm chuva há mais de quatro meses

Muitas áreas do Nordeste brasileiro não têm chuva há mais de quatro meses. O resultado disso é um cenário desolador. A terra ressecada do açude entristece o sertanejo. A comida para os animais é a cada dia mais escassa. A estiagem também castiga as lavouras. Na vegetação esturricada, o fogo se espalha rapidamente. São 50 mil focos de queimadas no Maranhão neste ano.
Uma ponte em Caxias (MA) foi construída para ligar dois municípios do Maranhão divididos por um rio, mas sem chuva a água desapareceu. O cenário se repete em quase todas as regiões. A preocupação é que as fontes de abastecimento sequem.
Crianças abandonam a escola para buscar água para toda a família. É preciso caminhar horas para tomar banho. Em um povoado, os moradores pararam as construções. A maioria se mudou em busca de água.
http://g1.globo.com/Noticias/Brasil/0,,MUL913160-5598,00-MORADORES+DO+MARANHAO+SOFREM+COM+ESTIAGEM.html


23/12/08

Agricultores cearenses fazem mini barragens para fugir da seca
São pequenos açudes construídos em forma de meia lua.
Em Juazeiro do Norte, quem apostou na tecnologia está satisfeito.

Agricultores do Ceará estão se beneficiando com a construção de pequenas barragens para escapar da seca. Em Juazeiro do Norte (CE), quem apostou na tecnologia está satisfeito.

Na região sul do Ceará já é possível encontrar em muitas áreas rurais as barraginhas. São mini-açudes construídos em forma de meia-lua com 15 metros de diâmetro e dois metros de profundidade.

A função das barraginhas é armazenar a água da chuva, que fica infiltrada na terra. Outra vantagem é conter o processo erosivo e vão alimentar o lençol freático tornando a terra úmida e agricultável.

"A água infiltrada no lençol freático deixa a área mais úmida por mais tempo após o período chuvoso”, explicou Erivaldo Figueiredo, coordenador do Núcleo Agrário da Fundação Mussambê.

Na propriedade do criador Evilásio Anísio de Sousa foram feitas cinco barraginhas no início do ano. Para o produtor foi fácil perceber a diferença. O cacimbão, que em períodos de estiagem ameaçava secar, ficou cheio o ano inteiro.

Para o agricultor Adalberto Laranjeira a maior vantagem das barraginhas foi a umidade do solo. Toda a plantação de frutas ficou verdinha, mesmo no período de seca.

Em 2008, oitocentas e trinta barraginhas foram instaladas em cinco municípios da região sul do Ceará. A idéia deu certo e em 2009 a previsão é de construir pelo menos mil barraginhas não só no Ceará.

O projeto de construção de barraginhas foi desenvolvido pela Embrapa, recebeu recursos de instituições públicas e privadas. No Ceará foi implantado pela Fundação Mussambê.

De acordo com a Embrapa, o custo para construir uma barraginha é, em média, de R$ 200,00.


http://g1.globo.com/Noticias/Brasil/0,,MUL932922-5598,00-AGRICULTORES+CEARENSES+FAZEM+MINI+BARRAGENS+PARA+FUGIR+DA+SECA.html

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