meio ambiente
Agricultor familiar faz cultivo protegido com energia solar
Publicado em 13 de novembro de 2011
Com o filho, Clésio da Silva, o produtor Antônio Aroldo Muniz da Silva dá exemplo de como conviver com o semiárido nordestino
FOTOS: ANTÔNIO CARLOS ALVES
FOTOS: ANTÔNIO CARLOS ALVES
No pomar do agricultor familiar de Itatira estão plantadas, fora da estufa, verduras como tomate, pimentão, beterraba e cenoura, e frutas como goiaba e melancia
Antônio Aroldo Muniz da Silva inova nos Sertões de Canindé com a produção de alimentos orgânicos
Itatira Um agricultor residente na zona rural deste Município, a 216 quilômetros de Fortaleza, localizado no semiárido Nordestino, está dando bom exemplo de como conviver com a falta de chuvas e preservar o meio ambiente. Antônio Aroldo Muniz da Silva, de 49 anos, conhecido no meio rural por "Chico Dôra", morador de Poço da Pedra, que fica a 30 quilômetros da sede do Município, ao lado da CE-366, não esconde a sua alegria de ser o único do Estado do Ceará a produzir alimentos orgânicos que estão sendo utilizados no cardápio da merenda escolar de Itatira.
Energia solar
Tudo começou depois que o Governo do Estado implantou um estufa de 98 metros quadrados para o plantio de 867 pés de tomate e 40 pés de pimentão, para uma experiência. Segundo o agricultor familiar, o projeto faz parte do Fundo de Combate a Pobreza (Fecop) e funciona por meio de energia solar.
A instalação veio da Secretaria de Desenvolvimento Agrário (SDA). De início, o projeto atenderia 25 famílias, mas ninguém acreditou no sucesso e tudo ficou nas mãos de seu Chico Dôra, como é conhecido na região, e de seu filho, Antônio Clésio Sousa da Silva, de 23 anos. Foram investidos R$ 26 mil. Além da estufa, existem na horta um tanque de 50 mil litros de água, um cacimbão no leito do Rio São Joaquim e a produção de energia solar por meio de nove placas instaladas ao lado da área de produção.
No pomar do agricultor familiar estão plantados fora da estufa tomate, pimentão, beterraba, cenoura, alface, cheiro verde, goiaba, jerimum, melancia, pimenta de cheiro, quiabo, macaxeira, batata doce, melão verde, pepino, entre outros cultivares.
Permanente
A água permanente, que corre por gravidade, ajuda na produtividade. A renda de produção familiar de Chico Dôra gira em torno de R$ 1.542,34. Além de vender para a Prefeitura, a produção também é comercializada entre as famílias que moram na área. "Minha intenção é ampliar o programa de convivência com a seca. Estou vivendo uma experiência muito boa na minha vida, com essa modalidade de trabalho produtivo sem agrotóxicos", disse o agricultor familiar.
A horta oferece uma série de vantagens. Os produtos são orgânicos, sem veneno e, ainda, ajudam a preservar o meio ambiente. Chico Dôra cria galinhas que se alimentam dos restos de verduras que passam pelo processo de qualidade.
O próximo passo, segundo ele, é a implantação de colmeias para a criação de abelhas Jandaíra, porque elas aproveitariam a flora do maracujá, da goiaba e de outros cultivos naturais para a produção do mel.
Orgânico
Para os técnicos da Ematerce de Itatira, o objetivo é favorecer o plantio orgânico, protegendo as plantas de pragas e doenças, além de incrementar a produção sem agrotóxicos. "Sempre incentivamos a agricultura familiar. Esse projeto do Governo do Estado, graças à força do nosso sertanejo, está dando certo. Está gerando emprego e renda para esse produtor que sempre acreditou na agricultura familiar", observa o prefeito da cidade Zé Dival.
Os resultados positivos que estão sendo alcançados na localidade de Poço da Pedra, com o projeto do cultivo protegido e solar, é uma iniciativa da Empresa Brasileira de Assistência Técnica e Extensão Rural (Ematerce), Secretaria de Desenvolvimento Agrário (SDA), em parceria com a Coordenadoria de Desenvolvimento da Agricultura Familiar do Instituto Agropolos.
Comunitária
Na visão do presidente do Instituto Agropolos do Ceará, Celso Crisóstomo, o projeto de cultivo protegido e energia solar funciona com uma mão-de-obra totalmente comunitária, que busca aproveitar a energia solar para plantação de hortaliças orgânicas. "Essa produção é vendida facilmente, porque hoje a nova realidade do campo já traz a consciência de que se faz necessário o consumo de produtos sem a presença de produtos que tragam prejuízos a saúde humana", ressalta Celso Crisóstomo.
Ele defende e assegura que o cultivo protegido é uma das alternativas de maior viabilidade técnica e econômica para aumentar a produtividade de hortaliças e reduzir a aplicação de defensivos agrícolas.
"Os resultados do cultivo protegido e energia solar em Poço da Pedra em Itatira, onde apenas um agricultor cuida de tudo, mostram que é possível a instalação dessa modalidade em outras áreas dos Sertões de Canindé. Tudo passa pela geração de renda, preservação do meio ambiente e o consumo de alimentos saborosos na mesa da população", destaca Celso.
MAIS INFORMAÇÕES
Instituto Agropolos do Estado do Ceará
Rua: Barão de Aratanha - 1450
Telefone: (85) 3101.1670
AGRICULTURA FAMILIARProdutos vão ganhar selo de qualidade
O Governo do Estado anunciou a criação do "Selo Agricultura 100% Familiar", certificando os produtos familiares
Canindé Para valorizar a agricultura familiar e ampliar seus espaços de comercialização e facilitar sua identificação, o presidente do Instituto Agropolos do Ceará, Celso Crisóstomo, anunciou que o governador do Estado do Ceará, Cid Gomes, lançou o "Selo Agricultura 100% Familiar".
De acordo com ele, o selo certifica que o produto foi feito por agricultores familiares do Ceará. Uma vantagem para os produtor que tem uma certificação garantida pelo Governo do Estado é para o consumidor que identifica os produtos locais com mais facilidade.
Critérios
Entretanto, para obter o selo, é necessário passar por alguns critérios. É preciso ter a declaração de aptidão ao Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf). DAP física ou jurídica que comprova que a unidade é de produção familiar.
Outro é que os produtos devem atender às exigências de qualidade de mercado, sendo processados e beneficiados segundo normas e orientações que garantam a higiene e a padronização dos produtos.
Padronização
A embalagem também deve ser padronizada e ter um rótulo com informações básicas, identificação do produto, composição, peso líquido, validade, presença ou não de glúten, fabricante ou responsável técnico, endereço do local da produção e, ainda, contato.
Terão prioridade os agricultores familiares que têm acompanhamento de Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater) com regularidade, os que estão ligados a uma organização social (cooperativa ou associação) e, também, os que adotam técnicas que ajudam a preservar o meio ambiente.
Como obter o selo
O agricultor deve procurar uma unidade do Instituto Agropolos do Ceará, um escritório da Ematerce ou o Sindicato dos Trabalhadores Rurais em sua região para preencher uma ficha de cadastro. Nesta ficha, o agricultor informa se recebe Assistência Técnica e Extensão Rural de alguma dessas entidades relacionadas. Se recebe, um técnico dessa instituição que trabalha com ele já está credenciado para avaliar a concessão do selo e analisar o pedido. Se o agricultor não recebe assistência técnica, deve indicar qual a entidade que deseja que o avalie.
O técnico credenciado visita a unidade de produção do agricultor, analisa a solicitação e emite um parecer. Quando o parecer positivo é confirmado pela Comissão Gestora do selo, o agricultor recebe um certificado e os selos. O certificado terá validade por dois anos e deve ser renovado depois desse período. Caso o pedido seja negado, as razões de recusa são informadas ao agricultor. Ele pode tentar o cadastro para receber o selo novamente quando corrigir as falhas com a ajuda de entidades de assistência técnica.
Fique por dentro Cesta de produtos
A qualidade dos produtos orgânicos é indiscutível. Por não ser cultivado com agrotóxicos, mas de forma bem natural, é muito mais saudável para o consumidor. No entanto, os preços podem ser um pouco mais caros, mas vale à pena. Confira tabela de preços dos produtos orgânicos em Itatira: tomate: R$ 2,00 o quilo; beterraba: R$ 1,95 o quilo; Cenoura: R$ 1,75 o quilo; maracujá: R$ 0,30 a unidade; goiaba: R$ 2,90 o quilo; macaxeira: R$ 1,50 o quilo; jerimum: R$ 0,70 o quilo; Melancia: R$ 0,70 o quilo; pepino: R$ 1,00 a unidade; melão verde: R$ 2,00 o quilo; pimentão: R$ 0,30 a unidade; alface: R$ 0,80 o molho; cheiro verde: R$ 0, 30 o molhe; quiabo: R$ 2,10 o quilo. Todos os produtos são colhidos pela manhã para evitar que percam o seu paladar.
Antônio Carlos AlvesColaborador
Itatira Um agricultor residente na zona rural deste Município, a 216 quilômetros de Fortaleza, localizado no semiárido Nordestino, está dando bom exemplo de como conviver com a falta de chuvas e preservar o meio ambiente. Antônio Aroldo Muniz da Silva, de 49 anos, conhecido no meio rural por "Chico Dôra", morador de Poço da Pedra, que fica a 30 quilômetros da sede do Município, ao lado da CE-366, não esconde a sua alegria de ser o único do Estado do Ceará a produzir alimentos orgânicos que estão sendo utilizados no cardápio da merenda escolar de Itatira.
Energia solar
Tudo começou depois que o Governo do Estado implantou um estufa de 98 metros quadrados para o plantio de 867 pés de tomate e 40 pés de pimentão, para uma experiência. Segundo o agricultor familiar, o projeto faz parte do Fundo de Combate a Pobreza (Fecop) e funciona por meio de energia solar.
A instalação veio da Secretaria de Desenvolvimento Agrário (SDA). De início, o projeto atenderia 25 famílias, mas ninguém acreditou no sucesso e tudo ficou nas mãos de seu Chico Dôra, como é conhecido na região, e de seu filho, Antônio Clésio Sousa da Silva, de 23 anos. Foram investidos R$ 26 mil. Além da estufa, existem na horta um tanque de 50 mil litros de água, um cacimbão no leito do Rio São Joaquim e a produção de energia solar por meio de nove placas instaladas ao lado da área de produção.
No pomar do agricultor familiar estão plantados fora da estufa tomate, pimentão, beterraba, cenoura, alface, cheiro verde, goiaba, jerimum, melancia, pimenta de cheiro, quiabo, macaxeira, batata doce, melão verde, pepino, entre outros cultivares.
Permanente
A água permanente, que corre por gravidade, ajuda na produtividade. A renda de produção familiar de Chico Dôra gira em torno de R$ 1.542,34. Além de vender para a Prefeitura, a produção também é comercializada entre as famílias que moram na área. "Minha intenção é ampliar o programa de convivência com a seca. Estou vivendo uma experiência muito boa na minha vida, com essa modalidade de trabalho produtivo sem agrotóxicos", disse o agricultor familiar.
A horta oferece uma série de vantagens. Os produtos são orgânicos, sem veneno e, ainda, ajudam a preservar o meio ambiente. Chico Dôra cria galinhas que se alimentam dos restos de verduras que passam pelo processo de qualidade.
O próximo passo, segundo ele, é a implantação de colmeias para a criação de abelhas Jandaíra, porque elas aproveitariam a flora do maracujá, da goiaba e de outros cultivos naturais para a produção do mel.
Orgânico
Para os técnicos da Ematerce de Itatira, o objetivo é favorecer o plantio orgânico, protegendo as plantas de pragas e doenças, além de incrementar a produção sem agrotóxicos. "Sempre incentivamos a agricultura familiar. Esse projeto do Governo do Estado, graças à força do nosso sertanejo, está dando certo. Está gerando emprego e renda para esse produtor que sempre acreditou na agricultura familiar", observa o prefeito da cidade Zé Dival.
Os resultados positivos que estão sendo alcançados na localidade de Poço da Pedra, com o projeto do cultivo protegido e solar, é uma iniciativa da Empresa Brasileira de Assistência Técnica e Extensão Rural (Ematerce), Secretaria de Desenvolvimento Agrário (SDA), em parceria com a Coordenadoria de Desenvolvimento da Agricultura Familiar do Instituto Agropolos.
Comunitária
Na visão do presidente do Instituto Agropolos do Ceará, Celso Crisóstomo, o projeto de cultivo protegido e energia solar funciona com uma mão-de-obra totalmente comunitária, que busca aproveitar a energia solar para plantação de hortaliças orgânicas. "Essa produção é vendida facilmente, porque hoje a nova realidade do campo já traz a consciência de que se faz necessário o consumo de produtos sem a presença de produtos que tragam prejuízos a saúde humana", ressalta Celso Crisóstomo.
Ele defende e assegura que o cultivo protegido é uma das alternativas de maior viabilidade técnica e econômica para aumentar a produtividade de hortaliças e reduzir a aplicação de defensivos agrícolas.
"Os resultados do cultivo protegido e energia solar em Poço da Pedra em Itatira, onde apenas um agricultor cuida de tudo, mostram que é possível a instalação dessa modalidade em outras áreas dos Sertões de Canindé. Tudo passa pela geração de renda, preservação do meio ambiente e o consumo de alimentos saborosos na mesa da população", destaca Celso.
MAIS INFORMAÇÕES
Instituto Agropolos do Estado do Ceará
Rua: Barão de Aratanha - 1450
Telefone: (85) 3101.1670
AGRICULTURA FAMILIARProdutos vão ganhar selo de qualidade
O Governo do Estado anunciou a criação do "Selo Agricultura 100% Familiar", certificando os produtos familiares
Canindé Para valorizar a agricultura familiar e ampliar seus espaços de comercialização e facilitar sua identificação, o presidente do Instituto Agropolos do Ceará, Celso Crisóstomo, anunciou que o governador do Estado do Ceará, Cid Gomes, lançou o "Selo Agricultura 100% Familiar".
De acordo com ele, o selo certifica que o produto foi feito por agricultores familiares do Ceará. Uma vantagem para os produtor que tem uma certificação garantida pelo Governo do Estado é para o consumidor que identifica os produtos locais com mais facilidade.
Critérios
Entretanto, para obter o selo, é necessário passar por alguns critérios. É preciso ter a declaração de aptidão ao Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf). DAP física ou jurídica que comprova que a unidade é de produção familiar.
Outro é que os produtos devem atender às exigências de qualidade de mercado, sendo processados e beneficiados segundo normas e orientações que garantam a higiene e a padronização dos produtos.
Padronização
A embalagem também deve ser padronizada e ter um rótulo com informações básicas, identificação do produto, composição, peso líquido, validade, presença ou não de glúten, fabricante ou responsável técnico, endereço do local da produção e, ainda, contato.
Terão prioridade os agricultores familiares que têm acompanhamento de Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater) com regularidade, os que estão ligados a uma organização social (cooperativa ou associação) e, também, os que adotam técnicas que ajudam a preservar o meio ambiente.
Como obter o selo
O agricultor deve procurar uma unidade do Instituto Agropolos do Ceará, um escritório da Ematerce ou o Sindicato dos Trabalhadores Rurais em sua região para preencher uma ficha de cadastro. Nesta ficha, o agricultor informa se recebe Assistência Técnica e Extensão Rural de alguma dessas entidades relacionadas. Se recebe, um técnico dessa instituição que trabalha com ele já está credenciado para avaliar a concessão do selo e analisar o pedido. Se o agricultor não recebe assistência técnica, deve indicar qual a entidade que deseja que o avalie.
O técnico credenciado visita a unidade de produção do agricultor, analisa a solicitação e emite um parecer. Quando o parecer positivo é confirmado pela Comissão Gestora do selo, o agricultor recebe um certificado e os selos. O certificado terá validade por dois anos e deve ser renovado depois desse período. Caso o pedido seja negado, as razões de recusa são informadas ao agricultor. Ele pode tentar o cadastro para receber o selo novamente quando corrigir as falhas com a ajuda de entidades de assistência técnica.
Fique por dentro Cesta de produtos
A qualidade dos produtos orgânicos é indiscutível. Por não ser cultivado com agrotóxicos, mas de forma bem natural, é muito mais saudável para o consumidor. No entanto, os preços podem ser um pouco mais caros, mas vale à pena. Confira tabela de preços dos produtos orgânicos em Itatira: tomate: R$ 2,00 o quilo; beterraba: R$ 1,95 o quilo; Cenoura: R$ 1,75 o quilo; maracujá: R$ 0,30 a unidade; goiaba: R$ 2,90 o quilo; macaxeira: R$ 1,50 o quilo; jerimum: R$ 0,70 o quilo; Melancia: R$ 0,70 o quilo; pepino: R$ 1,00 a unidade; melão verde: R$ 2,00 o quilo; pimentão: R$ 0,30 a unidade; alface: R$ 0,80 o molho; cheiro verde: R$ 0, 30 o molhe; quiabo: R$ 2,10 o quilo. Todos os produtos são colhidos pela manhã para evitar que percam o seu paladar.
Antônio Carlos AlvesColaborador
Um comentário:
EM PINDORETAMA OS AGRICULTORES ASSOCIADOS À APLAP PRATICAM A AGRICULTURA ORGÂNICA EM SUAS LAVOURAS E APENAS COM ACOMPANHAMENTO DE TÉCNICOS AGRÍCOLAS E DE ORIENTAÇÕES DE OUTROS AGRICULTORES. BOA PARTE DA PRODUÇÃO É VENDIDA PARA AS ESCOLAS, POIS A ASSOCIAÇÃO ESSE ANO FECHOU CONTRATO COM 04 MUNICÍPIOS E VÁRIOS COLÉGIOS DA REDE ESTADUAL.
TEMOS REGISTRO NO MDA E ESTAMOS PLEITEANDO O SELO ORGÂNICO.
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