sexta-feira, 7 de maio de 2010

Exposição sobre Lampião

HISTÓRIA (5/5/2010)

Faces de Lampião

5/5/2010 Clique para Ampliar
Mulheres passaram a integrar o bando depois do ingresso de Maria Bonita
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Lampião tinha prazer em posar para as fotos segundo a historiadora Élise Jasmin, que publicou o livro "Cangaceiros"
Exposição com objetos pessoais e cerca de cem fotografias do cangaceiro mais famoso e seu bando podem ser apreciados a partir de amanhã no Espaço Cultural Porto Freire, com presença da neta dele, a jornalista Vera Ferreira

Figura polêmica, que circula entre os dois extremos (bandido e herói), Lampião ainda hoje exerce fascínio e curiosidade. De trajes de couro, chapéu, armas sempre à vista e acompanhado de seu bando, era temido por onde passava, fazendo a "justiça" pela vingança.

A partir de amanhã, a exposição "Cangaceiros", que já esteve no Dragão do Mar há dois anos, conta a trajetória de Virgulino Ferreira da Silva por meio de fotografias, objetos e recortes de jornais. "Essa mostra foi vista, pela primeira vez, em Montpellier, na França, e depois em Paris. No Dragão, teve 25 mil visitantes", explica o coordenador Ricardo Albuquerque.

Para abrir a exposição, a jornalista Vera Ferreira, neta de Lampião, fará uma palestra sobre o avô. "Todos os depoimentos que ouvi, falam dele como homem de palavra e correto. As coisas não são bem colocadas, admite-se sempre a história do vencedor, as pessoas precisam entender a história das revoluções sociais no Brasil, os Conselheiros, as Balaiadas, enfim. Sou a favor da história, não do ego de cada um. Nem como neta, tenho o direito de mudar isso", defende.

Segundo Vera, há casos de jornais da época, de estados diferentes, que noticiam Lampião praticando atrocidades ao mesmo tempo. Dos depoimentos que ouviu cita, por exemplo, as conversas que teve com integrantes do bando, como Candeeiro, ainda vivo, reiterando o respeito entre eles e descrevendo Lampião como pessoa calma e tranquila.

Com 100 fotografias, que estampam o livro da historiadora francesa Élise Jasmin, a exposição é feita de vários momentos. Registra, por exemplo, as primeiras imagens do grupo em 1926, quando Lampião se dirigiu para Juazeiro do Norte para receber a patente de Capitão do Padre Cícero, e os subgrupos nos quais o bando estava dividido, a exemplo do comandado por Corisco. "De acordo com a necessidade, eles se separavam para facilitar", explica Ricardo.

Há ainda uma série de imagens das mulheres, que depois do ingresso de Maria Bonita, também passaram a acompanhar Lampião. Responsáveis pelo desenvolvimento dos trajes, elas começaram a fazer enfeites para as roupas, que podem ser vistos principalmente depois da chegada do grupo a Juazeiro. As chamadas volantes, polícias estaduais, também aparecem nas fotografias durante a fase de repressão, seguidas pelas imagens do cangaceiro morto e decapitado.

Vídeo

Haverá ainda a exibição do vídeo realizado pelo mascate libanês Benjamin Abrahão, que filmou Lampião e seu bando, transformando-se em seu fotógrafo e cineasta oficial. A cada sábado de maio, será apresentado um filme sobre o cangaço. Nos sábados de junho, acontece uma feira mix com artesanatos, comidas típicas e danças. Os direitos das imagens pertencem ao ICCA e à Sociedade do Cangaço

MAIS INFORMAÇÕES:
"Cangaceiros". De amanhã a 30 de julho, no Parque del Sol (Rua Joãozito Arruda, s/n - Cidade dos Funcionários). De terça a sexta, das 9 às 19 h, sábados e domingos, das 14 às 19 h

SÍRIA MAPURUNGA
REPÓRTER

Fonte: Jornal Diário do Nordeste - Caderno 3 - http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=779716

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