SERRA,
MAR E SERTÃO
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Temos mais do que uma bruta
força
Há grandeza em nossos
espíritos
Nos levantamos em serras e
picos
Que tocam a neblina como se
fossem cabelos de uma bela moça.
Rompe-se assim no sertão
Um grito verdejante que a
dor não sufoca
Esbraveje para eles Araripe,
Baturité e Meruoca
E mostrem-se em exuberância
e emoção.
Abra teus braços Serra
Grande
E acolha meus passos
errantes
E que o canto dos pássaros
me embale
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Minha terra é como uma
mulher cativante
Onde conquisto sua parte
mais misteriosa
A libido úmida de espumas de
ondas voluptosas
Que lambem a areia desse mar
navegante.
Nasci nesse chão batido
Onde o sol feito fornalha
deixa-o rachado
Sou filho desse habitat
cinza e castigado
Onde um povo simples e
valente nunca é vencido.
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Que logo são chamados a
serem homens
Ignoram qualquer duro destino
E comem até sua própria
fome.
Crescem em meio a repetidas
secas
E a enchentes inesperadas
Vencem latifúndios de
tristes cercas
Pois sua natureza é antes de
tudo forte e obstinada.
A estrada sempre esteve
aberta
Como uma amante amarga e
certa
Que fez espalhar em todo
esse universo
Uma cearensidade em verso
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Que logo se veste de verde
Com a primeira chuva que
respinga
Matando meses de espera e de
sede.
Te conheci e te amei
E numa relação de recíproca
cumplicidade
Me elevas em serras
Me encantas em verdes mares
E me desafias em sertões.
E tinha de ser assim cheia
de contrastes
Minha mãe, amiga, mulher e
amante
Que sempre me amastes.
Fortaleza,
10 de outubro de 2011
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