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terça-feira, 12 de abril de 2011

Encontro discute Integração Regional e Meio Ambiente no Cariri Paraibano

Definido tema do Encontro dos Povos do Cariri

Integração Regional e Meio Ambiente é o tema
A temática para o Encontro dos Povos do Cariri, realizada esse ano na cidade de Taperoá, já foi definida. O tema “Integração Regional e Meio Ambiente” servirá como abordagem para nortear as ações do evento, que tem como intuito, promover o desenvolvimento da região integrando os fatores culturais, econômicos, social, institucional e ambiental dos povos da região, pelos caminhos da cooperação, inovação e empreendedorismo.
O Encontro realizado bianualmente, reforça a ideia de fomentar o protagonismo daquele território, tornando-o um espaço de planejamento e fomento de políticas públicas, que impulsione oportunidades de negócios diversos e, acima de tudo, se constitua num referencial de valorização dos saberes e fazeres dos povos do Cariri.
Com caráter itinerante, este ano o Encontro será realizado entre os dias 03 e 06 de novembro, na cidade de Taperoá. Para o prefeito do município, Deoclécio Moura, o evento proporciona os municípios da região a atuarem de forma conjunta, resultando em melhorias de bem-estar social entre habitantes da localidade. "O tema desse ano proporciona pensarmos a questão do Desenvolvimento Sustentável de modo amplo, em medidas não só de desenvolvimento econômico, como também, em qualidade de vida, saúde, etc.", afirmou.
O Projeto do Encontro é resultado de um trabalho de articulação entre vários parceiros, tendo como Comitê Gestor o Sebreae Paraíba, Instituto Soma, Instituto Histórico e Geográfico do Cariri (IHGC), Banco do Nordeste (BNB) e a Prefeitura de Taperoá.
Para Rosa Correia, gestora do Projeto de Turismo do Sebrae Paraíba, o Encontro dos Povos do Cariri é mais que um simples evento. É o momento em que o território se autoorganiza para discutir, em quatro dias, o presente e futuro do seu povo a partir do desenvolvimento dos diversos setores e atividades econômico-sociais ali discutidos.
Fonte: Museu interativo do Semiárido

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Artigo de Suely Chacon sobre Desenvolvimento Sustentável

DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E INCLUSÃO SOCIAL: RESPONSABILIDADE DE CADA UM.(*)
Suely Salgueiro Chacon[1]

Uma sociedade só alcança o seu pleno desenvolvimento quando é capaz de eliminar todas as barreiras que dificultam o acesso aos bens e serviços básicos e que promovem a privação do ser humano. Desenvolver é um processo complexo que deve ser analisado de uma perspectiva histórica, e percebido a partir das dimensões que atestam sua sustentabilidade: social, econômica, ambiental e político-institucional. Acima de tudo, desenvolver é perceber as necessidades inerentes das pessoas em seu espaço, de conformidade com sua cultura, e tratar de garanti-las, sem agredir a natureza, que é a base de tudo, e pensando sempre nas gerações futuras.
É certo afirmar que a adoção do conceito de desenvolvimento sustentável como algo positivo e necessário revolucionou a forma de gerenciar recursos em todo o mundo. Não se concebe um governo ou uma empresa que ignore esses preceitos. E alcançar o verdadeiro desenvolvimento sustentável tornou-se uma meta incontestável.
Porém, as “cartas de intenções” de políticos, instituições, organizações e governos não têm se traduzido ainda em melhorias verdadeiras e permanentes para a grande parte da população mundial. Informações recorrentes atestam o aumento da pobreza, da fome, do desemprego, da violência e, o que é pior, da desesperança em todo mundo, especialmente para os pobres dos países chamados “em desenvolvimento”, como o Brasil. Isto significa um grande desafio para a sociedade como um todo.
Nesse ponto cabe ressaltar a importância do desenvolvimento promovido em cada estado da Federação. As iniciativas locais podem significar a diferença em relação ao ritmo de cada estado em relação ao país como um todo. Um plano de desenvolvimento sustentável para o Brasil deve partir de discussões em âmbito local, com ampla participação de diversos segmentos. Os atores que participam da discussão em cada nível devem representar a sociedade civil, o poder público, o setor produtivo e o terceiro setor. E as variáveis a serem analisadas se organizam a partir das quatro dimensões citadas, que se inter-relacionam e englobam os atores que participam do processo de desenvolvimento sustentável (econômica, social, ambiental e político-institucional). Feito essa aproximação local do conceito e de suas variáveis é possível discutir o todo necessário para alcançar o desenvolvimento sustentável em âmbito nacional.
Para além dessas premissas básicas aqui levantadas, cabe ressaltar que agir para o alcance do desenvolvimento sustentável e pela a inclusão social é responsabilidade de toda a sociedade, e de cada um de nós. É importante que tenhamos em mente que um ambiente favorável para isto no Brasil só se consolidará quando todos os que hoje podem se sentir incluídos assumirem sua responsabilidade diante das necessidades daqueles hoje excluídos e expropriados dos direitos básicos de todo ser humano.


(*) Artigo publicado em março de 2007 no jornal da AFBNB.
[1] Economista. Doutora em Desenvolvimento Sustentável e Gestão Ambiental (CDS-UnB). Presidente do Conselho Regional de Economia do Ceará. Coordenadora do curso de Economia da Universidade de Fortaleza – UNIFOR.

sábado, 27 de fevereiro de 2010

ARTIGO - Mudanças no consumo


26/02/2010 16:11:29

Está surgindo no mundo uma nova tendência de consumo. De acordo com uma pesquisa mundial divulgada no Brasil pelo Instituto Akatu no final de 2009, consumidores reconhecem as boas causas e estão cada vez mais dispostos a apoiar as marcas e empresas que as praticam, percebendo o poder que possuem para determinar as tendências do mercado. 

Uma das mudanças de valores mais significativas é que encontrar felicidade em consumir parece fazer parte do passado. Apenas 16% dos consumidores ouvidos disseram tirar satisfação em fazer compras. Em 2008, eram 25%. Entre os consumidores brasileiros, a diferença é ainda maior: 29% disseram encontrar satisfação em ir às compras em 2008, enquanto em 2009 foram apenas 14%. 

Esse cenário faz emergir um paradoxo para as empresas e para o mercado em geral: como atender as demandas de inclusão social e transformar a base do consumo no mundo? É necessária uma revolução nos processos industriais e isso inclui os aspectos relacionados ao consumo, que precisa urgentemente ser reinventado. 

E é aqui que surge minha frustração. Durante o encontro desta manhã, onde estavam presentes CEOs de grandes multinacionais como Carrefour, Henkel, Banco da Índia e HTC, ficou muito claro que as empresas não estão preparadas para enfrentar as mudanças que estão em curso no mundo hoje. 

Os grandes líderes de mercado parecem ainda ter dificuldade para entender o que está acontecendo de fato. O discurso e a prática destas empresas ainda estão baseadas em modelos ultrapassados, que vêem os custos ainda da maneira tradicional, deixando as externalidades para a sociedade. 

E mais, não são apenas os grandes líderes do setor privado que demonstram essa dificuldade. Uma manchete recente num grande jornal diário mostra que pesquisadores e jornalistas também não entenderam as oportunidades que estão surgindo a partir das transformações que estamos vivendo. O título da matéria diz: “Só estagnação econômica pode reduzir aquecimento global, diz estudo”. 

O relatório da Fundação Nova Economia (NEF, na sigla em inglês) explica que, segundo a Nasa, a agência espacial americana, a concentração máxima de gás carbônico na atmosfera para manter o aquecimento global dentro dos 2º C deveria ser de 350 ppm (partículas por milhão). E para atingir essa meta até 2050, a humanidade teria de reduzir sua intensidade de carbono na economia em 95%. 


Então, o estudo classifica essa drástica redução na intensidade de carbono na economia como "sem precedente e, provavelmente, impossível", reforçando a defesa pela estagnação econômica. 

Porém, esse é um grande equívoco. Uma análise desse tipo está claramente baseada em uma visão ultrapassada de desenvolvimento. As demandas provenientes das mudanças climáticas nos obrigam a repensar e recriar nossos modelos, com inovação e visão de futuro. É isso que estão fazendo (ou deveriam estar fazendo) os líderes mundiais reunidos nesta semana em Davos. 

É possível e imprescindível criar uma nova economia, com base em novos modelos, que incluam de fato os aspectos sociais e ambientais.


Ricardo Young
Ricardo Young, 51 anos, empresário, graduado em Administração de Empresas pela Fundação Getúlio Vargas, São Paulo, pós graduado em Administração Geral pela PDG/EXEC. Presidente do Conselho Deliberativo do Yázigi Internexus; fundador e presidente por três mandatos da Associação Brasileira de Franquias (ABF). Presidente do Instituto Ethos e do UniEthos; conselheiro das organizações Global Reporting Initiative (GRI) em Amsterdam, Holanda, Accountability, em Londres (Inglaterra) e Grupo de Zurich (Suiça) . Foi membro do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES), da Presidência da República, até dezembro de 2006.



Fonte: Carta Capital

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Brasil vai sediar conferência ambiental 20 anos depois da Eco-92

04/01/2010 - 10:46:35

Luana Lourenço, da Agência Brasil

O Brasil vai sediar em 2012 a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, já batizada de Rio+20, em referência a Eco-92, realizada no Rio de Janeiro, cidade que deve receber novamente o evento.

A conferência foi aprovada em dezembro pela Assembléia Geral das Nações Unidas. O encontro havia sido proposto em 2007 pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A ideia é avaliar e renovar os compromissos com o desenvolvimento sustentável assumidos pelos líderes mundiais na Eco-92. A Rio+20 tembém discutirá a contribuição da economia verde para o desenvolvimento sustentável e a eliminação da pobreza.

Outra tema na pauta da conferência será o debate sobre a estrutura de governança internacional na área do desenvolvimento sustentável. O modelo de consenso, que só permite decisões com a aprovação de todos os países, foi colocado em xeque na 15ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas, em Copenhague, que terminou sem acordo por divergências entre os países ricos e em desenvolvimento sobre as ações necessárias para enfrentar o aquecimento global.

(Agência Brasil)

Fonte: Mercado Ético
http://mercadoetico.terra.com.br/arquivo/brasil-vai-sediar-conferencia-ambiental-20-anos-depois-da-eco-92/?utm_source=newsletter&utm_medium=email&utm_campaign=mercado-etico-hoje

segunda-feira, 27 de julho de 2009

A revolução do slow food (comer devagar)

Paolo di Croce, secretário-geral do Slow Food International. Foto: Miren Gutiérrez/IPS

Miren Gutiérrez*
27/07/2009 - 16:39:48

A ideia de slow food (comida lenta) está na contramão daquela que postula a comida rápida, ou fast food. Hoje, além do mais, é o nome de um movimento com mais de cem mil pessoas em 132 países. Mas, o que significa na prática? A pergunta foi feita em uma entrevista exclusiva com o secretário-geral do movimento Slow Food International, o italiano Paolo di Croce, promotor de uma alimentação “boa, limpa e justa”.

IPS/IFEJ: O movimento Slow Food se apresenta como defensor da biodiversidade, mas o que tem a ver a boa cozinha, a tradição e a cultura culinária com os arrecifes de coral e as florestas tropicais?

PAOLO DI CROCE: Um tema fundamental para uma boa alimentação é a promoção do diverso. A globalização, o desaparecimento de espécies e a padronização dos mercados tendem a reduzir a diversidade. Todas as maçãs que comemos pertencem a apenas quatro das centenas de variedades que existem. Preservar a variedade dos alimentos é fundamental para o meio ambiente, a história e a cultura. O Slow Food tem muitos programas para lutar contra a extinção de espécies. Por exemplo, há um na selva amazônica para proteger a Bertholetia excelsa, uma noz que cresce em árvores de 40 metros de altura em comunidades indígenas. Procuramos criar mercados para essa noz, e assim preservar sua existência. Além disso, a perda de biodiversidade afeta a todos pessoalmente. Se continuarmos comendo atum no ritmo atual, em poucos anos não haverá mais atum. A alimentação está essencialmente unida à diversidade agrícola. Os lobos e os ursos polares não são nossa prioridade, mas temos sócios preocupados com eles, pois o fim último é preservar nossa identidade cultural e nosso ambiente, incluindo a vida silvestre. De fato, temos programas sobre música e vestimentas tradicionais, línguas indígenas.

IPS/IFEJ: Na cúpula do Grupo dos Oito (G8) países mais poderosos (Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Grã-Bretanha, Itália, Japão e Rússia), realizada este mês em L’Áquila, na Itália, falou-se em “mobilizar US$ 20 bilhões em três anos” para combater a crise alimentar. Foi dito que esse dinheiro para a crise poderia ser usado para promover a agricultura, ao contrário da ajuda tradicional. Como viu esse anúncio?

DI CROCE: Em L’Áquila debateu-se sobre biodiversidade e comprometeram mais dinheiro para a agricultura. É positivo. Não apenas os países do G-8, mas todos se dão conta do enorme risco de nada fazer para resolver a crise alimentar. Porém, é preciso ver se esse investimento é bom, limpo e justo. Temos a oportunidade de influir no uso desse dinheiro. O sistema vigente fracassou. Basta ver a quantidade de pessoas passando fome, a crise financeira, a crise da saúde nos países ricos, como obesidade, diabetes, problemas cardiovasculares. A indústria alimentícia criada por este sistema tem de mudar. Todos têm direito a alimentos bons, limpos e justos. Também é errado responder à crise alimentar com “dinheiro para a crise”. Porque este problema é resultado de décadas. A Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO) e outras organizações indicam que cada vez mais gente tem fome e desnutrição. Temos de mudar para um modelo responsável, não tapar os buracos com dinheiro para a crise.

IPS/IFEJ: Na cúpula, a Oxfam Internacional apresentou o informe “Evidência que dói: A mudança climática, as pessoas e a pobreza”, que mostra como os instáveis ciclos das estações complicam o planejamento de semeaduras e colheitas. Assim, milhões de pessoas sofrerão escassez de alimentos e deverão abandonar cultivos tradicionais, o que possivelmente derive em migrações maciças. O que pensa a respeito?

DI CROCE: A mudança climática tem enorme impacto na agricultura e nas pessoas. Populações inteiras terão de abandonar seus territórios. Com o aumento das temperaturas na Suécia e Noruega, comunidades do povo sami se deslocam seguindo as renas, que são seu sustento. As renas estão abandonando seu hábitat rumo ao norte, e os samis fazem o mesmo. Os cultivos tradicionais podem ser uma ferramenta. No México temos um projeto para promover o amaranto (Amaranthus spp.), cujo cultivo foi abandonado quando chegaram os conquistadores espanhóis. Seu valor nutricional é importante e pode crescer em áreas secas. Estamos tentando replantá-lo como alternativa ao milho, que depende muito da água.

IPS/IFEJ: O Slow Food afirma que podemos ser coprodutores, não apenas consumidores, nos informando sobre como são elaborados os alimentos e apoiando os que o fazem. Mas, produzir e consumir comida boa, limpa e justa é muito mais caro. Alguém já disse que com US$ 0,99 pode-se comprar um hambúrguer com queijo, mas não dá para comprar brócolis. Seu movimento é qualificado de elitista…

DI CROCE: É preciso analisar dois temas. Um é a porcentagem de nossa renda que dedicamos a nos alimentar. Uma pesquisa nos Estados Unidos mostra que na década de 70 as famílias gastavam cerca de 6% de sua renda em cuidados com a saúde e aproximadamente 7% com comida. Ao fazer a mesma pesquisa há pouco tempo, descobriu-se que agora as famílias gastam 15% e 10%, respectivamente. O gasto com alimentos não aumentou muito, mas o da saúde cresceu mais que o dobro. Provavelmente haja uma correlação. É preciso considerar todos os excessos de custos originados em uma dieta deficiente, o dinheiro gasto com nutricionistas e médicos. Penso que 10% da renda das famílias não é suficiente, se comparado com gastos com telefone celular. O outro é o preço real do alimento. Há muitos custos externos associados à comida rápida. Além do cuidado com a saúde, existe o custo ambiental da indústria alimentícia, que pagamos com impostos para reparar os danos que ela causa ou para financiar subsídios, e que a próxima geração continuará pagando. Os alimentos baratos são possíveis pelos subsídios, sempre e quando a sociedade pagar a conta ambiental. Em 2008, um dos produtos com vendas em crescimento na Itália foi a salada pré-lavada. Em comparação com a que você elabora comprando as verduras no mercado de seu bairro, a pré-lavada é oito vezes mais cara. E é menos sustentável, porque vem em uma embalagem plástica. Uma porção de cem gramas de batata frita “chip” custa nove vezes mais do que comprar a batata crua e fritá-la em azeite de oliva extravirgem. E ninguém pode dizer que as batatas fritas são elitistas. Por fim, está o desperdício. Na Itália, jogamos fora cerca de 22 quilos de comida por segundo. Se somarmos o que gastamos sem nos darmos conta, os custos de saúde e meio ambiente e o que desperdiçamos, o custo é insustentável. Por outro lado, você pode ter comida boa, limpa e justa sem pagar muito.

IPS/IFEJ: Convenhamos que não é exatamente uma mensagem de massa. Não se sente frustrado?

DI CROCE: Nos últimos cinco anos vi muitas mudanças. Onde quer que vá, há mais interesse. E não me refiro ao Banco Mundial, mas às pessoas comuns, essas que mudam o mundo, os “coprodutores”. O dia em que decidirmos comer alimentos frescos cultivados perto da gente, e menos carne, haverá uma revolução com essas simples decisões cotidianas. Contudo, tem de se tornar maciça. É fundamental trabalhar com outras organizações, qualquer uma que acredite ser possível comer de outra maneira. E um dia poderemos mudar o sistema.

* Miren Gutiérres é editora-chefe da IPS. Este artigo é parte de uma série produzida pela IPS (Inter Press Service) e pela IFEJ (Federação Internacional de Jornalistas Ambientais) para a Aliança de Comunicadores para o Desenvolvimento Sustentável .


Artigo produzido para o Terramérica, projeto de comunicação dos Programas das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) e para o Desenvolvimento (Pnud), realizado pela Inter Press Service (IPS) e distribuído pela Agência Envolverde.


(Envolverde/Terramérica)

Fonte: Mercado Ético

quarta-feira, 17 de junho de 2009

17 de Junho - Dia mundial de Combate à Desertificação e à Seca


Hoje é mais um desses dias que devem ser encarados como uma oportunidade de reflexão. Um lembrete mais forte de nossa responsabilidade para com o Planeta e para com nossos semelhantes. Todo dia é dia de se cuidar da natureza de modo a evitar processos de degradação. A instituição de datas que marquem um movimento de luta é uma forma de chamar atenção de todos para o que se tem feito e para o que falta fazer. Assim é com o dia mundial de combate à Desertificação e à Seca.

Para o nosso Semiárido é um dia relevante uma vez que estamos inseridos em um dos Biomas mais vulneráveis a esse processo, com várias áreas da Caatinga já atingidas pela desertificação, e inúmeras famílias ainda susceptíveis aos efeitos das secas periódicas.

No Ceará, nesse dia 17 de junho de 2009, será lançada a da ICID+18 - Segunda Conferência Internacional sobre Clima, Sustentabilidade e Desenvolvimento em Regiões Semiáridas. Em 1992, precedendo a ECO-92, foi realizada no Ceará a primeira ICID, que lançou a Declaração de Fortaleza, docuemnto que buscava encontrar ações para a paromoção do desenvolvimento sustentável nas regiões semiáridas e serviu de base para as discussões sobre o tema na ECO-92.

Veja abaixo as notícias relacionadas com a ICID+18.
Solenidade contará com a presença do governador Cid Gomes e do ministro do Meio Ambiente Carlos Minc.

A solenidade de lançamento da ICID+18 - Segunda Conferência Internacional sobre Clima, Sustentabilidade e Desenvolvimento em Regiões Semiáridas – será realizada no próximo dia 17 de junho, às 17 horas, no auditório do Palácio Iracema. O evento contará com a presença do Governador Cid Gomes e do Ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc. A ICID+18 será realizada em Fortaleza, em 2010. O evento, que acontecerá de 16 a 20 de agosto do próximo ano no Centro de Convenções, servirá de base para as discussões da Rio + 20, a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento e Meio Ambiente, que se realizará em 2012.

A iniciativa do Governo do Estado do Ceará e Ministério do Meio Ambiente é organizada pela Secretaria de Ciência, Tecnologia e Educação Superior (Secitece), Coordenação de Combate à Desertificação do Departamento de Desenvolvimento Rural Sustentável, Ministério do Meio Ambiente e Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE) e tem o apoio Banco do Nordeste, Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Banco Mundial, Embrapa, INPE – Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Rede Clima, Ministério da Ciência e Tecnologia, Universidade Federal do Ceará (UFC), Universidade de Illinois, além de outras Universidades e Centros de Pesquisa.

A ICID +18 abordará os temas “Clima: Variabilidade e Mudanças Climáticas nas Regiões Semi-Áridas”, “Vulnerabilidade e Impactos das Variações Climáticas” e “Processos de Políticas Públicas para Adaptação a Mudanças Climáticas e para o Desenvolvimento Sustentável de Regiões Semiáridas”.

A expectativa é de que pelo menos 2000 participantes, de mais de 50 países participem do evento. De acordo com Antonio Rocha Magalhães, diretor da ICID+18, “antes do evento principal, serão realizados vários eventos preparatórios, ao longo de 2009 e primeiro semestre de 2010, com vistas a gerar trabalhos e informações de natureza científica e de políticas públicas sobre regiões semiáridas de todo o mundo”.
Cid Gomes e René Barreira se reunem em Washington (EUA) com BID e Banco Mundial para discutir a realização da ICID +18.

O governador Cid Gomes se reúne nesta semana, em Washington (EUA), com diretores do Banco Interamericano do Desenvolvimento (BID) e do Banco Mundial (Bird). Na pauta das reuniões estão as operações bancárias para o Estado, projetos para recursos hídricos, inovação tecnológica e a realização da II Conferência Internacional sobre Clima, Sustentabilidade em Regiões Semi-Áridas (ICID +18). O governador retorna ao Ceará na quinta-feira (21), quando participará da avaliação do PAC, juntamente com a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, no Centro de Convenções, e da assinatura do memorando para a instalação da Companhia Siderúrgica do Pecém, no Palácio Iracema. Cid viaja acompanhado do secretário da Ciência e Tecnologia, René Barreira, e do técnico Joaquim Magalhães.

A ICID +18 será lançada no dia 17 de junho (Dia Internacional de Combate à Desertificação), em Fortaleza, com a presença do ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc. A Conferência será realizada em agosto de 2010 no Ceará. Durante um ano, cientistas, pesquisadores, entidades ambientalistas e os governos de mais de 50 países prepararão documentos e relatórios para serem debatidos durante o evento do ano que vem. O lançamento da ICID + 18 será acompanhado pela comunidade científica brasileira e internacional, além de veículos de comunicação dos cinco continentes. "A realização deste evento demonstra a preocupação mundial crescente de como as mudanças climáticas poderão afetar o desenvolvimento do semi-árido de vários países. O Ceará, por contar com grande área de semi-árido foi escolhido também por ter diversos estudos sobre este tema", afirma o governador Cid Gomes.

A ICID + 18 será o maior centro de discussões do mundo sobre o tema e acontecerá 18 anos após a sua primeira realização, também no Ceará. A ICID 92, realizada em janeiro de 1992, foi fundamental para que o tema do semiárido fosse debatido durante a ECO 92, no Rio de Janeiro. Assim como a primeira conferência, a ICID + 18 servirá como base para discussões na RIO + 20.
ICID + 18

A II Conferência Internacional sobre Clima, Sustentabilidade e Desenvolvimento em Regiões Semiáridas (ICID + 18), acontecerá na Capital do Ceará, Fortaleza, entre os dias 16 e 20 de agosto de 2010. Ela está sendo organizada pelo Governo do Estado do Ceará e pelo Ministério do Meio Ambiente e já conta com o apoio do Banco do Nordeste do Brasil, Embrapa, Universidade Federal do Ceará e Universidade de Illinois (EUA).

Os objetivos desta nova Conferência são reunir participantes do mundo inteiro para identificar e focalizar ações nos desafios e oportunidades que enfrentam as regiões áridas e semiáridas do planeta; atualizar o conhecimento sobre assuntos concernentes a regiões semi-áridas nos últimos 20 anos: aspectos ambientais e climáticos (variabilidade e mudanças), vulnerabilidades, impactos, respostas de adaptação e desenvolvimento sustentável; Explorar sinergias entre as Convenções das Nações Unidas no que concerne ao desenvolvimento de regiões semiáridas; e Gerar informações para subsidiar os governos e a sociedade com o objetivo de melhorar a sustentabilidade econômica, ambiental e social de regiões semiáridas.

Durante a ICID + 18, serão debatidos três temas principais: Clima. Variabilidade Climática Atual: secas, cheias. Cenários de Mudanças Climáticas; Vulnerabilidades e Impactos de variabilidade e mudança do clima; Políticas Públicas para adaptação a mudanças climáticas e para o desenvolvimento sustentável de regiões semi-áridas. Para embasar todo o conteúdo de debates para a ICID + 18, estão sendo encomendados cerca de 30 estudos de caso em todo o mundo para serem analisados por cientistas, pesquisadores e ambientalistas durante o evento.
A ICID 92
A primeira Conferência Internacional sobre Clima, Sustentabilidade e Desenvolvimento em Regiões Semiáridas (ICID 92) foi realizada em Fortaleza entre os dias 27 de janeiro e 1 de fevereiro de 1992. Organizado pelo Governo do Estado do Ceará em parceria com a Fundação Esquel Brasil, a conferência recebeu ainda o apoio de entidades como Banco do Nordeste do Brasil (BNB), Fundação MacArthur, Governo Holandês, Banco Mundial, Embrapa e CNPq.

A ICID 92 reuniu na época mais de 1200 pesquisadores e cientistas, que debateram sobre o semi-árido de cada região do mundo. Como resultado da Conferência, foi produzida a Declaração de Fortaleza - A busca do desenvolvimento sustentável para as regiões semi-áridas. Este documento serviu como base de discussões durante a ECO 92.

Além da Declaração de Fortaleza, a ICID 92 produziu uma série de documentos que contribuíram para o desenvolvimento de pesquisas em todos os países que contam com regiões semi-áridas. Entre estes documentos, estão os Anais da Conferência (publicados em português, espanhol, inglês e francês); o livro publicado pelo Ipea, Desenvolvimento sustentável no Nordeste; e o livro publicado pela Cambridge University Press, Climate Variability,Climate Change and Social Vulnerability in the Semi-arid Tropics.

Os representantes da ICID 92 na ECO 92, conseguiram ainda aprovar artigos dentro da Convenção de Combate à Desertificação (UNCCD). Para o Brasil, os resultados da ICID 92 culminaram na elaboração do Projeto Áridas: Uma metodologia de planejamento para o desenvolvimento sustentável do Nordeste. Uma conferência internacional sobre o tema foi realizada em 1995 em Pernambuco, que proporcionou a produção de planos de desenvolvimento sustentável para sete Estados brasileiros: Ceará, Bahia, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Norte e Rondônia (Projeto Umidas).
Fonte: http://www.sct.ce.gov.br/noticias/ceara-vai-sediar-conferencia-internacional-sobre
Para mais informações sobre desertificação no Brasil, consulte o Atlas das áreas susceptíveis à desertificação do Brasil / MMA, Secretaria de Recursos Hídricos, Universidade Federal da Paraíba; Marcos Oliveira Santana (org). Brasília: MMA, 2007. Disponível em: http://www.mma.gov.br/estruturas/sedr_desertif/_arquivos/129_08122008042625.pdf