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quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Conferência da ONU discute alternativas para reduzir perda de biodiversidade

18/10/2010 - 09h20 / Atualizada 18/10/2010 - 10h30

Homem está acabando com a vida na Terra, alerta diretor da ONU

Na abertura da décima edição da Conferência das Partes sobre Biodiversidade (COP-10), o diretor do programa para meio ambiente das Nações Unidas (ONU), Achim Steiner, foi enfático ao afirmar que o homem está acabando com a vida na Terra.
"Este é o único planeta no universo em que sabemos que existe vida como a nossa e estamos destruindo as bases que a sustentam", alertou.

O encontro começou nesta segunda-feira em Nagoya, no Japão, e termina no dia 29 de outubro. Durante estas próximas duas semanas, representantes de 193 países vão avaliar as metas de preservação ambiental assumidas para este ano e definir quais serão os próximos objetivos até 2020.

O tom pessimista pôde ser observado ainda nos discursos de outras autoridades e especialistas da área ambiental, que chegaram a afirmar que o mundo está caminhando para uma fase de extinção na mesma proporção do período em que os dinossauros desapareceram da Terra.

Para eles, a destruição da natureza tem afetado diretamente a sociedade e a economia. A ONU estima que a perda da biodiversidade custa ao mundo entre US$ 2 trilhões (R$ 3,2 trilhões) e US$ 5 trilhões (R$ 8 trilhões) por ano, principalmente nas partes mais pobres.

"(O monge budista) Teitaro Suzuki disse que 'o problema da natureza é um problema da vida humana'. Hoje, infelizmente, a vida humana é um problema para a natureza", disse o ministro do Meio Ambiente do Japão, Ryo Matsumoto.

"Temos de ter coragem de olhar nos olhos das nossas crianças e admitir que nós falhamos, individualmente e coletivamente, no cumprimento das metas prometidas no encontro de Johanesburgo (em 2002)", completou o ministro.

Matsumoto lembrou ainda que a perda da biodiversidade pode chegar a um ponto irreversível se não for freada a tempo.

"Toda a vida na Terra existe graças aos benefícios da biodiversidade, na forma de terra fértil e água e ar limpos. Mas estamos agora próximos de perder o controle se não fizemos grandes esforços para conservar a biodiversidade", disse.

Sinais de esperança

Jane Smart, chefe do programa de espécies da União Internacional para Conservação da Natureza (IUCN, na sigla em inglês), disse que, apesar do problema ser grande e complexo, existem alguns sinais de esperança.

"A boa notícia é que quando nós promovemos a conservação, ela realmente funciona; gradativamente estamos descobrindo o que fazer, e quando nós fazemos, as coisas dão muito certo", disse a pesquisadora à BBC News.

"Precisamos fazer muito mais para conservar, como proteger áreas, particularmente o mar. Temos de salvar vastas áreas do oceano e os cardumes de peixes. Isso não significa que devemos parar de comer peixes, mas comer de uma forma sustentável", afirmou Jane.

O Brasil também participa do encontro e vai pressionar os países ricos para obter recursos em torno de US$ 1 bilhão (R$ 1,6 bilhão) por ano para a preservação ambiental, além de exigir metas globais mais específicas contra a perda da biodiversidade.

Outro ponto defendido pela comissão brasileira é a cobrança de royalties pelo uso de recursos vegetais e animais. A ideia é que empresas que utilizam matérias-primas provenientes de nações em desenvolvimento repassem uma parte do dinheiro às comunidades locais.

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB) - COP10

18/10/2010 13:34:09

Países têm mais uma chance de preservar biodiversidade

Fabiano Ávila,  Instituto CarbonoBrasil/Agências internacionais
A Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB) foi um tratado firmado em 1992 no Rio de janeiro e que traçou uma série de metas com a intenção de conservar a biodiversidade e promover a distribuição justa e igualitária de seus recursos.

Praticamente nenhuma das 193 nações que assinaram o documento conseguiu cumprir os objetivos traçados.
Novas metas internacionais foram então firmadas em 2002 na África do Sul, com 2010 como o ano final para alcançar seus objetivos. Novamente nenhum país respeitou por completo o acordo o que resultou em outro fracasso.
“Devemos ter a coragem de olhar nos olhos de nossas crianças e admitir que falhamos, individualmente e coletivamente, para cumprir as promessas de reduzir as perdas da biodiversidade. ‘Os problemas da natureza sempre afetaram a vida humana. Hoje, infelizmente, a vida humana é o problema da natureza’ “, alertou Ahmed Djoghlaf, secretário-executivo da CDB, citando uma frase do famoso autor japonês Daisetsu Teitaro Suzuki.
O principal objetivo da COP 10 de Nagoya que começou nesta segunda-feira (18) será chegar a um consenso sobre o novo plano estratégico para a próxima década (2011-2020).
Este plano deve estabelecer metas para a conservação e uso sustentável da biodiversidade além de traçar políticas de longo prazo para 2050.
Os delegados terão ainda que buscar finalizar um protocolo de acesso e distribuição de benefícios (Access and Benefit-sharing - ABS) dos recursos genéticos do planeta.
A COP 10 também será marcada pela divulgação do relatório The Economics of Ecosystems and Biodiversity (TEEB) em sua versão integral, que irá mostrar que o impacto da perda de biodiversidade anualmente é da ordem de US$ 2 trilhões a até US$ 4,5 trilhões.
“Nós estamos destruindo as próprias fundações da vida neste planeta e mesmo assim a sociedade tem dificuldade de entender o que fazemos nessas reuniões e porque as decisões aqui realmente importam”, afirmou Achim Steiner, diretor-executivo do Programa da ONU para o Meio Ambiente.
Momento sem volta
Em maio a ONU publicou a terceira edição do o Global Biodiversity Outlook (GBO), que analisou mais de 110 estudos e diversos indicadores e mostrou, por exemplo, que a abundância de vertebrados, como mamíferos, pássaros e peixes, caiu um terço entre 1970 e 2006. O relatório também deixou claro como essas perdas e a degradação das florestas, corais, rios e outros ecossistemas já estão tendo impacto na vida das pessoas.
A ONG WWF reforçou essa mensagem na semana passada publicando o relatório “Living Planet Report”. O documento é uma das maiores auditorias já realizadas sobre a situação de quase oito mil populações de mais de 3500 espécies diferentes.
Ele contém descrições de como o atual padrão de consumo já resultou na perda de quase 60% da biodiversidade nos países mais pobres nos últimos 40 anos.
O WWF alerta que se os atuais padrões de crescimento e consumo persistirem serão necessários dois planetas Terra para suprir a demanda anual de toda a população mundial em 20 anos.
A Agência de Análise Ambiental dos Países Baixos (Netherlands Environmental Assessment Agency - PBL) também contribuiu para o debate trazendo para Nagoya o estudo “Rethinking Global Biodiversity Strategies”.
Nele, a agência mostra como o crescimento da população e do consumo irá criar uma pressão tão grande sobre os ecossistemas que as atuais políticas de proteção do meio ambiente através de reservas de conservação serão ineficientes para reduzir as perdas da biodiversidade. Por isso, tão importante que criar áreas de preservação é pensar em políticas que alterem a postura e os hábitos da população.
“Toda a vida na Terra existe graças aos benefícios da biodiversidade, como solo fértil, água potável e ar limpo. Nós agora estamos perto de um ponto crucial, se passarmos, as perdas da biodiversidade serão irreversíveis”, resumiu Ryo Matsumoto, ministro do Meio Ambiente japonês.
Para mostrar que ainda é possível reverter a situação crítica da biodiversidade, o Global Canopy Programme publicou na sexta-feira (15) o “The Litle Biodiversity Finance Book”, que apresenta análises sobre as opções de políticas e novas fontes de financiamento para auxiliar no cumprimento da meta de zerar a perda global de espécies.
Esse livro deixa claro que ainda podemos fazer muita coisa pela biodiversidade e que o tal momento sem volta pode sim ser evitado com esforços conjuntos dos diferentes fóruns de discussão.
(Instituto Carbono Brasil)