quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Lula sanciona lei de assistência técnica e extensão rural



O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou no último dia 11 a Lei de Assistência Técnica e Extensão Rural, que institui a Política Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural. Ela é voltada à agricultura familiar, a assentados de reforma agrária, aos povos indígenas e aos remanescentes de quilombos, entre outros, e servirá para assessorar as diversas fases das atividades econômicas, de forma a aumentar a produção e a qualidade das atividades e serviços agropecuários, não agropecuários e agroextrativistas. A lei também cria o Programa Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural.

A lei permite que empresas públicas contratem assistência técnica sem licitação, desde os prestadores de serviço sejam pré-qualificadas, explicou o ministro do Desenvolvimento Agrário, Guilherme Cassel. "Essas empresas só vão receber do governo depois que os agricultores atestarem ter recebido um serviço de qualidade", disse ele, durante a cerimônia de assinatura da lei, que contou com a presença de Lula.

O governo tem agora 30 dias para editar decreto regulamentando a lei. A expectativa do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) é que já seja possível trabalhar amparado nas novas regras a partir de fevereiro ou março.

O presidente da Associação Brasileira das Entidades Estaduais de Assistência Técnica e Extensão Rural (Asbraer), José Silva, comemorou a sanção da lei. Lembrou também que na década de 1990 esse serviço foi sucateado, o que levou a agricultura a passar por dificuldades.

O orçamento para a área de assistência técnica e extensão rural passou de R$ 42 milhões, em 2003, para R$ 482 milhões em 2009. Neste ano, a lei orçamentária destinou R$ 626 milhões para a área. O número de agricultores e assentados da reforma agrária atendidas por intermédio de programas de extensão rural passou de 291 mil famílias, em 2003, para 2,3 milhões, em 2009.

ORGÂNICOS: ASSISTÊNCIA TÉCNICA E PESQUISA SÃO DESAFIOS

A procura por alimentos orgânicos vem crescendo mais rápido do que a oferta no Brasil. Apenas 1,8% dos agricultores adota esse modelo de produção no país, segundo o Censo Agropecuário 2006, divulgado em setembro do ano passado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Existem no Brasil 5,2 milhões de propriedades rurais.

A dificuldade na compra de orgânicos é sentida pelos próprios consumidores, que têm que chegar bem cedo às feiras e supermercados para conseguir esse tipo de produto com qualidade e sem ter que enfrentar filas.

Os produtores, por sua vez, alegam que a falta de assistência técnica é a principal barreira para superar a escassez da oferta de orgânicos no mercado.

A falta de investimentos do governo no apoio técnico aos produtores, principalmente por meio das empresas de Assistência Técnica e Extensão Rural, ocasionaram o surgimento de um modelo diferente de orientação oferecido pelas empresas privadas de fertilizantes e defensivos agrícolas. E, por não usarem substâncias químicas na lavoura, os agricultores orgânicos acabam excluídos desse modelo.

"O desenvolvimento da agricultura orgânica passa, necessariamente, por uma assistência técnica pública", afirmou à Agência Brasil o coordenador de Agroecologia do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) Rogério Dias. No governo, ele atua como uma espécie de coordenador de ações de estímulo à produção de orgânicos. "Se ela [agricultura orgânica] é interessante, precisa de políticas públicas, e não apenas de produtores investindo sozinhos em seu desenvolvimento".

O diretor de Política Agrícola e Informação da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Silvio Porto, também destaca a importância do assessoramento técnico para o desenvolvimento do setor. Para ele, o atendimento aos produtores ainda é insuficiente.

"São poucos os técnicos que têm formação nessa área. Temos uma enorme limitação de assessoramento e falta uma política que, efetivamente, induza o desenvolvimento da agroecologia."

O financiamento de núcleos de agroecologia em instituições federais de ensino, programado pela Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica (Setec) do Ministério da Educação (MEC), poderá contribuir para a redução do problema, com a formação de profissionais especializados e a difusão de pesquisas sobre o tema. Essa é a expectativa da coordenadora da secretaria, Caetana Resende.

"Queremos casar as duas coisas: formação de recursos humanos para dar assistência a essa produção, e levar aos produtores o que já existe [em termos de informação], para que eles possam escolher que tipo de produção vão ter dentro de sua propriedade", explicou.

De acordo com o Censo Agropecuário, o agricultor que se dedica a essa prática, na maior parte dos casos, é proprietário das terras que cultiva (77,3%). Ainda conforme o censo, 41,6% têm o ensino fundamental incompleto e dois em cada dez não sabem ler nem escrever.

O secretário de Inclusão Social do Ministério de Ciência e Tecnologia, Joe Valle, que trabalha com orgânicos há mais de 20 anos, aponta outra barreira: o despreparo de funcionários de instituições financeiras que operam com linhas de crédito para o setor rural. "Já temos, em vários lugares, linhas de crédito específicas para orgânicos, mas falta conhecimento dos funcionários dos bancos."

FONTE

Agência Brasil
Yara Aquino e Danilo Macedo - Repórter
João Carlos Rodrigues, Lana Cristina e Nádia Franco - Edição

Links referenciados

Associação Brasileira das Entidades Estaduais de Assistência Técnica e Extensão Rural
www.asbraer.org.br

Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento
www.agricultura.gov.br

Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica
portal.mec.gov.br/index.php?option=com_c
ontent&view=article&id=286&Itemid=798

Ministério do Desenvolvimento Agrário
www.mda.gov.br

Ministério de Ciência e Tecnologia
www.mct.gov.br

Ministério da Educação
www.mec.gov.br

Agência Brasil
www.agenciabrasil.gov.br

Fonte: jornal Agrosoft

Um comentário:

Missao disse...

A Categoria dos FFA’s precisa ter mais VISÃO & AGUAPÉ


A falta de Conhecimentos Técnicos é apontado como o FATOR CRÍTICO na Produção & Comercialização de Produtos ORGÂNICOS - NÃO estamos atendendo a DEMANDA do Mercado Brasileiro e, também, estamos perdendo tempo & oportunidade quanto ao Mercado Internacional, onde o Brasil tem Grande Possibilidade de se tornar Líder Mundial da Produção dos ORGÂNICOS.

Toda a Categoria dos Fiscais Federais Agropecuários podem / devem ter Mais INICIATIVAS & VISÃO para encontrar / reunir os Técnicos / Profissionais das diversas Instituições Públicas / Privadas que conhecem / atuam com os Produtos ORGÂNICOS, visando estabelecer as SOLUÇÕES necessárias – com a SOMA de ESFORÇOS (UNIÃO) dos Cidadãos Brasileiros podemos, muito mais rapidamente, encontrar as Melhores SOLUÇÕES para os nossos Produtores Rurais que almejam SUCESSO na Produção & Comercialização dos Produtos ORGÂNICOS.

Em muitas oportunidades a Equipe BR do AGUAPÉ tem apontado que o AGUAPÉ é a Melhor Alternativa de BIOMASSA, de FATO, SUSTENTÁVEL, para produção do Bio-Fertilizante ou Fertilizante ORGÂNICO – Insumo Básico para se Implementar a Produção dos ORGÂNICOS.


NOTA: toda IDÉIA NOVA e / ou ANTIGA que possam contribuir com Equipe Brasileira do AGUAPÉ (ÉTICA) serão BEM VINDAS – não tenha receio, pois é “ERRANDO” que poderá aprender a acertar & contribuir com essa & outras importantes LUTAS.

PÁGINAS INTERESSANTES: |Mundo Estranho| |Viver SUSTENTÁVEL| |Nosso Futuro Comum| |Sabedoria incomum| | | | |

Um Abraço Fraterno a VOCÊ & Membro / Colaborador (ou pretendente),

MISSAO TANIZAKI
Fiscal Federal Agropecuário
Bacharel em Química
missao.tanizaki@agricultura.gov.br (Com Problemas)
missao.tanizaki@gmail.com (NOVO)
Equipe BR do AGUAPÉ
TUDO POR UM BRASIL & MUNDO MELHOR