Mostrando postagens com marcador Incêndios. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Incêndios. Mostrar todas as postagens

domingo, 17 de outubro de 2010

Cariri sofre com a estiagem e com os incêndios na Chapada

CARIRI (16/10/2010)

Famílias sofrem com falta de água

16/10/2010 Clique para Ampliar
Longas filas nos chafarizes nesta época do ano, e sem a tão esperada "chuva do caju", agora são frequentes nas comunidades da Serra do Araripe, região sul do Ceará
FOTOS: ANTÔNIO VICELMO
Nem a tradicional "chuva do caju" veio, este ano, amenizar a estiagem vivida por famílias do Cariri

Crato. Com o prolongamento da estiagem, sem nenhum sinal de chuva, agrava-se a situação no interior. Este ano, não ocorreu nem a "chuva do caju" que, tradicionalmente, é registrada no mês de outubro, época da floração da planta. A cada dia, a água se torna mais escassa. Os barreiros da Chapada do Araripe estão secando. A população está andando quilômetros à procura de água para beber e fazer o alimento.

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais do Crato, Antonio Gama, adverte que as comunidades rurais estão sofrendo com a falta d´água. Ele lamenta a exclusão dos municípios de Crato, Juazeiro e Barbalha no programa de carros-pipas. Os trabalhadores sem terra (assalariados, parceiros, arrendatários, ocupantes) são os mais vulneráveis à seca, porque são os primeiros a serem despedidos ou a terem os acordos desfeitos. A seca, além de ser um problema climático, é uma situação que gera dificuldades sociais para as pessoas que habitam a região. Com a falta de água, torna-se difícil o desenvolvimento da agricultura e a criação de animais, analisa o presidente do sindicato. Desta forma, a seca provoca a falta de recursos econômicos, gerando fome e miséria no sertão. O sindicalista esclarece que, na verdade, não se morre mais de fome como antigamente. No entanto, "é preciso defender uma vida digna para o trabalhador rural para que ele não seja obrigado a se deslocar do campo para a cidade", complementou.

A seca, segundo os sindicalistas, deve ser analisada dentro de um contexto mais amplo, com a apresentação de soluções para resolver a má distribuição de água e as dificuldades de seu aproveitamento. "É necessário desmitificar a seca como elemento desestabilizador da economia e da vida social nordestina e como fonte de elevadas despesas para a União".

As soluções implicam a adoção de uma política oficial para a região, que respeite a realidade em que vive o nordestino, dando-lhe condições de acesso à terra e ao trabalho. "Não pode ser esquecida a questão do gerenciamento das diretrizes adotadas, diante da diversidade de órgãos que lidam com o assunto", complementa Gama.

Ecologia

A questão da seca não se resume à falta de água. No momento, um dos problemas mais graves gerados pela seca, segundo Zilcélio Ferreira, são os incêndios que estão sendo registrados na região. O fogo destrói as árvores, reduz a fertilidade do solo e a resistência das árvores ao ataque de pragas. Causa danos ambientais, redução da biodiversidade, alterações dos biótipos, facilitação dos processos erosivos e redução da proteção dos olhos d´água e nascentes. Ao fazer esta advertência, o sindicalista chama a atenção para as nascentes que jorram do pé da Serra do Araripe que, segundo afirma, está diminuindo a sua vazão, em consequência dos frequentes incêndios.

É com esta visão, sem ameaças de saques, que as lideranças rurais pretendem conviver com a seca. Esse quadro precisa ser revertido para que as famílias passem a ter uma nova forma de relacionar-se com a natureza que passa por um novo enfoque: utilizar bem os recursos naturais e assegurar as produções indispensáveis à segurança alimentar e ao desenvolvimento socioeconômico da região.

Os sindicalistas sugerem propostas para convivência com o semiárido: cisternas de placas, barragens subterrâneas e sucessivas, cultivos de produtos agroecológicos, criação de pequenos animais, utilização de energia solar e plantio de algodão orgânico. "Esse conjunto de propostas tecnológicas, aplicadas em uma metodologia de construção de conhecimento, tem mudado a vida de várias famílias nas regiões que trabalhamos", diz a nota do Sindicato de Trabalhadores Rurais.

Dignidade

"É preciso defender vida digna para o trabalhador rural, para ele não ser obrigado a fugir do campo"

Antônio Gama
Presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais do Crato

MAIS INFORMAÇÕES

Sindicato dos Trabalhadores Rurais do Crato
Rua Pedro II, 62 - Centro
(88) 3523.1623

ANTÔNIO VICELMO
REPÓRTER


terça-feira, 7 de setembro de 2010

Incêndios em todo Brasil

Fogo atinge o Parque da Chapada Imperial, em Brazlândia, cidade-satélite de Brasília (DF), nesta segunda-feira (6). Umidade relativa do ar na capital federal deve continuar baixa até quarta-feira. Foto de Celso Junior/AE - http://noticias.uol.com.br/album/100906_album.jhtm?abrefoto=32

Governo decreta estado de emergência ambiental no Ceará e em mais 14 estados


Levantamento mostra a existência de 1.178 focos de incêndio no país hoje, conforme dados do satélite de referência
07/09/2010 17:04
O Ministério do Meio Ambiente decretou estado de emergência ambiental em 14 estados e o Distrito Federal por causa do grande número de focos de queimadas. Estão na lista os estados: Amapá, Amazonas, Ceará, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rondônia, Roraima, Pará, Piauí, Tocantins, Bahia, Goiás, Minas Gerais e o Distrito Federal.

Com o decreto, o estados podem contratar brigadistas para combater o fogo sem a necessidade de licitação, por exemplo. A portaria com a lista foi publicada ontem (6) no Diário Oficial da União.

Levantamento do Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), mostra a existência de 1.178 focos de incêndio no país hoje (7), conforme dados do satélite de referência. Do total, o maior número foi registrado em Goiás, 892. Em seguida aparecem Tocantins (288 focos), Bahia (239), Minas Gerais (203), Distrito Federal (31), Mato Grosso (17) e São Paulo (8).

Agência Brasil

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Seca e Incêndios no Semiárido

PERDAS NA AGRICULTURA (24/8/2010)

Incêndio provoca prejuízo de R$ 100 mil no Cariri

24/8/2010 Clique para Ampliar
Incêndio destruiu 30 hectares de cana e banana de 12 pequenos proprietários rurais do Sítio Riacho Seco, localizado no Município de Missão Velha 
ANTÔNIO VICELMO
No Ceará, já são mais de 200 focos de incêndios registrados pelo INPE, de janeiro até esta primeira quinzena


Missão Velha. Um incêndio destruiu 30 hectares de cana e banana de 12 pequenos proprietários rurais do Sítio Riacho Seco, neste Município. O prejuízo gira em torno de R$ 100 mil. Com dívidas a pagar junto à rede bancária, os proprietários estão "com as mãos na cabeça", sem condições de pagar os compromissos assumidos. Até os cortadores de cana, que dependem do pagamento semanal, não receberam nenhum tostão. A situação é de desespero para os agricultores que enfrentam mais um ano de seca.


Os moradores do sítio desconhecem a origem do fogo que ocorreu, na semana passada. Os proprietários rurais só se deram conta do tamanho dos prejuízos ontem. Eles imaginavam que, mesmo queimada, a cana seria aproveitada pelos engenhos. Depois de percorrer todos os engenhos que estão moendo na região, o agricultor Francisco Gonçalves Barros, conhecido como "Tico" Barros, voltou para casa desiludido. "Eles não querem a cana queimada nem de graça". Foi esta a resposta trazida por "Tico" para seus companheiros, vítimas do incêndio. Ele diz que perdeu a esperança e a paciência. Entrou em depressão e faz três noites que não dorme, pensando numa forma de pagar as dívidas. Até mesmo o plantio de banana, que era utilizado no consumo doméstico e vendido no mercado regional, foi consumido pelo fogo.

O pequeno produtor José Alves Barros, conhecido por "Dedé", que já estava em situação crítica por causa da seca, conta que "aqui, nós perdemos tudo, a única fonte de renda seria a venda da cana. Com este incêndio, a gente não tem como pagar as contas". Ele diz a maior vergonha que sente é não poder honrar os seus compromissos, principalmente junto àqueles "que nos ajudam na luta diária".

O lamento de Dedé é acompanhado pelo cortador de cana Damião da Silva que afirma: "o fogo consumiu o nosso suor. Eu não recebi o dinheiro do meu trabalho. A gente não tem o que fazer porque o prejuízo dos proprietários são maiores. A dor dos outros ameniza a da gente", diz resignado.

Um hectare de cana produz cerca de 90 toneladas, cerca de 30 toneladas por tarefa. A tonelada estava sendo vendida a R$ 40,00. A outra fonte de renda era transformar a cana em pasto para o gado, a fim de suprir a falta de capim, por conta da seca. O agropecuarista Maximiano Ximenes diz que estava comprando o hectare do insumo para pasto a R$ 1.200,00. Agora, com a matéria-prima queimada, ele não quer nem de graça.

Os produtores dizem não ter condições de aproveitar nem a "soca" da cana. "Vamos ter que plantar tudo novamente, sem nenhum tostão no bolso", lamenta. Normalmente, depois de cortada, a soca, ou caule, é mantida no solo, sem necessidade do replantio. Com o acúmulo de prejuízos, maioria está desiludida com a agricultura. "Quando não é a seca, é o fogo. Parece que atrás do pobre corre um bicho", diz o líder sindical Expedito Guedes, presidente do Sindicato dos Produtores Orgânicos do Cariri.


Focos de calor


O número de focos de calor no Brasil cresce de forma assustadora neste mês de agosto. Desde o início do ano, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) já registrou um total de 33.181 focos. Desses, 9.168 (28%) ocorreram em Mato Grosso. Em seguida, aparecem Tocantins (16%), Pará (13%), Bahia (7%) e Goiás (6%). O período de seca e a expansão rural são os principais responsáveis pelo aumento no número de focos de incêndio registrados neste mês em todo País.

De acordo com o INPE, 2010 é um ano muito mais seco do que 2009, com temperaturas mais altas, umidade relativa do ar mais baixa e sem chuvas, o que facilita o uso e a propagação do fogo. Além da questão climática, o aumento expressivo dos focos de queimadas se deve ao crescimento do setor agropecuário, que usa fogo para abrir pastagem e limpar a terra para o cultivo. "Um simples fogo de monturo, pode gerar um grande incêndio", adverte o chefe do escritório do Instituto Chico Mendes, Willian Brito, acrescentando que, no momento, a umidade relativa do ar gira em torno de 23%.

No Ceará, foram registrados 248 focos de calor de janeiro até 22 de agosto. Nestes últimos cinco dias, de sexta-feira até ontem foram identificados 35 focos de calor. Ao fornecer a informação, o coordenador estadual do Prevfogo, Kurtis François Teixeira, esclarece que o satélite só consegue detectar os focos de calor. Os incêndios que ocorrem normalmente no mato rasteiro dentro das florestas não são identificados pelo sensor do satélite. O acompanhamento desses incêndios, segundo Kurtis, deve ser feito pelos órgãos ambientais de cada região.

O coordenador estadual do Prevfogo orienta que, em caso de incêndios ou focos de calor, os proprietários rurais devem registrar um Boletim de Ocorrência no Corpo de Bombeiros, solicitar a perícia junto aos órgãos ambientais, ou telefonar para o 0800-618080 e fornecer informações sobre a propriedade atingida.

Kurtis anunciou que, a partir de setembro, serão deslocados 60 homens do Prevfogo para pontos estratégicos do Interior. 15 deles ficarão baseados em Crato. O Prevfogo é ligado ao Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis).


Antônio Vicelmo
Repórter



ENQUETE
O que fazer?



"Eu perdi o trabalho, a paciência e, também, a esperança. Não sei o que fazer para conseguir pagar as dívidas"

Francisco Gonçalves de Barro

Agricultor


"A maior vergonha para o homem do campo é não poder honrar os seus compromissos. Quero pagar as dívidas"

José Alves de Barro

Agricultor


"Agente não tem o que fazer. A dor dos outros ameniza a da gente. Os prejuízos dos proprietários são maiores aqui"

Damião Silva

Cortador de cana


MAIS INFORMAÇÕES

Instituto Chico Mendes
Praça Joaquim Fernandes Teles, S/N
Crato - Ceará
(88) 3521.5138

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Ceará - Incêndios na Caatinga

ALERTA AMBIENTAL (14/8/2010)

Começam focos de incêndio em áreas da Caatinga

14/8/2010 Clique para Ampliar
O fogo alastra-se mais rapidamente neste período do ano. No Cariri e em General Sampaio, o incêndio já começou
ANTÔNIO VICELMO

Clique para Ampliar
A brigada de combate e Prevenção ao Fogo é formada por agricultores residentes na Área de Proteção Ambiental da Floresta Nacional do Araripe 
ANTÔNIO VICELMO
Áreas secas da Caatinga são propícias a focos de incêndio neste segundo semestre, diante dos fortes ventos

Sobral. Neste segundo semestre aumenta o perigo de incêndios florestais na zona rural do Estado. A vegetação na Caatinga está mais seca e os ventos são mais fortes neste período, o que provoca o avanço do fogo com mais facilidade. Brigadistas contra incêndio treinados pelo Corpo de Bombeiros estão em estado de alerta. Focos de fogo já começam a ser registrados em diferentes pontos do Estado. Porém, há áreas onde não existe a atuação dos brigadistas.

Um deles acontece numa área de manejo da Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) da Caatinga Francy Nunes, próximo a General Sampaio. De acordo com a presidenta da Associação de RPPN Asa Branca, Kelma Nunes, o fogo começou na quarta-feira, numa área que fica a margem da CE-341, e ganhou proporções incontroláveis. "A falta de pessoas dispostas a apagar os focos que iniciaram naquele dia deixou a situação fora de controle", disse, afirmando que a velocidade dos ventos na região também foi outro fator que contribuiu para as labaredas se alastrarem.

Ela denuncia que na região, a 140km de Fortaleza, não existem brigadistas nem Corpo de Bombeiros, e que os moradores não foram treinados para enfrentar situação como essa. "No dia seguinte ao incêndio uma equipe do Corpo de Bombeiros, de Fortaleza, chegou ao local mas pouco pode fazer", informou Kelma Nunes. De acordo com moradores da região, uma outra equipe do Corpo de Bombeiros, formada por quatro homens, está região desde a noite de quinta-feira.

"Estamos um pouco mais otimistas com a situação, espero que até, o fim desta semana, a coisa volte a normalidade", disse o ambientalista Francy Nunes, proprietário da área que foi atingida pelo fogo.

Ele acredita que pelo menos 20 hectares de cerrado já foi queimado. "Não dá para se ter uma verdadeira noção do perigo, pois em alguns locais a mata é muito densa. Pelo rastro de destruição, muitas árvores já foram queimadas e dezenas de animais, entre eles gado, já morreram queimados", disse Francy Nunes.

Combustão espontânea

Para o capitão Roberto Moraes, comandante do Corpo de Bombeiros da Unidade de Sobral, a combustão espontânea acontece por vários motivos. Entre eles, a pastagem está muito seca e há falta de cuidado de alguns agricultores, que na hora de fazer a limpeza do terreno, queima o vegetal. "Eles devem fazer isso com muita segurança e afastar todo material que possa levar o fogo para outra região. Caso contrário, provocará incêndio", comentou.

Ele garantiu que, na manhã de ontem, uma equipe com três homens e um caminhão-tanque saiu de Sobral para o local do incêndio. Eles também vão contar com auxílio de um helicóptero do Centro Integrado de Operações Aéreas (Ciopaer).

"Muitas vezes se torna difícil o trabalho porque os veículos de combate ao incêndio não consegue chegar ao local do fogo. Para isso utilizamos abafadores bomba costal".

Sobre treinamento para os moradores ensinando como agir numa situação como essa, Moraes informou que o Corpo de Bombeiros tem realizando, entre a comunidade, treinamentos de combate à incêndio. Porém, o enfoque é dado mais no combate de incêndio em indústria e residências.

A área próxima da reserva que está sendo destruída pelo fogo tem uma área de 200 hectares. Foi eleita entre as demais propriedades de reservas do Ceará, para ser beneficiada com um plano de conservação de manejo da biodiversidade no ano de 2004.

Domínio privado

Por definição legal, a Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) é unidade de conservação de uso sustentável, de domínio privado, e tem por objetivo, conservar a diversidade biológica. Tem o caráter de perpetuidade, conferido por meio de Termo de Compromisso que deve ser averbado à margem da inscrição no Registro Público de Imóveis. Pela legislação atual, há vantagens para os proprietários de RPPNs, como a isenção do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural (ITR).

Hectares

200 hectares possui a área próxima da reserva que está sendo destruída pelo fogo, perto da RPPN Francy Nunes, localizada no Município de General Sampaio, no Ceará

MAIS INFORMAÇÕES 
Corpo de Bombeiros, 193
Associação Asa Branca
(85) 4006.8079
www.acaatinga.org.br/asabranca

Wilson Gomes
Colaborador

PLANTÃO NA CHAPADA
Brigadistas mobilizam ação no Cariri

Crato. "Quando vires à barba do teu vizinho a arder, põe a tua de molho". Com base neste adágio popular e, principalmente, levando em consideração os primeiros focos de incêndio registrados na Área de Proteção Ambiental do Araripe (APA), os órgãos ambientais do Cariri mobilizaram as brigadas de combate a incêndios. Equipados com oito aparelhos móveis de radiocomunicação, duas estações fixas, uma viatura e seis motos, 21 brigadistas estão espalhados na área da Floresta Nacional do Araripe (Flona) com a finalidade de combater eventuais incêndios. Os brigadistas estão de plantão em pontos estratégicos da Flona: Casa sede, Cabeça da Ladeira do Belmonte, Malhada Bonita, Santa Rita e Sítio Flores.

Nos últimos 10 dias foram registrados três focos de incêndios: dois no Sítio Granjeiro, no Crato, a menos de um quilômetro da floresta, e um na Ladeira do Esse, na encosta da serra, no Município de Barbalha. Os dois focos foram debelados, mas deixaram um sinal de alerta.

A chefe da Floresta Nacional do Araripe, Verônica Figueiredo, adverte que, a partir deste mês, quando sobe a temperatura, o risco de incêndio aumenta. O quadro é agravado com os fortes ventos que estão sendo registrados na região, bem como a temporada de queimadas que começa no próximo mês. "Por isso, a vigilância será redobrada", garante Verônica.

Este ano, as chuvas terminaram cedo. O pasto já está começando a secar, aumentando o risco de fogo. Ontem, a velocidade do vento na Floresta Nacional do Araripe, de acordo com a Estação Meteorológica da Chapada, variou entre 4 a 7 metros por segundo. A temperatura apresentou uma média de 21 graus, enquanto a umidade relativa do ficou em torno de 53%.

Área urbana

Verônica acrescentou que, além dessa equipe contratada pelo ICM-Bio, outros sete brigadistas foram selecionados pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), em convênio com a Prefeitura do Crato, para atuar na área urbana da cidade.

A Brigada de Combate e Prevenção ao Fogo é formada por agricultores residentes na Área de Proteção Ambiental, que conhecem como a "palma da mão" a Floresta do Araripe, um dos últimos redutos da Mata Atlântica, que ocupa uma extensa área na fronteira do Ceará com Pernambuco, abrangendo partes dos municípios de Barbalha, Crato, Jardim e, ainda, Santana do Cariri, no Sul do Estado.

Já foram catalogadas 88 espécies de aves pertencentes a 34 gêneros distintos. Entre elas, destaca-se o Soldadinho-do-Araripe, ave que somente é encontrada na região da Flona Araripe. A fauna do local é composta, também, por diversas espécies de répteis, insetos e mamíferos. A vegetação predominante é de cerradão. Existem faixas de transição que apresentam traços de Mata Atlântica, Cerrado e Caatinga.

Unidade de conservação

A Floresta Nacional do Araripe-Apodi, mais conhecida como Flona Araripe, é uma unidade de conservação brasileira situada na Chapada do Araripe, administrada pelo Ibama e integrante do Sistema Nacional de Unidade de Conservação (SNUC). Tem área total de 39.262,326 hectares. A Flona fomenta e protege as matas existentes na Chapada como também protege as nascentes, conserva a fauna e promove recreação pública. Constitui, ainda, importante refúgio para a fauna regional, inclusive para espécies ameaçadas de extinção.

MAIS INFORMAÇÕES:
Escritório do Ibama
Praça Joaquim Fernandes
Teles, S/N, Crato (CE)
(88) 3521.1529/ (88) 3521.1906

Antônio Vicelmo
Repórter