quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

De volta ao Cariri

Depois de 40 dias longe do Cariri, retornei essa semana. E foi impossível não me encantar mais uma vez! As poucas chuvas que cairam na região já transformaram a paisagem! Da terra seca e castigada pelo sol tremendo não resta muito, pois o verde já cobriu tudo! Para quem chega agora não é possível acreditar no relato de quem estava antes. É para ficar curtindo aquele verdão e se enenbbriando com o cheiro que o vento traz, de terra ainda molhada, e mato novinho. Uma delícia! Vejam as imagens da nossa UFC, agora cercada de verde!




As fotos são do prof. Dreno Viana, da UFC, já totalmente enebriado com os ares de sua nova casa, o Cariri.



Eu embarco hoje para Portugal, para apresentar alguns trabalhos no Encontro Luso-Afro-Brasileiro de Ciências Sociais. Quando retornar conto a vocês como foi o evento, e voltamos a conversar sobre nosso Sertão e os projetos para 2009.


Abraço a todos!

Prêmio Contribuintes 2008 no Cariri Cearense

A Secretária da Fazenda do estado do Ceará entrega hoje, 29-01-09, o Prêmio Contribuintes 2008 aos empresários do Cariri que se destacaram em 2008. E o Jornal Diário do Nordeste publicou uma série de reportagens sobre a região durante a semana. Abaixo reproduzo a matéria de hoje, na qual eu ressalto que de fato a região vive um processo de franco crescimento, com potencial para o real desenvolvimento. O grande destaque é a vinda de grandes instituições de ensino e pesquisa para a região.

CONTRIBUINTES 2008

Empresários do Cariri recebem premiação

Afora o comércio e a indústria de calçados, outros setores começam dinamizar a economia da Região Sul/ CaririO Cariri, localizado ao Sul do Estado, é uma das regiões mais prósperas do Ceará. Em termos de arrecadação, só perde para as regiões Metropolitana de Fortaleza (RMF) e Norte, segundo dados da Secretaria Estadual da Fazenda (Sefaz). Ali, a principal fonte de recolhimento de tributos ainda é o comércio, mas possui uma forte indústria calçadista, além da conhecida ourivesaria, o agronegócio e o turismo religioso. “Hoje se agregam a essas atividades a construção civil, cada vez mais dinâmica, e o setor de educação, com várias instituições de ensino superior privadas, além das públicas”, avalia a professora Suely Salgueiro Chacon, coordenadora do Centro de Pesquisa e Pós-graduação do Semi-Árido (CPPS).
A economista lembra que a política de incentivos fiscais do Estado, iniciada na década de 1990, beneficiou a região caririense. “Incentivou a vinda de novas empresas, especialmente indústrias que reforçaram o setor calçadista, que hoje gera quase nove mil empregos diretos, e garante que o Ceará seja o terceiro maior produtor de calçados no Brasil”, comenta Suely Chacon. Como principal tributo estadual, o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) foi decisivo para a região.
Por seu desempenho no recolhimento do ICMS, empresas e empresários cidadãos da Região Sul/Cariri serão agraciados hoje com o Prêmio Contribuintes Ceará 2008. A solenidade de entrega dos troféus acontece a partir das 20h, no Crato Tênis Clube, na cidade do Crato. A premiação é uma iniciativa do Governo do Estado, por meio da Sefaz, em parceria com o Sistema Verdes Mares de Comunicação.Em sua segunda edição, o Prêmio Contribuintes será entregue a 18 empresas da região Sul/Cariri, além de cinco micro e pequenas empresas e três entidades filantrópicas. O projeto — que ampliou o número de premiados — conta com patrocínio da Coelce, Bradesco, M.Dias Branco, Banco do Nordeste, Petrobras e OI.
Desenvolvimento
Apenas o atual perfil industrial do Cariri não seria suficiente para afirmar que aquela é uma região em desenvolvimento. Suely Chacon lembra que outros fatores são essenciais para se garantir que o crescimento econômico gere desenvolvimento e que este seja sustentável. “Hoje a região se apresenta como um pólo gerador de conhecimento em franca expansão”, argumenta. Para a economista, “a instalação de várias instituições de ensino superior vem transformando a região de forma radical”, o que acaba gerando expectativas de melhoria da qualidade de vida.“O simples fato de criar o acesso ao ensino superior no local de origem das pessoas já é garantia de transformação”, ressalta Suely.

Jornal Diário do Nordeste - Caderno Negócios - Fortaleza-CE, 29-01-09 (http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=610416)

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

SOMOS CAPAZES DE PROMOVER MUDANÇAS?


A posse de Obama

Ontem, 20-01-09, escrevi algumas observações sobre a posse de Barack Obama como presidente dos E.U.A. Acredito que esse é de fato um momento histórico, que traz a possibilidade de grandes mudanças que afetarão não apenas aquele país, mas todos nós. Assim, resolvi postar esse texto aqui, para que possamos refletir juntos sobre esse momento.

Para mim foi impossível conter a emoção ao acompanhar os detalhes da posse de Barack Obama. Por mais que a razão e os conhecimentos profissionais insistam em lembrar à minha emoção que a festa de hoje não reflete tudo que está por vir, eu confesso que me dei o direito de observar esse evento, que é histórico, apenas com os olhos de um ser humano que vislumbra a oportunidade de nossa espécie se irmanar, compreendendo que cor, raça ou religião não determina caráter ou capacidade intelectual.
Todo esse momento está carregado de um forte simbolismo que não pode ser ignorado. Pelo contrário, antes de criticarmos um ou outro gesto exagerado do novo Presidente durante os dias de festejo, ou duvidar de sua capacidade de lidar com os enormes desafios que o aguardam, acredito que vale a pena fazer uma leitura dos seus gestos até aqui e, especialmente, dos gestos do povo em todo o mundo, não apenas nos Estados Unidos, relacionados com esse momento.
Aproveito então esse espaço no nosso Blog para comentar algumas imagens e palavras que ficaram mais marcantes para mim. Vale como registro para que possamos avaliar no futuro se toda a esperança de agora irá resultar em uma real transformação. Para mim o entendimento das diversas crises que vivemos passa pela análise da forma de se relacionar da homem com os seus semelhantes e com a natureza. Considerando isso, creio que a posse como presidente desse homem que parece tão maravilhosamente diferente é sim um marco na história da humanidade.
Quer queiramos ou não, ele comandará o país que ainda é o mais poderoso, e que pode definir nosso destino. Não dá para ignorar isso, ou fazer de conta que não nos afeta. Proponho assim que possamos olhar para esse momento a partir da perspectiva da mudança, e da responsabilidade. E possamos, ao refletir sobre ela, dar mais um passo para compreendermos como cada um pode ser capaz, em seu espaço, de promover transformações reais na condição de vida de nossos semelhantes e de nosso Planeta. Vou dividir por tópicos minhas observações (coisa de professora...), e tentarei não me alongar muito. Acrescento umas imagens que falam por si.




Barack Obama - americano, negro, de origem africana, de família muçulmana, rico, articulado - o retrato da esperança em 2009.



“Yes, we can!” “Change!”

“Sim, nós podemos!” “Mudança!” A frase e a palavra foram usadas por Obama em sua campanha para presidente. Foram muito bem escolhidas, mas nem sei se os marqueteiros tinham noção do significado que essa frase pode ter. Contudo, acredito que o próprio Obama percebe a proposta inserida nessas palavras, e em seus discursos até aqui.
Ele não quer ser unanimidade, ele não está negando o modo de vida de seu povo, e não pretende desistir de seus valores e aceitar simplesmente o que não acha correto. Mas ele assume a responsabilidade de ouvir, de dialogar, de buscar novos caminhos que não passem por armas e guerras.
Resta saber se ele conseguirá ser hábil o suficiente para aproveitar o voto de confiança que até os inimigos declarados lhe dão nesse momento.




Os excessos da posse...

Para que ninguém diga que eu não percebi os excessos, admito que achei desnecessária viagem de trem e o serviço voluntário no dia de Martin Luter King. Sabemos que esses gestos são parte de todo o ritual simbólico que envolve esse momento, e que não se repetirão, uma vez que esse homem não mais terá a liberdade de escolher o que quer fazer. Mas são “licenças poéticas” que podemos aceitar. Afinal ninguém é de ferro e todo mundo precisa sonhar sim!


Esperança, orgulho, auto-estima renovada

E sonhar é o que essas senhoras da fotografia abaixo podem se permitir nesse momento. Não há imagem mais representativa do quanto se espera de Obama nesse momento, e do quanto a sua posse representa a renovação da esperança, do orgulho de cada cidadão, não apenas de seu país, mas de todo um mundo que sofre com tantos conflitos e tantas dores vindas da incompreensão. O orgulho de ser humano! Antes de ser negro, branco, americano, africano ou brasileiro, somos seres humanos! E pelo menos nesse momento de festa e esperança temos orgulhos disso, temos nossa auto-estima renovada, temos a chance de nos vermos, nos encontrarmos.



Mary K. Jones (à direita), 78 anos, e Ella Crawford, 73, assistem a cerimônia de posse de Obama (Foto de Paul Sancya/AP - UOL noticias)


A nova imagem do homem-instituição, que não se envergonha de demonstrar suas origens, seus sentimentos, que é jovem e ainda sorrir...

A história de vida de Obama, e seus gestos não apenas durante a posse, mas em toda a sua vida política, denotam que este não é um homem comum. No meu entender é a coragem de assumir quem é, com todas as contradições inerentes a qualquer ser humano e, em especial a um homem que traz em si a síntese de uma mistura de raças impresionante.

Um coisa me chamou atenção: seu comportamento com a mulher, Michelle. Ele não tem o menor pudor de demonstrar quanto a ama. E esse amor se reflete no sorriso fácil de suas filhas. É uma relação de respeito. E isso não se inventa da noite para o dia.

Buscando mais sobre suas origens, a figura de sua mãe se ressalta. A mãe de Obama, Stanley Ann Dunham Soetoro, que morreu em 1995, parece ser um dos principais pilares do político que surpreendeu o mundo ao se tornar o 44o. Presidente dos Estados Unidos.

Mulher de perfil pouco convencional, criou o filho sozinha desde que ele tinha 2 anos - e foi, segundo o jornal O New York Times de 14-03-08, quem mais formou a personalidade de Obama. No Havai, em 1960, Stanley Ann casou-se com um colega de faculdade, Barack Obama, o 1o estudante africano da Universidade. Naquela época os casamentos interraciais eram raros. Os pais de Obama se separam logo, pois seu pai optou pelo doutorado em Economia, e depois retornou ao Quenia. A mãe, mais uma vez quebrou os padrões e casou-se pela 2a vez com um estudante da Indonesia. Mudou-se para o país do marido com o filho pequeno, trabalhou lá para a Ford Foundation, foi consultora da Agency for International Development, liderou iniciativas de trabalho feminino e ajudou a levar microcredito para os pobres. "Muitos dos amigos dela vêem o seu legado em Obama", diz o NYT, "em sua auto-confiança e motivação, em sua capacidade de construir ligações entre mundos separados e por parecer estar à vontade ao lado de mulheres fortes".



Na foto acima vê-se Obama ainda menino no colo da mãe.

O pai, que morreu em 1982, Barack Hussein Obama.





A mãe de Obama durante seu trabalho na Indonésia.



A família de Obama na Inodésia, a mãe, a irmã, e o padrasto.

Maya Soetoro (no alto, à direita), irmã de Obama, filha do segundo casamento da mãe. E as filhas do novo presidente, Malia (à esquerda) e Sasha, acompanham a cerimônia de posse (Jae C. Hong/AP Photo)



Barack beija o rosto da mulher Michelle (Timothy A. Clary/AFP)



Obama e Michelle saem da limusine e fazem a pé parte do trajeto do Capitólio até a Casa Branca, na avenida Pennsylvania (Foto: Jae Hong/AP)


Obama discursa ao lado da mulher Michelle: "Agora, se me dão licença, vou dançar com essa mulher que faz tudo o que eu faço, mas com saltos e de trás pra frente. Ela não está linda? É o amor da minha vida", disparou. (AFP)




Barack Obama faz o gesto havaiano chamado de "hang loose", no começo da caminhada em direção à Casa Branca (Pablo Martinez Monsivais/AP)

A realidade dura amenizada pelas cores da alegria, do inusitado fato

Crianças de Kibera, um dos bairros mais pobres de Nairóbi, no Quênia, dançam em volta de fogueira para comemorar a posse de Obama, que é filho de um queniano (Foto: Yasuyoshi Chiba/AFP - UOL Noticias)

Em Nairóbi, Quênia, bar anuncia que irá colocar uma televisão para exibir a cerimônia de posse de Obama. (Foto: Stephen Morrison/EFE - UOL Noticias)


As cores da diversidade

Quando digo que Obama é diferente, quero realçar o que ele representa. ou seja a real chance de provocar uma mudança nas relações humanas pelo mundo.
E é a consciência que é a diferença que nos faz seres individualmente únicos e especiais que pode mostrar a força da união de todos em torno do objetivo de promover o bem comum. Somos parte de uma só espécie! O respeito à diversidade que existe no seio dessa espécie é assim condição essencial para a mudança.
Com Obama, a diversidade se impõe a todos, mesmo aqueles que gostariam de ignorar que mesmo diferentes somos iguais.
As heranças da África, que também partilhamos no nosso Brasil, acenam para todos sem vergonha de mostrar suas cores vivas, vibrantes, cores da mudança...
Mais uma vez é a mulher, Michelle, que representa com força essas cores. O vestido, o sorriso, a leveza e a segurança de uma pessoa que venceu preconceitos.
São também os parentes da África, a avó postiça com seu turbante e o sorrisão tranqüilo. Os guerreiros Massai que se divertem com o assédio dos turistas no Kênia...
E são ainda os rapazes brancos que se beijam sem receio no meio da multidão que comemora a posse de Obama...


Kezia Obama, avó postiça de Barack, que vive no Quênia, é cumprimentada por Michelle no Capitólio (Paul J. Richards/AFP)



Em Kogela, no Quênia, vilarejo onde nasceu o pai de Obama, turistas e nativos dançam para comemorar a posse de Obama. (EFE)




No National Mall, rapazes se beijam durante cerimônia de posse (Foto: Eric Risberg/AP)


Euforia Coletiva

Toda festa é simbólica. É um ritual. E nessa festa em especial, a sensação de euforia é coletiva. Todos se confraternizam ao redor do mundo. Do jeito que lhes for possível.
Até os mais excluídos querem participar desse momento. Se não tem TV vão às lojas e aproveitam as imagens nas vitrines. Se não há lojas, vale ouvir no radinho de pilha.
Seja na África ou enfrentando as temperaturas geladas de Washington, todos querem sentir que fizeram parte desse momento.



Quenianos se empolgam ao assistirem posse de Obama (Sayyid Azim/AP)





Nas fotos acima, duas imagnes da multidão em volta do espelho d'água no National Mall por conta do ''Nós somos um: celebração da abertura inaugural no Memorial de Lincoln'', em Washington. (Fotos: Carolyn Kaster/AP e Kim Ludbrook/EFE - UOL Noticias)

Mais: http://noticias.uol.com.br/ultnot/multi/2009/01/21/04023164D4C15326.jhtm?washington-vive-euforia-coletiva-com-posse-de-obama-04023164D4C15326



O peso do compromisso

E Obama, como se sentiu naqueles momentos? O peso que o cargo traz não é apenas relativo às obrigações comuns aos dirigentes de grandes nações, mas é, acima de tudo, relativo ao compromisso que esse homem assumiu publicamente de fazer a diferença.

Todos comentaram que o Presidente gaguejou ao pronunciar o juramento na cerimônia de posse. Ainda bem! Ele é humano! E é isso que faz dele alguém que pode nos ajudar a melhorar.



Ao assinar seu primeiro ato, o novo presidente deve ter sentido de forma clara o tamanho da responsabilidade que assumia naquele momento. Os olhares daqueles que o cercavam devem ter surtido um efeito devastador, pois sua expressão seguinte pareceu-me com a de um menino assustado que se viu de repente cercado por adultos que esperavam que ele começasse um show excepcional, ou coisa parecida.



O discurso

Forte e cheio de significados. Como tinha de ser. Assumindo compromissos, mas não prometendo milagres. E deixando claro que pretende dialogar. Contudo, diálogo significa disposição dos dois lados.



Para ouvir o discurso na íntegra: http://noticias.uol.com.br/ultnot/multi/assistir.jhtm?media=veja-o-discurso-de-posse-de-obama-04023072CCC15326


Poder para mudar

É relevante o apoio que o novo Presidente consegue angariar nesse primeiro momento. O antigo rival republicando ajudou a garantir que a indicação de Hillary Clinton para Secretária de Estado fosse aprovada pelo Congresso. E os dois, Obama e Hillary, têm agora a chance de fazer a mudança de fato.



Por todo o mundo, não apenas nos Estados Unidos, existem questões urgentes que precisam de solução. E a força decisória dos americanos pode ser decisiva em muitos casos.


Na foto acima uma criança anda por um centro de doação de alimentos em Chirumanzi, no Zimbábue. Cinco milhões de zimbabuanos, ou 40% da população, sobrevivem com doações de alimentos. O Banco da Reserva do Zimbábue (banco central) colocou em circulação cédulas de até 100 trilhões de dólares zimbabuanos, em um país onde a inflação fez com que a moeda local perdesse seu valor (Foto: Philimon Bulawayo/Reuters - UOL Noticias) Mais



O meio ambiente precisa ter o tratamento devido por essa imensa nação. Espera-se que Obama adote novas estratégias para regular as ações que trazem danos à natureza. Do contrário, as catástrofes ambientais no próprio território americano só tendem a aumentar, Na foto acima vemos a imagem aérea do cenário de destruição na região por onde passou o furacão Ike, no Texas no ano passado. (Foto: David J. Phillip/AFP - UOL Notícias)Mais



As questões com os países islâmicos, especialmente com o Irã, estão entre as prioridades para o novo Presidente no terreno da segurança mundial. A foto acima tirada em Teerã, em frente à embaixada dos EUA, mostra uma mulher passando por um painel anti-EUA. Apesar dos protestos contra Obama no Irã, o governo desejou sorte ao novo presidente e disse esperar que Obama escolha o caminho certo nas relações com o Irã, corrigindo o passado de hostilidades. (Foto: Abedin Taherkenareh/EPA - UOL Noticias) Mais


Os conflitos internos em muitos países pobres não podem ser esquecidos. A miséria, a fome e a total falta de acesso à serviços básicos e à informação tira desses povos não só a possibilidade de se desenvolverem, mas também tira sua própria liberdade. A foto acima mostra vendedores trabalhando sob luz de velas em Porto Príncipe, no Haiti, onde o Brasil comanda as Forças de Paz da ONU. Menos de 6% dos haitianos têm eletricidade o tempo inteiro (Foto: Ariana Cubillos/AP - UOL Notícias)


Um dos pontos mais delicados no cenário mundial atual é o conflito entre Palestinos e Judeus. Longe de ser um conflito apenas religioso, é um conflito com raízes políticas profundas, e extremamente ligadas à relação entre americanos e judeus. Em seu discurso Obama não citou esse conflito, mas o mundo espera por sua atitude. Significativamente, Israel aceitou se retirar de Gaza às vesperas da posse de Obama... Na foto acima um taque do Exército israelense, que iniciou neste domingo a retirada parcial de suas tropas da Cidade de Gaza e seus arredores (foto: Amir Cohen/Reuters - UOL Notícias) Mais



A imagem acima é tão simbólica quanto tudo que aconteceu nesses últimos dias. Mostra um menino negro em Kampala, capital de Uganda. Ele participava de uma vigília, em dezembro de 2008, quando cerca de 200 crianças fizeram para que o governo impeça as ações do grupo rebelde LRA, liderado por Joseph Kony (Foto: James Akena/Reuters - UOL Notícias)


E para o Brasil e os Semiárido, qual pode ser a repercussão?


segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

PARA PENSAR NESSE INÍCIO DE MAIS UM ANO...

Para começarmos o ano refletindo, postei algumas notícias sobre três temas urgentes e relacionados: mudanças climáticas, gestão de águas e desertificação. As consequências das mudanças no clima, da má utilização e do desperdício das águas e o de aumento da desertificação afetam todo o Planeta. Contudo, são particularmente graves nas zonas semiáridas como o nosso Sertão.

Entender melhor esses temas é fundamental para que possamos também compreender as transformações de nosso ambiente, e encontrar caminhos alternativos ao "progresso" desenfreado que destrói rapidamente nosso habitat.

Falamos de fenômenos que não são apenas naturais. Sabemos que a deteriorização da natureza vem a reboque do seu uso indevido ou exacerbado pelo homem. O que nos leva ao ponto central dessas questões: a relação do homem com seu semelhante e com o meio ambiente.

2009 é um ano cheio de significados políticos importantes para nossas preocupações. Teremos a COP 15, que discutirá as mudanças climáticas, buscando novos acordos mundiais. A posse de Obama, como presidente do país que ainda é o mais poderoso do Planeta, em combinação com a crise financeira que pôs em cheque o jogo internacional dos capitais, parece trazer a possibilidade de novas atitudes. Um maior compromisso com a sustentabilidade de nosso meio ambiente e da sociedade mundial é o mínimo esperado. Para a UNESCO-ONU, 2009 ainda trará eventos relacionados com o Ano Internacional do Planeta (2008), e com a década da Educação para o Desenvolvimento Sustentável (2005-2015). Além de eventos relacionados com o Dia Mundial da Água e com o Dia Mundial de Combate à Desertificação, dentre outras datas relativas ao cuidado com o meio ambiente.

Esperamos mudanças reais dos dirigentes, principalmente dos novos prefeitos aqui no Brasil. Em especial dos prefeitos dos municípios do nosso Sertão. É no âmbito local que a verdadeira transformação começa! Contamos com ações efetivas, novas políticas e novos eventos para a conscientização da humanidade. Continuaremos nesse nosso espaço trazendo novas discussões, reflexões e notícias.

Um ano harmonioso e Iluminado para todos!!!!

Suely





Abaixo coloco algumas imagens do que me dá esperança: crianças pensando e vivenciando a educãção ambiental no dia a dia da Escola Nossa Senhora das Graças, em Reriutaba, no meio do Sertão do Ceará. A fotos mostram um evento ocorrido em maio do ano passado, quando a escola realizou o que chamou de "culminância" das pesquisas empreendidas por alunos e professores sobre o tema "Educação para a convivência com o Semi-árido"
(http://vidaescola.blogspot.com/2008_05_01_archive.html)


Projeto "Plante uma árvore": O projeto ressalta a importância da preservação do meio ambiente no Semi-árido; os alunos do 4º ano apresentaram uma música e mostraram através de acróstico com o nome Semi-árido, onde cada letra deixava uma mensagem alertando para a preservação do meio ambiente, finalizando com a entrega de mudas de plantas para os que estavam presentes.

Projeto "Água, nosso líquido precioso": Alunos do 3º ano apresentam uma dança sobre água, onde mostram que a água é nosso líquido precioso e que devemos utilizá-la de forma adequada para que jamais acabe; após apresentação a coordenadora Ana Cristina Albuquerque falou sobre o resultado da pesquisa realizada pelos alunos, onde concluiu que a comunidade do Açude do Mato e os alunos da escola bebem água tratada pela CAGECE.

* No site da UNESCO você pode "baixar" para seu computador alguns textos importantes que nos ajudam a entender um pouco mais dos temas aqui abordados (http://www.brasilia.unesco.org/areas/ciencias/areastematicas/recursoshidricos)

Algumas das Publicações:
- Atlas das áreas susceptíveis à desertificação do Brasil (pdf - 134 p.) - Legislação ambiental básica (pdf - 134 p.)
- Roteiros de um curso d'água: água como matriz ecopedagógica; educação e gestão sustentável das águas do Cerrado (pdf - 68 p.) - Water and education: general guide for teachers of Latin America and the Caribbean (pdf - 199 p.)

MUDANÇAS CLIMÁTICAS


COP 14 e as tendências para 2009

Na metade do caminho entre a COP 13, realizada em Bali, em 2007 (momento em que os governos mundiais chegaram ao consenso de que era necessário um novo acordo climático global) e a Conferência de Copenhague, em 2009 (quando o texto final do acordo deve ser assinado), a COP 14, realizada em dezembro de 2008 na Polônia, apresentou alguns avanços significativos, mas decepcionou quem esperava resultados concretos.
O resultado positivo pode ser medido na mudança oficial de postura dos países em desenvolvimento. Entretanto, a divergência de posições políticas e econômicas entre as nações impediu que a conferência cumprisse o seu principal objetivo: elaborar o rascunho de um novo acordo climático global, com a definição cortes severo no total das emissões. A falta de consenso, alimentada pela crise financeira mundial, coloca em xeque o estabelecimento de um compromisso articulado pelo combate às mudanças climáticas até o final de 2009.
Enquanto países em desenvolvimento (Brasil, China, México e Peru), apresentaram propostas concretas de redução das emissões, poucas metas de real relevância eram assumidas pelas nações desenvolvidas. “Isso muda o eixo da negociação internacional sobre clima”, avalia Paulo Moutinho, pesquisador do Instituto de Pesquisas da Amazônia (Ipam), veterano de participação em COPs.
Poucos avanços – Documento mais importante da COP 13, o Bali Action Plan, chamado de Mapa do Caminho pelos atores da área, abriu em 2007 um processo de negociações para uma nova série de objetivos, que incluem o estabelecimento de cortes mais profundos nas emissões de gases de efeito estufa. São cinco tópicos principais a serem debatidos em 2008 e definidos até 2009:
Transferência de tecnologia limpa desde os países desenvolvidos.
Mobilização e disponibilização de recursos financeiros para enfrentar as questões de mudança do clima.
Adaptação: colocar em funcionamento um fundo para auxílio a países vulneráveis para combater as conseqüências do aquecimento global.
Mitigação: um dos principais assuntos a definir é o mecanismo de Redução de Emissões decorrentes de Desmatamento e Degradação das Florestas (REDD).
Definição a respeito do valor da redução das emissões de gases de efeito estufa. O índice proposto para debate sinaliza um corte de até 40% das emissões em 2050, com base nos valores de 1990
Desses tópicos, porém, apenas um foi consenso na Polônia e apresentou avanço: a operacionalização do Fundo de Adaptação, instrumento que existe desde a criação do Protocolo de Quioto para ajudar países pobres a combater os efeitos das mudanças climáticas. Finalmente, estas nações terão acesso direto ao fundo, que é financiado com 2% dos valores arrecadados com o Mecanismo de Desenvolvimento Limpo.
O consenso a respeito do fundo, entretanto, acaba aí. Os recursos são de U$ 80 milhões ao ano, com expansão para R$ 300 milhões até 2012, para o financiamento de projetos em todos os países em desenvolvimento. Houve, inclusive, uma tentativa de aumento da fonte de receitas do fundo, mas os estados desenvolvidos vetaram a proposta.
Essa postura gerou protestos no encerramento da COP 14, no dia 12 de dezembro. A Colômbia chegou a acusar as nações ricas de “crueldade” nas negociações.
Para além do Fundo de Adaptação, nenhum caminho mais concreto foi traçado. Não se falou muito em transferência de tecnologia e financiamento às nações pobres e não houve avanços nas definições para o estabelecimento de novas metas globais de redução de emissões de carbono – para a discussão, valem as metas acordadas em Bali (25% a 40% de cortes).
Em relação ao desmatamento, os países em desenvolvimento com florestas comemoraram o fato de houve um consenso de que o mecanismo de Redução de Emissões decorrentes de Desmatamento e Degradação Florestal (REDD) deve entrar no acordo final a ser definido em 2009. Para além disso, porém, não houve negociação. Não se sabe ainda como será o funcionamento da proposta de compensação financeira a quem deixar de derrubar árvores.
Enquanto alguns países defendem que o mecanismo deva funcionar como um mercado de carbono, com compra e venda de créditos, outros acreditam que a forma mais adequada é a criação de um fundo internacional para os países. O Brasil defendeu duramente a segunda opção.
Perspectivas mais tímidas – Com o saldo de poucos resultados concretos, após a COP 14 o otimismo em relação às perspectivas para 2009 diminuiu. Parece claro que o prazo para fechar um novo acordo global não será cumprido. O próprio secretário-executivo da Convenção-Quadro sobre Mudanças Climáticas, Yvo de Bouer, admitiu que talvez não se chegue a um documento final em 2009, como estabelecido em Bali. “Não obteremos um acordo a longo prazo detalhado na COP 15 em Copenhague. Não será possível” afirmou.
Já será considerado avanço se as bases principais do acordo forem estabelecidas. “Acredito que até 2009 teremos princípios mais sólidos para um próximo acordo internacional. Sabemos que é difícil e frustrante tentar consenso entre países com posições tão distintas e o documento final pode demorar mais para sair. O que não pode acontecer é repetirmos a mesma lentidão registrada na aprovação do Protocolo de Quioto (PDF 123 KB - Baixar Arquivo), que levou quase dez anos para entrar em vigor. Existe uma grande urgência em se tratar o assunto”, avalia Paulo Moutinho.
Para correr atrás do tempo perdido em 2008, foram marcadas duas reuniões em Bonn, na Alemanha, nos meses de abril e junho, antes do encontro em Copenhague, programado para dezembro de 2009. Em agosto ou setembro deve ocorrer mais um evento preparatório. Nelas, a expectativa é que comece a ser delineada as bases do novo acordo global – algo que deveria ter acontecido já na Polônia.
Em compasso de espera – O estado atual da economia e política internacional pode ter contribuído para o pequeno avanço nas negociações. Em meio à crise mundial e à troca de governo dos Estados Unidos, os países preferiram não comprometer verbas e cortes na redução de emissões.
“A sensação é que a COP 14 ficou em stand by, esperando a mudança de governo norte-americano para saber a posição oficial do presidente eleito Barack Obama em relação aos compromissos futuros do país. Sem a participação dos Estados Unidos, é impossível estabelecer um novo acordo global efetivo”, afirma Moutinho.
Vale ressaltar que Obama já disse que os EUA irão assumir a liderança nas negociações climáticas em 2009. Na segunda semana de dezembro de 2008, ele afirmou que a prioridade da administração da área energética de seu governo será acabar com a dependência americana do petróleo estrangeiro e combater as mudanças climáticas. "Não vamos criar uma nova economia de energia da noite para o dia. Vamos proteger nosso meio ambiente da noite para o dia. Mas podemos começar a trabalhar imediatamente", afirmou, em entrevista coletiva na qual anunciou a indicação de Stephen Chu, prêmio Nobel de Física de 1997, para secretário de Energia.
Obama também anunciou a indicação de Carol Browner, ex-chefe da Agência de Proteção Ambiental dos EUA (EPA, na sigla em inglês) no governo Bill Clinton e colaboradora do ex-vice-presidente Al Gore, para coordenar a política da Casa Branca para energia e mudanças climáticas.
A sinalização do presidente norte-americano eleito, que assume em janeiro de 2009, já traz esperanças para que o novo modelo de acordo global sobre clima possa ser mais efetivo na redução das emissões de carbono. Resta saber se no momento de iniciar a execução dos programas tal vontade política conseguirá se manter, haja visto o impacto que a crise financeira mundial tende a gerar sobre as mais diversas agendas.

FONTE: http://www.mudancasclimaticas.andi.org.br/node/828




DIMINUIÇÃO DAS GELEIRAS - AQUECIMENO DA TERRA

SITUAÇÃO E DESAFIOS PARA A GESTÃO DA ÁGUA NO MUNDO




Segundo dados da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco) a situação por continentes dos recursos hídricos e as recomendações para a racionalização são as seguintes:

SITUAÇÃO PARA CADA CONTINENTE E DESAFIOS RELATIVOS:


Em 2025, cerca de 3 bilhões de pessoas viverão em países com conflito por falta de água.
Apenas 1% da água da Terra pode ser utilizada para o uso e consumo humano. Desde 1950 o uso da água triplicou no mundo.
A água potável salva mais vidas que todas as instituições médicas do mundo: segundo a ONU, a água contaminada causa 80% das doenças do planeta.

ÁFRICA:

- Conta somente com 9% dos recursos mundiais de água potável.
- No continente negro os desastres naturais mais graves são as secas, inundações e desertização devido a má distribuição do recurso.
- Na última década, a África sofreu um terço das catástrofes mundiais causadas pela água ou pela sua carência, que afetaram 135 milhões de pessoas.
DESAFIO: A questão mais complexa para o continente é como solucionar os problemas de pobreza e acesso à água. Quase 230 milhões de africanos sofrerão pela escassez de água em 2025.

AMÉRICA LATINA:

- É uma região muito rica em recursos hídricos.
- Pelas bacias do Amazonas, Orinoco, São Francisco, Paraná, Paraguai e Magdalena corre 30% da água superficial da Terra.
- Apesar da abundância de recursos hídricos, dois terços da região são zonas áridas e semi-áridas. Destacam Argentina, Bolívia, o nordeste do Brasil, Chile, o centro e norte do México, Peru.
DESAFIO: Um quarto da população da América Latina e Caribe vive em regiões onde a demanda de água é maior do que a capacidade de recuperação deste recurso.

AMÉRICA DO NORTE:

- Registra a maior cobertura de abastecimento e saneamento de água no mundo.
- Toda a população conta com água potável e saneamento.
- Cerca de 49% da água doce dos Estados Unidos é usada para a agricultura. Esse país é o segundo maior produtor de hidroeletricidade do mundo com 10% a 12% da produção mundial.
DESAFIO: A contaminação dos rios é a maior preocupação da área. Nos EUA, 120 das 822 espécies de peixes de água fluvial estão em perigo de extinção.

ORIENTE MÉDIO:

- Cerca de 5% da população mundial vive no Oriente Médio e o norte da África, mas contam com menos de 1% da água disponível no planeta.
- Cerca de 85% da região corresponde a zonas áridas.
DESAFIO: Os desafios da região são a falta de água, a perda da qualidade, a defasagem na administração do recurso e a falta de saneamento.

ÁSIA-PACÍFICO:

- Cerca de 86% da água consumida na região Ásia-Pacífico é destinada à agricultura, acima da média mundial de 71% para essa atividade. Outros 8% são para a indústria e apenas 6% para uso doméstico.
- Um terço da população da região, que representa 58% da mundial, não desfruta de saneamento básico.
- China, Índia e Indonésia guardam a metade de toda a água da região.
DESAFIO: O desafio crescente são os desastres naturais pois a região concentrou 35% dos desastres naturais relacionados com a água no período 1990-2001. Entre os mais graves está o causado por um tsunami no sudeste asiático no dia 26 de dezembro de 2004. Nesse dia morreram mais de 230 mil pessoas nos 12 países afetados, a maioria da Ásia e sudeste da África.

EUROPA:

- Na Europa são consumidos 300 litros por habitante diariamente, duas vezes menos que nos EUA e Japão, mas 20 vezes mais que na África subsahariana.
- Existe um problema no sistema de distribuição, pois 40% da água transportada se perde.
- A costa mediterrânea na Itália, Espanha e Turquia é afetada pela extração excessiva de água para consumo humano, para o turismo e drenagem.
- Cerca de 18% da população vive em países com escassez de água, entre eles Espanha, Chipre, Malta e Itália.
DESAFIO: O principal desafio na região é melhorar a distribuição do recurso.



CICLO HIDROLÓGICO SUJO


CICLO HIDROLÓGICO LIMPO

DESERTIFICAÇÃO



É a transformação de uma área em deserto. Este fenômeno representa a perda da capacidade produtiva de ecossistemas provocada pela ação do homem, como o desmatamento, o uso indevido do solo e a irrigação malfeita. Basicamente, as atividades econômicas de uma região ultrapassam a capacidade de suporte e de sustentabilidade da área, gerando a desertificação e prejudicando consideravelmente a natureza e a população local, pois provocam extinção de espécies, erosão genética de fauna e flora, entre outras conseqüências. Com o empobrecimento do solo, ocorre a morte da vegetação e a transformação do local em terreno arenoso.
A Organização das Nações Unidas (ONU) - que adotou a data de 17 de junho como Dia Mundial de Combate à Desertificação - classifica o fenômeno da degradação da terra em zonas áridas, semi-áridas e subúmidas por meio de secas geradas por variações climáticas e atividades humanas. Essas regiões, também chamadas de terras secas, ocupam mais de 37% de toda a superfície do planeta, abrigando mais de 1 bilhão de pessoas. Isso representa quase um sexto da população mundial, cujos indicadores são de baixos níveis de renda, de padrão tecnológico, de escolaridade, além de ingestão de proteínas abaixo dos padrões aceitáveis pela Organização Mundial da Saúde.
Um relatório da ONU concluído em 2007 revela que a desertificação ameaça 75% das terras áridas e semi-áridas da América Latina - o equivalente a um quarto da superfície da região. Segundo o documento, um terço da população mundial é vítima da degradação das terras. O cenário projeta um total de 50 milhões de pessoas sendo obrigadas a migrar, dentro de dez anos, por causa disso.E a desertificação não é exclusividade de nações pouco desenvolvidas da América Latina, África e Ásia. O problema começou a ser notado nos Estados Unidos, durante a década de 30, e existe em países como Austrália e na Europa. A estimativa é de que pelo menos 100 países enfrentem o problema.
O Brasil conta com quatro núcleos de deser-tificação. Eles somam 18,7 mil km² e se localizam nos municípios de Gilbués, no Piauí; Seridó, no Rio Grande do Norte; Irauçuba, no Ceará; e Cabrobó, em Pernambuco. Mesmo as regiões mais ricas do país, como o Sul e o Sudeste, são alvo de desertificação ou estão em estado de alerta. A lista de Estados com algum registro desse fenômeno é formada por Bahia, Piauí, Pernambuco, Sergipe, Rio Grande do Norte, Rondônia, Mato Grosso do Sul, Paraíba, Ceará, São Paulo, Minas Gerais, Paraná e Rio Grande do Sul, além da região amazônica.

Para saber mais:

Livros:
Para Compreender a Desertificação: uma Abordagem Didática e Integrada. E. Cavalcanti
(Instituto Desert, julho de 2001)
Desertificação (Unesco, 2003)

Internet:

Em inglês:

FONTE: http://www.amanha.com.br/NoticiaDetalhe.aspx?NoticiaID=19124083-2dc6-49df-a22a-75edfda79110



Aquecimento global provoca carência de água e "africanização" da Espanha, e o maior exemplo é o processo de desertificação observado em Murcia, destaca o jornal "The New York Times" na edição de 03-06-08 - Monica Gumm / The International Herald Tribune - http://noticias.uol.com.br/midiaglobal/nytimes/2008/06/03/ult574u8528.jhtm


Aproximando a teoria da prática - Aula Técnica - Açude Castanhão

Trazemos aqui a contribuição de nossa amiga, a Profa. Mary Andrade, da Unifor. Ela nos envia algumas notas de sua estada em Jaguaribara-Ce e no Açude Castanhão. Ela esteve lá com seus alunos da turma de Direito Ambiental, em uma aula de campo.

Aproximando a teoria da prática - Aula Técnica - Açude Castanhão

O Rio Jaguaribe é uma artéria aberta por onde escorre e se perde o sangue do Ceará. O mar não se tinge de vermelho porque o sangue do Ceará é azul... Todo o plasma. Toda essa hemoglobina na sístole dos invernos vai perder-se no mar. (Demócrito Rocha)
Foi realizada aula de campo no dia 25 de Outubro de 2008 no Curso de Especialização em Direito Ambiental da Universidade de Fortaleza – UNIFOR. A aula técnica faz parte da disciplina de Licenciamento Ambiental – estudo de impacto ambiental e relatório de impacto ambiental do curso. Nessa oportunidade os alunos conheceram e vivenciaram uma experiência extra - sala de aula, bastante interessante, consolidando o conhecimento teórico aprendido, ao visitarem o Açude Castanhão, obra de grande porte do nosso Ceará.
A visita a barragem do Castanhão, teve por finalidade conhecer e analisar os aspectos do licenciamento ambiental e seus impactos ambientais. Como resultado dessa experiência foi produzido pelos alunos um documentário que aborda os impactos ambientais sobre a fauna, flora e os impactos sobre as pessoas que moravam nas terras que hoje estão inundadas pelas águas do açude. A aula técnica foi muito importante porque propiciou um aprendizado diferenciado a partir da constatação in locu dos impactos positivos e negativos ao meio ambiente resultantes da construção do açude Castanhão.

Profª. Mary Andrade Coordenadora da Especialização em Direito Ambiental – UNIFOR