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terça-feira, 23 de agosto de 2011

Estiagem assola parte do Ceará


falta de água

Comunidades do sertão já sofrem com estiagem

Publicado em 23 de agosto de 2011 



Famílias do interior do Ceará já estão sem água de qualidade para beber. Elas temem que a situação piore ainda mais.


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No poço do seu Getúlio, em Quiterianópolis, pessoas fazem fila para pegar água. A população teme que este "milagroso cacimbão" possa vir a secar 
SILVANIA CLAUDINO
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Crateús. Quando chega do meio do ano em diante é a mesma angústia, principalmente no sertão. As comunidades começam a se queixar da falta de água para o consumo humano e para animais. Os Inhamuns sempre é a região que mais se ressente com o problema, junto com o Sertão Central. Em Quiterianópolis, o racionamento de água iniciou na semana passada.

O problema da população de Quiterianópolis, segundo os próprios moradores, é bem antigo. A maioria utiliza a água encanada apenas para lavar roupas e outros afazeres, que não sejam beber e cozinhar os alimentos. "Faz uns dez anos que consumimos uma água péssima e para não beber dessa água fazemos cisternas em casa e quem pode compra água mineral", reclama o comerciante Mazinho Costa.

Enquanto a solução definitiva não chega, as pessoas que não têm cisterna e nem podem adquirir diariamente água mineral, se socorrem em um poço profundo localizado a 2Km da sede, na Fazenda São Gonçalo, de propriedade do agropecuarista Getúlio Vieira.

Segundo ele, em torno de 200 pessoas pegam água do poço todos os dias e várias vezes ao dia, desde 2009, última vez que a Barragem Colina, que abastece o Município, sangrou. Desde então, as filas de pessoas com barris, baldes e tambores se acumulam no poço do seu Getúlio. Muitos chamam o cacimbão de milagroso.

"Se o cacimbão do seu Getúlio secar, não sei o que será de nós", diz o jovem Edgleison Oliveira, que vai de moto pegar água para a sua casa e de sua mãe. A água da Barragem Colina apresenta de fato uma coloração esverdeada.

Atualmente, está com 43% da sua capacidade, segundo a Cagece de Crateús, responsável pela unidade de Quiterianópolis, que atribui o racionamento à quantidade e qualidade da água do reservatório. "Estamos realizando testes para democratizar a distribuição da água, com vistas a realizar a melhor distribuição possível dentro da realidade existente. A água bruta do reservatório está pouca e ruim, então há a necessidade do racionamento para ninguém ficar sem água", admite Dalmo Vasconcelos, coordenador técnico da Unbpa de Crateús. Sobre a qualidade da água distribuída no Município, o técnico tranquiliza a população. "A qualidade da água do reservatório é ruim, mas distribuímos uma água dentro dos padrões exigidos, não é contaminada, nem poluída", garante. Conforme o órgão, o sistema de abastecimento de água no Município requer ampliação para garantir um abastecimento satisfatório. "O sistema de Quiterianópolis expirou em 2001 e há um projeto novo em andamento, que ampliará o sistema existente com um horizonte de 30 anos", informa Vasconcelos. Acredita que, daqui a um ano, o sistema seja implantado e o Município ficará dependendo apenas da generosidade das quadras invernosas para a superação do problema.

Reservatórios
Segundo a Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos do Ceará (Cogerh), que gerencia 136 reservatórios no Estado, o Ceará não enfrentará este ano problemas de falta de água. "Não teremos problemas em nenhum desses reservatórios, pois estão em média com mais de 80% da capacidade de acumulação", diz o assistente da presidência da Cogerh, Igor Castro.

Esses dados revelam que a maioria da população do Estado está com água garantida até o próximo inverno. Ficam de fora, porém, segundo o órgão, cerca de 20% da população, que não é servida pelo sistema. "Há no Ceará uma população difusa, composta por pequenas comunidades que não estão dentro desse sistema e são abastecidas por pequenos açudes, poços ou cacimbas". Esse contingente sofrerá com a falta de água e necessitará da ação dos carros-pipas.

MAIS INFORMAÇÕES 
Cagece Crateús - Rua Antônio Francisco de Macedo, 170, Ipaze - (88) 3691.7882; Cogerh: Rua Adualdo Batista, 1550, Fortaleza - (85) 3218.7020


Silvania ClaudinoRepórter

domingo, 16 de janeiro de 2011

Estiagem

15/01/2011 - 07h04

Com clima oposto ao Sudeste, Nordeste tem 179 municípios em emergência por conta da seca

Carlos Madeiro
Especial para o UOL Notícias
Em Maceió

  • Imagem de satélite mostra os locais que mais sofrem com a seca no Nordeste em janeiro de 2011
    Imagem de satélite mostra os locais que mais sofrem com a seca no Nordeste em janeiro de 2011
Enquanto as fortes chuvas no Sudeste já mataram mais de 500 pessoas, o interior do Nordeste enfrenta um início de 2011 marcado pela estiagem. Levantamento feito pelo UOL Notícias nesta sexta-feira (14) aponta que 179 municípios estão em situação de emergência, homologada pela Defesa Civil Nacional, por conta da seca na região. A maioria deles está localizado na região do semiárido.
Somente este ano, 21 municípios decretaram emergência por um período de 90 dias –renováveis por igual período. De 2010 são 158 decretos ainda em validade, a maioria deles publicados em novembro.
Segundo balanço da Defesa Civil Nacional, o Ceará é o Estado com maior número de municípios: 81 ao todo. A Bahia vem em seguida, com 47, e a Paraíba tem 19. Entre os nove Estados nordestinos, apenas Alagoas, Maranhão e Rio Grande do Norte não têm município em situação de emergência por conta da seca.
Para amenizar a estiagem, medidas são tomadas em toda a região. A principal delas é coordenada pelo Exército, que fornece água por meio da Operação Pipa, com a contratação de caminhões-pipa que atendem a 600 municípios da região.

Municípios em emergência

Ceará81
Bahia47
Paraíba19
Pernambuco13
Piauí13
Sergipe6

2011 tem previsão de chuva na região

Segundo o professor de meteorologia da Universidade Federal de Alagoas e coordenador da rede EumetCast (sistema de disseminação de dados da Organização Europeia para a Exploração de Satélites Meteorológicos) no Brasil, Humberto Barbosa, apesar do grande número de municípios em emergência, a previsão de 2011 não é das piores.
“Hoje, a seca no sertão ainda é consequência do efeito do El Niño na estação chuvosa de fevereiro a maio de 2010 –o que reduziu a quantidade de chuvas no sertão. Entretanto, com a chegada do La Niña no final de 2010, que é oposto ao El Niño, trará um aumento das chuvas na estação chuvosa de 2011. Para os sertanejos, a simples menção ao La Niña é um sinal de boa noticia”, afirmou.
O excesso de chuvas em algumas áreas nordestinas (em especial zona da mata e litoral), somadas às tradicionais estiagens do sertão, fizeram com que o número de decretos de emergência e de situação de calamidade pública de municípios do Nordeste em 2010 batesse recorde e chegasse a 792.
Somente com as enchentes de junho, em Pernambuco e Alagoas, foram 26 municípios que decretaram calamidade pública e 34 ficaram em situação de emergência. No caminho inverso, no Ceará a seca causou perdas de aproximadas 50% na safra agrícola.
O professor alerta que, apesar da boa notícia, chuvas fortes podem cair nos Estados nordestinos este ano. “Ainda é cedo para prever se o La Niña neste ano terá uma força semelhante à da década de 1980. Se a potência do La Niña for de moderada a forte, como em 1985, pode trazer enchentes em junho/julho de 2011 nas regiões costeiras do Nordeste”, afirmou, ressaltando que tanto o La Niña como o El Niño são fenômenos naturais que ocorrem há milhares de anos. “Eles duram de 12 a 18 meses em média, em intervalos de dois a sete anos com diferentes intensidades.”
Segundo Barbosa, a estiagem prolongada causa graves danos à vegetação, que dificultam a sobrevivência do sertanejo durante a seca. “Observa-se a cobertura vegetal em geral decresce em resposta ao estresse hídrico. Este decréscimo é mais marcante no sertão, onde o mês de janeiro de 2011 mostra a resposta da vegetação à estação seca que é bem definida nesta região [julho a janeiro]. Esta resposta da vegetação pode ser usada como parâmetro indicativo da sazonalidade climática refletida na vegetação e como indicador de eventos climáticos extremos como El Niño”, finalizou.

domingo, 17 de outubro de 2010

Cariri sofre com a estiagem e com os incêndios na Chapada

CARIRI (16/10/2010)

Famílias sofrem com falta de água

16/10/2010 Clique para Ampliar
Longas filas nos chafarizes nesta época do ano, e sem a tão esperada "chuva do caju", agora são frequentes nas comunidades da Serra do Araripe, região sul do Ceará
FOTOS: ANTÔNIO VICELMO
Nem a tradicional "chuva do caju" veio, este ano, amenizar a estiagem vivida por famílias do Cariri

Crato. Com o prolongamento da estiagem, sem nenhum sinal de chuva, agrava-se a situação no interior. Este ano, não ocorreu nem a "chuva do caju" que, tradicionalmente, é registrada no mês de outubro, época da floração da planta. A cada dia, a água se torna mais escassa. Os barreiros da Chapada do Araripe estão secando. A população está andando quilômetros à procura de água para beber e fazer o alimento.

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais do Crato, Antonio Gama, adverte que as comunidades rurais estão sofrendo com a falta d´água. Ele lamenta a exclusão dos municípios de Crato, Juazeiro e Barbalha no programa de carros-pipas. Os trabalhadores sem terra (assalariados, parceiros, arrendatários, ocupantes) são os mais vulneráveis à seca, porque são os primeiros a serem despedidos ou a terem os acordos desfeitos. A seca, além de ser um problema climático, é uma situação que gera dificuldades sociais para as pessoas que habitam a região. Com a falta de água, torna-se difícil o desenvolvimento da agricultura e a criação de animais, analisa o presidente do sindicato. Desta forma, a seca provoca a falta de recursos econômicos, gerando fome e miséria no sertão. O sindicalista esclarece que, na verdade, não se morre mais de fome como antigamente. No entanto, "é preciso defender uma vida digna para o trabalhador rural para que ele não seja obrigado a se deslocar do campo para a cidade", complementou.

A seca, segundo os sindicalistas, deve ser analisada dentro de um contexto mais amplo, com a apresentação de soluções para resolver a má distribuição de água e as dificuldades de seu aproveitamento. "É necessário desmitificar a seca como elemento desestabilizador da economia e da vida social nordestina e como fonte de elevadas despesas para a União".

As soluções implicam a adoção de uma política oficial para a região, que respeite a realidade em que vive o nordestino, dando-lhe condições de acesso à terra e ao trabalho. "Não pode ser esquecida a questão do gerenciamento das diretrizes adotadas, diante da diversidade de órgãos que lidam com o assunto", complementa Gama.

Ecologia

A questão da seca não se resume à falta de água. No momento, um dos problemas mais graves gerados pela seca, segundo Zilcélio Ferreira, são os incêndios que estão sendo registrados na região. O fogo destrói as árvores, reduz a fertilidade do solo e a resistência das árvores ao ataque de pragas. Causa danos ambientais, redução da biodiversidade, alterações dos biótipos, facilitação dos processos erosivos e redução da proteção dos olhos d´água e nascentes. Ao fazer esta advertência, o sindicalista chama a atenção para as nascentes que jorram do pé da Serra do Araripe que, segundo afirma, está diminuindo a sua vazão, em consequência dos frequentes incêndios.

É com esta visão, sem ameaças de saques, que as lideranças rurais pretendem conviver com a seca. Esse quadro precisa ser revertido para que as famílias passem a ter uma nova forma de relacionar-se com a natureza que passa por um novo enfoque: utilizar bem os recursos naturais e assegurar as produções indispensáveis à segurança alimentar e ao desenvolvimento socioeconômico da região.

Os sindicalistas sugerem propostas para convivência com o semiárido: cisternas de placas, barragens subterrâneas e sucessivas, cultivos de produtos agroecológicos, criação de pequenos animais, utilização de energia solar e plantio de algodão orgânico. "Esse conjunto de propostas tecnológicas, aplicadas em uma metodologia de construção de conhecimento, tem mudado a vida de várias famílias nas regiões que trabalhamos", diz a nota do Sindicato de Trabalhadores Rurais.

Dignidade

"É preciso defender vida digna para o trabalhador rural, para ele não ser obrigado a fugir do campo"

Antônio Gama
Presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais do Crato

MAIS INFORMAÇÕES

Sindicato dos Trabalhadores Rurais do Crato
Rua Pedro II, 62 - Centro
(88) 3523.1623

ANTÔNIO VICELMO
REPÓRTER


segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Estiagem e Apicultura no Ceará

Apicultores recebem crédito

11/10/2010 Clique para Ampliar
A exploração do mel por agricultores familiares vem crescendo na região Centro-Sul, como alternativa de ampliação da renda 
FOTOS: HONÓRIO BARBOSA
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Conforme avaliação de técnicos, a atividade ainda requer melhoramentos no manejo, com a adoção de novas técnicas que garantirão maior produtividade das colmeias
Mesmo com os impactos da estiagem, agricultores não desistem da exploração do mel de abelha

Quixelô. Com o objetivo de ampliar e fortalecer a cadeia produtiva da agricultura familiar, neste município, a Associação dos Apicultores assinou contratos com o Banco do Brasil, beneficiando 17 produtores de mel de abelha. Será liberado um total de R$ 150 mil, por meio do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf).

Os novos produtores de mel estão motivados a começar ou ampliar a atividade produtiva. O clima entre eles é de expectativa. O presidente da Associação, Aildo Oliveira, apresentou os resultados obtidos nesses três anos de criação da entidade. Foram movimentados R$ 221 mil de recursos mobilizados na comercialização do mel e financiamento do Pronaf. "O nosso objetivo é inserir a apicultura na agricultura familiar como alternativa a outras atividades que já existem dentro do Município", disse Oliveira. "A produção de mel ainda é baixa, mas existe um grande potencial a ser explorado", aposta.

O esforço da associação é para ampliar a renda familiar. A maioria da população de Quixelô, cerca de 80%, reside na zona rural. Esse pessoal vive da agricultura famíliar, da pecuária e há potencial para o crescimento da apicultura.

Consórcio

A exploração da apicultura será em consórcio com os projetos de criação de ovinos, caprinos e com o plantio de caju. A ideia é agregar mais renda para as comunidades produtivas. "Houve uma mudança no perfil econômico das famílias associadas. Essas atividades agregadas vão oferecer mais qualidade de vida e serão realizadas com práticas de manejo com proteção ao meio ambiente", diz Oliveira.

A estratégia do grupo é capacitar, fazer o diagnóstico das áreas para saber a viabilidade e conseguir os investimentos. Tudo isso com apoio dos parceiros para obter uma boa produção e com qualidade.

Durante recente encontro, representante dos parceiros como Sebrae, Banco do Brasil e da empresa fornecedora dos equipamentos para produção ressaltaram a importância do desenvolvimento da produção de mel e do associativismo entre os produtores, capacitações, o bom manejo das colmeias, o cuidados com o meio ambiente e as formas de captação de recursos financeiros. A reunião contou com a participação de sócios da entidade, parceiros, representantes do Sebrae e o proprietário da empresa Facomel, Luiz Lucas, que vai fornecer os equipamentos para os produtores.

De acordo com o presidente da Associação dos Apicultores de Iguatu, Erasmo Leite de Souza, a exploração da apicultura, na região Centro-Sul, vem crescendo e a expectativa é de expansão da atividade nesta década. "A tendência é de aumento do número de produtores e da produtividade", frisou. "Temos comercialização garantida".

Na região, estima-se em 300 produtores. Este ano, por causa da seca, houve uma queda na produção estimada em 70%. Se o inverno tivesse sido regular, a produção esperada era de 100 toneladas. Em face dessa realidade, os apicultores estão tendo que alimentar os enxames com o próprio mel, rapadura, soja e dispor água em tanques próximos às colmeias para evitar a mortandade ou fuga das abelhas nas áreas de cultivo.

A Associação dos Apicultores de Iguatu ofereceu uma consultoria técnica para o manejo correto das colmeias nesta época de escassez de água e de flora. Para o produtor, Ernane Oliveira, os produtores vão enfrentar as dificuldades decorrentes deste ano porque a atividade não é exclusiva e há conscientização acerca da viabilidade do setor. "O ano passado foi muito bom, mas neste ano a queda de produção chega a 70%", disse. "Mesmo assim, ninguém vai abandonar". Ernane Oliveira esperava produzir 3,5 toneladas de mel, mas conseguiu apenas uma tonelada. O preço do quilo do produto para o produtor é considerado satisfatório, em torno de R$ 4,00 o quilo. Há dois anos estava em torno de R$ 2,60.

Financiamento

150 mil reais foram liberados pelo Banco do Brasil para a Associação dos Apicultores de Quixelô, por meio do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf)

MAIS INFORMAÇÕES 

Escritório do Sebrae em Iguatu, Rua 21 de Abril, S/N, 
Bairro Prado, (88) 3561. 1864
Fecap: (85) 3583.3436

ATIVIDADE EM EXPANSÃO

Setor favorece preservação ambiental

O mercado externo é favorável ao mel produzido no Ceará, Estado com vegetação propícia ao manejo

Iguatu. Além de um mercado favorável e promissor, a apicultura é uma atividade que contribui muito para a preservação ambiental. Nesta próxima década, o setor deve crescer ainda mais, no Ceará. Essa é a expectativa dos produtores. Embora, neste ano, os apicultores enfrentem um quadro de adversidade, por causa da estiagem. Somente em Iguatu há cerca de 100 produtores e a tendência é de crescimento do número de colméias e expansão da atividade.

O consultor técnico em apicultura, Francisco Luís Donde Neto, observou que a atividade ainda necessita de avanços e de implantação de modernas técnicas de manejo, além de melhor organização e articulação dos apicultores. "Muito progresso já houve, mas temos muito caminho a ser conquistado", disse. Ele considera o cenário mundial favorável e estima que a atividade tenha mais força na região. "Nos últimos dez anos, houve um crescimento expressivo".

Em março passado, cerca de 500 apicultores, de 30 municípios do Ceará, estiveram reunidos em Quixadá, para discutir estratégias de crescimento e fortalecimento do setor. O evento foi promovido pela Confederação Brasileira de Apicultura (CBA) e Federação Cearense de Apicultura (Fecap).

O encontro serviu para conscientizar os apicultores sobre a necessidade de organização e da viabilidade de expansão do mercado apícola. A meta da Fecap é duplicar a exportação de mel de abelha. Segundo números da associação, em 2009, foram vendidas 26 mil toneladas. O Ceará atingiu a segunda colocação. Perdeu apenas para o Estado de São Paulo.

Os produtores sabem da importância do setor e vêm adotando práticas corretas de manejo, retirada do produto das colméias e armazenamento. Uma característica da produção regional é o trabalho associativo. A matéria-prima apícola é exportada principalmente para a Europa e Estados Unidos.

O Ceará é favorável ao desenvolvimento da atividade graças à vegetação peculiar do Nordeste, a Caatinga. O diretor de comunicação da Fecap, Paulo Airton de Macedo, disse que o reflorestamento de matas nativas é fundamental para o desenvolvimento da atividade. Macedo citou como exemplo o modelo desenvolvido em Parambu, nos Inhamuns, os apicultores também cultivam mudas nativas.

O associativismo é o melhor caminho para os pequenos produtores, característicos da agricultura familiar. O grupo unido dispõe de mais facilidade para obter financiamento do Pronaf para investimento no setor, conquistar melhores preços e mercado na venda do mel.

O presidente da Fecap, Francisco Teixeira Filho, ressaltou a necessidade de mais investimentos na apicultura, por parte do governo, melhor assistência técnica e estruturação para extração do mel. "Precisamos nos organizar ainda mais", disse Chico Filho. "Estamos diante de um mercado promissor". O presidente da Associação dos Apicultores de Quixelô, Aildo Oliveira, defende que a atividade deva ser fortalecida com os produtores da agricultura familiar para ampliar a renda no campo e ajudar a fortalecer as famílias no sertão. Destacou a característica de não exclusividade da apicultura. "É uma atividade que dá lucro e é explorada com outras", frisou. Na região Centro-Sul, Acopiara é um dos municípios que vem se destacando na produção apícola.

HONÓRIO BARBOSA
REPÓRTER